The Devil's Daughter escrita por Ninsa Stringfield


Capítulo 5
Capítulo 5




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– Eu te odeio!

Foi tudo o que Katherine conseguiu dizer ao cair mais uma vez no tatame.

Finn riu como sempre fazia quando ela caía no chão.

– Meus Monstros - praguejou ele - Você é péssima nisso!

– Você acha? - perguntou Katherine ironicamente.

Finn a ajudou a se levantar e Katherine se apoiou nos próprios joelhos.

– Eu desisto - falou - Eu me rendo, deixe que Niah me mate, eu não me importo.

Ela escutou a risada de Finn novamente, assim como previu, então ela apenas pegou a espada que Finn havia tirado de suas mãos e tentou se posicionar como ele a havia ensinado.

Desde sua discussão no complexo das jaulas e de que Finn a havia contado que ela precisaria aprender a lutar, eles estavam no complexo de luta, de onde Finn havia feito com que o grupo de garotos que estavam treinando ali saíssem e deixassem o complexo livre para que os dois treinassem sozinhos.

Finn explicou que o melhor jeito de derrotar Niah era lutando como ela, e já que o porte de Katherine era quase igual o dela, ela teria uma chance. Mas Niah estava muito acima dela, além de ser mais experiente, ela era mais rápida, assim como Finn.

Ela estava apanhando desde que começaram a lutar. Ela estava dolorida, cansada e irritada, Finn sempre a atacava onde ele sabia que ela não resistiria. Segundo ele, ela era boa de mira, mas não tinha nem força nem experiência para atirar uma faca.

– Você nunca cansa de descansar? - perguntou ele sorrindo e se encostando na parede.

– E você, nunca cansa de ser bom? - perguntou ela com raiva.

– Não, nunca - ele riu - É uma das minhas melhores qualidades!

Katherine revirou os olhos e pegou uma outra faca na prateleira. Finn era um ótimo lutador, e por incrível que pareça, era um bom professor, tirando o fato, é claro, dele estar se exibindo o tempo todo, era irritante, mas Katherine admitia que era engraçado.

– Pronta para mais uma? - perguntou ele pegando uma espada - Acho que você devia pelo menos tentar ganhar de mim, que tal pegar algo que se compare a essa espada?

– Não obrigado - disse ela - Já que sou boa com as facas, é melhor eu ficar por isso mesmo.

Finn deu de ombros e investiu contra Katherine, mas agora ela estava decidida a ganhar, então ela se desviou a tempo dele passar por ela, e ela conseguir abaixar para fazer um corte na perna dele.

Ele deu um grito de dor, mas continuou a luta, então ele apenas se abaixou para bater em Katherine com o cabo bem nas costelas dela, onde ele sabia que se fosse atingido, a derrubaria, mas como antes, ela estava preparada. Então, tirando força de algum lugar desconhecido, ela pulou sobre Finn, aterrisando ao seu lado, e por incrível que pareça, o espantando.

Katherine levou aquilo como um incetivo e sorriu. Ela pegou outra faca do seu cinto, que ela havia colocado sem que Finn percebesse e segurou o braço do garoto com força em direção ao chão, o que fez com que ele caísse a tempo dela pular em cima dele e ficar com as pernas envolta de seu corpo e a faca em seu pescoço.

– O que achou disso? - perguntou ela tentando não mostrar em sua voz o quão cansativo tudo aquilo foi.

– O que eu achei? - perguntou ele respirando fundo - Meus Monstros garota, você com certeza é parente de Niah!

– Não se atreva... - o advertiu Katherine ainda com a faca em seu pescoço, mas quando Finn segurou sua cintura ela quase deixou a faca cair.

– Acho que você já ganhou, você já pode sair de cima de mim - ele fez um sorriso malicioso - Ao menos, é claro, que você ache essa posição confortável e queira ficar ai por mais algum tempo.

Katherine fez um barulho de nojo e saiu de cima dele, caindo ofegante ao seu lado, ela soltou a faca e sorriu para o teto.

– Eu ganhei!

– Eu ainda estou vivo então... - Finn pulou em cima dela e colocou a faca que antes estava nas posses de Katherine em seu pescoço - Ainda posso te vencer. E só mais uma coisa, nunca, nunca deixe um inimigo vivo, ao menos que você precise dele assim.

Katherine bufou e tentou se esgueirar de Finn, mas ele não permitiu que ela saísse. O rosto dos dois esta tão próximo que ela poderia jurar que respiravam o mesmo ar, ela encarou Finn e arqueou as sobrancelhas, ele a encarava de volta mas ele não estava com a mesma cara que Katherine, ele alternava seu olhar dos olhos dela para seus lábios.

O coração de Katherine começou a bater rápido e ela tentou se lembrar o que estavam realmente fazendo naquela sala, mas antes que qualquer outra coisa pudesse acontecer, Finn arregalou os olhos, como se só percebendo agora o que estava fazendo e saiu de cima dela. Katherine soltou a respiração, só percebendo agora que a estava segurando.

– Acho que agora você esta quase pronta... - começou ele, sua voz estava um pouco trêmula, então ele engoliu em seco e continuou com a voz um pouco mais forte: - Apenas tente fazer o mesmo com Niah que você terá pelo menos alguma chance antes dela te matar, e quem sabe eu e Blake conseguimos te salvar.

Katherine assentiu com a cabeça mesmo sem ter certeza de que ele conseguiu ver e se sentou, seu coração ainda batia rápido.

Finn levantou e começou a pegar as armas do chão e a arrumá-las na prateleira, Katherine o observava guardando as armas e tentava ignorar seu corpo. Por estarem lutando, assim como Katherine, Finn tinha tirado seu casaco ficando apenas com uma camiseta branca lisa por baixo - nem mesmo ela acreditava que ele usava alguma outra roupa que não fosse preta, mas ele estava usando, e com todo o suor provocado pela luta, a camiseta grudava em seu peito, e Katherine tentou não perceber como seus bíceps eram definidos, e como as linhas de seu corpo eram perfeitas.

Ela balançou a cabeça tentando afastar esses pensamentos e tentou se levantar, mas suas costelas ainda estavam muito machucadas graças as várias pancadas que Finn havia dado nela. Ele parou de guardar as armas e olhou na sua direção quando ela gemeu de dor e foi até um pequeno armário no lado das prateleiras, tirando um pote de lá.

– Tome - disse ele a entregando o pote - Vai ajudar com a dor.

– Obrigado, mas eu... - ela recusou o pote - Não está doendo tanto assim.

Katherine odiava admitir que estava dolorida, ou que precisava se ausentar de algo graças a dor, ela não queria que sentissem pena dela. Finn fez um barulho de impaciência com a boca e se abixou ao lado de Katherine.

– Ou você passa essa maldita essência, ou eu mesmo vou passá-la!

Katherine torceu o nariz.

– E o que é isso afinal?

– É apenas uma essência de pele de bruxa - Ao ver o olhar de Katherine ele completou: - Ajuda na dor.

Já que Katherine continuou a recusar, Finn abriu o pote e colocou a ponta de seus dedos na essência pegando um pouco e mostrando para Katherine.

– Levanta a blusa que eu passo em você - Katherine arregalou os olhos e ele sorriu - Prometo que eu não vou te morder!

Katherine olhou para ele desconfiada, mas desistiu de sua resistência ao perceber a intensidade da dor. Ela levantou a blusa e ele passou os dedos com a essência na pele da garota. Ela estremeu com o toque de seus dedos frios em sua pele e olhou para seus olhos.

Ele estava muito ocupado com o que estava fazendo, e ao perceber o olhar de Katherine, ele a encarou de volta.

– O que foi?

– N-nada - gaguejou ela - É só que... Arde um pouco.

Ele assentiu e pegou um pouco mais da essência no pote. Após terminar de tratá-la, Katherine olhou para seu machucado, antes ela tinha visto, o machucado estava roxo, agora estava mais num tom de amarelo, o que indicava que já estava sarando. Ela olhou para ele.

– Obrigado.

Ele se levantou e guardou o pote de essência de pele de bruxa no ármario de novo enquanto Katherine colocava sua blusa no lugar.

– Não tem de que - respondeu ele depois de um tempo - Agora acho melhor você ir se não vamos nos atrasar para o baile.

– Eu nem ao menos tenho roupa para esse baile. - ela tentou se levantar novamente e percebeu que agora a dor havia diminuído.

– Claro que tem! - falou como se aquilo fosse a coisa mais óbvia do mundo - Blake comprou para você.

- Ah...

Ela corou novamente e tentou olhar para o outro lado para que Finn não visse seu rosto enrubescendo. Ela percebeu que Blake estava querendo muito mais do que uma amizade com ela, mas ela não sentia o mesmo, e nem pretendia sentir.

Não que Blake fosse um cara ruim, quer dizer, todos ali eram, mas ele não era tão agressivo quanto os outros, não com quem ele conhecia. Já que quando os dois se conheceram ele a carregou para um ritual satânico, depois deu um soco em seu rosto. Ela não o perdoaria tão cedo por isso, mesmo ele sendo um de seus salvadores.

Finn não era lá muito diferente, Katherine percebeu que sua mudança de humor era constante, e era uma de suas maiores qualidades. Chegava a ser engraçado, mas não mais do que irritante.

- E esse baile é sobre o que afinal? - Ela não conseguia pensar em nenhuma razão para que Filhos do Diabo fizessem festas, o que eles comemorariam? A morte de mais uma alma inocente? 

- A Niah gosta dessas festas, acho que ela sente falta de ser uma humana como você - ele a estudou de cima abaixo novamente e Katherine tentou prestar atenção no caminho ao invés de seus olhos estudando-a.

- E essa garota algum dia já foi humana?

- É claro! - Finn riu - Todos aqui já fomos humanos, e para alguns, como Niah, o fato de um dia ter sido humano é a razão de se tornar um Filho do Diabo.

Eles começaram a subir as escadas que iam até a porta da caverna, e só agora na subida Katherine percebeu quão extensa era essa escadaria. Os degraus, assim como no castelo, eram estreitos, ela odiava degraus estreitos, seus pés mal cabiam nos degraus, sem falar da quantidade de passos que ela precisava dar para atravessar um pedaço pequeno. Finn pulava de três em três degraus, mas Katherine não queria o emitar.

Quando eles finalmente chegaram a caverna novamente, o vento frio da noite a atingiu em cheio e um ar de vegetação podre cobriu o ar.

- Ai meu Deus - conseguiu dizer Katherine cobrindo o nariz - Que cheiro é esse?

Finn respirou fundo, claramente se divertindo.

- O nosso cheiro - ele respirou fundo novamente - Você não achou que o Inferno seria um lugar com os cheiros mais agradáveis do mundo, achou?

Ktaherine tentou respirar pela boca.

- É claro que não - sua voz tremia, então ela tentou fortalecer a voz ao dizer: - Mas por que esse cheiro não estava aqui antes?

- Ele estava - respondeu ele distante, e depois olhou para ela - Você apenas não havia percebido.

Ela o encarou, sem a menor vontade de perguntar o que aquilo significava. Estar naquele lugar já era um grande mistério, que ela, mesmo relutante, tentava decifrar. Ela não aguentaria tentar entender aquele lugar. Pelo menos não antes de enlouquecer. Deve ser por isso que pessoas como ela não iam com muita frequência ao Inferno.

Andar naquela mata a noite não era tão bom quanto ela pensava que seria, o céu era tão escuro e sem estrelas que Katherine teve que se segurar no braço de Finn para conseguir chegar ao castelo. O cheiro de podridão parecia piorar cada vez mais ao chegarem perto do castelo, e Katherine quase desistiu de andar, ela passaria mal se continuasse naquele lugar.

- Eu não aguento - disse ela, finalmente parando e ofegante - Este cheiro, eu não... eu não aguento!

Para sua surpresa Finn não riu, mas nem ao menos se mexeu para ajudá-la.

- Eu já disse, você está no Inferno, como...

- Como eu achei que seria? - explodiu Katherine balançando os braços furtivamente - Eu não achei nada, eu nunca pensei que algum dia eu estaria no Inferno!

Antes que ela pudesse fazer qualquer coisa, Finn a empurrou na direção de uma árvore, fazendo com que ela batesse com as costas com força em seu troco e segurou o próprio braço com força no pescoço de Katherine, fazendo com que ela perdesse ar.

- Eu. Já. Estou. Ficando. Cansado. De. Suas. Reclamações. - ele falou cada palavra dando uma pausa entre elas - Ou você se contenta logo e fica quieta, ou eu te mato aqui e agora e seu sofrimento acaba. Você decide!

Ela tentou se desprender de seu braço, ela não conseguia nem ao menos o responder, bolinhas roxas começaram a aparecer nos olhos de Katherine antes que Finn decidisse finalmente a soltar.

Ela não o respondeu, ela não tentou recuperar o ar, ela apenas correu na  direção no único ponto de luz entre aquela escuridão, ela sabia que aquele brilho devia pertencer a alguma luz do castelo, já que teria um baile eles deveriam pelo menos colocar uma lâmpada no meio daquele breu todo.

Katherine parou ao ver que o ponto de luz havia desaparecido e olhou para os lados, aquela luz não era do castelo.


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