Ballare Tutta La Vita - Hiatus escrita por Anna


Capítulo 30
Capítulo 30


Notas iniciais do capítulo

Heeeeeeeeeeeeeeeeeeeeey gente! Então... Não era para eu estar postando hoje, não, não e não! Mas o caso é: eu sou um ser muito bom, por isso estou aqui. Este está bem maior do que o outro e eu particularmente gostei bastante dele, fora que ele é o antepenúltimo...

— Boa leitura, estrelinhas! ^^



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Cerca de duas semanas se passaram desde que a "proposta" - que mais parecia como uma obrigação, uma de minhas "obrigações como aluna” - de Laurie fora posta em minhas costas. Ou, em meus pés.

A dança que fora feita primeiramente para eu extravasar algumas de minhas emoções relativamente tristes, agora estava com novos e melhorados passos, com mais alegria e sensibilidade e menos tristeza, a tristeza de um coração jovem, frágil e partido.

Eu estava imensidade feliz.

Exceto é claro, pelo fato, de que agora eu não poderia sair da escola nem mesmo para dar um "Oi" intimidado para o ar de Roma. Já que eu era a principal da dança e a apresentação seria daqui a dois dias.

Enfim... Nem mesmo com a bolsa, minhas notas relativamente altas, nem todos os pedidos de recessos particulares que meu pai solicitasse, não tinha jeito, eu tinha que ficar aqui.

E sinceramente, eu acho que daqui a pouco eu irei pirar, pirar muito bem pirada.

Isso tudo porque a minha estadia aqui está simplesmente por um fio, um único fio.

Não contei nada para meu pai sobre isso (mesmo que eu tenha que, tecnicamente, eu devesse, contar para ele. Por ele ser o meu responsável e tal...) não quero que ele ache que eu não possa fazer algum favor que ele me peça. E também porque esse é o primeiro favor que ele me pediu, não quero e nem vou desapontá-lo, vou dar algum jeito de terminar de fazer o que eu nem comecei ainda...

Tudo o que ele sabia era que eu tinha que voltar para escola por causa de uma apresentação semestral, a qual ele prometeu de pés juntos que viria. Ao menos era isso que estava no e-mail que ele me mandou no último sábado.

Oliver sabia da minha volta, entretanto, não falei com ele até hoje. E sinceramente nem sei se quero falar com ele. Estou simplesmente adiando uma conversa que pode muito bem existir, e pelo jeito que as coisas vão indo... Ela não irá existir.

E também havia Mayara. Mayara é uma inglesa alta, branca na medida certa, magra na medida certa, com os peitos e a bunda no lugar onde eles deveriam estar, loira, loira, loira até o último fio de cabelo, cabelos extras cacheados e olhos imensamente azuis.

Além de ser mega bonita, era uma ótima aluna, ótima dançarina, ótima atriz, e isso não é tudo: ela é a dançarina/atriz reserva da minha personagem, e não é tudo... Ela vive grudada com o Oliver de papinho e risadinha para cima e para baixo com ele – ou seja, eu e meus cabelos e olhos castanhos sem graça, estamos sendo altamente ameaçados por uma loira de meia tigela – e como se não fosse tudo ela é filha do diretor que disse que eu estava por um fio.

E eu ainda me pego pensando de como a genética é louca, o diretor é feio e a filha dele parece até uma top model.

Mas é óbvio eu não me importava com a amizade do Oliver e dela, porque claro, não há motivos para isso... Só tem o fato de que eles estejam passando tempo de mais juntos e daqui a pouco eles estarão namorando. Quem deveria ser a namorada dele sou eu. Eu! Eu! Eu e eu!

Eu tenho realmente que parar de pensar em Oliver, assim eu não penso naquela loira nojenta estranha e também não me estresso e posso pensar melhor em coisas que me convém, como: a dança, falta tão pouco tempo para a apresentação, tenho que dar o melhor de mim. E também a minha saída do colégio, sinceramente eu já estou começando a ficar enjoada desse lugar.

É isso. Eu estou começando a ficar enjoada de toda essa coisa toda, desses campos extremamente verdes, dessas pessoas que falam diversas línguas, dessas garotas que começam a cantar do nada. Da melasão que agora reina entre Brook e Andrew, do diretor, da Mayara, do Oliver, ou seja, de todos e de tudo que aqui abita.

Quero a minha casa de volta, meus amigos sem noção de volta, minha escola de volta, meus pais de volta, minha vizinhança que fala uma única língua na minha frente, da minha vizinha e do gato chato dela, ok, isso dai eu não quero de volta... Mas quero tudo o que era antes de volta.

Eu não poderia continuar com meus pensamentos para o futuro de alguns anos atrás? Seria tão bom, seria com certeza melhor do que ficar dentro de uma jaula, ah, com certeza. A essa hora eu provavelmente estaria terminando de fazer alguma prova, me encontrando em algum corredor com Amber e discutindo sobre nossas respectivas provas, depois eu voltaria para casa comeria uma torta e leria até de noite, depois viria a colocação de grau e depois de alguns tempos... Faculdade!

Até tinha me inscrito em uma de medicina, eu queria seguir a área de pediatria por que quando eu era pequena vivia indo no consultório do pai do Pierre – o tio Danilo – seja para qualquer coisa, qualquer dor no cotovelo. Agora eu queria aquilo para mim. Ver o pavor no olhar das criancinhas serem substituídos pelo alívio ao saber que não iriam tomar injeção.

Agora que já estou aqui, não adianta chorar pelo leite derramado e a melhor coisa que eu faço é ir comer alguma coisa, pois, minha barriga está roncando pior do que o motor de um carro velho.

***

– Atenção! Atenção todos os alunos! – O diretor chamou a atenção de todos com um mega-fone intercalado na altura de seus lábios marfim – Hoje e nem amanhã eu não estarei presente nos corredores dessa universidade, o motivo é bem claro e simples: estarei vendo como está indo as arrumações para o "Grande spettacollo"que vocês já devem saber que é o nosso show de meado do ano. – Ele tomou um fôlego – Bem... Quem ficará em meu lugar é a professora de dança clássica e moderna Laurie Vega. Agora, bem, estão dispensados. - E com isso ele foi a bora.

Mais coisas se passaram depois daquilo, mas, a única coisa que eu fiz foi sair dali e começar a correr para algum lugar, não sabia qual era, já que estava sem direção. Mas isso não importava nem um pouco nesse momento.

Aquele comunicado veio simplesmente na hora certa! Claro, era a escapatória perfeita! O diretor não estaria, ou seja, ele não poderia me punir, e, mesmo que ele tivesse passado todo o seu poder como diretor – tecnicamente falando, é claro – para a Laurie, ela não poderia me punir. Quer dizer... Ela até que poderia, porém, seria uma punição um pouco mais leve talvez.

Além do mais, o colégio está em completo caos, e agora com Laurie ocupada eu poderia facilmente sair do colégio ir para Siena e procurar pelo tesouro. A única coisa que restava saber era: como, exatamente, eu iria fazer isso.

Parei de correr e pude perceber que estava no bosque. Olhando para as árvores verdes, flores aqui e ali, alguns pássaros voando acolá, ninhos de variantes bichinhos em alguns pontos... Foi com um aperto de coração que, em dias, lembrei-me de Elliot.

Se ele estivesse aqui provavelmente me ajudaria com essa ideia maluca com vários por centos de dar errado, é, mas ele não está aqui e tenho que colocar os meus botões para funcionar sem contar com a ajuda de ninguém. Já basta ter a enorme probabilidade de eu prejudicar a mim e a Laurie.

Suspirei dramaticamente e sentei-me em uma pedra que não era muito pontuda.

Esperava que a paz de não ter ninguém falando para eu ir ensaiar, me ajudasse a não pensar nos problemas, o que é impossível quando eles já estão em sua cabeça, como se fossem passadas várias e várias camadas de tinta permanente de diversas cores para que a coisa fixasse-se ainda mais.

De qualquer forma, talvez, o lugar fosse calmo e tivesse algo para que eu pudesse parar de ficar agitada, pensar e ter uma ideia de como colocaria meu plano em ação.

Meia hora se passou e eu não tinha conseguido pensar em nada coerente. As únicas coisas que se passavam em minha mente eram: será que tinha um lago artificial aqui ou um de verdade? Porque não colocaram um banco aqui? Meu traseiro está começando a ficar dormente! Como as formigas são tão organizadas? Ah, às vezes eu queria ser uma formiga... Now I'm floating like a butterfly... Música idiota da Katy Perry que não sai da minha cabeça!

Foi quando eu decidi ir à bora, queria tomar um banho, esticar as pernas, andar para que essa dormência passe e ouvir “Roar”.

Enquanto eu fazia o caminho de volta aos campos, vi uma das cenas mais ridículas de toda a minha vida: Oliver e Mayara se esfregando um no outro. Ok, eles só estavam rindo e seus corpos nem estavam juntos, mas, na minha mente paranoica... Bem... Isso bastava para que eu pudesse começar a imaginar diversas coisas e depois não ficar nem um pouco contente com a minha própria imaginação.

Segui o conselho da minha mente que dizia: “passa reto, passa reto, não olha, olha para o chão ele é muito melhor do que eles”. E tentei ignorar o meu subconsciente que gritava para eu ir até lá e perguntar qual era a graça, mesmo que eu não tivesse nada haver com o assunto deles em questão.

Eu estava conseguindo, estava quase cantando vitória quando...

- Alana! Alana! – Isso mesmo, Oliver me gritou repentinamente. Esse garoto deve me amar...

...Ou me odiar.

Virei-me e dei de cara com aquele lindo e esguio ser vindo a minha direção. Era fofo o jeito como ele se atrapalhava todo quando ia falar algo com alguém.

- Podemos conversar?

- Agora? – Perguntei, mesmo que isso fosse estúpido. Ele concordou. Revirei os olhos, mais essa para me atrapalhar.

- Olha naquele dia, eu, sin...

Não deixei que ele terminasse a frase.

- Não... Você não sente, você não deve sentir, é como fosse disse no bilhete, você não gritou com você mesmo, eu gritei com você, eu devo me desculpar. – Respirei fundo. – Você estava certo em voltar para o colégio, eu estava tão cega – Ainda estou, pensei. – em querer fazer aquilo que simplesmente derrubei tudo o que estava em minha frente sei olhar para trás. Então eu devo me desculpar.

Houve um silêncio de ambas as partes. As palavras apenas flutuando no ar seco de mais uma tarde na Itália. A única coisa que eu queria fazer agora era sair dali e ir tomar um banho, estava começando a suar.

- Mas... Aquilo não acabou, não é? – Ele parou por um instante, como se estivesse revendo suas palavras. – A sua caçada, você não pode desistir dela, é por sua família. – Lembrou.

Por um mero segundo eu quis contar tudo o que estava acontecendo, tudo, tudo e tudo. A minha conversa com o diretor no dia em que cheguei a minha vontade de sair daqui, a minha saudade de casa, a minha ideia de sair daqui para continuar o que não comecei, o meu amor por ele. Ou seja... Tudo. Mas ai um segundo depois desisti. Acenei com a cabeça e falei que precisava ir e assim fui, me arrependendo por não ter contado nada, mas, a escolha foi minha, então não podia fazer nada agora.

Até que parei e voltei. Ele ainda estava parado no mesmo lugar observando-me. Provavelmente tentando entender alguma coisa.

Então eu dei meia volta e comecei a correr em direção a ele. Não sei bem porque, mas, isso me atraia, ele me atraia, era como um imã. Ele era o imã e eu era um mero metal, quando ele estava perto eu tinha a necessidade de ficar ao seu lado, era estranho, mas, dane-se era a verdade.

E a verdade sempre foi e sempre será melhor do que a mentira.

E quando eu fui me dar conta já estava em seus braços apertando-o, quase esmagando-o, ele ficou sem reação, mas, não demorou para que ele retribuísse aquele meu gesto inesperado e meio bruto de carinho.


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Notas finais do capítulo

Não sei quando posto o próximo, mas, espero que seja breve, talvez a partir de amanhã eu já comece a escrever - ou hoje assim que eu acabar de preparar a minha aula de matemática - ah, vou tentar postar no próximo final de semana, repito: irei TENTAR!!

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