Ballare Tutta La Vita - Hiatus escrita por Anna


Capítulo 31
Capítulo 31


Notas iniciais do capítulo

Estrelinhas! Como vão vocês? Demorei, né? Eu sei, eu sei... Mas, a culpa não foi minha, quando eu ia postar o site entrou em modo leitura, vocês devem ter percebido, certo? Pois é... Mas eu tenho duas boas notícias: esse capítulo está gigantesco e corrigido! Outra boa notícia: o último capítulo já está sendo devidamente corrigido... Agora uma má notícia... Eu perdi o capítulo '-' Então pode ser que eu demore para postá-lo, ok? Não se preocupem que depois que eu ler todas as fanfics que tenho que ler, eu começarei a produzi-lo... Novamente.

É isso!



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Era estranho como meia hora depois eu já tinha um plano montado. Quando dizem que duas - ou mais - cabeças pensam melhor do que uma, eles não estão mentindo. Consegui pensar em um plano para sair daqui juntamente com o Oliver e a Sophie. Andrew e Brook queriam ajudar, mas estavam ocupados com a apresentação.


Estávamos todos nós - eu, Oliver e Sophie - em meu quarto, cada um fazendo uma determinada coisa. Eu estava checando o meu e-mail para ver se meu pai deu algum sinal de vida, Oliver falando no telefone com algum amigo dele que me ajudaria depois e Sophie estava vendo novamente os horários da troca de segurança.


Depois de mais alguns minutos o plano já estava com todas as brechas preenchidas.
O plano final era esse:


Eu iria sair do colégio no momento exato da troca de turnos, na troca de turnos, todos os funcionários e alunos trocavam seus turnos que era as seis. Os professores trocavam de sala, os alunos eram dispensados destas e novos entravam, na secretária as secretárias aproveitavam para tomar um cafezinho e ficar uns vinte minutos fora, fofocando. E os seguranças, juntamente com os coordenadores e inspetores, saiam para conversar e ficava um tempinho fora também.


Ou seja, era simplesmente a hora em que eu sairia de lá. Só tem uma coisa as câmeras. Sophie está cuidando disso juntamente com Andrew, eles vão aproveitar que todos estarão dispersos e entrar na sala de monitoração, desligando temporariamente todas as câmeras até que eu dê o sinal para eles.


Quando eu saísse do prédio estaria a minha espera um velho amigo de Oliver – que sinceramente eu não sei nada sobre ele e nem como eles eram amigos, mas isso não vinha ao caso – que me levaria até Siena voando em seu avião. Porém para me buscar aqui ele estava disfarçadamente equipado com um caminhão velho de pêssegos. De primeira eu desconfiei que esse cara poderia ser muito bem um maníaco assassino, mas, Oliver me acalmou assegurando que ele era “gente fina”.


Ele disse também que era o responsável por várias coisas aqui dentro, ele meio que fazia uns serviços extras às escondidas para os alunos. Como o caso de bebida disfarçada – ou não – em diversas festas.


Eu teria um dia inteiro para que pudesse encontrar seja lá o que estivesse procurando, por isso eu estava checando o meu e-mail. Mandei um e-mail também para Dione na esperança de que meu desespero a convencesse, o que não deu certo, ela disse que não poderia me ajudar por dois motivos:


O primeiro era que elas não estavam em casa, elas estavam tirando umas férias na Grécia. E o segundo é que elas não queriam mesmo me ajudar... Mas... Ela disse que por lei a casa também era minha e então eu podia entrar lá, já que elas não levaram a chave. E esta estava perto da janela.


Então agora como eu não tinha nenhum sinal de vida do meu pai, e elas não iriam mesmo me ajudar... Já estava tudo certo para eu ir, já tinha até feito uma mochila.
Comecei a me apressar para acompanhar os passos de Sophie deixando Oliver ficar para trás, o mesmo tinha desligado o telefone assim que comecei a andar, agora ele estava andando ao meu lado.


Abri a porta. Não tinha ninguém no corredor o que me aliviada ao menos por alguns minutos. Isso era bom já que diminuía as chances de Oliver ser pego, as regras sobre garotos no prédio “zza” – e vice-versa – não foram abaladas, por mais que eu já tenha visto isso acontecer regularmente à noite... Enfim... Antes que eu pudesse atravessá-la[Autor des1] , Oliver encosta-se a meu cotovelo, me pedindo para esperar um pouco.


Viro-me para encará-lo. Seus olhos esverdeados estão em uma mistura de alguma coisa, sei disso, entretanto, os elementos são desconhecidos por minha fraca percepção. Mas há brilho em seu olhar, contudo, não sei o que esse brilho pode significar, e o que ele significa realmente.


E tudo isso é uma grande bola de frustração.


– Lembra que eu disse que iria te dizer algo até o final da viajem? – Perguntou.
Assenti me lembrando de totalmente do que ele estava insinuando, naquele dia eu não sabia o que poderia ser, agora, eu também não sei e se ele não me falar logo eu também nunca saberei... E isso também é muito frustrante.


– O que eu queria lhe dizer é... – Ele fechou os olhos e por um momento quis abri-los, quis tocar sua face, só que óbvio, eu não fiz isso. – Eu estou apaixonado por você Alana, acho que paixão não é o que eu sinto de verdade, o que eu sinto de verdade é, o que eu quero dizer é... Eu gosto realmente muito de você.


***


Desci as escadas ainda não compreendendo as palavras que Oliver disse há um minuto. Eu não sabia se estava acordada ou não, tenho medo se pedir a ele para me beliscar e eu acordar, e perceber que, aquilo... Aquelas palavras foram apenas um sonho. Uma espécie de sonho mágico. Mas que besteira! Todos os sonhos são mágicos, ora bolas!


Estávamos quase perto do portão principal quando a loira chata nojenta e... Enfim, Mayara – a nojenta, minha nova inimiga – apareceu. Sim, ela simplesmente apareceu, tipo, puf! Como se uma espécie de abracadabra fosse feito e ela fosse simplesmente posta ali, no nosso caminho.


Pierre sempre dizia que pragas aparecem em um piscar de olhos, agora, tenho que dar a razão a ele.


Por um momento a palavra “ferrou” foi “pichada” em letras brancas no fundo negro, em meu cérebro. Ela estava ali, na nossa frente, e nós, bem, eu, vou fazer algo muito – muito, muito, muito e muito – errado, o que pode, obviamente, ocasionar a minha expulsão deste local.


Afastei essa palavra e esses pensamentos de minha mente, colocando algo mais positivo – como “o que for para ser, será” – em seu lugar vazio.


– Oliver! Posso falar com você? – A loira perguntou, ignorando-me completamente.


– Não. – Disse ele rude e então saiu pediu licença a ela que ficou gritando coisas clichês atrás de nós.


Agora, sem aquela anta em nosso caminho, seguimos sem interrupções para o portão principal. O amigo de Oliver já estava lá e ele parecia nervoso. Acho que todos nós parecíamos nervosos, e talvez isso não seja uma coisa boa, talvez a aparição de Mayara fosse um sinal alarmante de pare.


Mas, não tem muito jeito, além do mais ela não sabe o que nós estamos tramando então... Não vai adiantar de muita coisa se ela for falar com o pai, certo? Certo.


– Já estamos aqui Cory. – Então o nome do camarada era Cory, muito bom saber.
Ele acenou – Posso muito bem ver isso, mas, vamos logo, se me pegarem aqui eu estou frito. – Ele parou por um instante – Acho que na verdade, vocês estão fritos.


Ele deu de ombros e saiu ele realmente não parecia e não deveria se importar.


Oliver me acompanhou até a escadinha que tinha perto do portão, a escadinha que separava o campos e o lado de fora. Sem dizer nada ele me abraçou forte. Pisquei uma, duas, três vezes e depois o abracei novamente. Nunca iria me acostumar com abraços, mas, poderia tentar com os dele.


– Vou sentir sua falta. – Ele começou dizendo e eu o interrompi.


– Vai ser apenas um dia, você não vai morrer e nem eu, isso não é algo de morte, não é como se eu fosse mandada para uma guerra ou algum lugar onde pessoas pudessem fazer estudos com o meu cérebro. Além do mais você tem a Mayara.


Ele me olhou com se estivesse indignando. Ele provavelmente não estava vendo a garota a poucos metros de nós, mas eu sim. Podia vê-la pelo canto de olho, ela estava meio que se escondendo – mas deixando o corpo aparecer – em uma árvore quase perto de onde nós estávamos.


– Já disse para você que entre eu e ela não tem nada, é apenas amizade, e olha que ela começou a poucos dias. – Ele parou e fechou os olhos. – A pessoa a qual eu gosto de verdade é você – Ele estava se inclinando ligeiramente para frente, ah não, agora não!
Afastei-me brutalmente antes que a boca dele encontrasse na minha. Ele abriu seus olhos para me fitar de uma maneira confusa.


– Eu sei, mas, por favor, diga isso a ela. – Indiquei com a cabeça em direção a garota e antes que ele pudesse falar algo, despedi-me e comecei a andar em direção ao caminhão de Cory.


***


Cada minuto que se passava era um novo sufoco para mim, literalmente um novo sufoco. A tal caminhonete de Cory era um treco quase caindo aos pedaços multicoloridos, que na verdade, só não estava despencando realmente por causa que o dono – Cory – montava as peças novamente.


Por isso ela era toda colorida. Sua frente era em um vermelho desbotado, a porta direita era cinza, e a porta esquerda era azul, a parte traseira era um amarelo estranho e a “balança” era cor de preto fusco. A única semelhança por dentre as cores era que todas estavam de uma forma ou de outras desbotadas e enferrujadas, como se estivessem forçadas a ficarem ali e como se já tivessem passado maus bocados. Não duvido de nada.


Oliver tinha razão ao tentar me acalmar e me assegurar de que Cory é gente boa, porque ele é mesmo. Cory é um cara novo com princípios um pouco diferentes dos demais caminhoneiros que já conheci em toda a minha vida – não que eu conheça muitos... – deve ter uns vinte e seis anos mais ou menos. Tem pele morena, olhos escuros e cabelos encaracolados que quase caem na altura de seus olhos, seus cabelos carregam a mesma cor de sua íris.


Vestia-se de forma simples, porém tinha um gosto refinado, não para roupas, é claro.
A impressão que eu tinha adquirido dele – de ser um ser carrancudo, chato e extremamente sério da forma errada – tinha se esvaído nos primeiros minutos em que passei aqui nesta caixa de metal junto a ele. Agora que eu já conhecia o jeito dele, a minha presença ficou mais confortável, chegando ao ponto de ficar maleável, e eu podia ser eu mesma, era como se já fossemos amigos.


Ao menos era assim que essa nossa “relação” estava sendo até agora.
– Fique calma, americana. Já estamos chegando ao nosso local de voo. – Disse Cory.
Sorri. Não poderia ficar mais contente com nenhuma outra notícia naquele momento.
– Ainda bem. – Indaguei comemorando internamente e externamente. – Não aguentava mais ficar aqui, foram duas horas de extremo terror!


Não era exagero nós estávamos a duas horas – eu contei em meu relógio de pulso – nessa lata velha.


– Essa foi a viajem mais rápida que eu fiz hoje. Nem adianta reclamar, americana. Nem adianta reclamar! – Resmungou ele em um tom engraçado.


– Já disse que não sou americana! – Murmurei enraivecida.


Tinha passado quase uma hora e meia contando a ele a minha história, como sai da Itália, como voltei e o porquê de eu estar querendo ir para Siena sendo que eu tecnicamente, não posso. Parei para pensar enquanto terminava de contar e me senti totalmente vulnerável contando aquilo que contava para tão poucas pessoas, a um estranho.


Entretanto essa sensação estranha deu lugar a outra sensação estranha. Ele era um estranho, um desconhecido, então, pode ser bem provável de que eu nunca mais volte a velo. Deve ser por isso que as pessoas contam as coisas para os taxistas, outras pessoas em filas, em ônibus... Saber que aquilo não irá mudar nada na vida de outro, deve ser por isso que elas fazem isso.


Ou – se você ver por outro ângulo – é como um compartilhamento de informações. Contei a minha história a Cory, e ele me contou a dele, em troca compartilhamos sentimentos, informações e até mesmo conhecimento. Dei dicas de garotas para ele e ele me deu dicas sobre o que não fazer quando eu for a algum primeiro encontro no rancho. Dei dicas de dança e ele me deu uma ótima dica: ame e esteja sempre com sua família.


De qualquer forma, ele passou a me chamar de americana, mesmo sabendo de minha real nacionalidade. Ele preferiu me chamar de americana ao me chamar de Alana – ou italiana –. Vai entender pessoas irritantes e brincalhonas, sempre serão pessoas irritantes e brincalhonas.


Suspirei claramente aliviada quando ele disse que já tínhamos chegado à base. Não sabia o tamanho de meu desespero até que Cory freou o carro e eu sai que nem uma desesperada descabelada grama a fora.


Minha imagem deveria estar tão deprimente que fui o motivo de longos segundos de uma boa risada vinda de meu motorista. Por mais que ele seja legal e tal, ele não é muito de rir ou sorrir. Digamos que ele seja bastante parecido com Gale Hawthorne, e por um momento fico imensamente aliviada por não ter nenhuma irmã mais nova, assim não dou a ele a chance de explodi-la pelos ares em algum futuro próximo.


– Então... Onde está o avião? – Perguntei parando momentaneamente de saltitar.


– Se você se virar verá o avião a uns poucos metros de distancia de você. – Respondeu ele.


Fiz o que fora pedido e vi – a uma questão de longos metros de distância – um avião. A distancia não importava muito agora, porque faltava pouco para eu finalmente estar em Siena e acabar logo com isso.


Dei de ombros e recomecei a saltitar, desta vez andando até o avião.


***


A “viajem” de avião foi com certeza muito mais tranquila em vista da de carro. Ao que tudo indica Cory é um piloto áero melhor do que um piloto terrestre. Espera... É assim que são chamados os pilotos que pilotam em terra? Se não for pouco vai fazer diferença, estou tão feliz que a felicidade está ocasionando uma leve corrupção de meu cérebro.


Assim que chegamos à outra base para repouso fiz a mesma coisa que fiz quando sai do carro, só que agora o alívio era de nos não termos despencado de lá de cima. O avião parecia ser mais novo do que a caminhonete, mas, como eu já havia aprendido: aparências enganam.


– Ei americana! – Cory chamou-me, tirando-me completamente de meus devaneios.


– Sim? – Perguntei virando meu corpo em sua direção.


– Se precisar de qualquer coisa, principalmente de uma carona para volta ao colégio, é só me chamar. Esse é o meu número. – Disse ele me entregando um papel levemente amassado com um número de telefone rabiscado nele.


Abri um sorriso claramente grata, talvez realmente precisasse da ajuda dele.
Depois daquilo nos despedimos e ele entrou novamente em seu avião partindo para qualquer lugar até onde a gasolina pudesse o levar. Por um instante me perguntei como seria viver assim... Voando por ai como se não houvesse fronteiras, vivendo alegremente sem se importar. Deveria ser um máximo. Mas, ao mesmo tempo deveria ser triste, não poder ficar naquele lugar que gostou, com as pessoas que conheceu.


Talvez não fosse tão triste se você tivesse alguém ao seu lado, alguém para amar enquanto faz suas aventuras. Acredito que cada um tem a vida que fora designada, e que cada um tem um talento para ela, o talento de Cory é sair voando por ai, ajudar pessoas quando precisam ser ajudadas e dar uma forcinha para elas também. A vida de Cory é sair voando pela vida.


Tão diferente da minha que é dançar. Por mais que esteja ficando um pouco enjoada das paredes do colégio, estou fazendo o que eu gosto lá, dançar. Dançar com motivo e dançar sem motivo, apenas dançar.


Agora percebo que, não precisava atravessar o atlântico para poder dançar. Sempre dancei e sempre dançarei. Meu pai sempre dizia que minha dança enche os olhos de quem a vê. E talvez, talvez, essa seja mesmo a minha vida. Dançar para alegrar com a beleza os outros. Dançar para me sentir bem.


Talvez o que fora designado para mim seja exatamente isso dançar pela vida, dançar a vida.


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Notas finais do capítulo

Espero seus comentários! Please, não me deixem no vácuo!