Doutor K

Minha vida está de cabeça pra baixo desde que eu descobri que a A25 está viva. Pra mim essa garota havia morrido na explosão, ela era tão nova e até então indefesa... Eu tive a chance de tê-la nas mãos e desperdicei, e aquele rato do Alex roubou-a de mim. E agora os incompetentes Jeff, Match e André a deixaram escapar junto com os irmãos de Diana, eu não preciso de ilusões, nem de gelo, muito menos sugação, mas eu preciso do poder da A25. Eu a quero pra mim, seu poder é único e capaz de me deter, eu QUERO a A25.

- Descubra o seu pior medo. – eu disse para Mr. Pesadelo

- Preciso de uma foto.

André entregou uma foto a ele. Match e Jeff estavam fora, atrás de outros mutantes que por livre e espontânea pressão quisessem nos ajudar. Era a primeira vez que eu via a mentora que eu ajudei a criar depois da explosão, ela me lembrava muito uma pessoa, era a cópia dela. Sua mãe... Era melhor não pensar nisso.

Mr. Pesadelo era o melhor no que fazia, mas estava correndo sérios riscos de perder o posto para Raul. Ele pegou a foto fechou os olhos por alguns segundos.

- Ela tem medo de nunca mais ver a irmã gêmea que ela acha que está com o senhor.

- Nunca vi mais gorda. Mas isso pode nos ajudar. Faça ela sonhar, ou melhor, faça ela ter pesadelos. Atraia Alice para cá.

Só podia ser coisa do Alex, colocar a culpa disso em mim, que idiota! Ele sempre foi um picareta, quando ele viu que o projeto seria um sucesso já planejou como roubaria a garota de nós. E conseguiu até que ela própria se livrou dele. Meu telefone tocou.

- Fala Jeff.

- Conseguimos dois é...

- Não preciso saber dos nomes quero saber dos poderes.

- Cópia de memória, e petrificação.

- Perfeito. Vocês vão com eles?

- Eu não quero levar outra descarga de ondas magnéticas, minha cabeça tá latejando até agora! Eu quase não consigo me mexer. Aquela garota é louca!

- É melhor não irem, só vão atrapalhar. Procurem mais mutantes.

- Ok.

Imprestáveis.

- E então Mr. Pesadelo?

- Tudo pronto, agora Alice deve estar tendo sonhos horrendos com a morte da irmã e você...

- Pode ir embora quando eu precisar da sua... Quer saber não precisa mais voltar.

Fiz um sinal pra André. Ele aplicou várias descargas elétricas em Mr. Pesadelo. Então eu suguei o poder dele, mais um poder pra minha coleção, seu corpo se contorceu até que parou por completo.

- Leve esse cadáver daqui.

- Sim senhor.

A sensação de poder é maravilhosa, desde a primeira vez que eu suguei... A princípio era só uma vontade, agora, se tornou uma necessidade. Acho que só vou parar quando me vingar de todos os participantes do PM, o que eles fizeram comigo eu jamais vou esquecer. Eu quero que eles sofram o máximo possível, todos eles...

André voltou, ele era forte, porém bem jovem, nem conseguia esconder o medo no olhar sempre que eu sugava alguém ele tremia por dentro, o que é que ele acha que eu sou? Um monstro sem coração? Eu não vou ser desleal com os que me servem a não ser que eles sejam duas caras como Mr. Pesadelo. Desse jeito eu não terei piedade. Ele ficou me olhando tentava ver quem eu era por trás da máscara e do modificador de voz.

- Desista. É impossível.

Literalmente, a minha máscara e todo o meu uniforme era a prova de qualquer poder vindo de fora pra dentro, foi feito com "raspas" de poder de bloqueador. Claro que eu não sei se funcionaria com a A25.

Fechei meus olhos e a perturbei por mais alguns segundos.   

***

Jeff me ligou uma hora depois, os dois mutantes, que haviam ficado responsáveis por trazer A25 pra mim tinham falhado. 

- Eu sabia que não era bom deixar os amadores fazerem serviço de profissionais.

- Doutor K...

- Nada de Doutor K, tratem de mandar logo outra pessoa atrás deles.

- Nós já temos um plano B, nós conseguimos achar o Lupi, um mutante...

- Que transmite feridas com apenas um toque. E tem garras altamente cortantes - eu completei

- Exatamente.

- Tome apenas uma precaução em relação a ele.

- O quê senhor?

- Não deixe de forma alguma que ele toque na A25. Entendeu? Ela é minha. Eu a quero viva, e sã, sem doenças, ou qualquer coisa do tipo, não a firam, está ouvindo? Jeff, você está me entendendo?

- Claro, mas como nós vamos conseguir capturar ela?

- Não vamos precisar capturá-la, ela virá por livre e espontânea pre... Vontade.

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Alice

Estávamos na sala, quando lembrei do meu sorvete.

- Nossa, eu quero meu sorvete.- falei

- Tá no carro. O carro que os bobões roubaram- Raul falou

- Droga!

- Tem na geladeira. - o cientista falou

- Vou buscar.

- Vou com você.

Raul e eu fomos até a cozinha

- O dia hoje foi cheio de emoções. - ele falou

- Foi sim.

- Obrigada por ter nos salvado.

- Vocês estavam com o meu sorvete.- brinquei

Raul sorriu, tinha o sorriso lindo.

- Que estranho.

- O quê?

- A gente junto aqui, uma hora eu sou totalmente sozinha e dominada pelo meu pai, e outra hora... Eu tenho vocês.

Sorri pra ele, e ganhei um sorriso mais lindo ainda de volta. Senti um arrepio. Não, não era por causa de Raul, era perigo, eu sentia perigo no ar. Raul quis se aproximar mas eu me afastei por extinto.

- Vamos voltar?

- Há... Claro.- ele falou desapontado

- O sorvete já está derretendo.

- Não é problema pra nós.

Sorrimos de novo, dois bobos. Voltamos pra sala.

- Demoraram. Parece que tinham ido fazer o sorvete ainda.

- Haha.

- Saiu do zero a zero Raul?

- Para de me perturbar cara!

Zero a zero? Encarei Raul.

- É zoeira dele Alice.

- Eu sei.

Mas eu bem queria que não fosse... Xô pensamento, tinha coisas mais urgentes pra pensar.

- Temos que ir embora.

- Mas a gente acabou de chegar.

- Eles tem rastreadores. Já devem estar atrás de nós.

- Está tarde pra sairmos durmam aqui. 

- O que você acha Alice?

- Vamos ficar, mas amanhã de manhã nós temos que ir embora. Não queremos causar problemas para vocês.