Love Game escrita por Dayara Cabral
Notas iniciais do capítulo
Sei que demorei um pouco, mas é que andei meio ocupada.
Quanto aos filmes citados nesse capítulo NÃO assistam nenhum, é sério. NÃO assista.
– O que você acha desse? - Perguntou Charlotte, rodopiando em um vestido vermelho com saia comprida de tule.
– Você realmente precisa de amigas mulheres. - Brody resmungou, jogado em uma das poltronas da loja.
– Eu não preciso. - Ela rodopiou na frente do espelho, levava em uma das mãos uma máscara que imitava renda da mesma cor que o vestido, mas ao colocá-la em seus olhos percebeu que a cor não ficava tão bonita com seus cabelos vermelhos. - Além disso, eu tenho você, não tenho?
Bryce a encarou por alguns minutos. Esse "eu tenho você" soava como um palavrão, como um lembrete de amizade que o irritava. Mas uma coisa era certa: Nos últimos dias ele havia feito algum progresso com Charlotte.
– Tem um desses na cor preto? - Perguntou a ruiva para uma vendedora que se aproximava.
– Mas você está linda, seu namorado não gostou?
– Ele não é...
– Na verdade. - O garto a interrompeu antes que terminasse a frase. - Eu até gostei, só não acho que vá combinar com o anel de noivado Cartier que comprei para a ocasião. - Soltou uma risada ao ver a expressão de vergonha e raiva da amiga.
– Claro. É uma garota de sorte. - A vendedora sorriu, levando-a para o interior da loja, onde estavam os vestidos mais caros.
– O que você acha desse? - Perguntou Charlotte, dessa vez com um vestido preto de saia princesa de tule e decote coração. Tinha o corpete bordado de pequenas pérolas negras e ficou perfeito em Charlotte.
– Bonito. - Ele se aproximou, competindo com a saia do vestido por um lugar no espelho. - Embora eu prefira você sem ele.
– Você é nojento!
– Mas você me ama mesmo assim.
– Cala a boca. - Suas bochechas ficaram vermelhas. Droga!
– Mas sério, você ficou linda nesse. - Comentou Bryce, dessa vez com sinceridade.
– Bryce Miller fazendo um elogio sincero? - Charlotte riu, sem mostrar nervosismo.
– Sou um cara muito gentil.
– Só não demonstra.
– Assim como você não demonstra seu amor por mim.
– Só quando você começar a demonstrar seu amor por mim. - A ruiva jogou seus cabelos para trás, não ia perder esse jogo.
Bryce abriu a boca para dizer alguma coisa, mas bem na hora a vendedora entrou no provador.
– Você está linda, vai levar? - Perguntou a vendedora, ao se deparar com a bela imagem da garota em seu vestido.
– Não sei. - A garota se virou para o amigo. - O que acha Bryce?
– Depende... Ele é fácil de tirar?
– Pare de ser tarado. - Repreendeu a garota, com uma expressão quase demoníaca tomando conta de seu rosto angelical.
– Tudo bem... Mas você está bonita.
– Se me permite dizer, seu namorado é um fofo. - Disse a vendedora.
– Pode ficar com ele. - A ruiva se virou de volta para o espelho, com uma expressão decidida. - E ele não é meu namorado.
– Ela odeia que me chamem de seu namorado. - Bryce riu - Na verdade, eu sou o noivo dela.
– Nem isso. - Charlotte cruzou os braços - Ele é só meu amigo.
Bryce sorriu para esconder a decepção. Odiava quando ela a chamava de "só amigo". Era como se tivesse sido apunhalado.
Apesar das aparências, Bryce era tímido e romântico. O que era ruim, porque ele não queria ser tímido e romântico.
– Me desculpa pelo equivoco. - Se desculpou a vendedora.
– Tudo bem, não é com você que me estressei.
– Ela me ama, mas acha que esconder os sentimentos é fofo. - Continuou Bryce.
– Cala a boca!
Bryce se calou, não apenas por ter sido uma ordem de Charlotte, mas porque ela falou isso com um olhar demoniaco que chegou a dar medo.
– O que vamos fazer agora? - Perguntou Bryce quando sairam da loja. Por fim, Charlotte resolvera comprar o vestido junto com uma máscara de renda preta. A empregada buscaria os dois mais tarde.
– "Vamos?" - A ruiva cruzou os braços e encostou no poste que ficava logo a frente da loja.
– Por favor, Char... - Bryce amaciou a voz de uma maneira que o deixava fofo e sexy ao mesmo tempo. - Você não pode ficar brava comigo pelo resto de sua vista.
– Tudo bem. - Charlotte deu um sorriso malicioso. Droga. Bryce sabia o que significava. - Vamos ver um filme.
– Filme? - Perguntou Bryce, com certo espanto.
– Sim. - A ruiva aumentou seu sorriso. Desde pequenos, sempre que queria dar uma lição em Bryce, o obrigava a assistir um dos filmes da coleção de filmes de Mason. E apesar de Bryce adorar terror, terror gore era um assunto muito diferente. MUITO diferente.
Começou quando tinham 8 anos e Bryce quebrou a boneca preferida de Charlotte, e até hoje ele ainda tinha pesadelos com Holocausto Canibal.
– Por favor, que seja uma comédia romântica chata.
– Qual seria a graça de vermos romance? - A garota mordeu seus lábios vermelhos, querendo segurar o riso. - Aliás, papai comprou para a coleção dele "A centopéia humana", um filme muito interessante.
– Eu te odeio, sua sádica cruel. - Disse Bryce, como por impulso. E de repente, todas as suas lembranças tristes com o Holocausto Canibal pareceram voltar.
– E cinco minutos atrás estava me amando. - Ela riu, passando uma mecha de seus cabelos ruivos para trás da orelha.
Esse simples gesto foi o suficiente para que Bryce ficasse hipnotizado. Não importa se o filme fosse "O anti-cristo", "Holocausto Canibal" ou "A centopéia humana", quando se vê um filme com a pessoa amada, até a pior porcaria da história cinematográfica se tornaria a maior obra prima de Mason Lewis.
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