Charlotte não sabia ao certo porque o amigo tinha tirado ela da sala tão rapidamente, mas ela sabia que ele era ciumento com qualquer garoto não autorisado que se aproximasse dela, mesmo quando estavam jogando ele ficava protetor sempre que a pessoa se apresentasse com "Peter" ou "Roberts" no nome.

Ele era um bobo. Não teria como o senhor Roberts ser Peter, ainda mais quando "Roberts" era um sobrenome tão comum.

- Charlotte, vamos parar em algum lugar, beber algo, depois voltamos para cá e... Você sabe...

- Pára Bryce, está ficando chato. - A garota reclamou, assim que sairam da escola ela foi arrastada para o hotel Miller e Bryce parecia testar sua paciência desde que chegaram.

- Tudo bem, o que quer fazer então?

- Quero ir para casa, mas antes queria saber porque me arrastou daquele jeito.

- Tudo bem, se prefere fazer isso no seu quarto, realmente não me importo com o lugar.

- Você é nojento. - Disse a garota, irritada. Se fosse uma garota normal estaria tão vermelha quanto seus cabelos, mas Charlotte Lewis não corava. - E não me enrola.

- Fiz aquilo porque aquele professorzinho é chato demais. - Mentiu Bryce, ele não queria que a ruiva se lembrasse de momentos tão embaraçosos quanto esse. - Como o bando de mal-pagos daquele colégio, no final vou dar uma pequena quantia em dinheiro que fará com que eles me passem de ano.

- Está com ciúme?

- Sim.

- Então admite a derrota.

- Não. - Bryce se aproximou, querendo beijá-la.

- Então não ganha beijo. - Ela riu, pegando sua bolsa.

- Onde vai? - Bryce perguntou, decepcionado.

- Para casa.

- Eu te levo. - O garoto a puxou, sem dar tempo para ela recusar.

Chegaram no apartamento de Charlotte, os empregados estavam agitados. O que só podia significar uma coisa.

- Papai! - A ruiva gritou, assim que viu Mason.

- Char! - Ele abraçou a filha, sem perceber a presença de Bryce.

- Bem vindo de volta, senhor Lewis. - Bryce o cumprimentou, aproximando-se.

- Bryce Miller... Ainda assediando minha filha?

- Sempre. - O garoto soltou uma gargalhada.

- Sinto muito pelo seus pais, se quiser voltar a viver em um lar é só avisar que mandaremos preparar um quarto.

- Obrigado, mas nem é preciso se preocupar - Bryce deu um sorriso de canto, encarando Charlotte que continuava abraçada ao pai. - Já discuti com Charlotte e Phoebe, e dividirei o quarto com Charlotte.

- Até parece. - A ruiva resmungou, soltando o pai.

- De qualquer maneira, viver em um hotel tem suas vantagens.

- Imagino. - Mason sorriu, sentando-se. - Espero que vá para Long Island nesse fim de semana.

- Long Island?

- O baile de máscaras.

Bryce levou um tempo até se lembrar do baile de máscaras anual dos Lewis, uma tradição desde 2003.

- Claro, como poderia esquecer.

- Já comprei o vestido perfeito, papai. - Charlotte sorriu, o famoso sorriso infantil que ela só permitia que sua família visse. Um dos sorrisos que Bryce mais apreciava.

- Imagino. - O pai riu. - Convidei seus professores da escola, espero que não se importe.

- Até aquele idiota do Roberts? - Bryce gritou, levantando-se.

- Sim, ele é um homem muito gentil.

- É uma ótima ideia, papai.

- Não, não é! - Bryce sentia seu sangue ferver. Ele queria bater em Roberts, mas não podia enquanto ninguém percebesse quem ele era.

- Relaxa papai, Bryce só está meio triste porque tirou nota baixa em história.

- Entendo.

Então era isso. Um baile de máscaras formal ao lado de Roberts e Charlotte estava em seus planos futuros. Tudo bem, a graça dos bailes de máscaras estava na hora em que as máscaras caíam.