Love Game escrita por Dayara Cabral


Capítulo 5
Think twice before you touch my girl




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/341217/chapter/5


Tudo acontecia como em um filme, o pequeno Bryce Miller em sua festa de 6 anos perdidos no meio de adultos.

– Você vai para Itália?

Um homem perguntava para seu pai, com um copo de champanhe em suas mãos. O menino se lembra que era proíbido de beber aquele líquido, mas se o fizesse ninguém perceberia.

– Sim, estamos construindo um novo hotel em Milão.

James Miller respondeu, logo o garoto percebeu que não entenderia nada da conversa.

Passou seus olhos pelo longo salão de festas, procurando por alguém que pudesse salvá-lo. Logo fez a única coisa que um garoto de 6 anos sem contato com gente de sua idade poderia fazer: Fugir até sua mãe.

– Filho!

Gloria Miller sorriu ao sentir o filho tocar a barra de seu vestido Chanel preto, percebendo a timidez do garoto.

– Tudo bem?

Uma garota ruiva se aproximou, parecia ter a mesma idade de Bryce, vestia um vestido amarelo com uma fita branca em seus belos cabelos vermelhos.

– Filho, deixa eu apresentá-los. - A mãe sorriu, ao ver que finalmente o filho poderia interagir com alguém de sua idade. O marido não era muito bom organizando festas infantis, o que explicava o grande número de adultos. - Essa é a filha de Phoebe e Mason, Charlotte.

– É um prazer, Bryce!

A garota abriu pela primeira vez seu belo sorriso, o que destacou seus olhos verdes. Apesar de ser bem branca, a ruiva não tinha sardas nem manchas, o que a deixava parecida com uma boneca.

Aquele foi seu primeiro contato com Charlotte Lewis, apesar da pouca idade ele entendeu que sentia algo a mais pela garota, pena que ela não entendeu.

Desde então a vida dos dois foi tomada por encontros frequentes. Gloria sempre incluia os Lewis nas listas de todas as suas festas, de todos os seus amigos Phoebe e Mason eram os únicos que possuiam uma filha que poderia brincar com Bryce.

Logo essa amizade foi ameaçada quando Charlotte revelou sua mania de grandeza. Tanto ela quanto Bryce pareciam ser bons em tudo o que faziam, mas Bryce sempre se esforçava para se mostrar melhor e conquistar a amada de todas as formas que podia.


– Bryce?

Charlotte o acordou com um sossurro, o que fez com que ele se assustasse.

– Era só você.

Ele sorriu, lembrando-se do sonho que acabara de ter. As vezes Charlotte o lembrava aquela garotinha ruiva que vivia o desafiando. E ela só cresceu no tamanho, já que os desafios continuaram.

– "Só" eu? - A amiga se sentou na cadeira da frente, colocando seus sapatos Chanel em cima da mesa. - Quem mais seria?

– Sei lá, Dereck reclamando que eu não faço nada pela empresa?

– Mas você não faz nada pela empresa, só dorme.

Bryce saiu da mesa, indo até a amiga que apenas o seguiu com seus belos olhos verdes. Era verdade, enquanto Dereck e os outros sócios se preocupavam com a administração ele vivia apenas de receber os milhões que ganhava graças ao seu sobrenome ligado ao hotel. Afinal, ele não trabalhava mas era o único herdeiro de James Miller.

– Eu sei que só durmo. - Ele se abaixou, ficando da altura de Charlotte, que na posição que estava o deixava ter uma bela visão de suas pernas. - Mas têm outras coisas que sou bom também.

Ele beijou as pernas da garota, fazendo com que ela se arrepiasse.

– O que devo a honra de sua visita, senhorita Lewis? - Ele se levantou, indo até o mini bar do escritório. - Acredito que não esteja aqui para me servir como despertador.

– Certamente, senhor Miller. - A garota se ajeitou na cadeira, cruzando as pernas formalmente. - O senhor Roberts me chamou para ir até a escola falar com ele sobre meus atrasos, então resolvi passar aqui no hotel e ver a "ótima" administração do senhor Miller.

A garota riu, tendo uma taça de champanhe posta a sua frente.

– Senhor Roberts, claro. - O garoto bebeu um gole de sua taça, voltando a se sentar. - O que aquele velho tarado quer com a minha garota?

– Garota de quem? - Ela riu de maneira vitoriosa, de certa forma Bryce era fofo quando falava dela daquele jeito. - Quanto ao Senhor Roberts, ele não é nenhum velho tarado.

– Desculpa ofender seu professor preferido. - Ele terminou todo o conteúdo da taça, batendo-a na mesa. - Mas você sabe, eu sou realmente muito possessivo.

– Seja possessivo com suas coisas. - A ruiva disse, um pouco brava. - Não sou um carro ou uma casa.

– Claro que não, carros e casas são bem menos preciosos. - Ele disse, mantendo uma expressão séria em seu rosto. - Até o mais caro relógio Cartier, até o mais belo dos vestidos Prada, nada é mais precioso que você.

A ruiva se calou, levemente corada. Ele estava falando sério ou era apenas parte do jogo. Logo ela se recuperou do susto, dando lugar á um sorriso sarcástico.

– Relógio Cartier? Vestido Prada? Essa frase foi meio gay. - A garota riu, ainda nervosa.

– Que seja, Lewis.

Bryce se levantou, tentando esconder sua decepção. Desde pequeno ele dá indiretas de seus verdadeiros sentimentos, enquanto Charlotte apenas fugia com piadas que, normalmente, o magoavam. Ele as vezes se cansava de amá-la, as vezes queria apenas deixar de desejá-la e assim poder parar de sofrer. Mas era só ele se deparar com aquele sorriso e com aqueles belos cabelos vermelhos que ele sabia: Estava apaixonado por Charlotte Lewis.

O garoto colocou seu blazer por cima da camisa, ainda meio triste. Como Charlotte não percebia seus pensamentos?

– Vamos Char? - Ele sorriu, escondendo sua tristeza.

– Vamos aonde?

A garota se levantou, perdida em seus pensamentos. Ainda não sabia ao certo se o amigo estava falando sério ou apenas a provocando para que ela se apaixonasse.

– Onde os jovens estão crescendo!

O garoto riu, cantarolando um trecho de "Kids in America".

– Engraçado. - A ruiva deu uma risada sem humor, aproximando-se até a porta. - Mas é sério, onde você vai.

– Vou com você, não é óbvio?

– Por que?

– Para te salvar de todos os velhos tarados do mundo.

O garoto riu e passou a mão pela cabeça da garota, como sempre fazia na infância.

– Eu sei me cuidar, Bryce.

– Sabe, é?

Charlotte ia dizer alguma coisa, mas antes que pudesse sentiu-se sendo puxada e seu corpo prensado na parede. Antes que começasse a raciocinar recebeu beijos e mordidas por toda a extensão de seu pescoço. Sim, esse era o charme Bryce.

– Bryce! Para... - A garota gaguejou, assustada.

– Se você soubesse se cuidar não estaria nessa situação. - Ele sussurrou em seu ouvido, largando-a logo em seguida.

– Mas é sério Bryce. - Disse a garota, respirando com dificuldade e se recompondo. - O Senhor Roberts é só meu professor, vamos apenas conversar sobre algumas faltas que eu tive. Por que mais um professor chamaria um aluno para conversar?

– Para estuprá-los. - O garoto sorriu, aproximando-se novamente, dessa vez passando suas mãos carinhosamente pelo pescoço da garota, bem na parte que acabara de beijarr. - Ficou uma marca, ótimo.

– Marca? Você é doente! - Ela gritou, passando a mão pelo pescoço.

– Pelo menos assim o professorzinho vai saber que você já é minha.

– Eu já disse que não sou uma posse. - A garota o afastou, puxando seus cabelos para a frente, tentando desfarçar. - As pessoas não se pertencem. Eu não te pertenço.

– Não precisa ficar bravinha. - O garoto sorriu, tocando levemente o rosto da amiga. - Só estou preocupado. Roberts, não é?

– Ah. - Rapidamente a ruiva entendeu o que o amigo queria dizer. - Não acho que ele seja esse Roberts.

– Desculpa, mas não posso deixar de me preocupar. - Ele se aproximou de novo, mas dessa vez apenas a abraçou da maneira mais acolhedora que podia. - Não posso permitir que você chore novamente.

A garota logo sentiu-se envergonhada, não pelas lembranças em sua cabeça mas sim pela forma que o amigo a abraçava.

– B-Bryce... - A garota gaguejou, fazendo com que ele a soltasse. - Eu estou bem, já disse que posso me cuidar.

– Eu não vou te deixar sozinha até saber se ele é seguro.

– Faça como quiser. - Disse a garota, fingindo indiferença. No fundo, ela achava aquela atitude protetora do amigo muito fofa. - Vamos que já estamos atrasados.

– Tudo bem.


– Desculpa o atraso, senhor Roberts. - Disse a ruiva, entrando na sala acompanhada de Bryce.

– Tudo bem. O que o senhor Miller faz aqui?

– Ah velho, para de reclamar e fale logo o que tem para tratar com minha Char! - Disse Bryce, aparentemente irritado.

– Bryce, por favor.

– Certamente, senhor Miller. - O professor riu, o aluno era mesmo interessante. - Só queria conversar sobre os atrasos da senhorita Lewis.

– Tudo bem. - Bryce se sentou em uma cadeira, puxando Charlotte consigo. - Quanto você quer para esquecer essas faltas?

– Senhor Miller. - O professor riu, mas logo seu sorriso desapareceu ao ver que o garoto mexia em sua carteira como se estivesse falando sério. - Não é necessário dinheiro.

– Bryce, realmente não é necessário.

– Só preciso que a Senhorita Lewis faça alguns trabalhos extras para recompensar esses atrasos.

– Claro. - Bryce riu com descrença, colocando a mão por cima das mãos repousadas da amiga, como se dissesse "Tire o olho, ela é minha".

– É só isso? - Perguntou a ruiva docemente.

– Sim.

O Senhor Roberts tirou os óculos e os limpou, Charlotte não percebeu por estar desconcentrada no toque do amigo, mas Bryce pôde ver o que o professor escondia por trás dos óculos. Bryce pôde sentir seu sangue ferver, como ele tinha coragem de voltar após 7 anos?

– Vamos, Charlotte!

Ele gritou rapidamente, puxando a amiga sem deixar que ela falasse mais nada com aquele homem. Peter Roberts era a pessoa que ele mais odiava desde os 7 anos de idade, desde que ele soube da facilidade que aquele garoto tinha de magoar Charlotte. Sua Charlotte.

E, desde que ele o viu partiu aos 10 anos Bryce soube: Peter teria que pensar duas vezes antes de tocar sua garota novamente.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Love Game" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.