Living Again escrita por Everllark


Capítulo 19
Não costumo ter crises de ciúmes


Notas iniciais do capítulo

Eu nem sei como descrever a sensação que tive ao descobrir que a fic havia recebido sua primeira recomendação pela diva JuuHEM147 :) :)
Confesso que li, reli e li de novo a recomendação. E a cada vez que eu lia, meu sorriso se abria cada vez mais.
Só o que eu tenho a dizer é, muito obrigada.
Okay, gente. Sem mais delongas, aqui vai mais um capítulo fresquinho para vocês.
Espero que gostem.

Boa Leitura!!



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– Que sorriso bobo é esse, docinho?

Eu havia acordado com o sol da manhã entrando por minha janela. Era como se eu houvesse dormido um dia inteiro ao invés de algumas horas. Eu me sentia tão bem que nem os comentários provocativos de Haymitch conseguiam me tirar de meu maravilhoso humor.
– Porque eu estou feliz. Não posso? - perguntei levantando uma de minhas sobrancelhas.
Ele fingiu uma cara de espanto e voltou a atenção para seu prato de waffles.
Annie me lançava diversos olhares interrogativos que eu fingia não enxergar e Effie completamente alheia a tudo digitava compulsivamente em seu iphone.

Terminei meu café da manhã sem muitas palavras e me retirei da sala de jantar. Peguei minha bolsa no quarto e esperei por Annie na sala, afinal de contas, eu ainda precisava de carona. Mas isso não duraria muito, eu arranjaria um jeito de fazer Haymitch me dar um carro.

– Pronta? - Annie perguntou entrando na sala.

– Estava só te esperando - disse simplesmente enquanto me levantava.

– Tive que pegar algumas coisas no meu quarto - dizia ela tentando segurar os vários livros e folhas avulsas que tentavam escorregar de seus braços. Além de algumas bolsas com roupas, eu acho.

– Annie, você quer ajuda? – Eu perguntei indicando as coisas que ela carregava em sua tentativa frustrada de ser um polvo – Você parece enrolada...

– Eu aceito – E me estendeu algumas das bolsas que carregava, o que ajudou a desafoga-la.

E juntas saímos rumo ao belíssimo carro de Annie.

O trajeto até a escola foi estranho, uma vez que Annie a todo momento ficava me olhando de rabo de olho, mas sem pronunciar uma única palavra. Ou ela sabia que havia rolado algo entre eu e Peeta, afinal ela sabia que eu faria um trabalho na casa dele e com certeza havia percebido que eu tinha voltado tarde para casa, ou ela desistira de descobrir.

Eu preferia a segunda opção.

Assim que Annie estacionou o carro, desligou-o correndo e saiu apressadamente rumo à entrada da escola com seus pesados pertences.

Caminhei lentamente pelo imenso estacionamento, desviando dos carros vez ou outra. De longe avistei Gale e fui até ele.

– Fala Catnip - ele me saudou com seu jeito Gale de ser antes mesmo que eu chegasse ao seu lado.

– Oi Gale – Fui recebida por um apertado abraço.

Eu amava quando ele me dava estes abraços de urso. Me dava a sensação de proteção.

– Não queria nunca mais te soltar – Confessei ainda agarrada a ele.

– Está dando em cima de mim, Catnip? - disse Gale brincalhão como sempre.

– Sempre - e beijei-o no rosto.

– Posso entrar na festa também? - uma voz muito conhecida se manifestou.

Eu estava de costas para Peeta, logo, não podia ver a cara que fazia, mas pelo seu tom de voz era possível perceber que ele não estava brincando.

– Qual o seu problema, Mellark? - Gale perguntou já exaltado.

– Não se mete, Hawthorne - disse Peeta ríspido.

Maravilha, era tudo o que eu precisava. Mais um estresse entre Peeta e Gale.

– Você é realmente maluco, hein? - Gale parecia perplexo - Se envolve na conversa dos outros e que não te dizem respeito e depois fala para eu não me meter?!

– Quem disse que não me diz...

– Já chega! - gritei interrompendo a frase de Peeta, pela segunda vez em menos de vinte e quatro horas - Será que vocês dois não conseguem ficar nem dois minutos no mesmo ambiente sem brigar?!

– Catnip... - Gale começou a falar mas eu fiz sinal para que ele se calasse. E ele assim o fez.

– Gale, eu já volto - e me virei para Peeta - e você, vem comigo.

Indiquei para Peeta a biblioteca e ele me seguiu sem reclamar. Fomos até um dos últimos corredores de livros, onde se situavam os títulos que ninguém costumava alugar.

Peeta se preparava para me beijar quando eu disse:

– Espera, temos que conversar – Percebi sua cara de insatisfação com a minha rejeição ao seu beijo.

– Sobre...

– Nós dois - é sério que ele acabou de esquecer os últimos cinco minutos?

– Se foi sobre o episódio de agora a pouco, me desculpe. Isso é novo para mim – ele olhava em meus olhos deixando transparecer a verdade em suas palavras – Não costumo ter crises de ciúmes.

– Não foi nem um pouco agradável ver você discutindo com o Gale – eu disse séria, de forma que mostrasse para ele a minha insatisfação.

– Não estou acostumado com o tipo de amizade que existe entre vocês dois – é sério isso?

– Gale é meu amigo, Peeta. Somente isso. E além do mais, ele não sabe o que está rolando entre a gente – disse segurando em suas mãos como se este simples gesto pudesse fazê-lo concordar comigo.

– Então é só a gente contar – como se fosse simples – pronto.

– O problema é que nem eu mesma sei o que está rolando entre a gente – respirei fundo, tomando coragem para dizer o que viria a seguir – Acho melhor não contarmos nada a ninguém, pelo menos até agente decidir que tipo de relacionamento é o nosso.

– Como assim?

– Você não concorda comigo que o que temos é confuso? – Eu não sabia como fazê-lo me entender.

– Não vejo confusão nisto. Eu gosto de você e você gosta de mim – ele sorriu levemente ao dizer isso.

– Não é tão simples assim... – Olhei para seus oceanos – Pelo menos não para mim. A gente faz o seguinte então, não contamos nada para ninguém ao menos por ora. Até que eu esteja pronta.

– Não sei se vou conseguir esconder isso – Peeta chegou perto o suficiente para que eu pudesse sentir sua respiração em meu rosto – É bom demais.

– Por favor...

– Tudo bem

E dito isso, atacou meus lábios de forma urgente e irresistível. Abri minha boca, recebendo sua língua ávida e convidativa. Foi bom termos vindo para um dos últimos corredores da biblioteca, pois assim eu não precisava me preocupar em fazer barulho ao escorar nas estantes de livros em busca de apoio. Percebendo meu quase desequilíbrio, Peeta reforçou mais seu aperto em minha cintura sem desgrudar sua boca da minha.

Agarrei seus cabelos de forma possessiva e trilhei um caminho de beijos, começando em seu pescoço e terminando lentamente em sua boca dando pequenos selinhos. Enquanto isso, Peeta já com a mão por baixo de minha blusa, acariciava minha barriga e tentava em vão aprofundar os beijos. Mas eu estava a fim de provoca-lo, logo, tornei fracassadas todas as suas tentativas e prossegui nos beijos superficiais.

O sinal tocou anunciando o início da primeira aula. Hesitantes, nos desgrudamos, mas não antes de Peeta me dar um último selinho e dizer:

– Sabe de uma coisa¿ - mirei-o incentivando-o a prosseguir – Acho que esta ideia de namoro escondido vai ser bem interessante.

Apenas sorri e puxei Peeta comigo rumo às salas de aula.

– O que aconteceu? É sério que você escolheu se atrasar logo na aula do Loews¿ - Foi a recepção de Madge ao me sentar ao seu lado.

– Tive que devolver uns livros na biblioteca e acabei perdendo a noção do tempo – Disse e rapidamente me virei, fingindo prestar atenção em algo que o professor dizia. Mas a verdade era que minha cabeça estava longe, ou melhor, na sala ao lado onde Peeta estava tendo aula.

Fiquei pensando no que ele me disse antes de sair da biblioteca. Será que para ele o que a gente tinha era realmente um namoro¿ Talvez o conceito de namoro de Peeta fosse diferente do meu...

– Você esteve longe a aula inteira. Está acontecendo alguma coisa? - Madge me questionou enquanto caminhávamos rumo à próxima aula.

– Não. Não está acontecendo nada – Respondi rápido demais.

– Tudo bem então – ela não parecia muito convencida.

– Meninas, achei vocês – Annie chegou esbaforida – Preciso de ajuda urgente.

– O que aconteceu? - Perguntou uma Madge interessada.

– Eu tenho um trabalho para apresentar agora, só que a Meg, que iria apresentar comigo não veio – ao falar isso ela fez uma cara com que diz “essa garota é uma pessoa morta” – Se fosse só apresentar tudo bem, mas nós iríamos fazer uma esquete.

– Você não está querendo que a gente... – perguntei enquanto o entendimento começava a chegar até mim.

– Sim – ela disse aparentemente aliviada – eu preciso que vocês me ajudem a apresentar uma peça.

– Vai ser em qual aula? - Madge perguntou tranquilamente.

– A última. Na aula de biologia.

Droga. Logo na aula de biologia, a única aula que eu teria com o Peeta hoje.

– Então temos que ensaiar logo – Madge parecia animada.

Juntas corremos até uma das salas de aula que quase não era utilizada e Annie tentou da forma mais minuciosa e rápida possível nos passar o que ela queria que fosse feito.

– Como eu sei que não vai dar temo de vocês gravarem todas as falas, eu vou transformá-las em uma narração. Assim vocês não precisam falar nada, apenas representar.

– Tudo bem – eu disse finalmente. Eu nunca gostei de chamar atenção, e ter que apresentar uma peça na frente de mais de quarenta alunos era realmente desesperador para mim.

Tentei não pensar nisso durante o “ensaio” e focar somente no que Annie dizia. Isso era o melhor que eu tinha a fazer, tentar não me desesperar e respirar fundo.

Eu estava extremamente nervosa, afinal, iríamos apresentar uma pequena peça que mal havia sido ensaiada em frente a toda a turma de biologia.

Quando entramos na sala, procurei por Peeta e o encontrei sentado na última fileira e assim que me viu ele deu uma pequena piscadela que eu retribui com um tímido sorriso.

– Vocês podem começar quando quiserem – disse o professor.

Annie começou com sua parte, enquanto eu e Madge estávamos sentadas na frente da sala, tentando da melhor maneira possível fazer exatamente o que Annie havia nos dito alguns minutos atrás.

Durante a peça não consegui evitar olhar para o professor e foi um alívio quando pude perceber que ele parecia gostar do que estávamos fazendo.

Peeta parecia interessado e quando olhei para ele, fui recebida por um sinal afirmativo de incentivo.

A peça foi rápida, afinal, era uma esquete. E eu dei graças à Deus quando finalmente chegou ao fim e fomos recebidas por uma salva de palmas por parte da turma.

– Acho que vou pedir para vocês apresentarem mais vezes – disse o professor, brincalhão – esta é uma ótima maneira de fazer os alunos prestarem atenção na minha aula.

Deixei Annie conversando com o professor e fui com Madge para uma das carteiras vazias, acompanhar o resto da aula.

– O que aconteceu para você ter que apresentar uma esquete em uma aula que você nem mesmo faz?- Gale questionou Annie enquanto caminhávamos pelo estacionamento.

– Créditos extras – ela disse simplesmente.

– E porque você iria querer créditos extras, Annie? Suas notas já não são boas o bastante?-Eu não entendo o porquê de se desdobrar desta maneira para algo que ela não precisava...

– O fato de eu estar dois anos atrasada faz com que minhas boas notas não sejam suficientes para conseguir uma bolsa para a faculdade.

– Dois anos atrasada? Como assim? – Achei que Annie tivesse a minha idade.

– Meninas, eu vou ficar por aqui – disse Gale parado em frente ao seu carro. Apenas acenei com a cabeça e voltei minha atenção para Annie em busca de uma resposta.

– Quando estava no segundo ano eu fui fazer um curso em Yale e acabei me atrasando – e dito isto, entrou no carro.

– Quer dizer que você ficou dois anos estudando em Yale? Nossa, Annie. Mas que legal! – Disse sentando-me no banco do passageiro.

– É – Foi só o que ela disse.

Eu estava empolgada demais com estas informações que não percebi que Annie não parecia muito a vontade ao falar sobre isso.

– E qual curso especificamente você fazia lá? – Eu quis saber.

– Moda – É claro! Qual outro curso seria mais a cara de Annie do que moda?

– Espera... – Annie desviou sua atenção da direção rapidamente e me olhou assustada – Se você ficou dois anos em Yale, isso quer dizer que foi há exatos três anos. Então você esteve lá na mesma época que o Finnick...

Foi tudo muito rápido. Só o que posso dizer é que pude ver um clarão antes do barulho ensurdecedor e de sentir meu corpo sendo puxado para diversas direções enquanto o carro capotava incontáveis vezes.

Lembro de sentir algo pegajoso em minha cabeça antes que eu fosse carregada para a inconsciência.


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam????



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