Living Again escrita por Everllark


Capítulo 16
O azul dos seus olhos


Notas iniciais do capítulo

Gente aqui vai mais um capítulo.
Não sei se ficou bem como eu pretendia, mas acho que ficou bom.
Sem mais delongas.

Boa leitura!



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Azul. Foi a primeira coisa que vi ao abrir meus olhos.
A cada cinco anos tinhamos o costume de dar uma repaginada na casa e na última vez que minha mãe me perguntou como eu queria que fosse o meu quarto eu só sabia de uma coisa: O teto deveria ser azul. Por mais que eu amasse o clima sempre frio de Denver, uma coisa me deixava triste, nunca poder ver o azul do céu em todo o seu esplendor devido às nuvens que faziam questão de sempre estarem presentes no céu.
Foi com este pensamento que me sentei na cama.
– Bom dia, dorminhoca.
Havia me esquecido que não estava sozinha no quarto. Quando olhei para o lado, vi Peeta sentado no sofá-cama, que já havia virado sofá novamente. Seus cabelos estavam arrumados e ele vestia jeans, o que significava que já havia tomado banho.
Não respondi ao seu bom dia, o que foi um pouco mal educado de minha parte, mas ao invés disso corri porta a fora em direção ao único banheiro da casa.
Minhas suspeitas foram confirmadas quando me olhei no espelho e vi não Katniss Everdeen, mas uma garota com uma cara amassada e extremamente sonolenta.
Abri a torneira da pia e joguei a àgua gelada no meu rosto para melhorar a cara de sono. Depois de escovar os dentes e os cabelos voltei para o meu quarto e encontrei um Peeta com cara de "você é louca ou o quê?".
– Me desculpe - Eu devia estar vermelha de vergonha.
– O que aconteceu? Está tudo bem?
– Sim. Eu só não queria que você se assustasse ao me ver daquele jeito.
Peeta me surpreendeu soltando uma gargalhada que fez lágrimas sairem de seus olhos.
– Acho que você já pode parar de rir.
Eu não estava chateada, só não queria que ele ficasse rindo da minha cara.
– Katniss... - Ele pensou um pouco antes de prosseguir - Não havia nada em você que pudesse me assustar. Você fica linda quando acorda.
Todo o sangue do meu corpo havia migrado para as minhas bochechas, pois eu sentia elas queimarem tamanha era a vergonha. Não que eu tivesse vergonha de ser elogiada, mas eu estava muito sem graça com o comentário de Peeta.
– Acordou cedo? - Seria bom mudar o rumo da conversa.
Sentei na cama e comecei a dobrar os lençóis.
– Sim. Tive que atender a uma ligação.
– Alguma coisa importante?
– Não - Ele acrescentou rapidamente, passando a mão pelos cabelos. Havia mais alguma coisa que ele não queria me contar, mas decidi não pressioná-lo, até porque, ele não me devia nenhuma satisfação.
Fomos para a cozinha, afinal, ainda eram dez e meia. Dave havia preparado um banquete digno de um rei.
– Como foi a noite?
Minha mãe estava realmente a fim de provocar. Eu havia dito para ela não sei quantas vezes que nós iríamos apenas dormir no mesmo quarto.
Nunca pensei que ela fosse tão liberal no quesito sexo. Não que eu e Peeta planejássemos fazer isso, é claro. Afinal, eu ainda era virgem e queria que a minha primeira vez fosse com alguém que eu conhecesse a mais tempo do que algumas semanas.
– Ótima.
Eu a fuzilei com o olhar e comecei a passar geléia na torrada.
– Que bom - Ela sorria cinicamente - Eu e Dave vamos até o Centro e depois visitar uns amigos. Devemos chegar tarde, então cuide bem do nosso hóspede. Alugue uns filmes, vão passear,... Sei lá, façam alguma coisa que adolescentes costumam fazer.
– Tudo bem, mãe.
– Fique a vontade, Peeta. A casa é sua - Minha mãe virou-se para ele e deu um sorriso que fez suas rugar de expressão se acentuarem.
– Obrigada, Senhora Swan.
– Ah, Peeta. Por favor, assim me sinto mais velha ainda. Me chame de Liza.
– Tudo bem, Liza - Ele sorriu de canto tão lindamente que precisei desviar o olhar para voltar à realidade.
– Assim está bem melhor. Vamos, Dave? - Ela indicava a cadeira de rodas em que estava sentada.
– Dave - Chamei antes que ele saisse da cozinha com minha mãe - Vê se cuida da minha mãe, hein?!
– Pode deixar, Katniss. Já aprendi a lidar com a Srt. Swan aqui.
Todos rimos.
– Para de graça, Dave - Por mais que sua voz fosse firme, o sorriso não abandonava seu rosto. E isto me alegrava - Tchau crianças. Vocês terão a casa toda para vocês mas se cuidem, hein?
Ela deu uma piscadela para mim e saiu da casa acompanhada de seu namorado.
– Eu sei, estou parecendo um tomate - Disse virando-me para Peeta que segurava um sorriso em seu rosto.
– Sua mãe é uma figura.
– Sim, ela é.
– Mas sabe o que eu mais gosto nela?
– O que?
Peeta bebeu um gole de suco de laranja antes de responder.
– O fato dela conseguir te deixar sem graça. Você não tem ideia de como fica hilária com as bochechas vermelhas.
– Isso não é legal - Eu disse sorrindo.
– É sim.

O café da manhã transcorreu tranquilamente. Depois, eu e Peeta fomos à locadora que ficava próxima à minha casa e alugamos alguns filmes.
Foi só quando chegamos novamente em casa que me lembrei de uma coisa crucial.
– Que cara é essa?
– Er... Bem, nós estamos sozinhos nesta casa...
– E...
– E está chegando a hora do almoço.
– Katniss, será que você poderia se mais clara? - Pude ver sua testa franzida.
– O problema é que já está quase na hora do almoço e nós não temos nada para comer.
Joguei tudo de uma vez.
– É só nós fazermos, ué?!
– Parece tão simples na teoria. A prática que é o problema - Me sentei no sofá - Eu faria o almoço, se eu ao menos soubesse cozinhar.
A gargalhada repentina de Peeta foi tão alta que me assustou.
– Está de brincadeira, né?! Você não sabe cozinhar? Nadinha, nadinha??
Peeta sentou-se ao meu lado com uma cara de incrédulo.
– Se você considerar macarrão instantâneo...
– Você definitivamete não existe!
– Só porque não sei cozinhar? Ah, fala sério, Peeta!
– Só não vou discutir porque hoje é o seu dia de sorte.
Peeta levantou e seguiu em direção à cozinha sem dizer mais nada. Fu atrás dele sem entender nada.
– E posso saber porque?
Peeta se virou para mim subitamente não me dando tempo de parar e eu acabei trombando com ele.
Peeta segurou meu queixo para que eu olhasse em seus olhos.
– Porque eu sei cozinhar.
Ele fez questão de frizar a palavra eu.
– Você só terá que me mostrar onde ficam as coisas.
– Como se eu soubesse. Será uma descoberta dupla.
Nós rimos juntos e começamos a abrir os armários em busca de ingredientes para o nosso almoço.
Peeta pretendia fazer lazanha, afinal, tinhamos massa, queijo e molho de tomate.
– Katniss, você procura as azeitonas para mim? - Peeta falava de costas para mim enquanto mexia na panela com o molho.
– Me dê uma ideia de onde possa estar.
Desci da bancada em que estava sentada.
– No armário, talvez.
Peeta não desgrudava os olhos da panela.
Remexi o armário todo, e quando já estava começando a perder as esperanças encintrei um pacotinho de azeitonas pequeno.
– Peeta, eu encontrei, mas não consigo alcançar.
– Tudo bem, eu pego - Disse ele vindo até mim.
Me sentei na bancada novamente, balançando as pernas pra frente e pra trás enquanto observava Peeta preparar o nosso almoço.
– Vai demorar muito? Estou com fome - Disse enquanto observava-o colocar a lasanha no forno.
– Só mais alguns minutos, srt. Apressada.
Peeta veio até mim e apoiou suas mãos na bancada, uma de cada lado do meu corpo.
– Eu estou com fome.
Foi a única coisa que consegui dizer enquanto encarava seu olhos azuis. Eu nunca havia visto um azul tão bonito.
Percebi que a distânca entre nós diminuia, mas eu não tinha forças para quebrar o contato visual e pedir que ele se afastasse. Ao invés disso, vi meu rosto, gradativamente, aproximar-se do seu.
Eu podia sentir sua respiração em minha bochecha e já sabia o que viria a seguir quando minhas mãos migraram para seu pescoço.
Quando os lábios de Peeta finalmente encostaram nos meus, pude sentir um choque percorrer minha espinha. Seus lábios eram macios e extremamente covidativos. Senti sua língua pedir passagem e permiti sem hesitar, sentindo seu gosto maravilhoso. Começamos uma dança calma enquanto nossa língua explorava um ao outro. Não tinhamos pressa, tudo o que queríamos era aproveitar o momento. Senti suas mãos apertarem minha cintura e seu corpo se aproximar mais do meu.
Subi minhas mãos para os seus cabelos, bagunçando as madeixas louras. Era tão macio.
Suas mãos passaram a subir e descer pelas laterais do meu corpo, e quando o ar se fez necessário, Peeta desceu seus lábios para o meu pescoço depositando beijos quentes que traçavam um caminho de fogo por onde passavam.
Peeta levou novamente seus lábios ao encontro dos meus que ansiavam pelo contato enquanto eu enlaçava seu quadril com minhas pernas, tornando a distância entre nós quase inexistente.
Quando senti uma de suas mãos entrar em minha blusa e acariciar minha barriga, senti um fio de sanidade me invadir, permitindo-me quebrar o beijo.
– Peeta...
Por mais que eu tentasse, era difícil resistir às suas carícias e beijos em meu rosto e pescoço.
Coloquei uma mão em seu peito, empurrando-o delicadamente. Peeta se afastou de mim ainda sem quebrar o contato visual.
Nós estávamos ofegantes e desarrumados. Os cabelos de Peeta, antes arrumados, agora pareciam que haviam sido eletrificados.
– Vou ver como está a lasanha - Peeta foi o primeiro a sair do estado de torpor.
Eu desci da bancada e fui até a geladeira em busca de um copo de água.
– Já está pronta, vamos comer?
Comecei a arrumar a mesa enquanto Peeta arrumava nossos pratos. Mantinhamos um silêncio perturbador.
– Nós precisamos conversar - Disse enquanto já estávamos na mesa nos deliciando com a maravilhosa lasanha.
– Está tudo bem, Katniss - Ele se virou para mim - Eu entendo que suas emoções estejam a flor da pele com tudo o que está acontecendo. Foi só um beijo, não vou exigir nada de você.
– Foi só um beijo para você?
Confesso que fiquei um pouco chateada com sua declaração, mas fiz o possível para não deixar transparecer.
– E pra você, foi só um beijo?
Percebi que ele buscava fugir da minha pergunta.
– Eu não sei - Respondi por fim, sentindo minhas bochechas esquentarem. Abaixei minha cabeça e comecei a encarar minhas mãos para fugir do seu olhar e para esconder a vermelhidão que invadia o meu rosto.

– Katniss... - Levantei meu rosto hesitante e encarei seus olhos que me analisavam com intensidade - Não foi bom para mim - Senti meu rosto murchar diante desta declaração - Foi muito mais do que bom. Foi maravilhoso. Eu teria tentado te beijar mais se não tivesse uma lasanha quase queimando no forno.
Senti minha boca se curvar em um perfeito sorriso e Peeta aproximar sua cadeira da minha e entrelaçar nossas mãos.
Depois do almoço insisti para lavar a louça, mas Peeta não cedeu e eu fiquei esperando-o na sala.
– Já acabou o momento sr. Prestativo - Disse vendo-o se aproximar do sofá em que eu estava sentada.
Peeta sorriu e confirmou com um balançar de cabeça. Sentou ao meu lado colocando o braço ao redor dos meus ombros.
– Vamos escolher o filme.
Nós havíamos alugado cinco. A atendente falou que eram lançamento e estavam sempre sendo requisitados, então não pensamos duas vezes antes de levá-los.
– Na verdade, eu não estava muito a fim de assistir filme.
– E o que você gostaria de fazer? - Perguntei inocentemente.
– Quer mesmo saber? - Peeta carregava um sorriso malicioso no rosto. Não consegui conter a risada.
– Sim. Afinal, você é a visita aqui.
– Isso quer dizer que se eu disser, você irá fazer?
– Depende...
Peeta ponderou por alguns segundos.
– Um beijo. Você me daria mais um beijo?
Peeta se aproximou mais de mim e encostou sua testa na minha.
– E então?
Sua respiração era quente e batia em meu rosto.
– Tenho que pensar no seu caso
Meu coração batia acelerado devido a nossa proximidade, o que não passou despercebido para ele que percebendo as reações que causava em mim, colou nossos lábios.
Peeta pediu passagem para sua lingua, mas dessa vez eu não permiti. Me faria de forte e mostraria que eu podia ter o controle da situação. Mas Peeta era esperto, puxou-me para o seu colo e segurou minha cintura em um aperto firme me fazendo dar um baixo gemido de satisfação o que o permitiu invadir minha boca com sua lingua macia.
Acariciei suas costas enquanto Peeta me beijava sem tirar o aperto em minha cintura. Subi minhas mãos para os seus cabelos e comecei a puxá-los tamanho era o prazer que o encontro de nossos sabores causava em mim.
Peeta subiu um pouco minha blusa e continuou segurando minha cintura, mas desta vez com o encontro de nossas peles.
Cada mordida em minha orelha, cada beijo em meu pescoço e cada dança sensual entre nossas linguas me faziam sentir-me cada vez mas quente. Eu estava prestes a entrar em combustão espontânea.
Nada mais importava, era como se o mundo ao nosso redor não mais existisse e a única coisa que ainda me mantinha viva era ele. Seus beijos me traziam o elixir da vida e suas carícias um prazer nunca sentido antes.
Migrei minhas mãos para o seu peitoral e senti Peeta se retesar um pouco. Parece que eu havia chegado em um ponto fraco e isso me incentivou a continuar. Enfiei minhas mãos em sua blusa sem pudor e acariciei sua barriga e peito. Peeta gemeu com o meu toque.
Levei minha boca até sua orelha e comecei a mordiscar.
– Está brincando com o fogo, Kat.
A menção do apelido costumava me causar uma dor insuportável no peito, mas o que senti foi diferente. Não sei bem o que senti, mas era bom.
Din Don
Era a campainha? Mas minha mãe só chegaria à noite. Qem poderia ser?
Eu e Peeta nos afastamos rapidamente para nos recompor e quando achei que minha respiração já estava quase normal, corri até a porta e tomei um susto com a pessoa que se encontrava em pé à minha frente.
– Marvel?!
– Olá para você também.
Ele carregava um sorrisinho idiota na cara.
– O que faz aqui?
Fala sério! Ele havia chegado em um momento um tanto inadequado.
– Soube que você estava na cidade - Ele colocou a mão nos bolsos - Não vai me convidar para entrar?
– Er... Claro.
O que eu podia dizer? "Não, porque você acabou de estragar o clima entre eu e meu namorado!"
Namorado?!
Ai meu Deus! Que sentimentos são estes que estão embolando a minha cabeça?!
– Olá. Terra chamado Katniss - Marvel balançava a mão em frente ao meu rosto tentando chamar a minha atenção. Foi quando vi Marvel empalidecer e senti uma mão em meu ombro.
– Kat, está tudo bem?
Virei-me para ele e vi que Peeta me olhava como quem diz "quem é esse cara?"
– Peeta, este é Marvel. Um... amigo de infância.
– Amigo de infância? Fala sério! E aqueles amassos em baixo da macieira?
Dei um sorriso sem graça. Marvel só podia estar de brincadeira! É sério que ele estava falando isso justamente hoje? E principalmente, na presença do Peeta.
– Marvel, isso foi a tanto tempo - E realmente havia sido. Eu e Marvel tivemos um lance, mas nada parecido com um namoro. Mas isso foi a muito tempo, quando a minha vida ainda podia ser chamada de vida - Mas me diga, o que faz por aqui?
Sentei no sofá com Marvel ao meu lado. Peeta foi para a cozinha, talvez para nos dar mais privacidade. Não que eu reprovasse sua atitude, mas eu não via problema algum em ficar na sala conosco.
– Estava com saudades. Voltei para a cidade tem umas semanas e soube que você havia ido morar com seu pai.
– É - Foi só o que eu disse.
– Fico feliz que esteja de volta.
– Denver sempre será a minha casa - Me permiti sorrir.
– Nós podíamos sair, sabe. Botar o papo em dia. O que você acha?
– Não sei...
– Leva o seu namorado também - Ele disse indicando a cozinha.
– Namorado?
– Vai me dizer que vocês não tem nada? Eu vi o olhar mortal que o seu namoradinho direcionava a mim.
Não consegui conter a gargalhada e Marvel me acompanhou.
– Nós não estamos namorando. É... Complicado.
– Tá, já entendi.
Marvel sorria cúmplice. Nunca pensei que eu iria discutir algo do gênero com Marvel.
– Marquei com um pessoal lá na pizzaria da Flor.
– Marvel... Eu ainda não sei se vou.
– Não diga isso. Quero você lá, e não se preocupe, uso colete à prova de balas para as fuziladas do seu namorado - Recebi uma piscadela acompanhada de uma careta engraçada.
– Eu já disse que nós...
– Eu sei, eu sei - Disse ele levantando as mãos em sinal de rendição - Te vejo lá - Quando ele percebeu que eu iria protestar - E não aceito não como resposta.
Dizendo isso, foi até a porta da sala e saiu.
Liguei a tevê e coloquei em algum canal aleatório. Eu não estava prestando atenção, na verdade pensava no que o Marvel disse sobre Peeta. Será que ele estava com ciúmes?
– Ele já foi?
Só percebi a presença de Peeta quando ele sentou-se ao meu lado.
– Não precisava ter saido da sala.
– Eu só queria dar privacidade para vocês.
Ignorei seu comentário.
– Marvel veio nos chamar para ir à pizzaria mais tarde. Topa?
– Sei lá, não estava muito a fim de sair. Vai você.
– Peeta - Segurei seu rosto para que olhasse em meus olhos - Não sei se você percebeu, mas você é visita. Eu não vou sem você, até porque o Marvel é a única pessoa com quem eu ainda falo.
– Eu não eatou mesmo a fim de ir, mas ele é seu amigo. Assim eu espero - Abri um sorriso - Então eu vou. Por você.
– Você é demais, sabia?
Puxei Peeta para um grande abraço, mas pelo visto ele tinha outros planos pois me puxou para o seu colo e começou a me beijar.

Passamos o resto da tarde assim, entre beijos e carícias.
Porque tudo que é bom acaba tão rápido? Mal senti o tempo passar, e quando olhei no relógio já era quase oito da noite.
Peeta e eu fomos nos arrumar e eu dei graças à Deus por ter topado aquele banho de lojas com Annie ou eu não teria roupas decentes para vestir.
Escolhi um look que acho que Annie aprovaria ( http://media2.onsugar.com/files/2013/11/21/665/n/1922564/320b194cd5afa6ce_jennifer-lawrence.preview.jpg )
Tomei um banho não muito demorado, pois a casa só tinha um banheiro e Peeta ainda precisava se arrumar. Sai do banheiro ainda enrolada no roupão já que eu ficaria sozinha no quarto enquanto Peeta se arrumava.
Decidi deixar meu cabelos soltos, então apenas passei o secador. A maquiagem foi simples me fazendo botar um batom vermelho para dar uma vida.
Quando terminei de me vestir Peeta bateu na porta do quarto.
– Posso entrar?
– Sim
Eu já colocava o brinco ao contrário de Peeta que já estava pronto. Cabelos penteados e com um cheiro... Realmente sem comentários.
Passei perfume, coloquei as sandálias e finalmente fiquei pronta.
Liguei para o táxi e em vinte minutos estávamos em frente à Pizzaria da Flor.
Assim que entramos pude ver Marvel conversando com algumas pessoas que não me eram estranhas. Talvez alguns antigos colegas da escola.
– Katniss, você chegou! Estávamos falando de você agora mesmo - Marvel disse assim que me viu se aproximar da mesa acompanhada de Peeta.
– Bem, eu espero.
– E tem como falar mal de você?.
Por mas que Marvel tenha parecido sincero, pude perceber risinhos de algumas pessoas da mesa.
Marvel havia separado duas cadeiras ao seu lado para que eu e Peeta nos sentássemos.
A pizzaria era realmente boa. Já havia passado em frente várias vezes, pois era caminho da minha casa até meu dentista, mas nunca tinha frequentado.
– Katniss, minha amiga. Estes são Liv e Thomas, eles fazem arquitetura em Yale. Eu disse para eles que você é fissurada em arquitetura - Marvel disse depois de um tempo.
– Muito prazer - Disse Liv enquanto Thonas apenas acenava com a cabeça - Pretende fazer arquitetura? - Eu ainda não sei. Estou me decidindo, gosto muito de arquitetura mas tenho medo de me decepcionar e ver que não é nada do que eu pensava.
– Eu sei que eu sou um pouco suspeita para isso - Disse Liv sorrindo - Mas uma coisa eu posso te garantir, se arrepender de fazer arquitetura é impossível.
Sorrimos juntas.
Liv era bem legal e embarcamos em uma boa conversa acompanhadas de Peeta, Marvel e Thomas, que eu fui descobrir depois que era seu namorado.
Senti algo vibrar na minha bolsa. Meu celular tocava e havia um número desconhecido chamando.
– Alô.
– Katniss. Sou eu, Dave.
– Oi Dave. Tudo bem?
Será que eles já chegaram em casa e ficaram preocupados por não nos encontrar lá? Mas ainda era cedo
Olhei para o relógio do celular que marcava 9:32 pm.
– Eu preciso que você fique calma.
– Você está me assustando. Aconteceu alguma coisa? Minha mãe está bem?

A essa altura, algumas pessoas da mesa olhava para mim. Peeta expressava preocupação enquanto apetava minha mão fortemente.
– Eu e sua mãe estamos no hospital.
– Hospital?!
– Sim, ela desmaiou. Mas vai ficar tudo bem, eu só preciso que você venha até aqui.
– Qual hospital?
Cortei-o. Eu precisava saber como minha mãe estava, e como eu sabia que ele não diria nada por telefone decidi me apressar. Quanto mais rápido eu chegasse, mas cedo eu saberia como minha mãe estava.
– Hospital St. Marie. Você sabe onde fica?
– Sim, eu sei.
– Estarei te esperando na ala de Oncologia.
– Chego em alguns minutos.
E desliguei.
– O que houve?
Peeta tinha os olhos arregalados e eu sabia que eu não estava muito diferente.
– Minha mãe - Não era preciso dizer mais nada - Preciso ir ao Hospital St. Marie.
– Eu levo vocês - Marvel se pronunciou.
Saimos apressados da pizzaria e só deu tempo de ver Peeta estendendo duas notas de cinquenta para a caixa e dizer que não precisava de troco. Em outras circunstâncias eu teria protestado, afinal ele era visita. Mas eu não estava com cabeça para isso.
O caminho até o hospital não era muito longo, mas um trajeto que levaria minutos parecia demorar horas, tamanho era o meu desespero. O silêncio no carro também não ajudava muito. Acredito que eles achavam que me deixar em paz seria o melhor para mim, mas eu faria de tudo para uma conversa que me tirasse os pensamentos assustadores que invadiam minha mente.
De uma coisa eu sabia, não se contam notícias ruins por telefone. Com certeza minha mãe não estava no hospital devido a um simples desmaio. Qualquer sintoma que ela tinha era perigoso, afinal poderia ser um indício de que o câncer estava piorando. Saber que minha mãe estava morrendo já era aterrorisante, mas a ideia da consumação deste acontecimento era desesperador.
Assim que chegamos no hospital, nos informanos onde ficava a ala de Oncologia e lá encontramos Dave andando de um lado para o outro.
– Dave. O que aconteceu? Como minha mãe está?
– Eu ainda não sei. Ela entrou naquela sala ainda desacordada e eu ainda não tive notícias.
– Não tem ninguém com quem nós possamos falar?
Ele acenou a cabeça negativamente.
– Temos que esperar o médico que entrou com ela.

Aquele havia sido o último diálogo que eu havia tido em horas. Minha mãe estava fazendo uma bateria de exames delicados e até agora não havíamos tido notícias do seu estado.
Marvel foi em bora e eu o vi falar para Dave ligar para ele se tivesse qualquer notícia.
Peeta estava ao meu lado segurando a minha mão. Naquele momento não era necessário palavras, pois não havia nada a ser dito. Pra que promessas infundadas que todos sabíamos que seria em vão? Não havia porque dizer que tudo ficaria bem, minha mãe estava morrendo e nunca esteve tão perto da morte quanto hoje.
Quando vi a porta da sala se abrindo me levantei rapidamente indo em direção ao médico. Não era necessário esperá-lo chegar até mim.
– Como minha mãe está?
Eu não conseguia conter o desepero.
– Fique calma. O quadro de sua mãe é estável. Nós demos um sedativo para ela, pois os exames são muito intensos e dolorosos - Ele se virou para Dave antes de prosseguir - Infelizmente o câncer está se ploriferando. Encontramos um tumor na coluna cervical e não é necessário analisá-lo mais profundamente para saber que é maligno. Eu sinto muito.
Pude sentir as lágrimas invadirem meu rosto e uma mão, Peeta, tocando meu ombro. Se ele não estivesse ali eu teria caido pois senti minhas pernas fraquejarem e não mais aguentarem o peso do meu corpo.
Um copo foi estendido para mim e nele havia um líquido doce. Fui carregada até o banco em que estávamos sentados e me aconcheguei mais em Peeta.
– Eu estou aqui.
Olhei em seus olhos e o que vi não foi pena, mas um sentimento novo. Sentimento este que teimava em invadir o meu peito desde que nos conhecemos.
Olhar em seus olhos me transmitiam calma, e eu desejei nunca mais precisar olhar para mais nada. Não era o azul do teto do meu quarto que eu via ao acordar, ou do céu quando as núvens me permitiam visualizá-lo. Não, era o azul de seus olhos que mesmo sem nenhuma palavra conseguiam me dizer " Vou estar com você, sempre".


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Notas finais do capítulo

Me digam o que acharam, por favor.
Vcs sabem que esta é minha primeira fic, ou seja, eu sou bem inexperiente. Então, se vcs acharem que tem algo que deve ser melhorado, por favor, não hesitem em me falar.
Bjs.
Até o próximo. :D



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