Meu coração bate forte como uma bomba relógio. Sinto que a qualquer momento explodirá.

Vejo o símbolo no pescoço e Ethan, e me volta à mente a imagem de seu sangue escorrendo e manchando a gola da camisa branca.

Respiro fundo.

Lembro-me do rosto do Matthew, e de sua expressão quando fingiu não me conhecer.

Não sei o que está acontecendo, mas sinto que o chão abaixo de mim já não existe mais.

Está tudo dando errado.

E isso foi só o começo.

Meu coração está em contagem regressiva para explodir, e só o que poso fazer é esperar por respostas que estou ciente que não chegarão.

Não sem uma iniciativa.

Preciso falar com ele.

Levanto-me. Estou cansada de frases com interrogações. Exausta de questões sem ponto final.

Não agüento a ideia de me apaixonar por um estranho.

Ando rápido, sentido meu coração pular do peito cada passo que dou em direção ao lado de fora. 10, 9, 8 segundos.

Vou falar com ele.

E tem que ser agora.

Abro a porta, enquanto guardo a chave no bolso traseiro do meu velho jeans desbotado.

Ela se fecha com força, causando um estrondo que ricocheteia pelas envelhecidas paredes cinza, há muito sem vida.

Está frio e meus pensamentos bombardeiam a minha mente violentamente.

Com a mesma freqüência frenética dos meus prófugos devaneios, bato na porta.

– O que está fazendo? – Logan segura com força o meu pulso.

– Ahn, oi Logan. Só vim falar com o Matthew.

– Mas... Você não deve.

– Não acho que seja da sua conta.

– Confia em mim, só quero te proteger.

– Oh, sim. Preciso mesmo de proteção antes que eu caia nas mãos do assassino voraz que é o Matthew. – ironizei – Dá um tempo, Logan, não estou de bom humor hoje.

– Te fiz alguma coisa de mal? Ontem eu não entendi o que aconteceu. Você simplesmente... Recuou do meu beijo.

– Não mude de assunto, e não acho que esse seja o lugar adequado para discutir sobre isso – encaro-o – Agora, se não se importa saia da frente da porta.

– Não vou sair. Você não devia estar aqui.

– Ah, agora a culpa é minha que vim parar nesse fim de mundo?

– Me refiro á estar parada na frente da porta dele.

O olhar de Logan está fixo a algo atrás de mim.

Viro-me, por instinto.

O Matthew encontra-se parado com os braços cruzado, aparentemente confuso.

Ele está acompanhado de Lissa, Fallena e outras três garotas nas quais desconheço as origens.

O assunto se dissipa ao me ver inerte em frente ao seu cômodo.

– O que o casalzinho bipolar faz estacionado em frente á minha porta? – ele diz, com escárnio estampado nos lábios – Por acaso tem uma placa escrita acampamento para iniciantes aqui?

O grupo de garotas ri, com deboche.

6,5,4. Sinto o último segundo de sanidade antes da bomba explodir.

E sei o que acontece em seguida.

– É melhor você calarem a boca – digo, com aversão ainda contida.

Fallena solta um riso debochado.

– A novata se estressou.

– E se eu não calar, o que acontece? – Matthew levanta uma única sobrancelha, com um olhar provocativo. – Vai me bater?

– É melhor você parar – Logan infere.

– Cale a boca você também. Não me sinto desconfortável, muito menos com medo da sua presença. Covarde.

– Matthew – Logan cerra os punhos – Não me obrigue a...

– Vai fazer o quê? Me dar um soco, com os vigias vagando pelos corredores? Não tire onda, eu acabo com você com um sopro.

3,2,1. Vi a cena do Logan voando no pescoço de Matthew.

Acontece que não foi o Logan quem acertou em cheio seu nariz.

Fui eu.