Fire Signs escrita por Sissa Melo


Capítulo 10
The River


Notas iniciais do capítulo

O LADO ROQUEIRA DA SISSA CONTINUA NESSE CAPITULO KAKAKAKA
A musica é The River, da banda Good Charlotte, junto com M.Shadows e Synyster Gates



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Afasto do meu rosto o último galho que me separa do local por onde a luz trêmula entra.

Vejo uma área onde não há árvores. Apenas grama baixa, uma fogueira recém acesa e algumas tochas estrategicamente localizadas, que não são suficientes para deixar o local suficientemente iluminado.

Penso em como eles conseguiram acendê-la, afinal, isqueiros e fósforos foram confiscados pelos diretores do Via Solis.

Lissa cutuca-me, dando um sinal para que eu entre e a siga.

Todas as pessoas estão diante de um pequeno palco de madeira enfileirada, com uma poltrona de veludo escuro, cor de vinho, no centro. As labaredas laranja da fogueira estão perigosamente próximas á cadeira, chegando a tocá-la, acendendo uma pequena chama que se apaga logo em seguida.

- O que está acontecendo? – pergunto, com a visão ofuscada pelo brilho quase sobrenatural do fogo, logo á minha frente.

- É uma espécie de ritual para os Iniciandos – ela responde num tom baixo, tentando parecer casual.

Ouço alguém chamá-la.

Ela assente e levanta-se.

No momento em que ela sobe no palco, as vozes calam-se gradativamente.

Por um segundo, o único som que ouço é o da leve brisa fria, que passa preenchendo o mínimo espaço entre os jovens, que se aglomeram ao redor do palco.

- Ethan, Luc, Mike e Genn são os Iniciandos desse ano – começa Lissa – O ritual será procedido por Vivien, Logan, Lay e Fallena, respectivamente.

Chamados os nomes, vejo algumas pessoas subirem no palco.

De relance, percebo que todas as garotas têm seus cabelos tingidos de vermelho vibrante.

Não as encaro por muito tempo, obedecendo à ordem de Lissa de não manter contato visual freqüente.

Em vez de aplausos, escuto gritos e assobios agudos, enquanto todos fazem o sinal, levantando a mão direita em direção á lua.

Noto que sou a única com a mão abaixada, logo, levanto-a, imitando seus movimentos de uma maneira contida, sem chamar atenção.

Lissa pula do palco e aproxima-se de uma garota na qual as mechas vermelhas misturam-se ao tom castanho claro de seus cabelos.

- Vivien – ela diz, entregando-lhe uma bandeja de prata – Faça as honras.

A garota sobre novamente alguns degraus até elevar-se a altura da poltrona.

Ela apóia a bandeja no braço da cadeira de veludo e sorri maliciosamente, enquanto levanta uma enorme lâmina prateada em sua mão direita.

Todos aplaudem e meus ouvidos são bombardeados novamente com gritos frenéticos.

Quando o silencio retorna, Vivien faz um sinal para que um garoto alto, de ombros largos e cabelos claros se sente.

- Em ordem respectiva – repete Lissa – Daremos inicio ao ritual com a Iniciada Vivien e o Iniciando Ethan.

Todos os olhares prendem-se aos dois no centro do palco.

Meu coração acelera.

Eu sou uma Inicianda. Por que Lissa não chamou o meu nome?

Vivien gira a cadeira, fazendo com que Ethan fique de costas para a platéia, deixando amostra apenas a parte superior de suas costas, sua nuca e sua cabeça.

A garota pega uma tesoura e corta uma grande parte da gola da camiseta branca de Ethan, deixando seu pescoço completamente a mostra.

Ouço alguns gemidos e sussurros ao meu redor. Um clima de inquietude toma conta da multidão aglomerada.

Todos se aproximam ao máximo do palco, como se querendo registrar cada segundo daquele momento.

Está muito apertado, tornando-se difícil de respirar.

Vivien pega a lamina e encosta no pescoço de Ethan, recitando algumas palavras em uma língua que não reconheço.

Logo em seguida, afunda a lamina no pescoço de Ethan.

À medida que ela sutilmente movimenta a lâmina, ele afunda os dedos com tanta força nos braços da cadeira que posso ver a ponta de seus dedos assumindo uma cor esbranquiçada.

Vejo uma gota vermelho-escura manchar parte da gola cortada de sua camisa.

Vivien vira novamente para a platéia, deixando a mostra o corte do pescoço do jovem.

Aquilo é um tipo de... Símbolo?

Ela mostra a lâmina suja de sangue e a inquietude volta à tona.

Ela ajoelha-se, colocando a ponta suja de sangue da lâmina, dentro de uma bacia de metal.

Ela pega uma das tochas e a aproxima do local.

Suponho que o líquido que a bacia contém seja álcool, pois pude ver o fogo subindo de maneira descomunal, surgindo de dentro da bacia.

Todos começam a pular e mal consigo ver o palco.

Ethan aproxima as mãos do fogo, que logo se apaga.

- A água do rio – ouço sussurros a minha volta.

Que tipo de rio liberaria labaredas daquela forma em contato com o fogo?

Eu só sei que não quero descobrir.

Começo a me sentir tonta.

- Tome – escuto uma voz masculina familiar.

A minha visão embaça e pego o copo transparente com as mãos trêmulas.

- Não beba isso – grita Lissa.

Tarde demais, sinto o líquido descer queimando pela minha garganta.


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