Memories That Fade Away Like Photographs. escrita por carolmzs


Capítulo 4
IV


Notas iniciais do capítulo

uhu



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Eu não conseguia me mexer.

Minha respiração se tornou cada vez mais descompassada e eu achei que iria cair a qualquer momento. Como era possível uma coisa dessas? Era só uma pessoa! Era só... ele. O Niall. Seus olhos tinham um brilho diferente, mais aceso, mais bonito. Sua íris refletia todos os seus sonhos realizados, mas no momento que seus olhos se encontraram com o meu, tudo que eu vi foi intensidade. Intensidade, ansiedade, confusão, e, se eu não estou ficando louca, felicidade. O tempo parecia passar devagar demais e tudo em volta era nada, tudo que eu via eram seus olhos profundamente explorando os meus. E eram lindos. A música continuava e ele continuava me encarando, porém tocando ao mesmo tempo, provavelmente resultado de tantas aberturas já feitas para os shows do McFLY. Mas seus olhos, presos em mim.

O que pareceu uma eternidade, finalmente se esvaiu. Eu desviei o olhar rapidamente, após juntar todas as minhas forças. Vi pela visão periférica que Carol me olhava um pouco preocupada, mas eu não me importei. O que eu sentia agora era receio. E se ele estivesse igual a última vez que o vi? E se sua personalidade, a que eu mais amava, simplesmente tivesse se apagado? Como eu havia deixado ele tomar esse poder sobre mim? Eu simplesmente não conseguiria superá-lo tão cedo, tenho certeza.

Usei a mentira de que iria ao banheiro, pois o show havia acabado e provavelmente Niall viria atrás de mim. A ideia pareceu ridícula para mim, mas no fundo eu gostaria que ele viesse. Saí o mais rápido que pude e entrei no banheiro.

– Você. Consegue. – disse, me encarando no espelho. – Você não vai agir como uma completa idiota. Você vai falar com ele normalmente. Um ano se passou, Alícia. Um ano inteiro.

Respirei fundo e joguei um pouco de água em minha nuca, tentando relaxar. Saí do banheiro e resolvi tomar um drink, afinal de contas, bebidas sempre me ajudam nesses momentos. McFLY já estava no palco e Carol provavelmente estava do lado do palco os vendo, toda feliz, e eu fiquei feliz com isso também, pois assim ela não viria me perguntar sobre Niall. Não queria falar disso com ela no momento, não porque o problema é ela, mas na verdade não queria falar com ninguém sobre isso. Foi longe demais. Nunca desejei, amei, me apaixonei, sofri, tanto por uma pessoa só. Comecei a sentir uma raiva se formar dentro de mim, mas ultimamente tenho sentido tanta coisa de uma vez que simplesmente deixo tomar conta de mim.

~*~*

Quando estava na terceira dose de tequila, já me sentindo um pouco mais alegre, o show acabou e vi Dougie vindo em minha direção. Incansavelmente lindo, mesmo após um show de quase duas horas. Talvez eu esteja alegrinha demais, mas ele eu não deixaria passar, bêbada ou não.

– Olá. – ele disse sorrindo, parando exatamente em minha frente. Sorri abobalhada, culpo o álcool, mas caí em si logo depois.

– Ah, oi. – ri levemente. – Senta aí.

– Achei que não ia pedir. – ele disse, sorrindo de lado. Céus, como era lindo.

Ele acabou se embebedando junto comigo, o que foi muito divertido. Diversas vezes senti ele tentando uma aproximação. Um toque na perna, ás vezes encostava em meu ombro, olhava fundo em meus olhos. Sorri vitoriosa percebendo que ele também queria o que eu queria.

– Ahn, Alícia, tá meio tarde. – ele disse, e juro que ouvi uma pontada de frustração em sua voz. Sorri levemente com aquilo, novamente.

– Ah Dougie, vamos ficar mais um pouquinho só, vai? Seus amigos estão aqui também, pra que a pressa? – disse fazendo bico e rindo logo depois, ok, eu estava bêbada.

Ele riu com os olhos fechados, depois mordeu o lábio inferior e eu não resisti. Talvez, sóbria, eu não seria tão atrevida, mas praticamente me joguei em seus braços para beijá-lo, e fui muito bem recebida. Apressadamente ele já colocou suas mãos em minha cintura enquanto eu acariciava seus cabelos, e ele aprofundava o beijo. Ficamos assim por um grande tempo, até nós pararmos para respirar. Eu sabia que não passaria daquilo, e fiquei realmente feliz. Sorri para ele que sorriu de volta, e fiquei praticamente em seu colo, enquanto bebia um pouco de água. Foi quando eu ouvi a voz que eu tanto ansiei e senti falta.

– Não vai me apresentar sua garota, mate? – mesmo de costas, eu sabia que ele estava sorrindo. O sorriso sacana de sempre. Não consegui me mexer direito enquanto Dougie, já sorrindo, se virava para cumprimentar Niall. Continuei de costas, talvez ele tenha sido sarcástico. Ele sabia que era eu, apesar do ambiente escuro. Ele estava me provocando, com certeza. É, era isso. Eu iria continuar de costas até ele ir embora. Obviamente ele, me provocando, não pediria realmente para me ver. É, isso. Ótimo. E...

– Hey, eu estava falando sério. – ouvi a voz de Niall novamente, e fiquei paralisada. – Vira aqui, mocinha, quero ver se te aprovo para esse gato aqui. – dessa vez ambos riram, e eu desejei que um buraco no chão abrisse e me engolisse.

Ok, Alícia, você teria que enfrentar isso. Cara a cara. Perto. Perigosamente perto, provavelmente. Após um ano. Ok. Virei lentamente, com até medo de abrir os olhos, mas mesmo assim virei. Novamente me vi hipnotizada por seus olhos que agora, apesar do escuro, visivelmente demonstravam perplexidade e confusão. Ele bem que tentou disfarçar, mas não conseguiu. Eu estava trêmula estando quase que perto dele, mas me conti. Dali, tão perto mas tão longe, eu sentia seu perfume, sempre cítrico mas suave, que me enlouquecia. Agradeci a Deus por conseguir me conter naquele momento e suspirei, fingindo impaciência, já que um clima tenso havia se instalado entre nós três e Niall não falava nada. Dougie resolveu quebrar o silencio.

– Ahn... gente, tudo bem? Niall, essa é a Alícia. Não sei se você já a conheceu antes, mas ela é... ah... legal. Muito legal. – logo em seguida ele me lançou um olhar safado e, se eu não estivesse tão nervosa, teria retribuído.

Era inegável o fato de que Dougie além de ser bom de beijo era lindo e irresistível, mas sempre havia aquilo. Como uma pedra no sapato, incomodando, sempre lá. Niall. Insuportavelmente lindo. Incansavelmente apaixonante. Delicioso, também. Perfeito. E, infelizmente, meu maior desejo. Juro que me odiava por isso, mas era inevitável.

O clima logo se instalou novamente, e eu resolvi tomar uma atitude, repentinamente. Olhei bem fundo de novo nos olhos de Niall, suspirei e saí andando. Se ninguém falava nada, eu não iria ficar que nem tonta olhando para a cara deles.

Foi quando senti uma mão quente me puxar pelo braço, trazendo-me perigosamente perto de seu corpo. Mas é óbvio. Sinceramente, eu devo ter nascido pra tomar no cu. Minhas pernas bambearam devido a proximidade eu achei que iria cair, se não fosse por ele me sustentando de pé. Ele chegou mais perto e de repente não havia ar. Só disse essas palavras, sorrindo, e me fez estremecer mais que depressa.

“Que saudades, Alícia.”


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