Memories That Fade Away Like Photographs. escrita por carolmzs


Capítulo 2
II




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Don't let this memory fade away.

Após demoradas e longas horas dentro daquele avião, finalmente cheguei. O que eu sentia era algo inexplicável, um misto de ansiedade, medo, expectativa e animação. Fiz tudo que tinha que fazer no aeroporto, que me deixou fascinada por sinal, e rumei a saída. Peguei um táxi e finalmente cheguei no prédio em que Carol morava, que era uma graça por sinal e meio que perto do Big Ben, o que me deixou maravilhada. Cheia de ansiedade, subi as escadas correndo e quase caí várias vezes (obviamente), estava relativamente frio mas eu estava sentindo o calor da animação percorrer meu corpo, então não me importei. Bati á porta do apartamento 23 e me deparei com uma Carolina totalmente sonolenta e desgrenhada me olhando como quem fumou muita maconha. Sorri com a cena e me segurei pra não abraça-la ali mesmo, sentia muito sua falta. Ela usava um moletom comprido do jeito que ela sempre gostou de usar e um shorts normal, e seu cabelo despenteado estava rebelde, puxado em um coque frouxo. Resolvi esperar ela se tocar que era eu, o que demorou poucos segundos até ela arregalar os grandes olhos azuis e gritar “CARAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAALHO” e praticamente pular em mim.

– Sai, porra, me deixa passar! – eu dizia, rindo, quase caindo no chão de tanto que a retardada pulava enquanto me abraçava.

– Ai, grossa, continua assim e eu te boto na rua, ok?! Puta que pariu, que saudades! – ri novamente, a felicidade não estava cabendo em mim. Eu estava realizando meu sonho, finalmente, e iria morar com a minha melhor amiga, nada poderia estragar aquilo. Nada.

– DESCULPA CHUCHUUUUUUUUUUUUU! – eu disse rindo, enquanto entrava naquele apartamento simples e meio bagunçadinho, bem do jeito que eu imaginei. Joguei-me no sofá e Carol logo veio me encher de perguntas, oferecer comida, mostrar o quarto... Após contar para ela tudo da viagem com detalhes e sobre o estágio, nós resolvemos sair para andar, apesar de eu estar cansada Carol sempre conseguia me motivar a fazer as coisas. Coloquei uma roupa limpa, jeans, camiseta de manga comprida, sobretudo e botas já que fazia frio (ah, o frio de Londres era maravilhoso!) e ela apenas arrumou o coque e colocou uma calça e botas e nós saímos.

– Tenho tantas coisas para contar que você nem faz ideia!

– Pois então me conte, senhorita – eu disse sorrindo enquanto tomava meu chocolate quente e observava toda a linda paisagem ao meu redor.

– Conheci um cara. E ele faz parte de uma banda! – ela disse toda animada. Tentei não lembrar de Niall e do fato dele fazer parte de uma banda. Foco, foco, foco. Ignorei, e realmente fiquei feliz por ela.

– PORRA! Como ele é? De que banda? Nome, exijo nome! – eu disse, animada novamente.

– Calma aí mocinha! – ela disse, rindo – ele se chama Daniel. Ele canta e toca guitarra. Um sonho. Adivinha que banda, agora! – ela disse toda sorridente.

Tentei me lembrar de algum Daniel de alguma banda e não lembrei de nenhuma. Novamente Niall me veio a mente. Sua voz doce e o jeito que ele tocava guitarra. Mas, novamente, eu ignorei. Me odiei internamente por não conseguir superar aquele filho da puta.

Após pensar mais um pouco, desisti.

– Ai, Alícia... eu realmente não sei.

– DANNY JONES, CACETE! MCFLY, CACETE! – achei que ela ia chorar de felicidade ali mesmo, e eu não aguentei e gritei de alegria com ela, ela sempre quis namorar esse cara e aquela era sua banda favorita, fiquei feliz demais por saber que ela realizou seu sonho.

– PORRA, CAROL, QUE LINDOS! – eu disse, enquanto a abraçava de lado e continuava caminhando.

– É, obrigada, obrigada. Nunca estive tão feliz, sabe. Mas e você, hein, querida? Me conte seus rolinhos. – quando ia dar minha solitária resposta de que não, há tempos não me envolvia com ninguém que prestasse, ela deu um tapa na própria testa como quem lembra de algo e indagou – ALÍCIA, O NIALL! Você viu que One Direction tá extremamente famoso agora? Eles estão por aqui essa semana, vi na tv, não sei aonde, você deveria ir encontra-lo, imagina que fofura um reencontro, e...

Meu estomago revirou. Desliguei do que ela estava falando e tentei achar uma resposta, mudar de assunto, qualquer coisa. Sempre ele. Em todo lugar. Não poderia culpar Carol, ela não sabia de tudo que aconteceu. Ela só sabia até a parte que eu era bem amiga dele antes da fama, nada mais. Resolvi omitir todo o último episódio passado com ele, pelo meu próprio bem. Talvez eu devesse contar para ela, ela sim me ajudaria. Mas não consigo. Não consigo tocar no assunto sem sentir um nó se formar na minha garganta. Me sinto exagerada e dramática, e só queria entender o por quê. Já se passou um ano, ele não deveria ter me marcado tanto assim. Não é assim que as coisas deveriam ser. Ás vezes...

– ALÍCIA, ACORDA! – fui retirada dos meus devaneios com uma Carol me sacudindo pelos ombros no meio da calçada de uma rua qualquer de Londres.

– M-me desculpe... – eu disse, um pouco atordoada.

– O que houve? – ela disse com uma cara subitamente de chateação. – Me desculpe se disse algo que não devia, achei que você gostaria de saber sobre o Niall...

– Não, não fala o nome dele. – pedi. – Tem algo que eu preciso te contar, e já faz um ano, mas eu preferi esconder. Me desculpe desde já, mas acho que chegou a hora. Vamos para o apartamento, por favor?

– Claro, Alícia, me desculpa de novo. – eu via a curiosidade e arrependimento em seus olhos e sorri com aquilo, apesar da situação. Era bom ter uma melhor amiga.

Chegando no apartamento, eu contei tudo. Desde quando ele começou a ganhar conhecimento dos olheiros que viam a banda e ofereciam gravadoras sem parar, eu incentivando ele a seguir seus sonhos, até o último dia, quando ele se despediu do pior jeito possível.

– Eu só queria esquecer, sabe? Não acredito em mim mesma ás vezes. Me atormento com algo que deveria já estar no passado. Já passou, eu deveria seguir em frente, mas eu simplesmente não faço ideia do por que ele me marcou TANTO. – eu disse, decepcionada.

– Alícia, tá tudo bem. De verdade. Ás vezes aparecem pessoas nas nossas vidas que a gente não consegue simplesmente deixar pra trás. E se você não as esquece, é porque elas importam. Você nunca vai esquece-lo, Alícia, talvez você consiga passar por cima disso um dia, mas esquece-lo, não. E, na minha opinião, você deveria voltar a ter contato com ele. – me preparei pra protestar, mas ela, me conhecendo bem, já sorriu e fez sinal para que eu esperasse ela acabar de falar – Sabe, pelo menos ir a um show dos meninos um dia desses que eles estiverem em alguma cidade vizinha. Se ele ver você, tenho certeza que se lembrará. Talvez ele tenha mudado, Alícia, talvez ele tenha se arrependido. Você só vai saber se tentar.

Após mais alguns minutos de conversa e conselhos, que por sinal eu fiquei muito agradecida, resolvi deixar para pensar nisso depois. Afinal, minha missão aqui é fazer um estágio com o Tom Leishman, que a propósito, é uma delícia. Ri com meu pensamento e fui fazer janta pra ogra que eu chamo de melhor amiga, que já estava me escravizando, né. Comemos e eu fui pro quarto. Deitei-me na minha nova cama, e, debruçada na cama, olhando pela janela que ocupava parte do quarto, pensei alto:

– Amanhã é um novo dia. Nova vida. Foco, Alícia. Você vai conseguir.


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Notas finais do capítulo

esse quarto aí que eu coloquei tá uma bosta mas tenta imaginar mais ou menos assim ok kkkkkkk



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