My Little Devil escrita por Drica
Notas iniciais do capítulo
OIEEEEEEEEEEE! Gemt, desculpem pela demora, eu estava tentando tornar esse capítulo o mais perfeito possível [] Na minha opinião, ficou ótimo, do jeitinho que eu queria. Espero que gostem!
Os cinco anjos caídos estavam espalhados pelo tapete felpudo da Sala de TV na manhã monótoma de domingo. Ariane era a mais agitada de todos – estava andando de um lado para o outro, enquanto os outros anjos estavam deitados em posições preguiçosas – ela não se conformava a ficar parada. Eles estavam juntos e, para Ariane, precisavam fazer alguma coisa. Mas a melancolia de domingo não era apenas um costume dos mostais, não.
- Por que não podemos ficar simplesmente aqui sentados, Ari? – perguntou Annabelle, esticando os braços.
- Porque não. Mesmo que todos nós nos amamos loucamente, é bom estarmos juntos de novo, ok? Nem sei porque estou dizendo isso, mas, é como se tudo estivesse meio completo.
- Não está nada completo, A. – disse Roland balançando a cabeça. Seus dreads estavam presos no topo na cabeça com um elástico.
- Eu disse meio. – Ariane retrucou.
- Mesmo assim, - ele continuou – nunca vai estar. Não sei Luce, Daniel e Molly.
Pelo canto do olho, Gabbe viu que Cam baixou a cabeça. E teve uma idéia.
- Por que não vamos fazer uma vizita ao nosso casal preferido? – ela disse, levantando do tapete. – Poderiamos dar um aolhadinha neles ou descer e nos apresentarmos, tanto faz.
- E depois poderiamos fazer uma visita aos nossos amigos Nefilim. – sugeriu Roland.
- Shelby e Miles – disse Gabbe com uma das mãos no coração. Ela sentia falta deles também, apesar de terem se visto pouquissimas vezes.
Annabelle se levantou.
- Vamos, gente! Dá última vez em que os vimos, eles estavam se conhecendo e já faz tanto tempo.
Gabbe já tinha Roland e Annabelle, faltavam dois.
- Ariane?
- To dentro!
Faltava só mais um.
Cam ainda estava sentado com a cabeça baixa. Gabbe percebeu que toda vez que falavam sobre a noite da morte de Molly, parecia que as palavras sumiam da boca dele.
- Cam? Você vai? – Gabbe perguntou delicadamente.
Por um momento, ela achou que ele daria uma resposta diferente, mas então ele levantou a cabeça e, sorrindo, disse:
- Parece uma ótima ideia.
//
Voar era celestial.
Não importa quanto tempo Gabbe vivesse, ela nunca deixaria de se maravilhar e sentinr-se poderosa quando abria suas asas e subia mais alto, mais alto e mais alto...
Particulamente, ela gostava de voar sobre o oceano, sentindo a brisa salgada bater em seu rosto e jogar seu cabelo para trás. Isso a fazia se sentir abençoada por ser capaz de fazer tal coisa. Mas aí ela se lembrava do preço que foi pago por isso. A Queda. Expulsos do Céu. Abandonados pelo Trono. Traídos por Lúcifer, não uma, mas duas vezes.
Gabbe balançou a cabeça, tentando impedir de pensar no passado, na dor, no sofrimento. A pior parte era saber que teria que continuar vagando sozinha pelo mundo.
Então, algo chamou sua atenção.
Cam.
Ele tinha se afastado dos outros para ficar perto dela – Gabbe deixara os outros irem na frente. O brilho dourado das asas de Cam irradiava ao redor dele e o vento balançava seu cabelo para trás – deixando seu rosto todo exposto. Gabbe não podia negar, ele era a coisa mais linda que ela já vira em milênios de existência.
Cam se aproximou um pouco mais, de modo que a única coisa que os separavam eram as suas asas. Eles estavam em silêncio, apenas apreciando a presença um do outro, apesar de Gabbe não saber o porquê que Cam iria querer ficar tão perto dela. Cam nunca foi muito amoroso em relação aos outros anjos caídos – exceto por Molly, pouquissimas vezes, e Daniel, quando Cam ainda não tinha escolhido um lado para ficar – por isso, ela achava tão estranho o modo como Cam vinha se comportando ultimamente.
Ela não conseguia expressar em palavras e sabia que se tentasse fazê-lo ficaria toda atrapalhada. Cam era, simplesmente, estranho e instável. E em momentos como esse – que ela tinha a sensação de que ele estava espiando-a pelo canto do olho – ela não sabia o que fazer. Mas uma coisa era certa: ele deixava Gabbe nervosa. Muito. E era uma coisa nova para ela; uma coisa que Gabbe nunca tinha lidado antes. Ela queria que parasse, pois sabia que era errado e que não ia acabar bem.
Quando olhou em volta, percebeu que estava na Geórgia – Ariane disse que aquele tinha sido o último lugar em que viu Daniel e Luuce, á quase dez anos atrás. Já era de tarde, e o sol estava escondido atrás das nuvens. Eles pousaram em um beco escuro em Thunderbolt e esconderam suas asas. Após andarem um pouco, Gabbe percebeu que já esteve ali antes, durante um feriado de Ação de Graças na casa dos pais de Lucinda Price, Harry e Doreen. Fazia bastante tempo, mas a cidade não havia mudado muita coisa assim. Ela ainda lembrava de onde ficava a casa dos Price, assim como lembrava da luta contra os Párias no quintal.
- Como vamos encontrar eles? – balbuciou Annabelle.
- Pergunte a Gabbe – disse Cam – A grande ideia foi dela.
- Cala a boca. – Gabbe murmurou. E, para a sua surpresa, ele calou. E ela não pode evitar um sorriso.
- Hm, tá. Vamos andar por ai. – sugeriu Ariane.
Todos concordaram. Andaram por alguns minutos até chegarem á uma praça coberta de grama e bancos de cimento - como todas as outras praças do mundo. Algumas crianças brincavam por lá sob os olhos atentos dos pais. Eles pararam um pouco para olhar em volta.
E então Gabbe sentiu alguém puxar sua mão.
Cam?
Não. Era uma mão pequenininha e delicada, ligada a uma menininha de três ou quatro anos. Ela tinha o rosto muito familiar para Gabbe - era o rosto de Lucinda. Os lábios delicados, cílios expressos e os dentes certinhos mostrados num sorriso relaxado. Mas havia algo diferente nela. Seus cabelos eram dourados, finos e meio encaracolados e seus olhos eram num tom violeta muito conhecido por eles.
Os outros quatro se aproximaram de Gabbe e da menininha.
Luce e Daniel tinham se casado. E tinham uma filha.
Gabbe esperava por uma coisa dessas, mas ainda assim, não pode deixar de ficar surpresa.
- Olá, pequenina. – Gabbe disse maravilhada.
- Olá – ela disse, levantando o rosto, em seguida, um sorriso travesso brincou nos lábios dela – Eu fugi do meu pai, preciso que me esconda.
Gabbe olhou em volta, pronta para pedir ajudar a algum dos anjos, mas eles pareciam: (Cam) pronto para gargalhar, (Ariane) com o queixo quase caindo no chão, (Roland) com os olhos arregalados e (Annabelle) com o rosto derretido em adoração pela garotinha.
- Ela é tão linda... – murmurou Annabelle.
- Qual é o seu nome? – Gabbe perguntou, virando-se para a menina, mas uma voz masculina urgente respondeu pela menina.
- Angel!
Os cinco anjos caídos soltaram uma exclamação de surpresa ao ver Daniel correr em direção á garota. Ele era absolutamente o mesmo – só parecia alguns anos mais velho e usava aliança de casado. Daniel estava tão preocupado com a filha fujona que nem percebeu os outros ali. Só depois de repetir várias vezes o quanto estava preocupado e que ela não devia fazer isso de novo, Daniel levantou os olhos para os estranhos á sua frente.
Gabbe se agarrou a esperança de que ele reconhecesse algum deles, mas nada aconteceu. Daniel olhava para eles da mesma maneira que um pai amoroso e preocupado olharia se visse sua única filha com cinco estranhos numa tarde de domingo.
- Quem são vocês? – ele perguntou, com a mão protetora no ombro de Angel. Ouvir a voz dele, fez Gabbe ter vontade de chorar.
Ariane foi a única que pareceu encontrar a voz, então deu um passo á frente e disse:
- Estamos procurando Lucinda Price, ou, pelo visto, a ex Lucinda Price.
- É a mamãe! – exclamou Angel. Mas Daniel ainda olhava desconfiado para eles.
- Nós estudamos juntas, sou Ariane Alter. – ela se virou para os outros, rapído o bastante apenas para dar uma piscadela – Esses são, Gabbe Givens, Roland Sparks, Cam Briel e minha irmã mais velha, Annabella Alter.
- Moça bonita de cablo azul – murmurou Angel, baixinho, sorrindo. E depois, puxou a mão de Daniel – Relaxa, papai. Eles são legais.
- Papai! – chiou Cam, alto o bastante para que apenas Gabbe escutar. Ela percebeu que ele estava segurando o riso enquanto ela segurava as lágrimas.
Mas Daniel relaxou.
- Ok. – ele esfregou as palmas das mãos – Eu sou Daniel Grigori.
- E eu sou Angel Grigori! – exclamou a menininha energetica, dando uma risada depois. Ela parecia uma maquina de sorrisos e risadinhas.
- É um prazer conhecê-la, Angel. – disse Gabbe e a garota piscou os cílios para ela.
- Hm, bem. – disse Daniel. – Vamos. Por aqui.
Cam e Roland tomaram a dianteira, falando coisas sem sentindo para Daniel. Gabbe estava meio tonta, então parou de prestar atenção. E viu Luce.
O cabelo dela estava na altura dos ombros e era preto e grosso como sempre tinha sido. Sua pele não era a mesma da Luce Pálida Aluna da Sword & Cross. Ela estava mais corada, e o sol de fim de tarde a deixava quase radiante. Assim como Daniel, ela usava uma aliança e parecia mais velha e experiente. Mas não foi nada disso que deixou Gabbe surpresa e fez Ariane soltar um assobio.
Era o volume na barriga dela.
Luce estava grávida. Provavelmente nos últimos meses da gestação, já que até mesmo o enorme vestido parecia apertado em volta dela.
Angel correu para a mãe e começou a apresentar os seus novos amigos, a menina parecia estar infinitamente interessada no cabelo azul de Annabelle. Lucinda avaliou cada um com cuidado, mas quando seus olhos pousaram em Ariane, ela cambaleou e precisou segurar a mão de Daniel para continuaar em pé.
- Eo conheço voê. – ela disse baixinho e depois acrescentou mais alto – Eu conheço você.
Ariane piscou mais uma vez, imperceptivelmete, para os outros anjos caídos.
- Olá, Lucinda.
Luce sorriu para Ariane.
- Nós nos conhecemos no ensino médio, mas você só frequentou um dia. O que foi que aconteceu? Nora não parou de perguntar por você. Ficamos preocupadas e – ela soltou o ar – você sabe que é pra me chamar de Luce.
Ariane sorriu e foi até ela, abracá-la. Gabbe olhou para Roland, Annabelle e Cam tentando entender o que estava acontecendo, mas eles pareciam tão confusos quanto ela. Quando voltou sua atenção para Ariane, Gabbe se surpreendeu ao ver a mão de Ariane sob a barriga dela e sorrindo para o casal.
- É um menino. – dizia Luce – Mas ainda não escolhemos o nome. Aconteceu tudo tão rapído. Num momento era só a Angel e depois, bum, minha barriga ficou quatro vezes maior.
- Eu sabia que isso ia dar em casamento e filhos e tudo mais. – indagou Ariane, fazendo Luce corar.
Mas mesmo parecendo envergonhada, Gabbe não pode deixar de notar o quanto Luce estava feliz. E isso fez Gabbe, mais uma vez, sentir vontade de chorar. Tantos milênios de dor e perdas tinham acabdo. Luce e Daniel estavam juntos de verdade, tinham uma família, uma vida inteira pela frente. Seriam felizes para sempre, por todas as suas vidas.
- Bem – disse Daniel, olhando todos os outros, depois Angel e, enfim, Luce – Já está anoitecendo. O que vocês acham de tomar um chá na nossa casa?
Tanto Ariane, quanto Roland, Annabelle e Cam se viraram para Gabbe. Ela quase entrou em pânico ao perceber que eles estavam esperando que ela tomasse a decisão. E ela tomou. Disse a mesma coisa que tinha dito ontem e que Cam tinha dito naquela manhã.
- Parece uma ótima ideia.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
E então? O que acharam? Comentem, Anjos! []