Digi-Shots escrita por Caelum


Capítulo 5
Digi-Shot V: A Buscadora do Amor


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente!♥

Ei, essa atualização foi meio rápida - ou não rsrsrs. Eu simplesmente comecei a escrever, e, BOOM, saiu a Digi-Shot V! Ela é a da Sora, como eu havia dito nas notas finais da anterior (dá para perceber só pelo título! rsrs) Eu pensei que ela ia ficar menor, sinceramente. Não ultrapassou a do Yamato, mas chegou perto. Claro que ainda estão "pequenas", mas estou preferindo assim, pois ficam mais centradas.
E, apenas para adiantar, caso alguma frase fique confusa, a música tema dela é "Ashita wa motto", ou seja "Amanhã eu irei". É beeem difícil tentar fazer uma frase legal com isso, mas eu tentei :3 :3
Sem mais demoras, aqui está o capítulo!!
Aproveitem!



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Sora Takenouchi havia crescido sem saber o que era o amor.

E vivia no vazio de um sentimento fantasma.

Um fantasma sem rosto. (Afinal, se não tem um coração para amar, para quê ter uma face?) Pois aquele sentimento era sinônimo de desconhecido: Sora não havia se inteirado do seu significado prático. O gramatical era dispensável. Ela queria entendê-lo além das belas palavras que costumavam defini-lo nos dicionários.

Sora queria, simplesmente, alguém cujo coração nutrisse amor por ela.

E ela estava buscando-o; livrar-se-ia do fantasma. Pelo menos, moldaria nele um rosto que não se rompesse quando ela tentasse firmá-lo, como o de sua mãe. Precisava achar essa pessoa, precisava achar o amor.

Cada dia aproximava-se mais dele, e amanhã estaria mais perto.

Amor:
Sentimento que predispõe a desejar o bem de alguém.”

Desejar o bem: sua mãe não o fazia. O privilegiado naquela relação eram posições, de acordo com a ‘Diretora da Escola de Arranjos Florais de Odaíba’. Tudo que a mulher fazia em relação à filha seguia uma fria e rígida concepção de autopreservação social. Toda sua rigidez sustentava-se em disciplina e modos que ela deveria seguir a qualquer custo, inclusive o custo doloroso dos sentimentos. Eles eram esmagados, e as flores, cuidadas.

Não havia amor naquilo.

Sua própria mãe não a amava!

Amava?

“Sora?”

A menina se sobressaltou com a menção de seu nome. Por um pequeno momento, , esqueceu-se de onde estava: o Digimundo. Numa jornada à duas.

“Piyomon.” Sorriu de leve e engoliu sua preocupação. “Desculpe-me, o que você estava falando?”

Silêncio.

“Piyomon...?”

A Digimon-pássaro de penas rosas hesitou, ainda que a parceira estivesse lhe dirigindo aquele olhar gentil e caloroso tão característico dela, instigando-a a falar. Bateu as asas com nervosismo e dirigiu à menina um olhar desconcertado, quase desesperado:

“Você vai voltar para os outros?”

“Não.”

“Mas, Sora...!”

“Não!” Disse mais alto do que gostaria, adotando um olhar culpado logo em seguida.

“Você sabe que ele está errado, não sabe?” Piyomon suspirou em exaustão. As duas pararam de caminhar. Seguiam o curso de um rio, na floresta, sem um rumo ou objetivo - apenas era clara a vontade de Sora ajudar seus amigos. Tinham acabado de avisar Agumon sobre os cogumelos do esquecimento.

Escondiam-se.

“Hmmm, quem?” Mas ela sabia, só não desejava admitir. A outra lhe assegurou:

“PicoDevimon, eu quero dizer. Ele está errado.”

“Se PicoDevimon está errado...” A ruiva franziu a testa e ajeitou o velho chapéu azul. “Porque eu sinto que ele está certo?”

“Você não sabe o que está sentindo agora.” Piyomon tentou argumentar. Ela não era boa com aquilo. Apenas queria que a sua parceira ficasse melhor! Queria voltar aos outros seis, principalmente agora que sabiam que Taichi tinha voltado.

“Amor não é o que eu estou sentindo.” Ela não podia evitar o sorriso amargo e o tom áspero que vinham com o comentário. “Porque, de acordo com o que ele disse, eu não sei o que é isso!”

“Sora!” Piyomon repreendeu-a, chorosa. “Por favor, não fale assim...”

“Desculpe.” De repente, ela respirou fundo e sorriu. Tinha forças para isso. Pois era, sem dúvidas, uma menina muito forte e capaz. “Eu apenas preciso entender o que eu estou sentindo antes de voltar para o Taichi e o pessoal, ok?” Disse num tom gentil. Ela ainda queria ajudar Jou, Koushiro, Mimi... Queria, e ia ajudá-los.

“Tudo bem.” Ela concordou a contragosto. Abraçou-lhe as pernas e foi retribuída quase com certa timidez. “Eu entendo, Sora. E vou ficar com você.”

“Obrigada, Piyomon. E fique mesmo!” Riu. “Eu não sei o que eu faria sem você, sabia?” O sorriso, novamente, confortou-a.

O que lhe agradava era o fato de que, mesmo a garota estando tão imensamente deprimida, era um sorriso genuíno, amoroso, carinhoso, maternal, amável, bondoso - tão transbordando o que ela julgava não saber sentir ou se por ela sentiam!

Porque apenas ela não enxergava tudo isso?!

“O amor está dentro do seu coração, Sora.”

E a fortaleza rompeu-se com a dor da palavra:

“Não, não está!” Ali em suas bochechas, estavam, porém, as lágrimas.

De ódio.

“PicoDevimon é um mentiroso!”

“Mas ele falou a verdade, Piyomon!”

“Não, não falou, acredite em mim!”

“Se fosse mentira, meu Brasão já teria brilhado!”

Com isso, Sora encerrou a discussão e disparou, rápida, pela floresta...

Não ouviu Piyomon dizendo que a amava.

***

“Você acredita mesmo no que disse?”

Ignorou Taichi, Yamato e até mesmo o pequeno Takeru, assim como seus Digimons. Ela dirigia-se à parceira, que perguntou, confusa, pois tempo tinha se passado e a frase, ainda que verdadeira, afundara em seus pensamentos:

“No quê?”

“Que o amor está no meu coração.”

Antes que Piyomon pudesse responder à ela que sim, ela acreditava naquilo e muito mais, Taichi se pronunciou, afoito:

“Eu acredito nisso!” O moreno tinha um olhar urgente e espelhava a dor de sua melhor amiga. “Esse brasão é perfeito para você e você sabe disso, não sabe?”

“Taichi... Eu...” Calou-se.

Não, ela não sabia.

O grupo juntava-se novamente. Não era como um tempo antes, o dia da discussão, quando ela e Piyomon conseguiam se manter escondidas. Aos poucos, ajudaram seus amigos a se livrar dos problemas causados por PicoDevimon. Ajudaram-nos em silêncio, ocultas, a vencer.

Ajudaram-nos até o ponto em que eles vieram procurá-las.

E foi obrigada a contar a história do time de futebol.

“Sua mãe a proibiu de jogar.” Yamato raciocinou, de repente, ignorando Taichi. Os dois, mais Takeru, tinham a encurralado. O loiro, encostado numa árvore, estava calmo como sempre. O resto devia estar vindo, atravessando o rio - Sora quase ouviu o barulho de Jou caindo na água, e quase sorriu. “Você estava com o tornozelo ferido, podia se machucar no jogo. Não lhe ocorreu que ela estivesse preocupada?” Ela negou com a cabeça:

“Minha mãe não me entende.” Aquelas palavras pularam da boca de Sora antes mesmo de ela pensar se estava disposta a considerar o argumento. Não podia evitar, no entanto.

Estava tão acostumada a dizê-las.

“Você apenas acha que ela não te entende.” Tentou Piyomon.

“Ela quer te proteger, Sora!” Taichi exclamou.

“Passando por cima das minhas vontades?!” Algumas lágrimas desciam, tornando o líder ainda mais desesperado. Era doloroso vê-la chorar.

“É assim que se cuida das pessoas.” Yamato ponderou, bem menos afetado que o amigo. “Às vezes, não sabemos o que é melhor para nós. E temos vontade de algo que não nos faria bem, ou aos nossos amigos.”

Taichi assentiu, Takeru sorriu e Sora suspirou.

“Cite um exemplo.” Resmungou, cruzando os braços. Aquilo atingia um nível preocupante de desconforto - preferia estar a sós com sua parceira.

“Mimi.” O loiro disse, para depois acrescentar algo mais consistente: “Taichi me disse que ela queria deixá-lo com Jou no castelo dos Gekomons, presos. Ela estava triste, e era essa a vontade dela. Mas ela nos disse que aconteceu mais uma coisa enquanto ela dormia. E você sabe o que aconteceu, não é?”

Não houve resposta.

“Você foi até lá, até o quarto dela!” Piyomon completou. “Você passou pela vontade da Mimi e a ajudou a ver o certo!”

“Você cuida de nós tanto quanto a sua mãe cuida de você.” Taichi finalmente conseguiu organizar seus pensamentos preocupados e oferecer conforto. Sussurrou com um leve sorriso: “É por sua causa que estamos unidos.”

“Mas, a minha mãe...” O coração da ruiva ia ficando mais leve a cada palavra dita pelos seus amigos. Quem sabe sua mãe de fato compreendia o quanto o futebol era importante para ela? Não soube o que dizer, então, Takeru deu voz aos pensamentos que ela não sabia que tinha:

“Ela te ama, Sora!”

“Ama?” Balbuciou ao pequeno.

“Certamente.” Yamato concordou.

“Todos nós amamos!” Riu Piyomon, contente.

“E você não vai nos deixar, não é?” O loiro mais novo perguntou num fio de voz.

“T-takeru...” Sora suspirou debilmente. Mas algo dentro dela dava-a uma força descomunal.

A verdade apresentava-se diante dos seus olhos com uma clareza assombrosa. Sua mãe se importava com ela. Ela cuidava de seus amigos, e eles cuidavam dela - era algo recíproco, quente, bom, intenso, verdadeiro. Era o que ela buscava! E, se ela tinha consciência disso, era porque já havia nascido com ela.

Coragem, Amizade, Conhecimento, Sinceridade, Confiança e Esperança necessitavam de Amor. Necessitavam dela como ela necessitava deles! Sora precisava, também, do zelo e da companhia de sua rigorosa porém boa mãe.

Assim como sua mãe precisava dela mais que tudo; amava-a.

“Eu vou ficar!" Decidiu. "Eu entendi o meu brasão!”

“Ótimo.” Yamato disse simplesmente, mas sua satisfação era perceptível. Takeru comemorou e Piyomon deu um grande abraço nela, enquanto Taichi a provocou com um imenso sorriso brincalhão no rosto:

“E como não teremos mais dúvidas, hein?”

Devolveu o sorriso.

“Taichi estúpido!” Atacou. “Entenda que só fico porque amo você.” Divertiu-se bastante com o tom vermelhíssimo nas bochechas do amigo. Então, gritou mais alto, para que Mimi, Koushiro e Joe, que chegavam, pudessem ouvir o que ela disse com toda a sinceridade que possuía: “E não é para terem dúvidas! Amo vocês também!”

Ninguém duvidou, pois, naquela noite, seu Digivice brilhou e Garudamon foi a prova.

(...)

Naquele dia, ela notou muita coisa.

Notou que ela mesma havia criado o fantasma. Notou que ela acreditava que tinha crescido sem amor, quando, na verdade, possuía uma mãe incrível que se preocupava muito com ela - todos os seus atos eram pelo seu bem! Notou que não tinha mais que buscar o amor: seu coração já era tão cheio dele! E, claro, agora sabia que a amavam! Por tanto, amanhã ela não estaria mais perto do amor, ela já tinha chegado nele:

A busca de Sora Takenouchi já terminara - o que ela buscava sempre esteve com ela.


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Notas finais do capítulo

Então, como ficou?
Preciso dizer que, de todas até o momento, ESSA FOI A MAIS DIFÍCIL! Tudo; conciliar os episódios, o momento em que a Sora fica melhor, quem estava com ela...Nada parecia querer se encaixar! Foi complicado, então espero ter feito algo razoável.
De verdade, não sei o que pensar. Não sei mesmo dizer qual das três é a melhor, e ponho isso à critério de vocês, leitores! Como o meu objetivo é melhorar a cada vez que posto, caso essa não tenha superado a anterior, quero que me digam o motivo; se poderia ter ficado melhor ou pior por determinada razão. Enfim, as coisas de sempre! Suas opiniões, críticas, elogios, dúvidas e sugestões! *___*
Olha, pra falar a verdade, escrever essa Digi-Shot me fez ver o quanto a Sora insistia nisso tudo. Não a culpo, longe disso! Não quero passar a impressão de que faço descaso com a situação dela, pois não faço, é algo que deixaria qualquer criança cismada. É que eu acabo de ver o quanto ela focava nisso e esquecia de demonstrar o seu próprio amor, entendem? Na verdade, ela demonstrava, mas não percebia. Queria que ela tivesse percebido mais cedo, pois ela é uma personagem incrível!! ;) Sempre gostei de como o brasão dela se referia ao amor maternal, e não de namorados.
Importante:
*A primeira parte se passa logo após o episódio 22.
*A segunda, no episódio 27, quando o Yamato, o Taichi e o Takeru encontram a Sora, lembram?
Estou pensando agora que essa Digi-Shot não ficou muito boa; alguém está a fim de tirar esse pensamento de mim? kkkkkk ^^"
Gente... Voltei, do nada, a escrever na Brasão Lendário. Ninguém crie esperanças demais, por favor. Paciência ♥
Ah, e mais uma coisa: Eu ia escrever outra fic quando comecei esse capítulo, então... ALGUÉM SE IMPORTA COM UMA FIC DE PÁSCOA UNS DIAS ATRASADA? kkkkk'
A próxima é do Koushiro! Estou louca para fazê-la! (A que eu estou mais ansiosa é a do Takeru!)
Bem, é isso! Espero que continuem acompanhando! ;) Abraço e até mais!!
B. Star Fic