Cante Para Eu Dormir escrita por Georgia


Capítulo 20
Capitulo 20 - Cotas para o Amor.


Notas iniciais do capítulo

Como de costume, estou postando cada vez com menos frequência. Por favor não me entendam mal. Mas eu decidi que não vou atolar vocês de capítulos chatos e sem vida, decidi que eu só vou postar quando estiver inspirada. Vocês são queridos para mim, e como bem sabem a fanfic sou eu, eu sou a fanfic. Eu quero proporcionar a vocês se não toda, mas ao menos um pouco da vibe que eu sinto escrevendo, e saibam que quando eu postar será inteiramente e especialmente para vocês. Espero que gostem do capitulo novo. Amo vocês.



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Querido alguém,

Sinto como se tivessem me assaltado, roubado meu carro (que não é meu) tivessem passado com ele por cima de mim umas cinquenta e quatro vezes, e depois disso aberto meu peito, arrancando meu coração e com um machado despedaçado ele na minha frente e me fazendo engoli-lo. Não. Talvez isso seria menos doloroso. A metáfora “coração partido” é –por incrível que pareça- a pior dor já sentida.

Eu precisava encontrar Charlie novamente.

“-Estou morta.”- murmurei.

“- Não, não está.” – Disse Charlie.

“-Não estou, mas sinto como se estivesse... Ah Charlie, você não entende.”- Logo me arrependi do que havia dito.

“-Chloe eu entendo, eu entendo, e fico razoavelmente irritado por você dizer o contrário; você é a pessoa com quem eu me sinto bem em contar parte da minha vida, se não ela toda, justamente porque me identifico. Como pode dizer que eu não entendo? Você não imagina como minha casa está agora, minha família, na verdade não troco duas palavras com qualquer habitante daquela casa há semanas. Desculpe.” –Ele parecia irritado no começo e depois deu de ombros como se tivesse se alterado. EU me alterei na verdade.

“- Não, eu é que peço desculpas, eu errei em ter dito isso, e eu entendo completamente, você é a única pessoa que eu tenho há anos que posso chamar de amigo, que tem paciência comigo, se alguém tem que se desculpar, sou eu. “-Disse apreensiva esperando sua resposta.

“-Me conta o que aconteceu direito.”

“- Eu cheguei em frente a casa dele, respirei fundo, e peguei a carta. Plano A, em ação. Joguei a carta pelo portão, apertei a campainha repetidas vezes, voltei para o carro e me escondi, por “sorte” ele mesmo foi atender, pegou a carta abriu e leu ali mesmo, fazia caras e bocas enquanto lia, esnobe. Depois simplesmente riu, rasgou e jogou fora. Eu morri Charlie.”- Minha voz embargou.

“-O que dizia na carta?”- Charlie Parecia perplexo.

“- Era aquela do meu diário, que peguei você lendo um dia.”- Ele corou, não sabia que eu havia visto.

“- E-eu não tenho palavras, você deve estar completamente arrasada. Mas, esse era o plano A, sendo assim você tinha um plano B, e usamos o plano B quando o plano A falha.” – Ele procurou uma solução lógica.

“- O plano B era para o caso de a mãe dele atender, ou o caso de eu não poder ver a reação dele, como eu saberia. Não existe plano B para ignoradas Charlie, e foi isso o que aconteceu, eu pensei e repensei por meses, planos, decorei textos, e vislumbrei várias vezes nosso diálogo. Foi tudo perfeito aqui dentro, mas eu fui burra.” – Senti aquele nó dentro de mim, logo as lágrimas voltaram a rolar.

“-Chloe, você não foi burra, por que acha que foi?”

“- Sim eu fui Charlie, porque em todos esses meses e todo o planejamento eu imaginei tudo correndo completamente como planejado, e eu esqueci que a vida não se planeja, eu pensei em todos os pontos positivos, e esqueci de pensar em um plano B para MINHA vida caso eu fosse ignorada caso o negativo viesse a acontecer, eu jamais imaginaria que isso aconteceria, na minha mente de qualquer maneira eu iria acabar nos braços do Jared.”

Ficamos em silêncio por um minuto ou dois, Charlie parecia sem palavras.

“- Eu estou completamente surpreso, por mais que não acredite, o amor que você tinha pelo Jared, e tudo o que você abriu mão por ele, me inspirou de uma forma... Eu estou completamente perplexo com isso, eu... eu, se pudesse lhe daria um soco no olho.” – Ele nem olhou para mim, parecia realmente dizer a verdade.

“- Eu também.”

“- E agora? O que vai fazer?”

“- Charlie , eu não faço a mínima ideia, meu cérebro não consegue pensar em absolutamente nada, eu vim com tudo que eu tinha, não tenho nada nem ninguém me esperando com uma sopa quente e uma cama aconchegante. Eu não tenho nada. Talvez seja a hora de arrumar um emprego e seguir a vida sozinha.”

“-Chloe sei que é cedo demais para isso, mas pensei muito nesses últimos dias...Com Sam por perto, eu já não me sinto mais como antes perto dela sabe. Eu... bom... Venho pensando muito em você ultimamente, por favor não me entenda mal.” –Ele praticamente cochichava.

Fiquei em choque. Charlie pensando em mim, nunca em milhares de anos pensaria que isso fosse possível. Ele sabia que não haveria o mínimo de chances, ainda mais com o amor que eu achava sentir por Jared. Achava, isso mesmo. Eu não tive tempo de contar, que foi mais difícil ser ignorada, do que ser ignorada por Jared. Acho que eu só não parei o que estava fazendo porque já havia arriscado demais para voltar atrás. O que Charlie não sabia, era que eu também havia pensado nele nos últimos dias.

“- Sério?”

“-Er...Sim. Desculpe.”

“- Por que se desculpa Charlie? Pensou em mim de forma inapropriada? Pensou em mim fazendo coisas inapropriadas?” –Brinquei.

“-Claro que não Chloe! Só achei que precisava te dizer, mas não ia, não se tivesse dado certo para você.”- Ele baixou a cabeça não querendo me fazer lembrar de que “não deu certo para mim”.

Talvez eu me arrependa do meu seguinte ato, talvez seja cedo demais talvez...

“- E se...- Respirei fundo- E se nós nos beijássemos?” – Charlie estalou os olhos, eu achei engraçado mas imaginei que provavelmente eu estaria igual.

Foi uma cena estranha, foi bom. Nós não dissemos absolutamente nada, ele apenas chegou perto, ainda com os olhos estalados, eu estava tremendo, eu já havia beijado antes, então por que o nervosismo? Ele colocou uma mecha do meu cabelo atrás de minha orelha, e eu só o fitei com os olhos. Nós nos olhamos e ele começou a chegar mais perto, e mais perto, e nossos lábios se tocaram. Eu senti um arrepio maravilhoso, eu nunca senti isso antes, foi familiar e bom embora eu nunca tivesse feito aquilo antes. Não com ele.

O beijo durou uns vinte segundos, depois nós deitamos no gramado do cemitério (exatamente, estávamos num cemitério.) nossos corpos estavam próximos, e eu coloquei minha cabeça em seu peito e chorei baixo. Ele me abraçou e assim ficamos.

“- Você não tem medo de tentar algo novo?”- Ele acariciava meu ombro, um pouco envergonhado.

“- Charlie, eu não sei se devo esperar mais do amor. Eu não sei se Deus nos dá algum tipo de cota amorosa, se podemos ter dois ou mais amores verdadeiros numa vida só, mas eu não tenho medo de tentar. Se essa cota existe, me arrependo apenas de o verdadeiro ter sido apenas da minha parte, e por ter sido tão cedo...” – Eu não sei se ele entendeu aonde meus pensamentos foram parar, eu entrei em um mundo só meu naquela hora, talvez só Deus pudesse entender o rumo dos meus pensamentos.

“-Talvez você tenha uma má imagem de Deus Chloe. Ou eu tenha uma imagem boa demais. Se Deus é tão bom como dizem, e se o Amor é tão importante, Acredito que ele não daria uma cota para ele.” –Ele suspirou.

Ele estava certo. Talvez fosse hora de seguir em frente. Talvez. Mas naquele momento eu só queria, pelo menos uma vez em anos, me sentir protegida. Eu estava.


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