Meu Priminho Preferido escrita por gabwritter


Capítulo 9
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

Mais um pra vocês!



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Corri até a sala de estar procurando por ele. O encontrei em cima da mesa de centro e ali na tela, materializado em letras, estava o nome o causador das minhas noites sem sono, das minhas lágrimas e dos meus sorrisos, estava ali o nome do amor da minha vida: Edward.


– Edward? – atendi ao telefone com a voz trêmula. – Você...

– Não fala nada, Bella. – ele me interrompeu. – Só me escuta. – fiquei calada por alguns segundos esperando que ele se manifestasse, mas nada.

– Ed? – o chamei, ele parecia não ouvir. – Edward? – eu podia ouvir sua respiração entrecortada, típica de quem tinha levado um susto e estava se recuperando.

– Você tem noção do que me fez passar todos esses dias? Você tem noção de como eu me senti? De como me destruiu?


Não. Eu não sabia. Eu podia imaginar, mas se o meu sofrimento já era horrível, o dele deveria ser muito pior.


– Não, Bella, você não tem! – ele respondeu diante do meu silêncio. A voz dele indicava sua surpresa e, acima de tudo, sua raiva. – E agora, depois de tudo que aconteceu, depois que você me tratou feito um merda, um ninguém, você me deixa um recado na caixa de mensagens e espera que eu volte rastejando pra você? – eu me mantinha silenciada, e por mais que eu forçasse minhas cordas vocais para emitirem algum som, meus esforços pareciam nulos. – Pois não perca seu tempo. Você só me fez o favor de abrir os olhos e enxergar a mulher por quem eu me apaixonei. Aliás, mulher? Está mais para uma garotinha que não faz o que quer e vive da opinião dos outros. Pra mim chega! Eu não vou mais ficar a mercê das suas vontades. Chega! Viva a sua vida e deixa eu viver a minha. Porque quando eu corria atrás de você feito um cachorrinho você não me queria. Agora quem não te quer sou eu.


Só o que eu escutava era o tu-tu-tu indicando o fim da ligação.


– E então? Era ele? – Alice apareceu no final do corredor e assim que me viu seu sorriso murchou. – Bella... Ele...


Me encolhi no meu próprio casulo, me protegendo do mundo que me cercava. A este ponto, minha camiseta estava completamente encharcada e meus olhos ardiam. Se essa era a dor da rejeição Edward estava certo ao me dispensar. Eu nunca, nunca, tinha sentido uma dor assim. Nunca!


– Edward? O que está acontecendo? – ouvi Alice falando ao telefone, levantei minha cabeça imediatamente e a encarei, como se ela fosse dizer que ele estava brincando e que estava voltando para mim. Doce ilusão. – Mas... – ela foi se distanciando de mim até sumir no corredor, na certa não querendo que eu escutasse sua conversa. – VOCÊ FICOU LOUCO?


O grito dela me despertou, dois segundos depois a senhora que cuidava dela apareceu na sala correndo, ao ver que Alice não estava ali, disparou em direção ao corredor procurando por ela. Peguei minha bolsa e saí da casa o mais rápido que eu pude. Entrei no carro e pisei fundo no acelerador. Quando cheguei perto do portão lembrei que alguém dentro da casa tinha que abri-lo para mim.


Foda-se!


Acelerei mais e bati com força no portão, fazendo que o mesmo se quebrasse imediatamente e eu pudesse partir. A frente do meu carro deveria estar caindo, mas eu pouco me importava, aliás, nada mais me importava. Dirigi sem rumo até eu perceber as faíscas saindo debaixo do carro. Aos poucos o motor foi falhando e o carro parou no meio de uma avenida, já não tão movimentada por passar das oito horas da noite.


– Porra! Porra. Caralho! – xinguei batendo com toda a minha força no volante. Vários carros buzinaram atrás de mim, xinguei eles também. Peguei minha bolsa e saí andando no meio da avenida. As buzinas aumentaram. – Vão se foder! – gritei pra eles. Será que não viam o meu estado? E ainda queriam me importunar mais?

– Sai daí! – um cara gritou ao meu lado.


Um pouco a frente de onde eu estava avistei um letreiro em neon indicando um bar. Ótimo, ali seria o meu refúgio. O bar não era o que eu esperava. A decoração era colorida, muito colorida por sinal, e haviam vários letreiros escrito “SANGUE LATINO”, deveria ser o nome do local.


– Boa noite. – o garçom disse com um sotaque engraçado. – O que vai querer? – ele me analisou por um tempo e depois sorriu. Ele me reconheceu.

– Eu quero uma dose dupla do que tiver de mais forte.

– É pra já, Isabella. – não liguei por ele ter me chamado pelo nome. Eu só queria beber e mandar o resto do mundo se foder. – Aqui está. – ele voltou depois de um tempo. – Eu fiz um drink pra você com a Everclear e...

– Drink? Eu pedi uma dose dupla e PURA. – bufei irritada.

– Dona Isabella, apenas beba.


Ele disse isso e se virou indo atender outro cliente. Otário! Dei um gole no drink e virei para o lado cuspindo tudo no chão. Puta que pariu! Que diabos esse homem me deu?


– Ei, você! – o chamei de volta. – Por acaso me deu álcool puro?

– Eu tentei explicar, mas você não deixou. – ele deu de ombros.

– Ok, tanto faz. Eu quero tequila, sal e limão.


Enquanto ele pegava meu pedido tentei dar mais alguns goles no drink, era realmente forte mas meu objetivo era beber e esquecer dele. Dele. Edward. Droga!


As lembranças me aplacaram em cheio. Junto com as imagens de nós dois juntos e felizes vinha a maldita frase dele.


Agora quem não te quer sou eu.


Virei o resto do drink que faltava ao mesmo tempo em que o garçom colocava a tequila na minha frente. Espalhei o sal pela beirada do copo, espremi o limão na língua e virei a tequila. Pedi por mais uma dose.


Agora quem não te quer sou eu.


Ele não me queria mais. Não me amava mais.


Agora quem não te quer sou eu.



“O abracei o mais apertado que podia. Eu não tinha certeza de quando o veria de novo.


– Você vai pra Los Angeles me visitar, não vai? – perguntei depois de dar um selinho nele.

– Eu iria com você agora, bebê, mas eu preciso terminar aquele projeto. – sua voz estava abafada. Ele agora tinha sua boca acariciando meu pescoço. Eu me arrepiava por sentir sua respiração ali. – Mas não se preocupe, prometo não demorar mais que duas semanas para estar junto de ti de novo. – agora ele me olhava nos olhos. – Não é como se eu pudesse ficar mais tempo que isso longe. – sorri infeliz por ter que me separar dele.


“Atenção senhores passageiros do voo 4521 com destino a Los Angeles, fazer embarcar pelo portão 13.”


– Eu tenho que ir, Eddie. – me separei dele, mas ele me puxou de volta aos seus braços.

– Eu não quero te deixar ir, amor. – lá estavam as mariposas no meu estômago. Era a segunda vez que ele me chamava de amor. – Fica comigo? – os olhos verde-azulados, o sorriso torto, a carinha de cachorro abandonado: tudo ali me atraia para ele como um imã, como se ele fosse a terra e eu o objeito que a gravidade sempre puxava para baixo. Não, eu não saberia mais viver sem ele. O puxei para o nosso beijo de despedida. Nossas línguas travavam uma guerra lenta e dolorosa por saberem que em instantes teriam que se separar. Não havia pressa, o momento que vivíamos ditava o ritmo do beijo. Nossas bocas expressavam nossa vontade de ficarmos juntos para sempre. Ele mordeu meu lábio inferior num último ato antes do selinho final.

– Você sabe que eu não posso. – fiz um carinho no cabelo dele e sorri involuntariamente ao vê-lo fechar os olhos para apreciar melhor o afago. – Eu te amo.

– Eu também te amo, Bella.


Nos abraçamos mais uma vez e eu me separei dele. Peguei minha bolsa e fui em direção à porta da sala privada que estávamos. Mandei um beijo no ar e a porta se fechou. Deus, que essas semanas passassem voando e que ele voltasse logo pra mim.”



Agora quem não te quer sou eu.


Eu já tinha tirado não sei quantas fotos com os clientes dali... “Olha a Bella!”; “Isabella Swan!”; “Tira uma foto comigo?”. PORRA! Eu tava bebendo e o povo me perturbando.


Encarei a garrafa de tequila com o líquido um pouco abaixo da metade. Ei, por que já estava acabando?


– Juanitooooo!!!! – gritei para o garçom. – Juanito, você sabia que é o meu melhor amigo? Meu melhor amigo mexicanitoo, Juanitooo. – ele apenas sorria de mim. – Posso te fazer uma perguntita? – esperei ele assentir para prosseguir. – Você está bebendo a minha bebida, Juanito?

– Não, Bella, por que? – apontei para onde a bebida estava e ele entendeu o que eu queria dizer. – Foi você quem tomou tudo.

– Seu mentiroso! Você é um mentiroso de uma figa, Juanito! Você não presta! – bati as palmas da mão na mesa e peguei impulso para me levantar da mesa. – Aliás, nenhum homem presta! ESTÃO ME OUVINDO? NENHUM HOMEM PRESTA! – abri minha carteira, puxei uma nota de cem dólares e a deixei sobre o balcão. – Eu vou embora daqui. – olhei ao redor e toda a clientela do lugar me encarava e apreciava, ou não, o show que eu estava dando. Podia apostar que tinha alguém gravando para vender pra alguma revista de fofoca no dia seguinte.


Agarrei a garrafa, coloquei a bolsa debaixo do braço e dei o primeiro passo. Segundo, terceiro e puta que pariu. Senti mãos me puxando para cima, mas eu não preciso da ajuda de ninguém!


– Me solta! – gritei pra quem quer que estivesse me ajudando.


Com muito esforço levantei do chão e saí do bar.


– Eles não prestam! Ele não me quer mais! – choraminguei agarrada na garrafa e dando mais um gole na tequila. – O único que presta é você, Mr. Cuervo, só você, Jose! HAHAHAHAHA, quer casar comigo? Serei a senhora Isabella Cuervo.


Continuei meu monólogo com a garrafa que não me respondia de maneira nenhuma. Andei até o meio da avenida procurando meu carro, mas ele não estava mais lá.


– Ué, onde está ele, Jose? Será que sequestraram meu carrinho?


Um carro em alta velocidade passou ao meu lado buzinando. Mostrei o dedo do meio e continuei andando na contra mão no meio da avenida, ainda procurando meu carro. Ele não poderia estar tão longe, eu lembro que era perto do bar...


– Ei, ei!! – gritei por um carro que passou, mas ele não parou. – Seu idiota! Certeza que era homem!


Vaguei por mais alguns instantes até que decidi sair da avenida, estava chato ficar desviando dos carros. Vi umas luzes vermelhas e azuis e identifiquei como sendo da polícia. Apressei o passo e faltando uns cinco metros para chegar até a viatura eu caí no chão de novo.


– Caralho! – xinguei ao ouvir o barulho do vidro se quebrando com o impacto que meu braço fez sobre a garrafa.

– Senhorita? – o policial se aproximou de mim. – A senhora está bem?

– Não! Eu não ‘to nada bem! – comecei a chorar. – Meu único companheiro morreu. Adeus, Mr. Cuervo. – falei tentando juntar os caquinhos de vidro da garrafa.

– Senhorita, assim a senhora vai se cortar.

– O que? – olhei para cima e apertei os olhos para conseguir encará-lo. – Senhor policial, eu sei que o senhor é autoridade, mas será que dá pra tirar essa luz da minha cara? – eu pedi com delicadeza e fui atendida. – Obrigada.

– O que está acontecendo aqui, Tops? – outro policial chegou perto de nós.

– Só mais uma bêbada. – o segundo policial me analisou um pouco enquanto eu sorri para ele. Até que era bonitinho.

– Isabella! É aquela atriz Isabella Swan!

– Sim, sou eu. Mas de que adianta isso, cara? De que adianta ser famosa, ter dinheiro, se não consigo ser feliz? – os soluços do meu choro se fizeram presentes. – Ele disse que não me quer mais.

– É pior do que eu achava. – um deles disse. – Olhe, ela se cortou.


Me alarmei com a afirmação dele e olhei para baixo. Meu braço estava cortado em várias partes e em um dos cortes dava pra ver o pedaço de vidro dentro.


– Isso é tudo culpa dele!


Os homens se afastaram um pouco pra conversar e eu fiquei ali jogada no chão ainda pensando nele.


Eu o amava! Ele não enxergava isso? Será que ele não entendia que é difícil pra mim também? Eu tinha a minha vida toda feita até ele aparecer e estragar tudo! Um egoísta, isso sim. Só pensava nele. E agora que eu estava sofrendo?


Ouvi um barulho de sirene e olhei para a viatura de continuava parada. Achei que era efeito do álcool e eu estava alucinando, mas logo apareceu uma ambulância que estacionou do lado do carro de polícia. Dois paramédicos vieram em minha direção com uma maca e começaram os procedimentos em mim.


– Ei, ei, ei! Podem me soltar. – eles não me ouviam e continuavam a me examinar. Me emputeci de vez quando praticamente enfiaram uma lanterna dentro do meu olho e comecei a me debater para me afastar deles. Em algum momento eu me apoiei no chão e senti a fisgada do caco de vidro perfurando minha pele. – AAH!


Eles colocaram o protetor no meu pescoço e me amarraram na maca. A esta altura eu só chorava e sentia eles me colocarem dentro do carro.


– Leva pro Health Care Center. – um paramédico disse.

– Mas isso é do outro lado da cidade! – o outro respondeu.

– É o hospital da família dela.


Eles colocaram uma máscara de oxigênio no meu rosto e a última coisa que eu ouvi foi um deles falar “você vai ficar bem”... Eu tava mal?










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Notas finais do capítulo

Meninas, não me matem! haha sei que estou enrolando um pouco, mas é necessário para a história, e a Bella também precisa provar do próprio veneno.

I hope you enjoy!

ps: próximo cap ela vai atrás dele!