Meu Priminho Preferido escrita por gabwritter


Capítulo 10
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

Segue mais um, leitoras!!

Boa leitura :)



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Eles colocaram uma máscara de oxigênio no meu rosto e a última coisa que eu ouvi foi um deles falar “você vai ficar bem”... Eu tava mal?

[***]

Abri os olhos lentamente para me descobrir sozinha num quarto escuro. O barulhinho chato da máquina ao meu lado continuava me incomodando, maldita seja essa merda que me acordou. O relógio ao lado da cama marcava 5h30min da manhã.

Tentei me sentar na cama mas ao menor movimento caí para trás como se alguém tivesse me empurrado. A dor em minha cabeça era excruciante. Senti fisgadas em todo meu braço direito e então vi as ataduras ao redor de quase todo ele. Minha mão também estava enfaixada. Finalmente caiu a ficha: eu estava em um hospital! Mas... por que raios eu estava num hospital?

Vi minha bolsa apoiada na cadeira do lado esquerdo na cama e, lutando contra a dor que parecia se intensificar a casa respirada, estirei a mão a puxando para mim. Cacei meu celular ali dentro e o liguei.

Não me lembro em que momento eu o desliguei, nem o momento em que eu perdi minha memória. Minha última lembrança era de estar no bar conversando com Juan e depois disso nada.

O celular apitou avisando que estava ligado e então começou a vibrar desenfreadamente. Cinquenta e nove ligações e duas mensagens. Optei por ler as mensagens primeiro, ambas eram de Alice.

“QUAL É O SEU PROBLEMA? ARROMBOU O MEU PORTÃO! SAIBA QUE É VOCÊ QUEM VAI PAGAR!”

“Bella, onde você se enfiou? Eu estou preocupada. Você saiu daqui muito mal... Sua mãe está louca atrás de você. Charlie já rodou a cidade inteira. Riley não para de ligar. Vovô está aqui comigo, tentando me acalmar. Nem o Edward você atende! Por favor, por favor, me responde.”

A primeira mensagem tinha sido enviada um pouco antes da vinte horas e a segunda, há uma hora e sete minutos atrás.

Me senti mal por causar essa preocupação a minha família, mas eu não queria falar e muito menos ver ninguém. As palavras dele ainda ecoavam por minha cabeça sem parar. Era castigo! Era o pior dos castigos e eu tinha que enfrenta-lo. Nem o fato de ele ter me ligado me gerou alguma comoção, com certeza estava ligando a mando de Alice.

Eu queria sair dali, mas as fisgadas e as dores me impediam de qualquer movimento. Ao lado da cama encontrei um botão vermelho e o apertei, já sabendo que ele acionava a enfermeira.

– Bom dia, Isabella. – ao contrário do que eu pensava, quem apareceu foi o médico e não a enfermeira.

– Hm... O senhor pode me dizer o que aconteceu? – o homem de cabelos negros e com o rosto repleto de rugas olhou pra mim sorrindo como se já adivinhasse que essa seria minha pergunta inicial.

– Você não lembra, não é? – continuei calada. Se eu estava perguntando era porque não sabia. – Pois bem, você chegou aqui extremamente alcoolizada e com os braços ralados. Os cortes eram superficiais, com exceção de um deles que continha um caco de vidro e outro na mão também com vidro, por pouco não pegou numa veia, aí você estaria complicada.

– Doutor... – procurei no avental dele seu nome. – Doutor Schult, como eu vim parar aqui?

– O paramédico que lhe trouxe veio conversar comigo antes que lhe tirasse da ambulância. Ele explicou que você é uma pessoa pública e talvez quisesse discrição. Então lhe cobrimos e lhe trouxemos diretamente para o quarto. Não se preocupe, apenas eu e mais duas enfermeiras sabemos que você está aqui. – eu assenti num agradecimento mudo por ele não ter alarmado mais a situação. – Também não avisamos nenhum parente seu, achei melhor esperar você acordar para ver como proceder.

– Eu agradeço muito pela ajuda. E lhe peço que não avise a ninguém. Quero sair daqui assim como entrei: sem ninguém saber.

– Pode ficar tranquila, Isabella. Afinal, você é minha chefe, não? – ele dizia sorrindo maroto, criando uma intimidade que eu não tinha consentido.

– Sua chefe?

– Sim, você está no Health Care. – pronto, era só o que me faltava.

– Carlisle não está aqui, está? – fiquei aflita, se meu tio, que era o médico geral do hospital, estivesse aqui, com certeza ele me delataria para a família e logo todos estariam aqui para me torturar.

– Não, você teve sorte. Hoje é a folga dele.

– Quando posso ir embora?

– Assim que quiser. Porém, sugiro que durma mais um pouco apenas para descansar o corpo. Lhe aplicamos um pouco de glicose para que melhorasse mais rápido e fizemos seus curativos. Eles devem ser trocados diariamente por três dias. Não é necessário vir ao hospital, você mesmo pode fazê-lo em casa. Mas no quarto dia, será necessário ir a um pronto-socorro para que lhe tirem os pontos. Foram dois na mão e três no braço.

Sorri em agradecimento e ele, com mais algumas recomendações e me regalando um analgésico para a dor, me deixou só. Ingeri a pílula e não demorou muito para que eu caísse no sono novamente. Três horas depois acordei me sentindo bem mais leve e menos dolorida. Consegui levantar sem maiores problemas, apenas com algumas pontadas de dor no braço machucado e um resquício de dor acima do nariz. Segui até o banheiro, onde encontrei um kit de higiene e escovei meus dentes. De volta ao quarto, encontrei minha roupa dobrada sobre o sofá e só então percebi estar com aquelas batas verdes ridiculamente típicas de hospital. Me troquei e voltei a deitar na cama esperando que a enfermeira viesse.

– Bom dia, dona Isabella. – a moça que aparentava uns 28 anos me cumprimentou.

– Bom dia, eu já posso ir?

– Já sim, eu já falei com o Doutor Schult e ele me instruiu a lhe ajudar. A senhora deseja  ser discreta, não? – assenti para ela. – Então, tem um táxi lhe esperando na saída dos fundos do hospital. Espere só um minuto que eu vou avisar que estamos indo e já volto. – ela disse já saindo do quarto e voltou um tempo depois. – Podemos ir.

– Qual seu nome? – perguntei enquanto eu vestia o boné e o óculos escuro que ela tinha separado para mim.

– Blair.

– Muito obrigada pela ajuda, Blair.

Ela me sorriu e saímos do quarto. Passamos por vários corredores. Ela sempre ia na frente, me guiando, e eu a seguia de cabeça baixa para que ninguém me reconhecesse. Ao sair na parte de trás do prédio avistei um taxi. Agradeci Blair mais uma vez e dei o endereço do meu apartamento ao motorista.

– Bella? Você que me matar de susto? – Jane, minha assessora e amiga nas horas vagas atendeu a meu telefonema já surtando.

– Calma, Jane. Eu estou bem.

– Você só pode ter pirado. Eu nunca vi dona Renée tão desesperada, Bella. Alice disse que você atropelou o portão da casa dela.

– Sim, sim. Depois eu te conto direito. Mas agora eu preciso dos seus serviços. – pedi vendo que o taxi já se aproximava da minha casa.

– Diga.

– Eu preciso que você frete um jatinho pra mim. Eu preciso ir à New York urgente.

– Ok, ok. Pra que horas?

– Pra ontem, Jane. – podia imaginar que ela estava revirando os olhos agora, como sempre fazia quando eu pedia algo urgente a ela.

– Ok, assim que estiver tudo pronto eu te aviso.

– E não diga a ninguém! Eu não quero que ninguém saiba onde eu estou, entendeu? E muito menos que estou indo para New York. Ninguém, Jane! – o taxi parou em frente ao prédio onde eu morava e, após pagá-lo, desci do carro.

– E seus pais, Bella?

– Ninguém, Jane. Aguardo seu retorno.

– Ta bem, tchau.

Entrei no meu flat e segui diretamente para a cozinha procurando algo comestível ali. Achei uma maçã quase murcha na geladeira. Era a única coisa que tinha ali. Meu celular voltou a tocar, era Renée. O deixei na cozinha e fui até meu quarto tentar tomar me banhar. Tomei um banho de gato praticamente, a dificuldade que meus machucados impunham não me permitiram um banho melhor. Vesti a calça jeans, uma blusinha básica preta de manga comprida para esconder meus curativos, um casaquinho mais arrumado, sapatilhas também pretas e eu estava pronta. Preparei uma pequena mala para uns cinco dias com roupas mais pesadas devido ao frio que assolava NYC.

Voltei para cozinha vendo que meu celular tocava, mas dessa vez era Jane.

– E aí? Conseguiu?

– Sim, o avião parte desse aeroclube perto da sua casa em quarenta e cinco minutos. Pedi um café da manhã completo também, fiz mal?

– Não mesmo, Jane. Eu ainda não comi nada e to morrendo de fome. Obrigada, de verdade. Depois eu te ligo e te conto o que está acontecendo, mas por hora eu prefiro não dizer nada. E não esquece: não diga nada a ninguém.

– Está bem, Bella. Se cuida. Beijos.

– Beijos, anjo.

Anjo. Era assim que eu a chamava as vezes. Jane sempre me salvava, sempre resolvia meus problemas, não apenas profissionalmente, mas como amiga também. Sabia que nela eu podia contar em qualquer situação.

Nos despedimos e liguei para a portaria pedindo um taxi. Peguei mais dinheiro no cofre do escritório e desci com a mala esperando minha condução.

Se Edward achava que se livraria fácil de mim, ele estava muito enganado. Uma vez ele me disse que não desistiria de mim. Agora quem não vai desistir dele sou eu.

********************

Desci  do carro amarelinho me repudiando por ter colocado uma roupa tão leve. Estava mais frio que o planejado em NYC. Entrei no prédio que há meses atrás foi o lugar que me proporcionou os melhores dias da minha vida.

Na recepção, encontrei com o Sr. Velasquez, eu já o conhecia de minha viagem passada.

– Hey, Sr. Velasquez, como estás? – enrolei um espanhol sabendo que isso fazia o dia dele.

– Bellita, estoy bien y tu? – ele disse com aquele sorriso gigante de sempre.

– Oh, o senhor sabe que eu não passo do como estás. – ele pareceu meio envergonhado, mas logo tratou de esconder. – Edward está aí?

– Sim, senhora. Eu devo avisar que a senhora chegou? – ele perguntou inocente.

– Não, eu quero fazer uma surpresa. Até mais, Vel. – o chamei pelo apelido que ele gostava de ser chamado.

– Até, senhora. Tenha um bom dia.

Desejei o mesmo a ele e subi ao andar de Edward. Diante de sua porta eu me peguei com medo. Sim, medo da reação dele. Medo que ele fechasse a porta na minha cara e dissesse que nunca mais queria me ver.

Mas eu estava decidida a tê-lo para mim, e não falharia até que minha missão obtivesse sucesso.

Com os dedos tremendo, apertei a campainha.

– Bella?


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Notas finais do capítulo

PROMETO que não enrolo mais, o próximo capítulo é, pelo menos pra mim, é o mais esperado!

Obrigada pelos comentários, estou respondendo a todos, mas minha internet não ta colaborando, então, se eu deixei de responder algum, me perdoem.

I hope you enjoy!