Meu Priminho Preferido escrita por gabwritter


Capítulo 17
Capítulo 16


Notas iniciais do capítulo

Mais um, leitoras!



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– Alô? – ele me pareceu meio nervoso. – Agora? – Edward ouviu mais um pouco do que a mulher falou e se levantou da mesa. Achei que ele apenas ia se afastar para ouvir direito, já que o volume na mesa não estava muito baixo. Mas não, Edward saiu do restaurante.


Que porra está acontecendo?


Bufei com a imaginação a mil. Quem era essa Tanya? E o que ela queria com Edward tão tarde assim? Estaria ele me traindo? Não, impossível! Edward nunca me trairia, e se o fizesse, eu mesma daria o Oscar de melhor ator pra ele. Traição? Não, de maneira alguma Edward faria isso comigo. Ou faria? Não, não faria, não depois de tudo o que passamos. Não depois de tudo o que ele me falou. Traição estava fora de cogitação, não estava? Entretanto, se ele...


– Bella! – me espantei com Alice gritando ao meu lado. – A tia Sarah está falando contigo. – sorri meio sem graça e encarei minha tia.

– Desculpa, tia. Estava meio avoada, o que era?

– Eu só estava lhe perguntando quando sai seu novo filme. – ela me respondeu com aquele tom de delicadeza que fazia qualquer pessoa sorrir. Deus, como Esme poderia ser tão diferente das irmãs?

– Sexta que vem. – disse empolgada. – Eu estava até pensando em chamar as meninas.

– Ah, querida, – ela lamentou. – creio que não será possível. Rebecca está voltando amanhã para New Haven.

– Verdade! Por um momento eu esqueci completamente que ela estudava.

– Graças a deus que sim. – ela falou transbordando de orgulho da filha. – E pela primeira vez, ela conseguiu arrastar Rachel junto pra conhecer Yale.

– Poxa, fica pra uma próxima.

– Mas você pode levar o Jacob, meu filho bem que está precisando sair um pouco. – ela franziu a testa como se lembrasse de algum fato. – Ele tem se dedicado tanto ao trabalho que uma descontração não fará mal.

– Há! Ele que não pense em escapar de mim. – lancei meu olhar 42 para Jacob, que não entendeu bulhufas. Nesse instante, Edward voltou a mesa se desculpando pela saída brusca. Fingi não reparar nele e escutar o que tio Billy dizia, mas minha atenção estava completamente voltada a Edward. Seu rosto indicava a preocupação, que ele até tentava esconder com um sorriso, só que a mim ele não enganava. Discretamente, ele fez um sinal de negativo para Emmett, que assumiu a mesma expressão tensa do irmão.


Que raios estava acontecendo?


Todos acabaram a sobremesa e o café foi servido. Apenas aqueles com mais de quarenta e cinco anos ficaram sentados na mesa tomando um cafezinho e conversando sobre a Higginbotham Enterprises. Os mais novos foram para a área externa do restaurante bater um papo. O espaço em que estávamos dava diretamente para a rua, ou seja, quem passasse ali veria tudo o que estávamos fazendo. Sentamos eu, Alice, Edward, Rachel, Rebecca, Jacob e Emmett nessa ordem ao redor de uma mesa redonda. Jacob e Emmett logo pegaram seus cigarros e começaram a deixar meu cabelo com aquele cheiro.


– Eaí, gente – a pessoa mais fútil que eu conhecia, vulgo minha prima, vulgo Rachel, se pronunciou. – vamos ficar só no blá blá blá ou vamos beber alguma coisa?

– Até que enfim a Barbie falou algo que preste. – Jacob zombou da irmã.


Rachel, como a última neta nascida na família, era totalmente mimada, não pela mãe, mas sim por Eleanor e sua madrinha, Esme. A menina era tão mimada, mas tão mimada, que chegava a doer ter uma conversa com ela. Com 22 anos, Rachel era o que se podia chamar de socialite. Ela não tinha nenhuma perspectiva de vida. Não queria estudar e muito menos trabalhar. Uma vez eu cheguei a discutir com ela sobre a rumo que estava tomando, e a resposta que obtive foi “Trabalhar pra que? Pra ganhar rugas? Eu mesma não!”. Também pudera, ela ganhava uma boa mesada da avó e ainda tinha o lucro mensal do Partiet, que fora dado a ela por Eleanor no último natal. Tia Sarah vivia lamentando o comportamento da filha, e dizia não saber como a mesma tinha se tornado o que é hoje, tão diferente dos irmãos e dos pais. Me admirava e muito que Alec quisesse se casar com ela, no mínimo, eles eram iguais.


– Eu sugiro o Mr. Cuervo. – Alice recomendou e de repente eu tive um insight. Mr. Cuervo? Ri sozinha, as lembranças da minha noite de bebedeira passando como um filme em minha mente. Como pode que só agora eu me lembrei do episódio?

– Eu te acompanho. – Rebecca falou.

– Então vamos todos de Cuervo. – Jacob tragou o cigarro e chamou o garçom, pedindo a garrafa de tequila e sete copos de shots. Não demorou muito e ele voltou com o pedido.

– Eu tenho uma brincadeira! – Allie meio que gritou. – Se chama Bicho bebe. – todos a encararam como se a mesma fosse um alienígena. Bicho bebe? What the fuck is that? – É bem simples, na verdade. Cada um escolhe um animal, quanto mais difícil o animal, é melhor. Por exemplo, eu escolho a abelha e o Ed escolhe a anta.

– Por que anta? – Edward questionou ofendido.

– Porra, é só um exemplo. – ele passou a mão no pescoço como se fosse uma faca, ameaçando minha amiga, que nem ligou. – Aí eu falo “abelha não bebe, quem bebe é a anta”. Daí o Edward tem que falar “anta não bebe, quem bebe é a abelha” ou outro animal que vocês escolherem. Se ele falar errado, ou se não falar, a pessoa bebe.

– Nossa, que coisa bobinha. – Rachel debochou. Todos na mesa a fuzilaram com o olhar. – Foi só um comentário gente.

– Não quer brincar, não brinca. –Jacob foi curto e grosso. Ela deu de ombros. – Eu sou o ornitorrinco.

– Eu sou a salamandra. – Emmett disse.

– Eu sou um dromedário. – eu escolhi. Edward foi de lagartixa, Rachel de borboleta e Rebecca de rinoceronte. Só faltava Alice se decidir.

– Já sei! Eu serei a jacutinga.

– O QUE? – todos nós gritamos ao mesmo tempo.

– É uma ave, ok? – ela se defendeu. – Eu começo. Jacutinga não bebe, quem bebe é o rinoceronte.

– Rinoceronte não bebe, quem bebe é a salamandra. – Rebecca continuou. Todos olharam pra Emmett esperando que ele continuasse a brincadeira. Dois segundos depois todos estávamos rindo dele.

– Puta que pariu! – ele xingou ao perceber que era sua vez de falar e ele não abriu a boca. De uma vez, Emm virou o shot de tequila. – AUUU. – ele gritou, imitando o Tarzan ou um lobo, não dava pra distinguir. Dois casais que ainda estavam por ali esperando uma mesa no restaurante olharam pra ele com medo.


Continuamos a brincadeira e vinte minutos depois, eu já me sentia extremamente feliz.


– Eu vou dizer uma coisa pra vocês, - interrompi Rachel que falava alguma merda. – Eu vou beber é sem essa brincadeira. – todos gargalharam.

– Então vamos virar. – Emmett, pra variar, gritou. Todos viraram seus shots e nesse momento eu vi um flash. Virei pra trás e me deparei com um paparazzi, há uma certa distância de nós, tirando fotos. Nem liguei e voltei minha atenção para meus primos. – Eu proponho outra brincadeira. – Emmett falou enquanto enchia o copo de todos com o resto de tequila que tinha na garrafa. – Verdade ou desafio.

– Isso, isso, isso. – a tapada da Rachel disse imitando o Chaves. Alguém atira nessa garota, por favor? Era um ano mais nova que eu, mas parecia ter dez anos.

– Eu começo. – Jacob anunciou. – Eu desafio todos vocês a beber um shot.

– Ih, muito fraco. – Edward zoou e virou seu shot, assim como o resto de nós. – Garçom, trás uma Absolut.

– Absolut? Hm, gostei. – Emmett se manifestou. O garçom não demorou com a trazer a vodka. Depois de todos servidos, ele pegou a garrafa vazia de tequila e rodou sobre a mesa. – Eu pergunto pra Rachel. – a Barbie ficou toda feliz e bateu palmas como uma foca. – Verdade ou Desafio?

– Verdade.

– É verdade que... Hm... É verdade que você já fez um ménage? – ela ficou completamente vermelha em um segundo. As gargalhadas explodiram, não era preciso que ela respondesse com palavras, seu rosto já dizia tudo.

– Todo esse tempo se fazendo de rogada, quando na verdade é uma safada? – Jacob a cutucou.

– Cala a boca! – Rachel esbravejou, virou seu shot e rodou a garrafa. – Eu pergunto pra Bella. Verdade ou desafio?

– Verdade. – respondi.

– É verdade que você já ficou com um colega de elenco?

– Sim. – respondi sem dar muita bola pra pergunta e tomei meu shot, logo Emmett estava enchendo meu copo de novo.

– Quem era? – ela continuou perguntando.

– Não interessa. – rodei a garrafa. – Eu pergunto pra Emmett. Verdade ou desafio?

– Desafio. – todos fizeram um “wow”, afinal, ele era o primeiro a escolher desafio.

– Eu te desafio a ir lá dentro do restaurante e voltar com o número do celular de alguma mulher. E não vale enrolação, ein. – Emm sorriu de orelha e orelha e se levantou da mesa. – Hey, gente, enquanto o Emm não volta, eu queria convidar vocês pra ir na premiere do meu novo filme, semana que vem.

– Eu vou! – Rachel logo se voluntariou.

– Não, você não vai. – Rebecca a advertiu. – É uma pena, prima, mas eu e Rachel vamos a Yale essa semana.

– Não faz mal, Becca, tia Sarah me falou que vocês não poderiam ir. Jake, Allie, Ed? – os três confirmaram e Emmett voltou.

– Não só consegui o número dela, como um encontro sexta-feira. – ele mostrou o papelzinho com os números.


Continuamos ali até acabar a Absolut, todos completamente bêbados. Entramos no restaurante que agora continha poucos clientes e nos dirigimos até onde os velhos estavam.


– Lindo! – dei um beijo estalado em vovó Rupert e ele me puxou pra seu colo.

– Como você está, Isa?

– Bêbada. – gargalhei junto com vovô. Vi com a pontinha dos olhos Eleanor cutucar minha mãe e a recriminar. – Hey, - a chamei mais alto para que ela ouvisse. Ela desviou o olhar até mim. – o que é que você ta falando aí, ein?

– Estou parabenizando sua mãe pela maravilhosa educação que você recebeu. – ela ironizou.

– Pois então dê seus parabéns também pra tia Esme e pra tia Sarah, pois todos os seus netos estão bêbados. – sorri, me sentindo vingada. Esme arregalou os olhos e abaixou a cabeça envergonhada. Vovô segurou a risada. – Ai, vocês estão muito chatos hoje. Vamos emboraaaaaaaaaa, mãe. – me levantei do colo de Rupert e dei um beijinho em seus cabelos brancos e ralos. – Tchau, cambada.


Ouvi Emmett gargalhando e me seguindo. Saí do restaurante com Emm, Alice e Edward. Aproveitei que estávamos só nós ali e o puxei para o canto.


– Quem era no telefone? – eu tinha decidido confrontá-lo sobre o assunto no dia seguinte, mas agora que o álcool me governava, eu estava pouco me lixando se deveria o fazer ali ou não.

– Era trabalho, amor. – ele respondeu um pouco grogue. Escutei um barulho estranho e... Alice e Emmett estavam imitando macacos?

– Trabalho? O que aconteceu no seu trabalho às dez horas da noite? – cruzei os braços e me encostei na parede. Ele se aproximou um pouco mais de mim, mas eu o empurrei. – Não chega perto, Edward. – ele se afastou novamente e se manteve calado. – Anda, responde!

– Houve um problema na obra. – ele disse baixinho.

– Que problema? – falei mais alto no momento em que o resto da família saía do restaurante.

– Um acidente.

– Que acidente, porra? – praticamente gritei e Alice veio para nosso lado.

– Você tá gritando, Bella. – ela disse.

– Eu quero que se foda se eu estou gritando ou não. – falei num tom normal, porém, a esse ponto, eu estava espumando raiva. – Seu irmão está me devendo uma resposta.

– Bella, olha o escândalo. – Allie nos advertiu mais uma vez e eu percebi Eleanor nos analisando.

– Foi um acidente na obra, um homem caiu e foi parar no hospital, foi isso. – ele respondeu depois de um tempo calado. Bufei e me juntei ao resto da família. Os manobristas estavam chegando com os carros.

– Charlie, - Renée chamou. – você pode dirigir o carro de Alice? Carlisle vai pro hospital agora e Alice está sem condições.

– Claro. – papai pegou as chaves do Porsche amarelo de Alice e saiu rapidamente dali.

– E vocês, - mamãe se dirigiu a mim, Allie e Edward. – vão comigo. Todos vão dormir lá em casa.


Ninguém se pronunciou contra e entramos no carro. Alice foi na frente com Renée e eu atrás com ele. Edward tentou me abraçar, mas me desvencilhei dele. Não sei se o álcool tinha enfatizado minha desconfiança sobre Tanya, mas se antes eu desconfiava, agora eu tinha certeza que eles eram amantes. Uma vibração no banco ao meu lado chamou minha atenção. Olhei pra baixo procurando o objeto e encontrei o celular de Edward com, runf, o nome Tanya no visor.


– O QUE É QUE VOCÊ QUER COM O MEU NAMORADO? – atendi o telefonema completamente descontrolada. Que se foda minha mãe e Alice no banco da frente, que se foda Edward e seu olhar alarmado e assustado ao meu lado, eu iria descobrir o quê essa vadia queria. – EIN?





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Notas finais do capítulo

Heeeeey!! Acho que não vou sumir mais né kkkk

Gente, 99 comentários. Será que receberei mais algum pra chegar no 100? Queria agradecer muito a todas vocês, afinal, se escrevo essa história é por e para vocês leitoras. Um obrigada especial para AnnieMikaelson, que foi a primeira a deixar um review lá trás e me acompanha até hoje. Obrigada as outras também, que, apesar das ameaças de algumas, me deixam extremamente contente apenas por escrever algo.
Me lembro da insegurança que senti no dia que escrevi, achando que ninguém ia ler ou algo do tipo e olha onde estamos hoje... Obrigada de verdade pelo carinho!

I hope you enjoy.