Hurricane escrita por Rocker


Capítulo 40
Capítulo 40




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Hurricane II

Capítulo 17

– O que aconteceu? - perguntou Lúcia, enquanto Edmundo enrolava uma toalha ao redor dos ombros de Lena.

– A tentação de Lena. - disse Edmundo simplesmente, sem saber se a menina estaria disposta a reviver o que passou minutos antes.

Edmundo levou Lena até sua cama. A morena soluçava irregularmente, ainda abalada. Lúcia a ajudou no banho e quando voltaram ao quarto, Edmundo a colocou deitada em sua cama, mas antes que esse pudesse sair, ela o puxou pelo braço e pediu que se deitasse ali com ela.

– Eu preciso ir. - ele disse, mesmo sabendo que seu coração discordava. Mas seus valores morais gritavam em sua consciência.

– Não me deixa, por favor. - implorou uma Lena chorosa, completamente embrulhada nas cobertas, a não ser a mão que envolvia o pulso do moreno de maneira firme.

Edmundo desviou o olhar para Lúcia, pedindo ajuda... Ou permissão.

– Não vejo problema nenhum. - disse a menor, enquanto retornava à sua cama. - Só devia tomar um banho primeiro.

– Eu já volto. - disse Edmundo, dando um beijo leve sobre a testa de Lena, que apenas assentiu e voltou a se enrolar nas cobertas grossas.

Quando Edmundo retornou, ele se deitou ao lado de Lena, abraçando-a da maneira mais reconfortante que conseguia.

– Eu vi meus pais. - admitiu ela, depois de alguns de silêncio e perceber que ambos os irmãos ainda estavam acordados, apesar de ouvir o ressoar baixo da respiração de Gael em outra cama.

– Como eles estavam? - perguntou Lúcia gentilmente, querendo evitar abrir feridas ainda não cicatrizadas por completo.

E Lena percebeu que, por mais estranho que fosse, os dois não estavam ali julgando-a.

Edmundo a apertou mais contra seu peito.

– Vivos. - respondeu Lena. - Eu os vi nadando em um lago onde sempre íamos nos feriados. Me chamavam para nadar também, até que conseguiram me convencer. Mas então a visão ia sumindo, e eles nadavam para mais longe, e eu entrei em desespero. Até que a voz de Edmundo chegou nos meus ouvidos, cobrando uma promessa. - e ela se deixou abrir um leve sorriso nos lábios.

– Sinto muito, Ellie. - disse Lúcia, usando um segundo apelido, indicando que realmente sentia muito. Eram raras as vezes que chamavam a menina mais velha assim.

Edmundo depositou um beijo carinhoso sobre os cabelos dela. - Eu nunca ia deixar nada te acontecer.

~*~

No dia seguinte, muitos marinheiros lançavam olhares tortos para Lena, alguns com pena, outros com um olhar acusador, como se a chamassem de louca. A tempestade ainda continuava, e ela usara essa desculpa para permanecer todo o dia no camarote. Colin conversou momentaneamente com ela, perguntando constantemente se ela estava bem. Se não fosse amigo dela, ele com certeza já teria apanhado. Mas Colin não permaneceu por muito tempo, e logo teve que voltar aos seus afazeres. Edmundo e Lúcia, porém, permaneceram fielmente ao lado dela, sabendo o quão difícil devia estar sendo para elas.

Caspian e Edmundo já haviam ido se deitar. E a névoa verde espreitava por ali, descendo do convés até o compartimento inferior, onde era o alojamento dos marinheiros, e foi até a cabine dos dois reis. Caspian dormia profundamente, imerso em seu próprio sonho... Ou pesadelo. Ele se remexia em sua rede, espelhando seus pesadelos de uma maneira real. Murmurava várias e várias vezes pelo pai. Mas, no momento, a névoa verde não se importou com ele. Ele já tinha seus próprios pesadelos e pensamentos o atormentando sem precisar de sua ajuda.

Nem Edmundo se importou. Não conseguia dormir e não parava de pensar. Queria pensar na estrela azul que já tardava a aparecer, queria pensar sobre o destino do Peregrino, sobre o seu próprio destino ali. Mas tudo o que ocupava sua mente naquele minuto era Lena. Será que ela ainda estava bem? Será que aquela breve - e assustadora - aventura não havia fragilizado ainda mais seu psicológico interligado à morte dos pais? Talvez, mas Lena era teimosa demais para esconder isso até o último segundo. E tudo o que Edmundo poderia fazer era rezar. Rezar, e esperar para que agora a menina estivesse completamente livre.

A névoa verde começou a se acumular, tomando uma forma que era bastante conhecida.

– Edmundo! - disse uma voz fina e perigosamente delicada. - Edmundo!

Edmundo, absorto em pensamentos, se assustou ao ver a névoa ali.

– Venha comigo. - um trovão soou e a luz do raio iluminou a cabine. Viu o rosto que mais temia e mais odiava ali, no meio daquela fumaça verde. Jadis. - Junte-se a mim.

Edmundo, por impulso, desembainhou a espada e apontou para a névoa.

– Edmundo.

Ele se assustou ao ouvir a voz da irmã ali perto. Fechou os olhos com força e, ao abri-los, viu que a Feiticeira havia sumido.

– Oh, Lúcia... - ele murmurou.

Mais um trovão soou e Caspian acordou num pulo.

– Eu perdi o sono. - disse Lúcia.

– Já até sei... - disse Edmundo, voltando seu olhar para a irmã. - São pesadelos. - Ou estamos enlouquecendo...

Edmundo deitou-se, ainda desconfortável com o que acontecera. - Ou estão brincando com nossas mentes.


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