Hurricane escrita por Rocker


Capítulo 32
Capítulo 32


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo para vocês! Aqui vocês saberão um pouco mais sobre a história da Lena, espero que gostem!!



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Hurricane II

Capítulo 9

Estavam descendo a rampa para chegar ao porto, quando lorde Bern apareceu.

– Meu rei! Meu rei!

O lorde trazia nas mãos uma espada coberta com um material grosso e duro.

– Recebi essa espada de seu pai. - disse ele. - Escondi numa caverna em segurança, todos esses anos.

– É uma espada narniana antiga. - comentou Edmundo, surpreso e encantado.

– É da Idade do Ouro de Nárnia. Tem sete espadas desta. Presentes de Aslam, para proteger Nárnia. Seu pai as confiou a nós. Aqui. - estendeu-a a Caspian. - Pegue.

Caspian hesitou.

– E que ela proteja o senhor.

Caspian a pegou e a admirou; a multidão aplaudiu.

– Obrigado, milorde. - agradeceu Caspian. - Vamos achar seus cidadãos perdidos.

Antes que chegassem ao bote, porém, Caspian disse a Edmundo. - Edmundo. - e estendeu a espada a ele.

Não seria justo com o menor. Caspian havia oferecido a espada de Pedro, seu irmão, a Edmundo e ele a negara, alegando que foi dada a Caspian como presente. Seria mais do que justo entregar-lhe ao menos uma espada de que fora de seu tempo como governante daquelas terras. Edmundo admirou a espada e se sentiu satisfeito e agradecido por ter aquela relíquia em mãos.

~*~

– "E a beleza do universo

Seguindo a correnteza

Deixando ser levada

Para um mundo infinito."

Dias depois, Lena cantarolava sobre a cabeça de dragão, sozinha, mas com a voz manhosa, como se estivesse carente. O que, na verdade, ela estava.

– Canção bonita, me lembrou a que Ripchip sempre canta. - ela ouviu uma voz atrás de si e virou-se rapidamente, assustada.

– Colin! - ela exclamou, surpresa em vê-lo sorrindo marotamente para ela.

– Sobre o que fala? - perguntou ele, apoiando-se no chifre do dragão despreocupadamente.

Lena sorriu melancolicamente, perdida em lembranças. - Sobre mim.

– Sobre você? - perguntou Colin, confuso.

Lena assentiu. - Minha mãe me cantava toda noite. Ela era cantora no nosso mundo, e adorava compôr pra mim. E compôs essa música assim que eu nasci e desde então ela cantava antes de eu dormir.

– Seus pais não ficaram preocupados quando vocês vieram pra cá da última vez? - perguntou Colin, lembrando-se vagamente quando Edmundo disse a Caspian que a mãe dele a abrigou. O que ele queria dizer?

Mas Colin logo se arrependeu quando viu a expressão melancólica de Lena se acentuando.

– Bem... - começou Lena. Ela diria a Colin sobre seus pais? Bem, ele havia lhe dito sobre suas inseguranças a ela, não tinha porque não dividir seu passado. - Meus pais estão mortos.

– Sinto muito, não devia ter perguntado. - murmurou Colin, repentinamente arrependido por ter-lhe perguntado.

– Não, eu que ainda não superei. - respondeu Lena, querendo evitar que ele se sentisse culpado por ter perguntado.

– Bem, é que eu ouvi Rei Edmundo dizendo a Caspian que você tinha sido abrigada pela mãe dele e eu não tinha entendido bem. - disse Colin, ainda se desculpando.

– Meus pais morreram em um incêndio há quase dois anos atrás. - narrou Lena, e Colin percebeu que ela queria lhe dizer isso. Como um desabafo. - Eu podia ser judicialmente culpada pela morte deles, apesar de ainda não ser maior de idade, mas fui considerada inocente. Mas eu não tinha para onde ir, então o governo me mandou para um internato e lá eu conheci o Eddie. - ela abriu um sorriso leve, lembrando-se como ele havia sido seu porto seguro a cada vez que ela pensava que se afundaria. - Eu nunca superei, porque eles morreram para me salvar. Eu estava presa na casa, e eles fizeram de tudo para que eu sobrevivesse. Ainda me lembro da minha mãe cozinhando, enquanto cantava alguma música nova. Lembro do meu vai voltando de alguma guerra. E fazíamos aquela festança. Era incrível.

"E depois que ele se foram, eu me senti completamente desolada. Não tinha mais ninguém, nem mesmo um tio ou uma tia que pudesse cuidar de mim. E então eu fui pro internato, e o único que deu-me atenção foi Edmundo. Ele procurava fazer de tudo para me distrair, dizendo que odiava me ver com aquela cara de enterro. Quando eu precisava, ele sempre era aquele ombro amigo de quem eu podia chorar minhas mágoas, pois ele sempre estaria ali para me apoiar. E eu acabei me apaixonando por ele. Foi mais rápido do que eu pensei. Foi logo nos primeiros meses, e eu sempre guardei isso pra mim. Afinal, era errado estar apaixonada pelo meu melhor amigo."

– Então você tem as mesma incertezas que eu tenho... - comentou Colin, após ouvir a narrativa com serenidade.

Lena assentiu. - É. Foi difícil, sabe... Ficar sempre tendo que esconder isso dentro de mim. Nunca quis acabar com nossa amizade, então eu pensei que talvez com o tempo conseguisse ter esse sentimento tão guardado que seria esquecido.

– Mas não foi. - adivinhou Colin.

– Não. - concordou Lena, sorrindo culpadamente. - Era meio impossível. Edmundo era sempre tão fofo comigo, e quando acabei vindo parar Nárnia, eu estava perdida. Não sabia lutar, não sabia me defender, e sabia ainda menos o porque de ter vindo. Mas Edmundo sempre dizia que ele mesmo iria me defender. Dizia que esse era seu dever, que não deixaria nada me acontecer. E foi ficando mais e mais difícil resistir.

– E como aconteceu? - perguntou Colin, curioso em saber mais sobre sua mais nova amiga.

Lena riu. - É uma história meio engraçada... Tínhamos acabado de chegar na Mesa de Pedra e ele disse alguma coisa sobre seu passado com a Feiticeira Branca e eu acabei beijando ele.

– Do nada? - perguntou Colin, rindo.

– Aham! - concordou Lena, rindo ao se lembrar de como havia ficado envergonhada. - E depois saí correndo. Não consegui olhar na cara dele por vários dias!

Contando sobre nossa magnífica história?– uma terceira voz foi ouvida e Lena se virou para Edmundo, ainda rindo.

Edmundo exibia um sorriso maroto nos lábios, sem conseguir evitar. Havia visto Lena com uma expressão que lhe era conhecida, então resolveu ir para apoiá-la, como sempre fazia nessas horas. Mas quando se aproximou, Colin percebeu e fez-lhe sinal para que não dissesse nada, apenas ouvisse. E, apesar de não ir muito com a cara do loiro, sentiu-se agradecido por ele conseguir informações para ele de como Lena se sentia naquela época. Principalmente sobre como eles aconteceram.

– Bem, acho que Edmundo pode assumir daqui. - brincou Colin, mandando uma piscadinha para Lena e batendo amigavelmente no ombro de Edmundo.

– Traidor desgraçado! - Lena gritou para Colin, devolvendo a brincadeira, que apenas acenou já de costas e se afastando.

Lena virou-se para Edmundo, corada. Ele se apoiou entre os chifres do dragão de madeira, e sorriu marotamente para a menina que sentava logo ao lado.

– Quer dizer que foi difícil se esquecer de mim? - brincou Edmundo, segurando uma risada.

– É, talvez tinha sido seu Charme Real. - brincou Lena, superando a vermelhidão nas bochechas e bagunçando levemente os cabelos dele.

– O cabelo não! - reclamou Edmundo marotamente, antes de bagunçar ainda mais os fios.

– Bobo. - murmurou Lena, antes de afastar as mãos de Edmundo de seu cabelo.

Ela logo colocou sua mão na nuca do menino, e o puxou para perto, tomando-lhe os lábios nos seus.

E ela pensou a mesma coisa que pensara em seu primeiro beijo de verdade com ele.

Ela poderia fazer isso para sempre.


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