Hurricane escrita por Rocker


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Finalmente o seg cap!! obg pelos nove comentários jah no primeiro cap!!



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Capítulo 2

Eles estavam em uma caverna, de frente para praia. Um grande rochedo na areia branca, que de tempos em tempos era engolida pela maré alta.

Os irmãos Pevensie estavam finalmente de volta a Nárnia.

Soltaram as mãos e caminharam para fora da caverna, apreciando tudo ali. Edmundo olhou para o lado, à procura da expressão assustada e encantada que sabia que estaria no rosto de Elena.

Mas lembrou-se que ela não poderia estar ali.

Tentou conformar-se com isso, por que sabia que jamais poderia dizer a ela sobre suas aventuras naquela terra mágica. Suspirou e juntou-se aos irmãos para caminharem pela praia, olhando tudo ao redor.

Lúcia deu um passo à frente e olhou sugestivamente para Susana. As duas riram e correram até a água, tirando mochilas, casacos, sapatos e meias.

Foram rapidamente seguidos pelos irmãos.

- Pena que você não é rápido como eu, Edmundo! – caçoou Pedro, enquanto tirava o casaco e o jogava ao chão.

- O último é o ovo podre! – gritou Lúcia, sendo a primeira a entrar com os pés naquela água azul límpida.

- Cuidado! – gritou Pedro a Susana, que quase tropeçou ao jogar os sapatos na areia.

Entraram na água e começaram com uma pequena guerra, jogando água uns nos outros e desviando dos jatos que eram jogados para si. Estavam rindo o tempo inteiro, felizes por estarem de volta naquele mundo que sempre foram deles.

- O que foi? – perguntou Pedro a Edmundo, que havia parado de repente e olhava para um ponto longe dali.

- Onde é que nós estamos? – perguntou Edmundo.

- Onde acha que estamos? – perguntou Pedro.

- É que... Não me lembro de ruínas em Nárnia.

Eles seguiram o olhar do moreno e viram sobre o que ele falava.

Pareciam rochedos, mas não eram. Eram paredes semidestruídas no meio de árvores na encosta dos morros. Via-se claramente que o local era uma ruína de algo que foi majestoso.

- Melhor irmos dar uma olhada, não acha? – sugeriu Susana.

- Vamos então! – concordou Pedro.

Pegaram seus pertences postaram-se a caminhar morro acima. Mas não parecia ser apenas um morro. Parecia mais mármore do que grama, o que os deixou um pouco confusos.

- Mármore? – perguntou Lúcia, olhando para o chão onde pisava.

- É o que parece. – disse Edmundo, andando um pouco atrás dela.

- E Lena, Edmundo? – perguntou Pedro.

- O que tem ela? – perguntou o moreno, um pouco enciumado.

- Nada, apenas queria saber se ela não veio parar em Nárnia por acidente. – respondeu o loiro, levantando as mãos para o alto, como se estivesse se rendendo. – Ficou com ciúmes?

Edmundo bufou e passou à frente de todos.

- Não se preocupe, Ed! – disse Susana. – Não contaremos a ela que você está apaixonado.

- Eu nunca disse isso! – afirmou Edmundo, olhando para trás raivoso.

- E nem precisou... – murmurou Lúcia, mas ela pôde ser ouvida pelo moreno.

Edmundo cruzou os braços e continuou andando mais à frente. Parou em um tipo de salão destruído, com as árvores em volta quase o tomando, mas ainda estava ali. O mármore bege pela sujeira de anos desabitada.

Ali, no centro, havia uma forma humana deitada no chão. Uma menina, com uniforme como o deles, de um internato. Mesmo com os cabelos castanhos ondulados sobre o rosto, Edmundo pôde reconhecê-la perfeitamente.

- Quem...? – Pedro estava prestes a perguntar.

- LENA! – gritou Edmundo, correndo até a menina e se ajoelhando.

Logo seus irmãos estavam ao seu redor, ajudando a levantar a menina que estava com um corte superficial na testa.

- Pensei que ela não poderia vir... – murmurou Edmundo, segurando a cabeça dela sobre seu colo.

- Aslam disse uma vez que alguém vem a Nárnia apenas quando está destinado a ajudá-la. – disse Lúcia.

- Isso não importa agora! – disse Pedro, segurando Lena no colo e levando-a até a sombra que uma árvore próxima fazia. Foi seguido pelos outros, que estavam preocupados com as meninas. – Precisamos fazê-la acordar.

- Mas como? – perguntou Susana.

- Se eu tivesse meu elixir de cura... – lamentou-se Lúcia.

Lena começou a engasgar e abriu rapidamente os olhos, vendo quatro acima de si, com olhares preocupados. Tentou-se levantar, mas sentiu a cabeça girar. Colocou a mão sobre a testa e voltou a se encostar-se à árvore.

- Lena, você está bem? – perguntou Edmundo, ajudando-a a se sentar quando ela insistiu.

- Eu... Eu... – ela tirou a mão ao sentir algo quente e pegajoso sobre sua mão. Olhou-a viu sangue. Fechou os olhos rapidamente para tentar parar com a tontura. – Eu acho que sim.

- Não parece. – disse Lúcia, chamando a atenção da menina. – Parece pálida.

- Eu estou bem. – insistiu Lena, levantando-se, mas sentiu-se um pouco bamba e foi preciso ser amparada por Edmundo e Susana. – Onde estou? – perguntou, olhando em volta.

Os quatro pareceram um pouco desconfortáveis, sem saber como contar-lhe sobre Nárnia.

- Bem... Lena, você está em Nárnia. – disse Pedro.

- Nárnia?! O que é Nárnia?

- Um mundo paralelo. – respondeu Susana. – Onde tudo fala. As árvores dançam e criaturas diferentes andam por aí.

- Como assim?

- Faunos, minotauros e centauros. – disse Lúcia.

- E como sabe tudo isso? – perguntou Lena, um pouco desconfiada.

- Bem... Já fomos reis daqui. – disse Pedro.

Lena ficou-os encarando, esperando que eles simplesmente começassem a rir e dissessem “brincadeira!”. Mas isso não aconteceu: continuavam como estavam – olhando-a como se esperassem uma reação.

- Vocês são loucos! – exclamou, mas assim que o disse, percebeu que era besteira.

Como podiam estar loucos ou dizer que era brincadeira quando ela estava vendo tudo aquilo na sua frente. Se eles estivessem contando a ela na estação de trem, aí ela poderia realmente desconfiar. Mas não ali.

Tudo o que estava ao redor era claramente a verdade.

Além disso, ela nem se lembrava como fora parar ali. Lembrava-se apenas da estação se desmanchando, tijolo por tijolo, e quando ela estava prestes a agarrar a mão de Edmundo, algo bateu em sua cabeça e ela perdeu a consciência.

- Não, não somos. – disse Edmundo calmamente, aproximando-se dela e segurando-lhe a mão. – Você está vendo tudo isso. Se não estivesse até poderia dizer que estamos.

- Por que não me contou nada disso? – perguntou Lena, magoada e chateada.

- Eu... Eu não podia. – disse Edmundo tristemente, sabendo que ela estava chateada. – Você poderia me chamar de louco como fez. E não sabíamos se um dia iríamos voltar.

Lena suspirou, sabendo que não adiantaria nada discutir.

- Então o que fazemos aqui? – perguntou Lena. – O que eu faço aqui?!

- É o que iremos descobrir. – disse Pedro, andando por ali, procurando por algo que possa dizer-lhe o que houve.

Andaram por entre as árvores e a relva que tomavam o local. As pilastras de mármores cobertas por musgos e mofo, a maioria desfeita. Escadas que provavelmente levavam a um segundo andar estavam suspensas pela metade.

Andaram por tudo aquilo à procura de uma pista sobre quem viveu ali. Lúcia então parou onde parecia ter sido uma varanda, olhando para o mar ali embaixo. Parecia que ele engolia o que anos trás parecia ter sido uma grande faixa de areia branca.

- Quem será que vivia aqui? – perguntou, virando-se para os irmãos.

Susana se aproximava dela, mas pisou em algo que retilintou sobre seu toque. Abaixou-se e pegou uma peça de xadrez em ouro.

- Éramos nós. – murmurou.

- Ei, é meu. – disse Edmundo, se aproximando e analisando a peça na mão da irmã. – Do jogo de xadrez.

Lena seguiu-o, não queria ficar perdida em um lugar que não conhecia.

- Que jogo de xadrez? – perguntou Pedro.

- Em Finchley eu não tinha um jogo de xadrez de ouro puro, mas isso é meu. – disse, tomando a peça da mão de Susana e virando-a nos dedos, analisando cada detalhe e se lembrando da época que passara em Nárnia.

Lúcia olhou por sobre o ombro de Susana e ficou estática.

- Não acredito. – murmurou, passando por ela e sendo seguida pelos outros.

Os Pevensie pararam ao lado dela, mas Lena ficou um pouco ao longe, sabendo que aquele era um momento apenas deles, enquanto relembravam o passado.

- Não estão vendo? – perguntou Lúcia, puxando Pedro pela mão e o posicionando em frente a um amplo chão de mármore, onde Lena tinha certeza já ter sido um salão.

- O quê? – perguntou o loiro.

- Imaginem muros. – disse Lúcia, puxando Susana até o lado de Pedro e pedindo que Edmundo ficasse do outro lado dele. – E colunas ali. – apontou. – E um telhado de vidro.

Estavam os quatro, parados em cima de um patamar mais alto, com degraus de mármore à sua frente.

- Parecem reis. – murmurou Lena, mas pôde ser ouvida por todos.

Eles a olharam espantados, finalmente sabendo onde estavam.

- Cair Paravel. – disse Pedro, olhando para tudo ali em frente e sabendo que ali era seu antigo lar.


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Notas finais do capítulo

n eskeçam dos reviews, ok?? >.< .