Hurricane escrita por Rocker


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoinhas!!
Ainda n tenhu um aviso mto importante, por o início, mas queria pedir a todos os futuros leitores que nao deixassem de comentar!! Isso faz com que os capítulos sejam postados mais rápido, além de me deixar MTO feliz!!



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Capítulo 1

Diários… Eu nunca havia realmente escrito em um. Na verdade, nunca precisei e é justamente por isso que não serei fútil como a maioria das meninas e simplesmente começar com “Querido Diário”. Porque se fosse realmente para escrever coisas boas, não seria necessário a escrita – basta apenas dividir as experiências com outras pessoas.

E é por isso que estou aqui sentada em um banco na estação de trem, ao lado do meu melhor amigo, Edmundo, desabafando tudo o que me aconteceu com um pedaço inútil de papel.

Deve estar se perguntando: se ela acha inútil, por que não para de escrever?! Dizer é fácil para quem já teve a oportunidade de contar seus segredos mais profundos.

Meus pais morreram há um ano, quando eu era apenas a garotinha problemática de 14 anos. Agora que tenho 15, posso ser culpada judicialmente por ter matado meus pais no incêndio que aconteceu em nossa casa em Finchley.

Mas, apesar de ter sido comprovado que Elena Stryder não é uma assassina, eu ainda me sinto culpada por ter realmente saído correndo quando meu pai mandou ao invés de tê-los ajudado a sair de debaixo de uma droga de viga caída.

Ok, chega de se lamentar! Não são as únicas coisas que uma adolescente tem a contar.

Como não tinha nenhum guardião, sou uma verdadeira órfã que o governo teve que enfiar em um internato. Felizmente, lá conheci Edmundo, que se tornou meu melhor amigo desde então.

Tudo bem que me apaixonei por ele, mas não quero estragar a única amizade que fiz naquele inferno. Conheci os irmãos dele, mas não é a mesma coisa.

E agora as férias de verão chegaram e fui convidada a...

Lena sentiu o papel ser arrancado com força da sua mão. Não devia nunca ter começado a escrever com Edmundo ao seu lado – ou devia apenas ter previsto que ele tentaria ler.

– “Diários… Eu nunca havia realmente escrito em um.” – citou o menino, com ar sarcástico.

Ela deu um pulo do banco onde sentava, irritada pelo uniforme não ser propício para corridas, mas conseguiu agarrar o papel.

– Não devia ficar lendo diário dos outros, sabia disso, Eddie?! – perguntou ironicamente, enquanto guardava o papel na mala que carregava.

– Você mesma disse que não gosta de diários! – rebateu o menino, acostumado com o joginho entre os dois.

Lena sentou-se novamente no banco, bufando.

– É por isso mesmo que escrevi em um pedaço de papel! – exclamou, frustrada.

Sentiu os fios castanhos ondulados e sedosos caírem-lhe sobre os olhos e bufou novamente, tentando assoprá-los para longe do alcance de sua visão.

Perdeu a paciência quando os longos fios voltaram a tapar-lhe a visão do menino que se sentava ao seu lado. Pegou o emaranhado de fios castanhos e os prendeu em um coque frouxo.

Durante toda aquela briga da menina com os próprios cabelos, Edmundo a observava, admirado com cada movimento dela. Ele era apaixonado por ela desde que a vira, mas jamais seria capaz de estragar uma amizade que lhe fazia tão bem. Além disso, ele tinha receio de que não fosse recíproco.

– Por que não gosta de seus cabelos, Elena? – ele viu-se perguntando inconscientemente.

Lena olhou-o confusa.

– Ah... Bem... – gaguejou um pouco, procurando a melhor resposta. – Sei lá, só não acho que combina comigo. Principalmente com essa roupa! – apontou para o uniforme.

Edmundo, porém, discordava. Para ele, Elena era perfeita de qualquer maneira. Com os cabelos ondulados e castanhos que paravam na metade das costas, os olhos castanho-esverdeados, nunca com uma cor fixa, e os lábios carnudos e rosados.

Seu jeito meigo e desastrado sempre deixava o menino sem graça e ao mesmo tempo encantado.

– Tem certeza que posso ir pra sua casa?! – ouviu sua voz angelical reverberar por seu ouvido, acordando-o do transe. – Posso voltar pro colégio...

– NÃO! – ele rapidamente a segurou pelo pulso e quando viu o que fazia, soltou-a e se encolheu, envergonhado. – Não, não tem problema nenhum!

Lena ouviu um barulho de briga no início da estação. Levantou-se para ver o que ocorria, mas não conseguiu distinguir muita coisa. Pode apenas ver que Edmundo reconhecera alguém e fora rapidamente se juntar à briga.

– Edmundo! – gritou por ele, mas ele não pareceu nem ouvir.

Ela não sabia o que fazer, não podia deixá-lo se machucar, mas ele não a ouvia. Lena então saiu correndo para fora da estação procurando pelas irmãs de Edmundo, Susana e Lúcia. Elas saberiam resolver a situação.

Viu-as chegando correndo na estação.

– O que houve, Lena? – perguntou Susana.

– Edmundo entrou numa briga. – respondeu ela, desesperada. – E se não me engano, Pedro também está envolvido!

Lúcia e Susana arregalaram os olhos e se entreolharam, tendo pena de quem quer que se enfiasse em briga com os dois.

Desceram correndo as escadas da estação, sendo seguida por Lena, e se enfiaram no meio da multidão, tentando chegar aos irmãos. Podiam ouvir todos os estudantes ali gritando “Briga! Briga!”.

Viram Pedro sendo atacado por dois valentões, e quando ele olhou para as irmãs, viu o olhar repreendedor de Susana. Edmundo, pelo menos, conseguia dar conta de um deles. Pedro foi colocado com a cabeça sobre os trilhos, mas Edmundo voou no garoto e Pedro pode se levantar.

Ouviram os apitos dos seguranças, que rapidamente separaram a briga.

– Parem! E sejam maduros! – exclamou ele, mandando cada um para um canto.

A multidão se dissipou e os cinco foram para o banco onde já estavam as malas de Lena e Edmundo.

– Nem agradece! – disse Edmundo, sentando-se entre Lena e Pedro.

Lena desviou os olhos para o outro lado, com o olhar fixo no trem que ainda não chegava, mas conseguia ouvir a conversa dos irmãos.

– Eu estava ganhando. – disse Pedro se levantando e se virando para os irmãos.

Deu uma olhada em Lena e percebeu que ela estava com os pensamentos longes – pelo menos era o que ele pensava.

– O que foi dessa vez? – perguntou Susana.

– Um encontrão. – disse Pedro, como se fosse motivo suficiente para bater em alguém.

– E você bateu nele? – perguntou Lúcia.

– Não. Depois do encontrão, me mandaram pedir desculpa. Então bati nele.

– Sério? – perguntou Susana ironicamente. – É tão difícil só se afastar?

– Não ia me desculpar. – disse Pedro. – Não se cansa de ser tratada feito criança?

– Mas somos crianças. – disse Edmundo, como se fosse óbvio. Olhou de relance para Lena, conferindo se estava prestando atenção naquilo tudo.

– Eu nem sempre fui. Já faz um ano. – disse Pedro, se aproximando e se sentando. – Quanto tempo ele quer que a gente espere?

O quê?!, perguntou-se Lena, sem entender nada. Queria perguntar diretamente a eles, mas continuou fingindo que não prestava atenção.

– Acho que é hora de aceitarmos que vivemos aqui. – disse Susana. – Não adianta fingir que é diferente. Ai, não.

Isso chamou a atenção de Lena. Ela virou-se a tempo de ver Susana olhando-a desesperada.

– Finjam que estão falando comigo. – Susana pediu.

– Estamos falando com você. – disse Edmundo.

De repente, Lúcia levantou-se gritando “Ai!”.

– Quieta, Lúcia. – pediu Susana.

– Alguém me beliscou. – disse Lúcia, apontando para o banco.

– Parem de empurrar! – disse Pedro, se levantando.

Agora o trem passava com uma grande velocidade, empurrando papéis em todas as direções.

– Eu nem toquei em você! – exclamou Edmundo, também se levantando.

Lena sentiu algo a cutucar nas costas e também se levantou, mas nada disse. O vento forte atrapalhou-lhe os cabelos, desfazendo o coque mal feito e jogando os fios sobre seu rosto.

– O quê que foi isso? – perguntou Susana, levantando-se.

O trem passava em alta velocidade e não parecia que iria parar. Lena tentava tirar o cabelo do rosto, que tapava sua visão, mas parecia impossível.

– Tem cheiro de magia. – ouviu Lúcia dizer.

– Rápido deem as mãos. – Susana falou.

Lena estava prestes a agarrar a mão de Edmundo quando sentiu algo bater fortemente em sua cabeça e sabia que estava perdendo a consciência.


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Notas finais do capítulo

Não se esqueçam de comentar!!