Hurricane escrita por Rocker
Notas iniciais do capítulo
Mais um cap lindas!!!
Capítulo 3
Edmundo ainda observava tudo aquilo com grande tristeza. Seu lar estava destruído.
- Edmundo. – chamou Lena, que andava atrás dele.
Ele voltou-se para a menina, que observava grandes pedras caídas ali no meio do mármore. A menina ajoelhou-se e passou a mão sobre o rochedo, analisando a aspereza. O menino se ajoelhou ao seu lado e fez o mesmo.
- Você sabe o que é isso. – disse Lena, olhando-o sugestivamente.
Na Inglaterra, os dois sempre conversavam sobre Artes Bélicas, um gosto comum entre eles.
- Catapultas. – disse ele, chamando a atenção dos outros.
- O quê? – perguntou Pedro.
- Não foi uma tragédia natural. Cair Paravel foi atacada.
Edmundo se levantou e estendeu a mão para ajudar Lena. Pedro passou à frente, indo em direção ao que parecia a única parede intacta.
Edmundo foi atrás, ajudando o irmão a empurrar uma grande porta de mármore, que era uma passagem secreta. Atrás, havia uma porta de madeira cheia de teias de aranha e parecendo um pouco podre.
- Como abrir? – perguntou Susana.
- Droga! – amaldiçoou Pedro. – Precisávamos da chave!
Lena foi em frente, querendo fazer algo de útil além de apenas observar. Analisou um pouco a porta, tocando na madeira para saber onde ela estava mais cedida.
- O que ela está fazendo? – murmurou Lúcia a Edmundo.
- Se bem a conheço, ela tem um excelente plano. – murmurou de volta.
Lena sorriu, batendo o punho de leve no centro da porta e percebendo que ali estava oco. Virou o braço direito e o encolheu. Andou um passo atrás e atirou o cotovelo contra a porta, abrindo ali um grande vão.
Sentiu o cotovelo doendo levemente, mas não se importou. Já estava com um corte na testa, outro no braço não faria diferença. Colocou o braço por dentro do vão e achou a fechadura, girando-a e abrindo a porta com facilidade.
- Uau! – exclamou Susana.
Pedro pegou uma faca que estava em seu bolso e cortou um pedaço de tecido branco do uniforme, deixando todos ali um pouco confusos. Pegou um pedaço de madeira que estava no chão e enrolou o pano branco ali na ponta.
- Por acaso... Tem fósforos aí? – perguntou a Edmundo, que estava com uma bolsa pendurada nos ombros.
- Não, mas... – disse ele, abrindo a bolsa e pegando uma lanterna. – será que serve? – ofereceu-a a Pedro, com um ar vitorioso e brincalhão.
- Podia ter me falado um pouco antes, não acha?! – disse Pedro, enquanto as meninas riam. Jogou o graveto com o pano para longe.
Edmundo foi à frente, puxando Lena pelo pulso para que o seguisse. Os outros três logo desceram à escada. Ali embaixo podiam-se ver algumas poucas ruínas, mas não tanto quanto do lado de fora. Lena ficou pasmada com quatro estátuas que havia ali, cada uma com um baú à sua frente.
De certo modo, pareciam-lhe familiar.
- Não acredito nisso. – exclamou Pedro. – Ainda está tudo aqui.
Cada um foi para frente de seu baú e abriram as tampas, procurando por armas e vestimentas. Lena, é claro, ficou um pouco afastada, envergonhada por estar invadindo aquele momento família e encantada com tudo o que vira.
- Eu era tão alta. – disse Lúcia, pegando um lindo vestido amarelo e o colocando à frente do corpo.
- Não. É que você era mais velha. – disse Susana, pegando seu arco e flecha.
- Ao contrario de centenas de anos depois... Quando é mais jovem. – disse Edmundo, colocando um elmo na cabeça que lhe parecia muito grande.
Pedro assoprou o que parecia ser um escudo de ouro, com a cabeça de um grande leão.
- O que foi? – perguntou Lúcia, enquanto via Susana remexendo incansavelmente em seu baú.
- Minha trompa. Devo ter deixado na sela no dia em que voltamos. – disse, remexendo na memória aquele dia.
Pedro parou em frente à sua estátua e a analisou, lembrando-se do tempo de glória. Abriu seu baú e pegou sua espada. Desembainhou-a e analisou as escrituras da profecia que ali estava.
- “Nos dentes de Aslam, o inverno morrerá.” – citou.
Lena queria perguntar quem era Aslam, mas sabia que aquele não era o momento, pois a expressão dos irmãos mostrava claramente a tristeza que sentiam no coração por não estarem mais naqueles tempos.
- “Em sua juba, a primavera voltará”. – citou Lúcia, tristemente. – Os nossos amigos... O Sr. Tumnus e os Castores... Todos se foram.
- É hora de saber o que aconteceu. – disse Pedro com convicção.
Lúcia assentiu.
- Acho que os cavalheiros podiam deixar que nós trocássemos de roupa. – disse Susana.
- Está bem, estressadinha. – disse Edmundo, enquanto Pedro já ia para fora. – Lena, venha.
Lena estava prestes a segui-lo se não fosse Lúcia, que segurara-lhe o pulso, impedindo que avançasse.
- Nem pensar, ela também precisa se trocar!
- Mas eu não tenho roupas aqui... – protestou Lena.
Ela olhou em direção a Edmundo, mas este já estava subindo as escadas, rindo.
- Traidor. – murmurou Lena consigo mesma. Ele sabia muito bem que algo pior do que saias para ela eram vestidos longos.
- Venha, Lena. – chamou Susana, curvada sobre o baú, procurando por algo ali dentro. – Posso tentar achar alguma coisa pra você.
Ela pegou um vestido azul, longo e entregou à menina. Lena colocou-o em frente ao corpo para medir o tamanho.
- Longo demais. – disse Susana, com o dedo sobre o queixo. – Lúcia. – chamou pela irmã, olhando por cima do ombro de Lena.
Lena virou-se e viu que a menina mais nova já estava com um vestido vermelho e uma capa com a mesma cor.
- Sim, Susana?
- Pode achar aquele vestido preto com uma faixa dourada e uma capa cinza que você usava quando estava com vinte?!
- Mas é claro! Ficaria perfeito nela!
^-^
- Edmundo! Uma luz ia ajudar aqui, não acha?! – pediu Susana retoricamente.
Edmundo, que esperava no alto das escadarias, levou um susto ao ouvir a voz da irmã, pois estava pensando em Lena. Quase deixou a lanterna cair, mas a segurou rapidamente e mirou a luz nos degraus para que elas pudessem saber onde pisavam.
Viu os pés da primeira que subia e ofereceu-lhe a mão como ajuda. Susana e Lúcia saíram e logo depois Edmundo estendeu a mão para Lena, que a segurou sentindo suas bochechas corarem com o toque entre eles.
Mas eles eram amigos e Lena não queria deixar muito na cara que gostava dele.
Edmundo arregalou os olhos ao ver o vestido que Lúcia emprestara para Lena. Era de seda preta, sem mangas, com uma faixa dourada abaixo dos bustos, que realçava sua cintura fina. A capa cinza caía-lhe nas costas. Os cabelos castanhos presos em uma trança lateral e os olhos castanho-esverdeados brilhavam.
- Não vai babar em cima da menina. – sussurrou Pedro para o moreno, fazendo-o acordar do transe.
- Vá se ferrar. – respondeu ele, fazendo o loiro rir.
- E agora? – perguntou Lúcia.
- Acho que devemos procurar quem nos chamou por aqui. – sugeriu Susana.
Edmundo colocou o braço sobre os ombros de Lena.
- Mas como saber quem nos chamou? – perguntou.
- Acho que teremos que procurar. – disse Lena. – Mas por onde começamos?
- Acho que temos que procurar a Mesa de Pedra. – disse Pedro.
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Naum esqueçam dos reviews!