Isso não pode ser uma imperfeição! – Eve

“Se você é capaz de salvar, eu tenho certeza de que é porque o amor dentro de você está lhe guiando pelo caminho certo”.

Eu estava certa disso. Porque, afinal, ele era tão gentil. Tão... Certo, não exatamente belo, porque ele é assustador, mas... Ele era alguém... Tão franco com seu amor.

Sempre que eu estava com ele, eu sorria. Porque ele era muito doce. E quente. Mesmo que ele insista, dizendo que, por ser um Shinigami ele não possui o sentimento de amor, eu sabia que era mentira. Ele amava sim.

Então, quando meu pai disse que ele tinha um... Um... Erro... Eu não pude suportar.

Como que o amor pode ser um erro?! Isso é tão... Cruel!

Eu não pude ficar quieta. Eu tinha que salvá-lo. Porque... Quantas vezes ele já não me salvou? Tão gentilmente, sempre me segurando quando eu caía, ou me guiando quando me perdia. Ele sempre fez meus desejos, e sempre me aconselhou a evitar lugares perigosos.

Ele era sempre tão amoroso e caloroso.

Alguém tão... Especial. Eu não poderia ficar quieta ouvindo meu próprio pai (quem lhe criou!) dizer que, sua capacidade de amar era um erro!

E só foi ainda mais cruel quando ele se corrigiu. Não. Não é porque ele era capaz de amar.

Mas porque ele não era. Que ele nunca seria capaz de amar, mas que, por ter se ILUDIDO achando que podia, ele estava com um erro. E precisava ser eliminado. Porque, bem, ele não possuía um coração.

Meu pai O CRIOU! Como pode ser tão cruel ao falar de algo que fez?!

Eu não aguentei.

Corri, desesperada, tentando passar despercebida. Só precisava chegar à cela onde ele estava preso. Aí eu poderia liberá-lo.

Meu querido Verloren.

Meu tão querido Verloren. Tão gentil, tão caloroso, tão belo (apesar de assustador). Ele podia amar. Tanto quanto eu podia amá-lo.

Ele só... Não sabe como. Pois nunca acreditou ser capaz...

Mas isso certamente não é uma imperfeição, não é um erro.

É uma qualidade dele. Porque, por não conhecer sobre o amor, ele nunca poderia mentir sobre isso. Ele acaba sendo honesto, demonstrando tudo que sentia. Tão perfeito. Tão perfeito que quase dói. Mas, está tudo bem, porque ele sente. Se ele sente, ele não tem um problema. Suas “imperfeições” são coisas dele, são seus traços.

E eu amo cada um deles.

Então, mesmo quando senti meu corpo ser perfurado, só pude olhar em seu rosto, buscando saber se ele estava vivo ainda.

Pois eu não poderia suportar perdê-lo, mesmo morta.

Porque ele era o meu ser perfeito.

Ele era o meu Verloren. O único que jamais amei.

Que com certeza não era imperfeito. Que com certeza não tinha nenhum erro. E que, com certeza, era capaz de amar.