Ao ouvirem as palavras do delegado, tanto Kurama quanto Kaoru olham para o homem com ansiedade, ao mesmo tempo em que se deixam levar por uma pequena fagulha de esperança, afinal de contas, esta é a primeira boa notícia que recebem desde o fatídico sequestro da filha.

― Estamos ouvindo. – fala Kurama, tentando conter a ansiedade em sua voz.

O delegado faz sinal para que um dos policiais que ali se encontram se retire e ele o faz, voltando alguns minutos depois carregando em suas mãos o mapa da cidade, que ele entrega ao delegado.

Sem perder tempo, o delegado abre o mapa em cima da mesa da sala de jantar e, em seguida, faz um círculo em uma grande área.

― Aqui. – fala o delegado, apontando para uma área do mapa – A ligação que receberam foi feita de algum lugar desta área, e, será aqui que concentraremos nossas buscas.

― É uma área muito grande. – Kaoru não consegue deixar de observar – Quais são as reais chances de conseguirem encontrar a minha filha?

― Senhora Tachikawa, como eu já disse, ainda estamos no começo das investigações e, por isso mesmo, não posso dar nenhuma estimativa. Porém, saiba que faremos até o impossível para resgatar sua filha.

― Confiamos no senhor, delegado. – fala Kurama – E sei que o senhor e sua equipe não irão nos decepcionar.

― Muito pelo contrário, Senhor Tachikawa, nossa prioridade, como eu já disse, é resgatar em total segurança a Senhorita Tachikawa, e, é exatamente isso o que iremos fazer. Só peço paciência, para que a investigação possa transcorrer da melhor forma possível, de forma que tudo continue em sigilo e, dessa forma, possamos pegar os sequestradores desprevenidos.

*****

Na porta da mansão Tachikawa, Saori, Sylia, Mina e Kari acabam de chegar, e, não deixam de notar a quantidade de carros de polícia que estão parados na calçada. As quatro estranham e, estão prestes a tocar o interfone quando eles veem se aproximando um rapaz, o qual elas reconhecem imediatamente como Darien, o amigo do irmão de Rey, e, tal como as meninas, o rapaz estranha a quantidade de carros de polícia parados na porta da casa. Imediatamente, ele reconhece as amigas de Rey.

― Boa tarde, meninas. – ele cumprimenta.

― Boa tarde, Darien. – elas respondem.

― Acaso você veio aqui por conta do Yusuke? – questiona Kari.

― Sim, ele não foi a aula hoje e estranhei o fato. – responde Darien.

― A Rey também não foi a aula hoje. – comenta Kari – Por isso estamos aqui, para saber o que aconteceu.

― Eu vim aqui pelo mesmo motivo. – Darien volta a falar.

Sem perder tempo, tocam o interfone e, falam com uma das empregadas, que permite a entrada dos jovens. Assim que adentram os jardins, percebem uma grande movimentação e, ali mesmo nos jardins são recebidos por Yusuke, Aeka, Mimi e Sasami. Saori não deixa de notar como o rosto de Mimi está inchado, seus olhos, bastante vermelhos, como se ela tivesse chorado muito. A ausência de Rey é imediatamente notada por ela.

― Onde está a Rey? – Saori não consegue deixar de perguntar.

Ante a pergunta de Saori, Darien não deixa de notar a expressão de pesar que toma a face de Yusuke, ao mesmo tempo em que Mimi começa a chorar.

― O que aconteceu com a Rey? – questiona Darien, com urgência em sua voz – Aconteceu alguma coisa com ela, não foi?

De forma triste, Yusuke apenas faz um aceno afirmativo com a cabeça, para então responder:

― Ela foi sequestrada.

Assim que ouve as palavras diretas de Yusuke, Darien sente como se ele tivesse levado um poderoso golpe. Rey...! Aquela garotinha mimada, mas alegre, cheia de vida, sequestrada...!

Não...!

Isso não pode ser verdade...!!

Não consegue imaginar Rey, a Rey que sempre o irritou, mas que também o vem encantando, em algum lugar, passando-se sabe lá pelo que...!

Esta notícia o deixou completamente transtornado, como nunca antes se sentiu em toda a sua vida. E, sua mente é tomada por imagens de Rey, lembranças de todas as brigas, de todas as provocações, daquele dia no festival do templo em que os dois quase se beijaram...!

Yusuke chama Darien, e, os dois se afastam das meninas.

Mimi continua a chorar e, Saori se aproxima da criança, abraçando-a de forma terna, tentando dar a ela alguma tranquilidade. Saori sempre soube da paixão de Mimi por sua irmã mais velha, e, por isso mesmo, é que ela consegue imaginar o quanto a criança está sofrendo.

― Não chore, Mimi. – Saori fala com carinho – Sei que deve estar sendo difícil para você, mas, você precisa ser forte, por você mesma e por sua irmã.

Mimi não tem tempo de responder, pois, os relógios dimensionais das jovens começa a tocar.

― Precisamos ir. – fala Kari – Aeka, tem algum lugar em que possam abrir um portal dimensional?

― Podemos fazer isso em meu quarto. – responde Aeka.

― Ótimo. – diz Sylia.

As sete seguem para o quarto de Aeka, que tranca a porta e, em seguida, abrem um portal dimensional, indo imediatamente para o Centro das Dimensões do Tempo e Espaço, onde Shiro está esperando por elas.

― Bem-vindas, detetives. – cumprimenta Shiro.

― Olá. – responde Mina.

Shiro não fala nada sobre a ausência de Rey e, Saori tem a ligeira impressão de que ele já sabe o que está acontecendo com a líder das Detetives Dimensionais.

― A missão que tenho para vocês será um pouco diferente desta vez. – Shiro volta a falar.

― Não vamos lutar contra um Demônio Dimensional? – questiona Kari.

― Não. – responde Shiro – desta vez, as sete irão trabalhar em uma investigação.

*****

Lágrimas e mais lágrimas toma conta de seu rosto, sente fome, sede, e, também está começando a se sentir fraca...!

O medo toma conta de todo o seu ser, e, tudo o que quer é voltar para casa, para os seus...!

Não aguenta mais...! Não aguenta mais ter que passar por isso...!

― O que vai ser de mim...? Papai... O senhor prometeu me salvar... Paizinho...!