Harry Potter E O Mistério Da Esfinge escrita por Silvana Batista


Capítulo 23
O Expresso de Hogwarts


Notas iniciais do capítulo

Oi gente, segue mais um capitulo, só desculpem pela demora, eu estava programando as postagens, mas estive sem tempo até para isso, acho que vou acabar atrasando o próximo capitulo por isso...

Pessoal, confesso que estou decepcionada... Tenho quase 2 mil visualizações, 30 pessoas estão acompanhando e só recebi 1 comentário nesses últimos capitulo... T_T vocês pararam de gostar de mim? Vou ter que escutar Tina Turnner sozinha no escuro do meu quarto? Espero que alguém possa me responder...



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Já era tarde da noite quando os primeiro começaram a se recolher, Molly, Arthur e Gina foram os primeiro a irem deitar depois de terem comido uma deliciosa sobremesa que Monstro preparou. Eles estavam na sala com a lareira acesa e agora conversavam sobre amenidades, Harry estava calado e pensativo, como tinha aprendido a ficar nos últimos tempos em que via Hermione e Rony se abraçarem e ficarem rindo contando segredos e Gina vinha ficar próxima, era bom tê-la perto e em seus braços, mas ainda assim ele não conseguia ficar confortável sabendo o segredo que escondia dela.

Logo Hermione e seus pais também se recolheram e então Duda começou a bocejar alto e Rony já cochilava sentado no tapete fofo.

Harry se levantou e foi conversar com seus tios que olhavam pela janela a Lua lá fora.

– Oi... – Disse ele constrangido, sem saber o que falar.

– Oi... – Respondeu Valter com um leve sorriso.

– Olá... – Respondeu Petúnia também sorrindo.

Ele se aproximou ainda mais e se apoiou na parede junto a janela, a rua era silenciosa, mas viva, carros passavam e encostavam do outro lado, homens e mulheres saiam levando o lixo, fumando e pensando em suas vidas sem nem desconfiar que eram observados pelos moradores da casa inexistente.

– A ultima vez que perdi tempo olhando para o céu desse jeito foi numa noite igualzinha a essa. – Disse Petúnia sem olhar para ninguém e voltando a sentar-se no sofá. – E o engraçado, ou irônico é que foi bem na véspera da minha irmã pegar o trem... Nós estávamos sentadas no telhado de casa e conversávamos sobre como iríamos fazer dali em diante, ela parecia não entender que ficaríamos separadas por tanto tempo... Papai e mamãe decidiram me colocar num colégio interno também para que eu fizesse novas amigas, mas eu não queria me separar da minha irmãzinha, eu cuidava dela, como ela iria se proteger sem mim... Quando eu acordei no dia seguinte, a filha da Sra. Correr estava na sala, conversando no nosso telefone com alguma garota cheia de maquiagem igual a ela e meus pais e minha irmã tinham ido embora, ela nem se despediu... Deixou uma carta com os meus pais pedindo desculpas, mas que ela não queria se despedir de mim, dizia que me amava e que sentiria saudades e só... Dois dias depois eu estava indo para o meu internato e embora quisesse me despedir não pude, por que ela não estava mais comigo... Irônico que agora eu esteja indo para o lugar onde disseram que eu não poderia ir... – Disse ela com os olhos marejados.

Valter voltou a se sentar e abraçou os ombros da esposa, ele conheceu a irmã dela, mas mal chegaram a trocar algumas palavras e como sua mulher se negava a conversar com ele sobre ela, ele jamais soube muito sobre a convivência das duas.

– Tia, eu realmente queria que as coisas tivessem sido diferentes... – Disse Harry com as mãos enfiadas no roupão sem saber o que falar.

– Eu também queria que tiv... – Petúnia parou a frase no meio, os olhos úmidos maiores que o normal olhando para algo que lhe chamara a atenção.

Harry acompanhou seu olhar, já imaginando ser algum bicho papão escondido no meio das cortinas, mas ela olhava para um dos muitos porta-retratos que ele havia espalhado pela casa, todos com fotos de seus pais e neste, no aparador encostado na parede, Harry não passava de um bebê e estava no colo de seu pai e sua mãe estava do lado, na foto o vento balançava seu cabelo e ela sorria, dando tchau e brincando com ele, aquela era uma de suas fotos preferidas.

– Ela está se mexendo! – Disse alto Valter enquanto ficava de pé.

– Ah sim, todas as fotos bruxas se mexem... Assim como os quadros de arte... Meu padrinho me entregou um álbum de fotos com meus pais e eu decidi espalhá-las pela casa, faz eu me sentir mais próximo deles... – ele disse jogando os ombros.

Num rompante de lágrimas Petúnia se levantou e agarrou o sobrinho nos braços enquanto chorava copiosamente, por um momento, Harry ficou sem reação, mas lentamente ele também se permitiu abraçar devidamente a tia.

– Eu sou sua tia Harry! Você é filho da minha irmã! E ela está morta! E eu não cuidei de você! Você deve ter se sentido péssimo por tantas vezes, eu nunca tive misericórdia de você – Ela dizia em guinchos de aflição.

– Claro que cuidou tia... – Começou ele tentando aliviar sua dor.

– Não minta para mim! Eu jamais perdoaria se alguém tratasse meu filho como eu te tratei! – E largando o sobrinho com a mesma velocidade que o abraçou ela correu para o porta-retratos e o abraçou chorando. – Me desculpe Lili, me perdoe, por favor!

Enquanto Harry ainda sem saber o que fazer se aproximava lentamente da tia, Duda subia as escadas com Rony nos braços que dormia a sono solto e roncava levemente.

– Vai dar tudo certo Túnia, tente se acalmar... – Dizia Valter massageando seus ombros ossudos.

– Mas o que eu fiz, o que eu fiz não vai ser apagado! Eu não posso voltar ao passado e aproveitar o tempo que tinha com a minha irmã, ou tratar Harry de outra forma, nem nada disso! – ela dizia através de lagrimas se apertando ainda mais ao porta retrato.

Harry se aproximou e tentou olhar em seus olhos.

– Uma pessoa muito sabia me disse uma vez, que são nossas escolhas que revelam quem realmente somos... Nós estamos fazendo uma escolha agora tia, nós estamos mudando o futuro e se a senhora deixar, eu, Duda e o tio Valter estamos prontos pra deixar o passado no passado. Amanhã, além do sol, o dia trará uma nova vida para todos nós.

– O moleque tem razão, querida. – Disse Valter com um sorriso e uma piscadela de seus olhos suínos. – Vamos dormir e seguir adiante deixando o passado para trás, as dores e a raiva... Eu quase perdi as coisas mais preciosas que eu tenho na minha vida por causa do passado. Não vale a pena você fazer o mesmo...

Ele a ajudou a se levantar, mas não respondeu ao seu olhar inquisidor.

– Aqueles que amamos nunca nos deixam realmente... – Disse Harry sorrindo para os tios enquanto seguiam pelas escadas. – Eu demorei um pouco pra entender isso, mas acredite tia, minha mãe jamais te deixaria pra trás...

Com Petúnia segurando os soluços e Valter a abraçando, os três subiram os dois lances de escada.

Na porta do quarto, Harry se despediu, mas ganhou um desejo de “boa noite” e um beijo na bochecha de sua tia, e assim que eles fecharam a porta este seguiu no corredor para seu quarto onde encontrou Rony e Duda já dormindo.

Tirando a varinha de dentro do bolso do roupão e pendurando - o atrás da porta ele deitou na cama de casal só para ele e com um movimento da varinha as luzes se apagaram e ele pôde colocá-la na cômoda junto de seus óculos. E com uma sensação estranhamente agradável, ele dormiu com um ligeiro sorriso no rosto.

Um soco na porta fez com que Harry acordasse num pulo e corresse a mão pela cômoda procurando sua varinha.

– Vão se atrasar se não levantarem logo! – Gritou a voz de Arthur Weaslley do outro lado.

Assim como ele Duda e Rony também acordaram e preguiçosamente começaram a se trocar, decidiram por colocar as mesmas roupas que usaram ontem para não terem que desmanchar o malão, pegaram suas escovas de dente e saíram porta a fora para se deparar com uma grande confusão como a que Harry havia visto na primeira vez que entrou na casa dos Weaslley.

Pessoas andavam de um lado pro outro tentando localizar os banheiros ou achar toalhas de banho, alguém havia acabado de escorregar e agora gritava algo sobre fazer bagunça na casa dos outros, alguém passou e deu bom dia para eles e nessa confusão Monstro andava de um lado a outro tentando atender aos variados pedidos.

Quando finalmente o banheiro foi desocupado e eles puderam descer para tomar o café, viram que os malões já estavam sendo colocados perto da porta, que todos haviam tido a mesma idéia com relação às roupas e que Hermione tentava pedir três taxis para o numero 12 do Largo Grimmauld.

Eles comeram junto com os outros em meio a brincadeiras e logo voltaram ao quarto para arrumarem outros pertences dentro da mala e saírem arrastando-as escada abaixo.

– Está tudo aqui não é? Quero dizer, ninguém vai esperar chegar em Hogwarts para lembrar que esqueceu de algo realmente importante? – Disse o Sr. Weaslley no que todo concordaram com a cabeça.

– Certo Monstro, tudo o que for precisar é só buscar, quero que se alimente bem e cuide da casa como sempre, caso chegue algo muito importante mande para mim em Hogwarts, faça visitas se achar necessário e será que posso chamar você caso precise de algo? – Perguntou Harry terminando de fechar seu casaco enquanto dava as ultimas instruções para seu serviçal e os outros desciam as malas pela escada.

–Claro mestre Potter... – Disse Monstro parado a sua esquerda.

– Vamos Harry, o carro já chegou. – Disse Gina aparecendo na porta.

– Já vou! – Gritou ele em resposta. - Espero que tenha um ótimo ano Monstro, provavelmente passarei a época do natal na escola, mas caso mude de idéia, eu o aviso. Tchau!

Ele disse correndo e fechando a porta atrás de si enquanto arrastava seu malão porta afora, era estranho ter alguém para dar tchau antes de ir, não era uma sensação ruim, apenas diferente ele pensou.

Assim que saiu para o dia ensolarado, ficou claro que alguma coisa tinha sido feita com a vizinhança...

– Isso está silencioso demais não acham? – Perguntou Harry para Rony depois de ter entregado a mala ao taxista.

– Mione, ela colocou um feitiço em toda a rua, pra ninguém desconfiar sabe, de ver pessoas saindo de uma casa vazia... Assim que sairmos essas pessoas estarão bem atrasadas para seu compromisso... – ele disse achando graça.

– Contanto que não nos atrasemos para o nosso, posso sobreviver com isso, agora todos para os carros, temos 1 hora pra chegarmos à estação. – Disse Molly estressada. – Com quem estão as passagens? – Ela gritou e Petúnia logo abriu uma pequena bolsa de mão que Harry nem havia percebido.

– Estão aqui! - ela disse com um guincho nervoso.

– Tudo bem, nós os pegaremos na estação, agora vamos. – Disse Molly entrando no carro e deixando que ele junto com os outros dessem partida pela rua rumo ao centro.

Depois de pegarem um transito enorme pela via A201 eles chegaram em 45 minutos e desceram correndo para dentro da estação depois de terem pegado carrinhos para carregar os pesados malões.

Já dentro da estação, passando pela primeira plataforma eles pararam e Petúnia começou a distribuir as passagens para cada um.

Assim que Valter se atentou para o numero da plataforma ele se queixou.

– Mas isso é algum tipo de brincadeira? Essa plataforma não existe! – Ele disse começando a ficar com raiva.

– Existe sim tio, mas nós precisamos ser rápidos, o trem sai às 11 em ponto! – Disse Harry começando a correr e sendo seguido pelo grupo e pelos familiares que mesmo sem entender fizeram o mesmo.

Logo eles chegaram à plataforma nove e dessa vez Harry parou.

– Eu vou por ultimo, podem ir. – Disse ele se virando para Gina e Rony que estavam mais próximos.

– Ir pra onde? Não tem plataforma nenhuma aqui entre a 9 e 10! – Exasperou-se Valter.

Mas isso foi antes dele ver Gina tomar impulso e correr para a coluna entre as duas passarelas e desaparecer.

– Caralh*. – Disse Duda de boca aberta.

– Eu sei. – Disse Harry divertido vendo a reação de seus tios e dos pais de Hermione.

Um a um eles foram passando Gina, Rony, Molly, o Sr Granger e a esposa, Arthur e por ultimo ficaram os Dursleys.

– Isso é seguro? – Perguntou Valter olhando para a parede.

–É sim tio. – Disse Harry enquanto algumas outras pessoas passavam correndo pela passagem. – É só uma ilusão, uma passagem secreta para que o mundo bruxo continue em segredo, vamos, temos só mais 5 minutos.

E então, mais uma vez tomando à dianteira, Duda começou a correr pegando impulso e desapareceu pela passagem, sendo seguido pela mãe que não conseguiu conter um gritinho ao passar pela parede. Com um grande suspiro de seu colossal tórax Valter começou a pegar impulso e também se jogou contra a parede sendo seguido de perto pelo sobrinho.

A estação estava uma correria, o restante do grupo já estava entrando enquanto o maquinista apitava e sinalizava a ultima chamada, eles entraram correndo e começaram a procurar por seus amigos.

– Isso foi incrível Harry! Muito incrível realmente! Como conseguimos passar assim? Hahaha Muito divertido... – Dizia Valter rindo.

–Magia tio... Magia... – Disse Harry feliz pela reação amigável do tio.

Depois de mais ou menos 3 minutos o trem começou a andar e eles ainda não haviam encontrado a cabine com os outros, quando uma porta se abriu e alguém os chamou.

– Aqui vocês dois! Por que demoraram tanto? – Perguntou Hermione abrindo mais a porta para eles entrarem.

Ela e seus pais estavam lá com Petúnia e Duda e assim que Harry e Valter se sentaram a cabine ficou pequena demais para tantas pessoas.

–Acho melhor procurarmos outra cabine. – Disse Duda tentando se mexer entre seu pai e sua mãe.

– Também acho. – Disse Harry se levantando com dificuldade do lado de Hermione – Onde estão os outros?

– Na cabine da frente, mas vocês têm razão, só acho melhor Duda ir à frente, isso se você não quiser acordar seu fã clube... – Disse ela com um sorriso Hermione para Harry.

– É eu não tinha parado para pensar nisso... - Disse Harry ficando vermelho pensando em como seria seu ano letivo.

Dando de ombros pro que ele não entendeu, Duda saiu a procura de uma cabine que pudesse ser confortável para os 4, depois de achá-la quase no fim do corredor ele gritou para que eles viessem já que não eram os únicos a procurar lugares e não queria correr o risco de perder a cabine.

– Hei Harry! Encontrei uma cabine! – Ele gritou alto o suficiente para eles e todas as outras pessoas ouvirem.

Enquanto Harry e Valter tiravam as malas das prateleiras acima dos bancos e arrastavam- nas pelo corredor porta por porta ia se abrindo, primeiro com receio e depois mais abertamente ate cabeças de todas as cores irem saindo e o murmurinho aumentando.

– Pelas barbas de Merlin! É ele! – Alguém disse, mas Harry não se permitiu olhar, e sim apertou o passo.

– Eu não acredito! Ele realmente está aqui! – Outra voz, essa feminina guinchou em felicidade.

E enquanto seguia pelo corredor outras coisas foram sendo ditas de maneira que quando ele chegou a segurança da cabine suas orelhas estavam pegando fogo.

Duda com seus imensos músculos pegou as duas malas que Harry e o pai carregavam e colocou-as no guarda volume enquanto Harry sabiamente trancava sua cabine e encostava-se à janela para ver a planície começar a mudar, a cidade dando lugar ao campo.

– Ainda é estranho ver você como um superstar... – Disse Duda se jogando no banco ao lado do primo.

– Acredite, que pra mim também é... – Disse este tirando os óculos e passando as mãos pelo rosto. Talvez a ida a Hogwarts tivesse sido uma péssima idéia se aquela fosse a maneira que ele acabasse sendo assediado pelos corredores...

–Mas o que realmente acontece Harry, nós estamos indo com você para esse lugar e parece que você é uma celebridade, como vai ser para nós? Não sabemos nada sobre você, e bem... Isso pode nos causar problemas? – Perguntou Valter.

– Não, nenhum, eu nunca contei nada sobre minha vida além do que todos já sabem. – Garantiu o jovem voltando os óculos no rosto.

– E o que todos sabem? – Perguntou a tia receosa de que as pessoas pudessem saber sobre a reação deles ao modo de vida dos bruxos.

–Que eu sou o –menino – que – sobreviveu, que meus pais foram mortos no processo, que eu fui criado por trouxas até entrar na escola e que no meu primeiro ano entrei para o time de quadribol e descobri que o professor de defesa contra as artes das trevas da escola era hospedeiro do que sobrou de Voldemort e que no segundo ano eu descobri a câmara secreta de Salazar Sonserina por que falava com as cobras, que no terceiro ano fui o prato preferido de dementadores e encontrei com o meu padrinho que foi injustamente condenado pela morte dos meus pais, mas quase ninguém sabe disso na verdade, mas todos sabem que eu venci o torneio tribuxo e perdi um companheiro na minha frente sem poder fazer nada por ele, que criei uma ordem na quinta série para treinarmos feitiços escondidos e nos prepararmos para enfrentar Voldemort, que havia voltado a vida e tomava o poder de todo o mundo bruxo as escondidas, que no sexto ano quase fui morto repetidas vezes e perseguido pelos seguidores dele dentro do castelo e mais uma vez vi alguém querido morrer e que no ultimo ano, passei meus dias fugindo da morte, para tentar de alguma maneira livrar o mundo de Voldemort... – Ele terminou fechando os olhos e escorando a cabeça no apoio do banco... Por que ele simplesmente não conseguia ficar longe de confusão desde o primeiro ano?!

– WOW – Disse Duda animado. – Como você pode ter feito tudo isso! Olhe pra você! – Ele disse gesticulando para Harry em seu corpo magro. – Sem ofensas, claro, mas isso tudo... Uau... – ele dizia sem acreditar.

– Não é como se eu simplesmente fosse atrás de tudo isso Duda... – Harry começou olhando seriamente para o primo. – Eu nunca fui atrás de nada disso, mas eu sempre tive que fazer cada uma dessas coisas... Não poderia ter deixado Malfoy humilhar o Neville, como também não poderia ter deixado que o professor Quirrell ficasse com a pedra para fazer o mal. Talvez qualquer pessoa teria feito a mesma coisa, mas eu sempre acabava estando no lugar errado na hora errada... – Disse ele se lembrando de cada uma de suas aventuras.

– De verdade, espero que esse ano seja bem mais calmo e sem aventuras deste tipo, não me arrependo de nada, mas quero ser normal, me concentrar nos exames de N.I.E.M’s e pensar no futuro pelo menos uma vez... Depois de tanto tempo apenas vivendo sem saber se teria o dia seguinte, quero poder sentar e quem sabe planejar minha vida... – ele disse desabafando o que estava preso em seu peito durante todos esses anos terminou ele com um dar de ombros.

– O que aconteceu com você?! - Perguntou Petúnia levemente assustada. – Você é só uma criança. – Ela esticou o braço para segurar o rosto de seu sobrinho. – Conte-nos, Harry. Nós queremos saber quem você é.

Ela disse sendo a tia que ela sempre deveria ter sido e dando mais um passo para união das duas famílias.

Delicadamente Harry se desvencilhou dela e começou a contar todos os fatos escondidos de sua vida, como foram cada uma de suas “fabulosas aventuras” e de como aquilo afetava realmente sua vida enquanto todos o olhavam como se ele fosse o homem mais especial do mundo.

Pacientemente seus tios e primos o escutaram, pararam para comer algumas das deliciosas guloseimas que Valter e Duda amaram descobrir nesse novo mundo quando a Sra. com o carrinho passou deixando sapos de chocolate, tortinhas de abobora e balas de todos os tipo, não foi com muito surpresa que Harry acabou encontrando uma foto sua em um dos sapos. O Sol quase se punha quando ele finalmente terminou de contar sua historia para os três, incluindo o que acontecera enquanto estivera correndo atrás das horcruxes de Voldemort.

Eles ficaram em silencio por um tempo, sem saber o que fazer ou o que dizer. Uma batida na porta soou enquanto alguém gritava do lado de fora que já era a hora de colocarem os uniformes e se prepararem para chegar em Hogwarts.

Enquanto eles acordavam do transe que tanta informação causou, Valter se inclinou ligeiramente até poder segurar o braço do sobrinho e obrigá-lo a olhar para seus olhos pequenos e brilhantes.

–Você é um ótimo rapaz, Harry. Muito bom mesmo. – ele disse e se levantou dando as costas ao grupo enquanto usava as mãos para mexer em algo no rosto. – Bom, devemos nos trocar de alguma maneira? – ele disse voltando e mudando de assunto.

–Bem, acho que só deverão colocar as capas, eu tenho que colocar o uniforme... – Harry disse tirando a varinha de meio das vestes e apontando-a para seu próprio malão e um conjunto de vestes saiu da mala voando para seu colo. – Eu já volto... – ele disse se levantando e saindo.

Dez minutos depois, ele já estava de volta, completamente vestido, com o símbolo da Grifinória orgulhosamente bordado no peito e encontrou seus tios e primo sentados, mas embrulhados com suas capas negras.

– Estamos quase lá. Hogwarts é maravilhosa e vocês adorarão cada hora que passarão por lá... E ainda encontrarão muitos bruxos conhecidos. – Disse Harry sem conseguir conter o sorriso.

Assim que ele disse isso um apito soou e lentamente o trem foi parando, do lado de fora já dava para ver as vigas da estação e um enorme urso de costas chacoalhando uma sineta pesada em sua pata.

– Chegamos! – Disse Harry excitado.

– Já? – Perguntou Petúnia apertando o pescoço ossudo nervosamente.

–Sim. – Respondeu Harry. – Estamos em Hogwarts.

Antes que ele pudesse girar para abrir a porta do vagão um fio de fumaça luminosa apareceu pela fechadura e tomou a forma de uma lontra que Harry reconheceu antes mesmo deste abrir a boca e se escutar a voz de Hermione.

“Vamos esperar que a maioria das pessoas saia, para diminuir a confusão.”

Assim que deu o seu recado a fumaça desapareceu completamente e então Harry se sentou ligeiramente decepcionado, estava ansioso para voltar ao castelo, estava escuro demais para ver o que tinha acontecido á antiga construção, provavelmente não começariam outro ano escolar no meio de ruínas, mas será que havia ficado igual ao original?

Enquanto pensava nisso, Harry notou sua tia andando de um lado para o outro, as crianças em sua maioria estavam em volta do grande urso e homens e mulheres os acompanhavam se despedindo de seus filhos.

– O que é aquilo? – Perguntou Duda apontando para o imenso ser peludo fazendo Harry rir.

–De todas as pessoas que vocês poderiam esquecer, achava que Hagrid era a única opção inesquecível... – Ele disse rindo para a careta que seus tios fizeram.

Quando foi lógico que Duda não sabia do que eles estavam falando Valter se voltou para ele com cuidado.

– Lembra-se do homem que te pôs o... Rabo de porco? – Ele disse a apontou com a cabeça para o grandalhão que continuava a chamar atenção com a sineta lá fora.

Demorou um pouco mais de meio minuto pra ele reagir, mas quando o fez, Harry acabou quase caindo do banco de tanto rir. Duda ficou branco feito papel e toda sua coragem e curiosidade tinham ficado para trás.

– Eu não vou sair daqui pra ficar perto daquele cara! – Ele disse lembrando a Harry de suas birras infantis.

– Nada vai nos acontecer querido, principalmente com você... Estaremos lá com você. – Disse Petúnia tentando acalmar o filho.

–Mas vocês estavam lá da outra vez e mesmo assim ele fez... Aquilo comigo! – De branco seu rosto começava a ficar vermelho e Harry fazendo um esforço tremendo para não rir tomou as rédeas da situação.

– Fique calmo Duda, dessa vez não vai acontecer nada, você vai ver, Hagrid é um cara muito bom, e da ultima vez, vocês não se entenderam, acredite em mim, nada vai acontecer com vocês... Fiquem tranqüilos...

Assim que ele terminou de dizer essas palavras a porta da cabine se abriu e a conhecida cabeleira avermelhada de Rony apareceu.

–Ah, vocês estão aí – e voltando para o corredor ele gritou – Achei eles, Mione! Vem, vamos sair, somos praticamente os últimos restando só alguns professores...

Ele seguiu em frente guiando o grupo e logo que saíram Hagrid se aproximou o suficiente para falar com os pais de Hermione e agora se aproximava ainda mais para ver seu jovem amigo.

– Harry! É uma alegria vê-lo! – Disse ele com sua voz cavernosa dando um de seus abraços esmagadores no rapaz. – Vejo que nos encontramos de novo Valter Dursley... Espero que não tenha ressentimento entre nós, e me desculpe por... Bem, por aquilo sabe... – Disse ele mais baixo para Duda e estendendo a mão para cada um deles que a apertaram com insegurança.

– Já que estamos bem, por favor, primeiranistas e pais, mães e responsáveis não bruxos, favor me acompanharem por aqui! – Ele disse mais alto enquanto se afastava guiando um enorme grupo.

– Nos encontramos lá dentro então. – disse Harry para seus familiares.

– O que vai acontecer agora? – Perguntou a mãe de Hermione para a filha, ela parecia aflita pela primeira vez desde que tinham começado aquela viagem.

– Vocês entrarão no castelo pelos barcos, junto com os primeiranistas, mas não há o que temer, nós vamos com as carruagens e nos encontraremos lá dentro... Não se preocupem, vai ficar tudo bem. – Disse a menina tentando tranqüilizar a mãe.

– Vai sim, desde que vocês se lembrem de manter os braços bem firmes dentro do barco, ninguém quer alimentar a lula gigante hoje... – disse Rony com um sorriso brincalhão levando uma cotovelada forte de Gina.

Sem tempo para outras explicações e mais assustados do que deveriam os Dursleys e os Grangers seguiram o grupo até se perderem na noite que já caia enquanto os outros lentamente deram as costas e seguiram para as carruagens na outra direção.

– Será que eles vão ficar bem? – Perguntou Hermione se virando para tentar encontrar os pais.

– Claro que sim, não há perigo nenhum, quero dizer, vai ser legal... – Disse Harry tentando demonstrar confiança embora não estivesse muito seguro também.

Logo que chegaram ao ponto de encontro os testrálios parados relincharam em protesto e Hermione, Rony, Molly e Arthur olharam boquiabertos enquanto Harry fazia carinho em algo invisível apenas para Gina.

– Vocês não vão entrar? – Disse ela já na carruagem.

– O que... O que são essas coisas? – Perguntou Rony temeroso.

– O que? – Perguntou Harry sem entender.

– Essa coisa que você colocou a mão... Cuidado esse bicho vai te morder! – Disse Molly puxando Harry para longe do focinho do testrálio.

– Vocês conseguem enxergar? - Disse o rapaz surpreso.

–Sim, acho que depois do que nos aconteceu finalmente podemos vê-los. – Disse Arthur entendendo finalmente. – Como são interessantes... – ele disse se aproximando e observando com curiosidade para o animal que relinchava.

– O que é isso? – Repetiu Rony.

– Testrálios. – Disseram Harry e Hermione juntos. Ele sem dar importância e ela com compreensão.

– Só podem vê-los quem já viu a morte, por isso nunca tínhamos visto... – Disse ela a Rony quando ela percebeu que ele continuava sem entender. – E depois do que passamos...

– Todos nós vimos a morte de perto. – Disse Molly pesarosa.

Sem dizer muito mais Molly e Arthur subiram na carruagem com Gina e abraçaram a filha, enquanto Rony, Hermione e Harry subiram em outra.

– Sempre achei que eles significavam mau agouro... Será que... – Disse Rony encolhendo os ombros.

– Não, definitivamente não... – Disse Hermione decidida.

– Você tem razão Mione, Testrálios são criaturas gentis, só são evitados pelas pessoas por serem... Diferentes... – Disse Harry com um sorriso tímido lembrando-se de quem uma vez havia dito isso para ele. - Vocês vão gostar deles... E esse ano provavelmente vai ser o mais chato que já tivemos. – ele terminou deixando o sorriso ficar maior e animando seus amigos que mesmo sem querer acabaram rindo junto.


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Notas finais do capítulo

...
Cause tonight I'm feeling like an astronaut
Sending SOS from this tiny box
And I lost all signal when I lifted up
Now I'm stuck out here and the world forgot
Can I please come down?
Cause I'm tired of drifting round and round
Can I please come down?...
Astronaut - Simple Plan

T_T



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