Rizzoli And Isles - Don't Leave Me escrita por Bruna Cezario


Capítulo 8
Capítulo 8 - Não somos um casal


Notas iniciais do capítulo

Mais uma realização de um sonho, mas dessa vez não matei ninguém não fiquem despreocupadas, era só uma frase que eu já queria usar fazia algum tempo, vai estar em caps lock, logo vão saber qual frase eu me refiro =)

Ótima leitura!

[MOMENTO UTILIDADE PUBLICA] Galera deem uma lida nessa recado, por favor... É sobre adoção de cachorros. Jane precisa de um lar por que Maura já arranjou um, se quiser adotar ou tem alguém que queira é só falar com a Tamara, as informações estão no post

https://www.facebook.com/tamara.caetano.12/posts/490806720981616

Obrigada ^.^



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– Como foi sua semana Maura?


Ainda não tinha conseguido responder a pergunta “para que tinha ido procurar uma psicóloga mesmo?”, mas resolveu dar mais uma chance, por que querendo ou não tinha sido bom desabafar com alguém que não iria a julgar, ficar com um olhar de pena ou aquele olhar de “desculpa, não posso fazer nada, mas estou aqui por você”.



– Levei Jo Friday para passear.


– Jo Friday?

– Sim, minha cadela que era da Jane. A adotei depois que ela... – Fez uma pausa. – Enfim... Me atualizei sobre as novas descobertas cientificas e progressos em pesquisas, comprei alguns livros que estão para chegar, assisti a alguns documentários novos, tomei café, almocei e jantei com minha sogra, falei para ela que estou vindo de ter e ela ficou feliz, disse que ia fazer bem para mim.

– E o trabalho Maura? Já voltou a ele?


Maura baixou os olhos. Claro que não tinha voltado para o trabalho, ainda não conseguia pensar em voltar para o departamento sem pensar em Jane, sem pensar que a qualquer momento que ela estiver fazendo uma autópsia Jane entrar lá e perguntar o que ela tinha descoberto. Já tinha dado um grande passo quando resolveu sair todos os dias para levar Jo Friday para passear, dentro desses seis meses a única vez que a cadela tinha visto a rua foi para a mudança do apartamento da Jane para a causa de Maura, depois disso só vivia dentro de casa convivendo com Bass.


Conseguiu se distrair por muitas horas se atualizando sobre o que tinha de novo na ciência e na medicina, nunca pensou que em seis meses muita coisa poderia ter acontecido. Quantos ótimos documentários tinha perdido esse tempo todo. Passou a semana se atualizando.

Podia não ter voltado ao trabalho, mas passou algumas vezes no departamento para ver Angela, almoçar com ela, dois dias quando acordou teve Angela em sua casa preparando o café da manhã e passavam um bom tempo conversando fazendo com que assim Angela até perdesse a hora. Teve pique até para fazer um jantar e chamar Angela e assim contar para ela que estava vendo uma psicóloga.


– ATÉ HOYT PENSAVA QUE SOMOS UM CASAL!



Jane parou até de respirar por alguns segundos quando ouviu aquela frase saindo da boca de Maura. Ela tinha enlouquecido? Ia mesmo usar um serial killer que tentou matar as duas como exemplo?



– Hoyt era um psicopata. Um doente. – Jane estava possessa. Tanto exemplo para Maura utilizar, tinha que utilizar logo aquele? - Não acredito que você está usando ele como exemplo nessa situação Maura!



Tudo bem, o exemplo não tinha sido um dos melhores possíveis, mas Maura já não sabia mais o que fazer, o que dizer, Jane era a pessoa mais cabeça dura que ela já tinha conhecido na vida. Será que ela não podia entender por alguns segundos que elas já eram um casal na vida de muitas pessoas?



– Eu sei que Hoyt tinha um transtorno mental, que ele não é confiável para se utilizar de exemplo...


– Isso Maura, ele não é confiável para se utilizar de exemplo. – Jane a interrompeu. – Por que ele era louco. Ele tinha uma obseção por mim e para me machucar, para me fazer sofrer, para me fazer chegar ao limite ele te pegou, sabia o quanto você é importante para mim, então ele queria que eu presenciasse ele te machucando... - Nessa hora Jane fez uma pausa. Droga! Maura tinha razão. Hoyt tentou fazer com elas o que tinha feito com suas outras vitimas. Hoyt só tinha vitimas casais. Mas isso não significa que elas fossem um casal. Na cabeça doente dele poderia até ser, mas não se aplicava a mais ninguém. Sentou-se no sofá. Aquela discussão já estava indo longe demais. – Como você acha que podemos ser um casal se a única referência que tem de quem pensou assim foi um serial killer?


Maura baixou os olhos. Onde que estava com a cabeça na hora de utilizar aquele exemplo? Mas a verdade era que desde que Hoyt tinha tentando machucar as duas ela ficou pensando nisso. Hoyt só machucava casais, por que diabos teria pegado as duas então? Pensou que só era questão de estar no lugar errado na hora errada. Ela que tinha insistido para ir junto. Mas ele tinha prazer em ver uma gritando pela outra, uma sofrendo por não poder ajudar a outra, assim como tinha pelos casais que pegava. Não tinha contado nada para Jane por que sabia que ela ia achar loucura, mas passou algumas noites em claro tentando entender o que aquilo significava e só conseguiu chegar a essa conclusão: Hoyt as via como um casal. Assim como Angela já tinha dito que as via como um casal, assim como Giovanni achava que elas eram um casal, assim como todos do concurso do melhor casal gay as viam como um casal, ainda casal exemplo e não se conformavam como elas não podiam ser. Korsak e Frost também já tinham brincado em como elas formavam um belo casal. Todos estavam errados? Todos tinham o mesmo distúrbio que o Hoyt? Mas nenhum deles queriam as machucar, pelo contrário, se mostravam bem abertos a essas possibilidade e até torciam para a felicidade das duas. Hoyt poderia ter sido um péssimo exemplo. Exemplo que ela não se orgulhava nenhum pouco de ter utilizado, mas não era só ele que pensava assim.



– Me desculpa. – Maura sentou-se ao lado de Jane. – Foi o pior exemplo que eu poderia ter utilizado nessa situação e olha que sou muito boa em exemplos. Mas é que pensei que isso soaria menos louco do que dizer que sua mãe também acha que somos um casal.


– Minha mãe pensa que somos um casal? – Perguntou perplexa. – Desde quando? Meu Deus Maura! Definitivamente eu não sei o que é mais louco.

– Sua mãe pelo menos eu posso provar. Ela disse isso para mim no dia que eu contei que tínhamos nos beijado.


Jane levantou do sofá descrente, como gesto disso levou uma das mãos a boca para mascarar sua cara de surpresa. Sério mesmo que Maura tinha dito para a mãe dela que as duas tinham se beijado? Quando foi isso? Por que Angela não tinha comentando nada nenhuma vez. Será que era por isso que ela estava chateada quando ficou sabendo que ela ia se casar com Casey? Por que ela via as duas como um casal? Por que ela queria que Jane se casasse com Maura? Quando a vida tinha se tornado tão louca?



– Por que você contou para minha mãe que nós nos beijamos?


– Ela queria saber por que não estávamos nos falando. E você sabe que eu não posso mentir.

– Não precisava mentir. Se você omitisse já estava ótimo. – Jane soltou um riso ainda incrédula. – Minha mãe achando que somos um casal. Não somos um casal. Eu e Casey éramos um casal, mas eu e você Maura... Não, não somos um casal!


Maura não entendia o porquê da relutância de Jane. Tudo bem, elas não eram um casal, elas eram amigas... Pelo menos costumavam ser, mas Maura queria que elas fossem um casal, queria Jane como sua namorada, por que era perdidamente apaixonada por ela, mas Jane não queria entender isso, talvez pelo sentimento não ser recíproco, por ela não aceitar o fato de sua amiga estar apaixonada por ela. Mesmo ela sendo um gênio não conseguia entender isso.


O problema não era os sentimentos de Jane serem recíprocos ou não, por que eram, tentou se enganar, tentou ficar noiva de outro, tentou fazer com que esses sentimentos sumissem, mas não foi possível, nessa altura a única pessoa que ainda estava conseguindo fazer pensar que não sentia nada por ela era Maura. Até pensou em parar de fugir dos sentimentos, de se declarar para Maura também, de acabar com tudo, de finalmente ser feliz. Só que então o Casey morreu.


Era o dia da operação. Desde cedo Jane estava como acompanhante de Casey no hospital. Seu corpo poderia estar no hospital, mais seu pensamento estava em Maura, em como sentia falta dela, como queria ligar para ela, como queria pedir desculpas, mas agora já era tarde demais, Maura a tratava com indiferença, tinha aceitado perfeitamente bem o fato delas não serem mais amigas, respeitado seu espaço. Se Jane pensasse como uma detetive para entender o motivo de Maura tratá-la daquela forma entenderia que era por que no dia que declarou seu amor para sua melhor amiga a mesma disse que tinha pedido outro em casamento e não se dando por satisfeita encerrou a amizade.



– Jane... – Casey disse a tirando de seus pensamentos. Ela mandou um sorriso para seu noivo e se aproximou dele. – Sei que esse não é o lugar mais romântico do mundo, que não é assim que se deve ser, mas nosso relacionamento não começou de uma forma convencional, então... – Casey tira uma das suas mãos que estavam debaixo do lençol que o cobria e Jane pode ver nitidamente que se tratava de uma caixinha. – Jane Rizzoli... – Casey abriu a caixinha. A boca de Jane abriu alguns milímetros. Aquilo era mesmo uma aliança? – Eu já respondi que quero casar com você, mas... Você quer casar comigo?


– Oh meu... – Casey pegou a mão esquerda de Jane e colocou a aliança. – Casey...


Foi nesse momento que Jane percebeu que tinha feito tudo errado. Tinha dispensado sua melhor amiga, tinha feito pouco caso dos sentimentos dela e pediu Casey em casamento sem amá-lo.


Sabia que se fosse no passado que esse pedido de casamento tivesse acontecido com toda certeza ela e Casey teriam sido felizes, mas por todo esse um mês vivia se pegando traindo Casey mentalmente. Pensava em Maura todo instante, pensava em como teria sido as coisas se também tivesse se declarado para loira. Se tivesse feito isso, agora não estaria sofrendo com a indiferença dela, teria com quem conversar a noite e definitivamente não estaria em uma relação que de começo só a fez sofrer. Tentava puxar na memória, mas não conseguia pensar em uma situação que fosse que Maura a magoou, pelo contrário, só viu Maura sempre lhe apoiando, trocou até um possível relacionamento com seu irmão para não estragar a amizade das duas e quando foi sincera, quando finalmente teve a coragem de dizer o que sentia o que Jane fez? A tirou de sua vida. Tinha entendido que queria usar uma aliança de noivado, mas o noivo não seria o Casey.


– Eu te amo Jane. E quero ser o melhor para você. Quero poder correr com os nossos filhos, ensiná-los a andar de bicicleta, brincar de esconde-esconde. Eu quero ter uma família do seu lado e isso só vai ser possível por causa da cirurgia.



Não podia dizer para Casey o que tinha descoberto. Não podia dizer que não queria mais casar com ele, que queria correr atrás de Maura e dizer tudo que sentia, que era com ela que Jane queria ficar. Mas não podia fazer isso com o Casey, não agora que ele estava prestes a ir para a cirurgia. Simplesmente não podia.



– Sabe... Isso vai soar ridículo, mas teve um tempo que... Espero que você não fique chateada comigo por eu dizer isso... Mas achava que você e Maura fossem um casal, que depois que eu voltei para o Afeganistão você jamais me daria bola de novo. Que loucura não?



Loucura... Loucura... Jane só abriu um sorriso amarelo e deu um beijo na testa de Casey. Estava se sentindo a pior pessoa do mundo. Tinha mesmo que ter descoberto o que queria para sua vida amorosa logo agora? A poucos minutos de Casey ir fazer a cirurgia e ele já tinha deixado bem claro que só estava fazendo para ter um futuro com ela? Estava tudo errado.



– Com licença. – Disse a médica entrando no quarto. – Vamos levá-lo para cirurgia agora.



Jane foi acompanhando Casey até a porta que daria acesso a sala de cirurgia. Lugar pelo qual ela não poderia entrar.



– Estou te esperando. – Jane deu um beijo em Casey.


– Prometo que vou voltar.


Ela mandou um sorriso e Casey foi levado para cirurgia.


Sentou-se na sala de espera e ficou olhando para sua aliança. Não podia fazer isso com Casey. Ele estava fazendo a cirurgia por sua causa, estava arriscando sua vida para os dois terem uma vida juntos. Pegou o celular e pensou em ligar para Maura, mas lembrou que Maura não ia conseguir resolver seu problema por que ela era uma das partes do problema. Jane tinha entendido que queria passar o resto de sua vida ao lado de Maura, mas não podia fazer isso por causa de Casey. Ele estava arriscando sua vida por ela. Olhou mais uma vez para a aliança e a alisou. Não sabia mais o que pensar, estava enganando Casey dizendo que o amava, estava enganando Maura dizendo que não a amava e estava enganando a si mesma pensando que poderia ser feliz ao lado de Casey. Droga de vida!

As três horas que ficou na sala de espera esperando por uma noticia só não foram mais intermináveis por que Jane estava muito ocupada com seus pensamentos. Não conseguia decidir o que fazer. Queria uma solução, mas sempre que pensava em ser sincera com Casey e dizer tudo que sentia parecia que não estava correta, mas também sempre que pensava em continuar com essa farsa parecia que estava indo contra tudo que sua mãe tinha lhe ensinado sobre ser sincera com as pessoas.

Só teve seus pensamentos quebrados com a médica vindo em sua direção. Não tinha muita experiência com expressões médicas, por que o único exemplo médico que já teve era Maura e ela sempre já pegava os corpos mortos, então ela não tinha aquela cara de “não tenho boas noticias”, mas a cara que a doutora estava fazendo definitivamente dizia que ela não tinha boas noticias.


– Sinto muito. Fizemos tudo que foi possível, mas...



Não conseguiu ficar no hospital. Se recusava a acreditar que Casey estava morto e era por culpa dela, sim, por que ele tinha decidido fazer a cirurgia por que queria dar uma vida decente para Jane, não queria ser um estorvo com aquelas muletas e como ela retribuiu isso? Três horas inteira pensando se deveria ou não ferir os sentimentos de Casey quando ele acordasse da cirurgia. Três horas pensando que ele estava errado, que ela e Maura não era um casal, mas podiam vir a ser, só ela era querer.


Chegou ao seu apartamento e não conseguiu subir, estava sem forças, sentou na escada e ficou lá, até que Maura ligou.


– Vamos. – Maura ajudou Jane a se levantar. – Vamos entrar. Acredito que você já ficou aqui fora tempo demais.



Subiram até o apartamento. Jane estava abalada mentalmente, Maura já tinha a alertado de todas as formas como a cirurgia poderia acabar mal, mas ela nunca tinha pensado que a cirurgia realmente acabaria mal. Acabava com o coração de Maura vê-la assim, por que imaginava que ela sofria assim por que amava Casey, um amor que nunca chegaria ter por ela. Mas Jane estava sofrendo por ter descoberto que estava sendo injusta com Casey, que só estava o utilizando para mascarar seus sentimentos por Maura e as horas que ele passou na cirurgia por complicações e tudo mais ela ao invés de ficar pensando que tudo daria bem, que a cirurgia seria um sucesso estava pensando se deveria ou não ferir os sentimentos de Casey.



– Quer que eu prepare alguma coisa para você comer?


– Oh meu Deus! Eu tenho que avisar a família do Casey. Eu preciso...


Maura via o quanto Jane estava atordoada, mas não sabia o que fazer, via famílias perdendo entes queridos o tempo todo, mas ninguém com quem ela tinha um vínculo emocional.



– O que você precisa agora é tomar um banho e descansar. – Maura foi direcionando Jane até o banheiro. – Amanhã resolvemos sobre isso.



Conseguiu com que Jane entrasse no banheiro e tomasse um banho. Pensou em depois que ela já estivesse deitada na cama pronta para descansar poderia ir embora, mas não podia, Jane estava devastada, não a deixaria sozinha naquele estado. Então foi até o guarda-roupa de Jane e procurou alguma coisa para vestir, também precisava de um banho e se ia passar a noite com Jane não seria com um traje que usou o dia inteiro. Achou um babydoll que Jane não deveria utilizar a séculos e separou uma blusa folgada e um short para Jane, sabia que ela adorava dormir daquele jeito.



– Obrigada Maura.



Teve que agradecer, por que desde onde sabia Maura não tinha nenhuma obrigação de estar ali. Ainda mais depois de tudo que ela tinha feito.


Maura só mandou um meio sorriso.


– Se troque. – Pegou a roupa que tinha separado para si em cima da cama. – Eu já volto.



Mauro tomou seu banho e quando voltou Jane já estava deitada na cama, mas ainda não dormia, estava concentrada para a aliança que estava em seu dedo. Sentiu um aperto no coração, sabia que esse não era o momento, sabia que Casey não estava mais lá, mas só de saber que Jane estava noiva dele com direito de aliança e tudo dava uma vontade de se afogar em lágrimas, mas não faria, por que Jane precisava dela agora. Jane ao perceber que Maura tinha voltado para o quarto para de olhar para a aliança, se já não tivesse visto que ela tinha percebido sua aliança se daria ao trabalho de esconder, mas como ela já tinha visto mesmo. Viu Maura vestida com seu babydoll, depois de tudo a legista ainda ia passar a noite com ela?



– Maura, se quiser pode ir para casa, eu vou ficar bem.



Maura nada disse, deu a volta na cama, puxou a parte do edredom que cobria o lado que ia dormir e se deitou.



– Não custa nada eu me certificar de que você vai ficar bem.



Maura não fazia ideia dos limites que tinham sido impostos agora que elas não eram mais amigas, do que podia ou não podia fazer, mas quando se tratava de Jane ela estava sempre seguia seu coração, então abraçou Jane pela cintura, juntou seu corpo com o dela e descansou seu queixo em suas costas, se fosse em outras situações estaria feliz de estar daquele jeito com Jane, mas nesse momento o único motivo de estarem assim era por que Jane precisava de amparo, só por isso.


Jane não fez menção em recusar o gesto, pelo contrário, pegou suas mãos e cobriu as de Maura que estavam em sua cintura. Agradecia mentalmente por ela estar ali, por que não sabia se teria forças para aguentar tudo, mas já com Maura ali se sentia segura, se sentia a salvo, sabia que ela não podia fazer com que tudo não se passasse de um pesadelo, mas podia fazer com que ela suportasse tudo aquilo. Pouco tempo depois as duas já tinham adormecido.

Ao acordar Jane não encontrou mais Maura na cama. Pensou que ela tivesse ido embora sem ela perceber, sabia que ela não tinha a obrigação de ficar lá, não tinha a obrigação de lhe apoiar, de lhe dar forças, poderia ir embora quando bem entendesse. Se levantou e caminhou até a cozinha, precisava de um café bem forte para aguentar o dia que lhe guardava, para sua surpresa encontrou Maura na cozinha preparando o café. Se tivesse forças para sorrir com toda certeza vendo aquela cena um sorriso teria sido esboçado, mas mesmo depois de dormir ainda estava cansada psicologicamente e não sabia quando essa canseira passaria.


– Não precisava fazer isso Maura.



A legista que estava concentrada preparando uma omelete para o café da manhã se virou, mais para ver a aparência de Jane do que para respondê-la, mas de qualquer forma deveria dar uma resposta, ainda mais por que a aparência da ex-amiga não estava nenhum pouco boa.



– Você precisa se alimentar. – Disse virando a omelete em um prato. – Daqui a pouco vai desmaiar por ai.


– Eu preciso é ligar para os pais do Casey. – Disse pegando o telefone em cima do balcão, mas Maura tomou o telefone da mão dela. – Maura!

– Eu já os avisei, já liguei para o hospital e já resolvi as coisas com a funerária. O enterro vai ser hoje às 16 horas. – Jane ia abrir a boca novamente para dizer que ela não precisava ter feito aquilo, mas foi interrompida pela loira. – Estou aqui para ajudar.


Jane sabia que não merecia aquele tipo de tratamento vindo de Maura, tinha sido um idiota, mas era grata pelo legista estar ao seu lado, precisava e muito do suporte dela, da presença dela, precisa de Maura ao seu lado e a legista não recusou em nenhum minuto essa presença, esteve com Jane o quanto pode. Enquanto todos choravam com a homenagem que o exercito tinha feito em homenagem a Casey, Maura estava ao lado de Jane segurando sua mão, não podia para ela ser forte, era o noivo dela ali, o homem que ela amava que tinha acabado de morrer, se ela quisesse chorar que fosse em frente, ela estaria lá, por aquele dia esqueceria que era a amiga apaixonada que sofria por ver o amor da sua vida chorando por outro e seria a amiga que da apoio e enxuga as lágrimas quando ela começa a cair.


A detetive se permitiu chorar, sofria mesmo pela morte de Casey, mas chorava mais por culpa por tudo que tinha levado aquele enterro, Casey era um ótimo rapaz, merecia ser feliz, não terminar morto. Se fosse para fazer a cirurgia que tivesse feito por alguém que correspondia seus sentimentos, que não era o caso de Jane. Teria que viver com aquele sentimento pelo resto da vida.

Elas até que passaram dois meses bem depois do enterro, tinham voltado a conversar, a sair para beber, a frequentar uma a casa da outra, poderiam voltar a ser amigas se dependesse, por Maura também não tinha problema tirando a parte dela estar apaixonada por Jane, procurar não entrar nesse assunto pela detetive ainda estar de luto, mas em um certo dia o assunto surgiu e deu no que deu.


– Maura eu acho que não deveríamos ter voltado com isso. Já ficou claro que você não consegue ser só minha amiga.



A legista balançou a cabeça em negativo, estava irada. Jane estava acabando a amizade de novo? Resolveu que não iria nem responder, pegou sua bolsa e deixou o apartamento.


Jane entendeu a atitude de Maura, não podia culpá-la, só podia culpar a si mesma quando tinha resolvido que não declararia seu amor, que precisava honrar a morte de Casey, que ser apaixonada por Maura era errado, mesmo que na conversa com a loira tenha descoberto que ninguém achava errado, pelo contrário, apoiavam.

Dessa vez Maura não chorou, estava muito ocupada irritada com Jane para chorar. Só queria arrumar uma forma de trabalhar com Jane, sem ser amiga dela e não bancar a amiga quando a outra precisasse. Precisava ser o que ela era em Londres, só ela, poucas palavras e os corpos.


– Eu não posso voltar para o trabalho por que a qualquer momento eu penso que Jane vai entrar pela porta do necrotério e perguntar se tenho alguma novidade sobre o caso. O trabalho me faz lembrá-la.


– Assim como a cadela e a mãe dela, mas você não as tirou de sua vida.

– É diferente...

– Você não precisa ter medo de seguir em frente Maura, você não vai esquecê-la, por que ela foi uma parte importante da sua vida.

– E eu pensei que eu fosse parte importante da vida dela também, mas não, ela morreu e me deixou aqui, mesmo dizendo que não deixaria!


Existem as cinco fases do luto: Negação e Isolamento, raiva, barganha, depressão e aceitação. A psicóloga assim concluiu que Maura estava na fase da raiva, sendo que ela já tinha passado na de Negação e Isolamento, na da depressão, pensou que ela estaria na da barganha por ter ido procurar ajuda, poderia até ter passado, mas agora era a raiva que prevalecia. Não era comum as pessoas passarem pelas fases do luto no modo aleatório, mas cada um tinha seu jeito de enfrentar o luto, talvez o de Maura fosse esse, sendo assim, talvez estivesse perto da fase de aceitação. Era esperar para ver.



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Notas finais do capítulo

Alguém mais de vocês acha que eu não matei a Jane? Por que já estou ficando chateada com as pessoas desconfiando da morte dela hahahahahahahaa Se acham... Quais as teorias então? Como ela pode ter sobrevivido a 3 tiros no peito?