Rizzoli And Isles - Don't Leave Me escrita por Bruna Cezario


Capítulo 7
Capítulo 7 - Seguir em Frente


Notas iniciais do capítulo

Realização de um sonho esse capitulo. Espero que fiquem felizes também, na medida do possivel né, por que ainda não é o capitulo que vocês esperam, mas estamos chegando lá =)
Ótima leitura!



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- Todos tem um propósito quando me procuram. Qual seu propósito Maura?

Resolveu que estava na hora de ouvir quem se preocupava com ela e procurar ajuda. Então Maura resolveu ir a psicóloga. Precisava de alguém para conversar, desabafar, dizer tudo que sentia e pensava sem magoar ninguém, sem ficarem com pena dela.

De começo teve receio, pensou se seria uma boa ideia mesmo procurar ajuda. Enquanto esperava para ser atendida pensou em desistir, ir embora, tentar superar de sua maneira, mas sabia que se saísse de lá sem nem ao menos tentar, ver se a psicóloga era boa, se podia lhe ajudar, voltaria a estaca zero, não ia ter ajuda para superar a morte de Jane.

- Superar a morte dela.

- Dela quem?

- Jane, minha namorada. Eu tentei seguir em frente, tentei entender que só vou viver das lembranças dela agora. – A voz começou a embargar. – Mas eu não consigo! Teve uma época que eu até poderia seguir minha vida sem ela, mas agora eu não consigo.

Quando Jane deu por encerrada a amizade das duas Maura entendeu que deveria seguir em frente. Não tentou uma reconciliação, por que tinha doído tudo que a detetive tinha lhe dito naquela noite e ela já era acostumada com perdas, com pessoas a excluindo de sua vida ou a deixando em segundo plano.

Seguiu em frente quando seus pais ligaram para o internato dizendo que não iriam buscá-la para passar a ceia com eles por que tinham outros planos e ela não estava inclusa nesses planos. Óbvio que não foi dito com essas palavras, mas ela entendeu assim. Teve que passar a ceia comendo com a boneca que seus pais tinham lhe enviado de presente. Uma das únicas vezes que brincou de boneca na vida.

Seguiu em frente quando seu namorado se matou. Mas antes dele se matar já tinha seguido em frente, tinha terminado com ele e mesmo que sentisse falta do que ele era antes do pedido de casamento, não tinha como voltar com ele por que ele não era a mesma pessoa. Quando ele se matou e recebeu a proposta de emprego em Boston era só mais um sinal de que deveria esquecer tudo e começar uma nova vida.

Seguiu em frente quando Ian mais uma vez foi embora sem nem ao menos se despedir. Ele, antes de Jane, sempre foi o amor de sua vida, se algum dia pensou em casar, construir uma família essa pessoa seria o Ian, mas teve que colocar seus sentimentos na caixinha e nunca mais tirá-los de lá e deu certo, por que depois esses sentimentos desaparecerem, mas infelizmente surgiu os sentimentos por Jane.

Já tinha seguido tanto em frente em sua vida por que dessa vez não seria diferente? Guardou seus sentimentos mais uma vez, só que agora em um cofre, não deixaria com que eles saíssem novamente.

Foi tão idiota em achar que poderia ter uma melhor amiga. Já tinha lido vários estudos que a maioria das paixões nascem da amizade, mas tinha que ser a única amizade que ela já teve na vida? Não julgava a si mesma por estar apaixonada pela sua amiga, sempre acreditou que o importante era amar, independesse de quem amasse, mas parecia que Jane não pensava assim. Era mente aberta para o relacionamento dos outros, mas quando era com ela mesmo fugia. Precisava seguir em frente.

Passou a ser só ela e os mortos. Frost e Korsak desciam para se atualizar sobre os casos, mas só conversavam sobre os casos. Estavam curiosos para saber o que tinha acontecido entre as duas, mas não perguntavam.

- Já tem algum resultado da autópsia? – Perguntou Jane.

Não criava mais esperanças quando Jane ia até o necrotério perguntar sobre alguma vitima. Entendia que se ela estava lá é por que Frost ou Korsak não puderam ir. Sabia que era por isso por que Jane não a encarava, não tentava puxar assunto, não perguntava como ela estava. Não podiam ser denominadas nem colegas de trabalhos, eram duas pessoas que conviviam juntas por que eram obrigadas, mas o quanto pudessem se evitar, fariam.

- Ela morreu de parada cardíaca.

- Mas ela não é muito nova para isso? Ela tem 23 anos não é?

- Só que ela sofria de cardiomipadia dilatada.

- Português, por favor.

- A cardiomiopatia dilatada é uma doença que afeta os ventrículos e atrias. Os ventrículos são as duas câmaras inferiores do coração e as atrias as duas câmaras superiores. A cardiomiopatia geralmente começa no ventrículo esquerdo, onde o músculo cardíaco começa a dilatar e ficar mais fino. Isso ocasiona alargamento do interior do ventrículo. O problema geralmente alastra para o ventrículo direito, e então para as atrias à medida que a doença piora. Quando as câmaras ficam dilatadas, o coração não consegue bombear muito bem. Então o coração tenta compensar dilatando as câmaras ainda mais. Com o passar do tempo, o coração fica mais fraco e pode ocorrer insuficiência cardíaca, cujos sintomas incluem sensação de fraqueza, inchaço das pernas e pés, e falta de fôlego. A cardiomiopatia dilatada também pode ocasionar problemas nas válvulas cardíacas, arritmias, e coágulos no coração. Ter uma cardiomiopatia dilatada avançada é razão comum para precisar de transplante de coração. Ela já estava na fase de precisar de um transplante, mas pelo estado do coração não estava tomando os remédios e nem fazendo acompanhamento médico, o coração não aguentou então ela teve a parada cardíaca.

Como Jane sentia falta daquela boca de Google. Estava evitando Maura a todo gosto, mas não podia deixar de admitir que tinha ficado chateada quando a ex-amiga não correu nenhuma vez atrás dela, mas era melhor assim, a cirurgia do Casey estava chegando, eles agora estavam bem, mas isso não significava que ela estava feliz.

- Já liguei para os pais. Eles vão vir reconhecer o corpo para poder liberar para o enterro já que não foi um homicídio. Obrigada doutora Isles.

Jane virou as costas pronta para ir embora, mas com a esperança de que Maura a chamasse, mas a legista não o fez, estava disposta a seguir em frente. Foi nessa hora que Jane percebeu que não fazia sentido ter Maura trabalhando junto com ela e não poderem ser a Jane e Maura que as pessoas estavam dispostas a ver, as inseparáveis. Ela tinha acabado com a amizade e percebeu que Maura respeitou isso e se ela quisesse que elas voltassem a ser amigas Jane que deveria dar o primeiro passo. Jane que deveria pedir desculpas, mas não era certeza que Maura aceitaria.

Não estava fácil para nenhuma das duas. Queriam conversar, contar como foi o dia, o que fizeram, o que deixaram de fazer. Sentiam falta da interação, de trabalharem juntas em um caso, de saírem para beber, de assistirem um filme ou comerem comida japonesa uma na casa da outra, de conversarem a noite inteira a ponto de dormirem e só acordarem com o sol invadindo a janela.

Muitas foram as vezes que Maura pegou Jane falando no telefone com Casey ou pegou os dois se encontrando na cantina. Seu coração se despedaçava cada vez que via os dois se beijando, cada vez que via o sorriso no rosto de Jane ao estar com ele, tentava fugir, mas às vezes era inevitável não esbarrar nos dois quando estava saindo do trabalho ou quando ia pegar alguma coisa na cantina. Mas uma coisa que Maura queria entender era o que fez Casey mudar de ideia, por que até antes de Jane vir com a loucura de pedi-lo em casamento ele estava a evitando.

- Maura... - E a legista pensando que ia sair do prédio e ir direto para casa comprar sapatos. Tinha mesmo que se deparar com Casey? – Tem um minuto? Sei que você e Jane estão brigadas e ela não quis me dizer o motivo, mas queria que você fizesse um favor para mim.

Mas era muita ousadia. Tinha sido trocada por ele e ainda tinha que ficar fazendo favores? Maura estava furiosa por dentro, queria falar umas verdades para Casey, mas se conteve, pensou duas vezes antes de fazer, já tinha falado sem pensar algumas vezes sem pensar e ficou muito mal por isso depois.

- Que favor?

- Você é a única amiga que a Jane tem, ela não se abre com ninguém, mas precisa de alguém a apoiando, ainda mais agora que vou fazer a cirurgia. Ela vai precisar de você.

- Apoiar a Jane foi o que eu sempre quis, mas agora não posso mais apoiá-la.

- Maura...

- Me desculpa Casey.

Ela estava machucada. Já estava preparada a viver com a ideia de Jane ser feliz para sempre com Casey, mas não queria fazer parte disso. Tinha cansado de fingir que estava tudo bem Jane estar apaixonada por ele. Tinha cansado de fingir que poderia levar isso numa boa. Não conseguiria mais suportar isso, então não podia mais apoiar Jane em suas decisões quando tivesse relação a sua vida amorosa.

Maura já estava prestes a deixar o saguão, mas tinha uma pergunta a fazer, precisava tirar aquela duvida.

- O que te fez mudar de ideia? – Casey a encarou sem entender. – Você disse que não era certo começar uma vida com Jane do seu lado com você desse jeito. O que mudou? Estão pensando até em casar depois da cirurgia.

- Eu amo a Jane e posso não ter muito tempo com ela. Nunca quis afastá-la, só não queria envolvê-la no meu problema.

Não mudaria uma palavra do que disse para Jane. Por que Casey poderia ter reconsiderado, mas mesmo assim ia fazer a cirurgia, mesmo assim colocaria sua vida em risco, mesmo assim faria Jane sofrer se ele morresse, mas dessa vez não teria Maura para consolá-la. A legista mandou um sorriso triste para Casey e deixou o saguão. Seguir em frente não significa ceder a um pedido, mesmo que quisesse estar ao lado de Jane no dia da cirurgia, não dizendo nada, só segurando sua mão para ela saber que tinha alguém ali por ela, mesmo que depois disso resultasse em perder sua amada para outro.

Maura chegou em casa esgotada. Só queria tomar um banho e ir para sua cama. Não queria ver ninguém, não queria falar com ninguém, só queria ficar sozinha. Sabia que os primeiros dias do “seguir em frente” eram complicados, mas já tinha quase um mês e ainda sofria por não estar mais falando com Jane, por não ter mais a companhia dela. Superar Ian tinha sido tão mais fácil.

Quando entrou na casa sentiu cheiro de comida. Estranhou, não tinha marcado nada com ninguém, mesmo por que não tinha ninguém para marcar, só marcava as coisas com Jane. Deixou sua bolsa em qualquer lugar e se encaminhou para a cozinha, encontrou Angela terminando de preparar um macarrão.

- Que bom que chegou. – Disse Angela com um sorriso. – Acabei de preparar o jantar.

- Eu agradeço Angela, mas estou cansada, só quero tomar um banho e dormir.

- Maura você precisa comer. E nós duas precisamos conversar.

Angela pegou a tigela que tinha despejado o macarrão e levou até a mesa. Maura só ficou olhando, conhecia Angela, se falou que elas precisavam conversar ela não iria dormir enquanto não conversarem.

Ajudou Angela a pegar os copos e os pratos, foi até o banheiro, lavou as mãos e quando voltou sua comida já estava até posta. Sentou-se.

- Sobre o que gostaria de conversar?

- O que aconteceu entre você e Jane? – Maura ia abrir a boca para dizer que não tinha acontecido nada, mas Angela logo a cortou. - E não minta para mim mocinha, por que você sabe que não pode mentir.

- É melhor você perguntar para ela Angela, não quero causar problemas.

- Da última vez que perguntei sobre a briga de vocês Jane me disse que vai casar com o Casey, então não, eu não vou perguntar nada para ela. Estou perguntando para você Maura. O que aconteceu?

Maura suspirou fundo. Não podia contar para Angela o que tinha acontecido, imagine o que não pensaria dela ao dizer que tinha beijado sua filha? Era a única pessoa que podia contar agora, não podia perdê-la também.

- Eu fiz algo, Jane não gostou, então ela decidiu que foi um erro sermos amigas.

- Jane não terminaria uma amizade com você só por causa disso. Ela te adora.

- Esse é o problema. Ela me adora, não me ama.

E ela tinha acabado de falar demais. Desejou que Angela não tivesse entendido o sentido da frase.

- Ô Maura... - Angela tinha entendido. – Era da Jane que você me perguntou outro dia? Você está apaixonada pela Jane?

Não podia mentir e dizer que não estava, suas urticárias a denunciariam. Já tinha feito besteira mesmo, agora era melhor contar tudo.

- Juro que não sei como aconteceu. Só aconteceu.

- Não acredito que Jane fez isso! – Maura a encarou sem entender. Fez o que? – Ela está fugindo de você. Ah mas amanhã ela vai me escutar.

- Angela do que você está falando?

- Quando Jane era mais nova ela era completamente apaixonada por esse menino e esse menino também gostava dela, só que ela tinha medo de destruir o que ela idealizava do menino, então todas as vezes que ele a chamava para sair ela dizia que não, por que não gostava dele, até que o menino cansou e partiu para outra. Jane ficou por dias arrasada, procurava não demonstrar, mas uma mãe sempre sabe. Ela gosta de você Maura, só que está com medo.

- Medo não justifica ela pedir o Casey em casamento e me cortar da vida dela.

- Jane como detetive é durona, mas como pessoa não sabe lhe dar com seus sentimentos. Meu Deus, Maura! Você estava esse tempo todo apaixonada pela Jane e não me disse nada? Você se declarou para Jane por isso ela te afastou?

Maura baixou os olhos. Se fosse contar o que aconteceu com toda certeza não seria encarando Angela. Tinha medo do que estava por vir.

- Eu beijei a Jane e quando quis conversar sobre isso ela disse que foi um erro nossa amizade. Eu não queria me apaixonar por ela. A única amiga que eu tinha. Eu estraguei tudo.

- Maura... – Angela fez com que a legista a olhasse. – Nós não escolhemos por quem queremos nos apaixonar, simplesmente acontece.

- Mas está tudo bem, eu estou seguindo em frente.

- Seguindo em frente e deixando Jane para trás? Você perdeu o juízo Maura? Você não pode deixar Jane seguir com essa loucura de casar com o Casey, sendo que ela nem gosta dele.

Maura estava estranhando a reação de Angela, pensou em todas as reações negativas possíveis, mas parecia que Angela estava... Apoiando? Sim, parecia que Angela estava apoiando essa paixão de Maura.

- Você não está achando isso uma loucura? Quer dizer... Eu e a Jane?

- Jane é minha Jane quando está do seu lado Maura. Ela não se perde como se perde estando com o Casey. Ela é mais alegre, os olhos brilham quando ela está do seu lado. Pensava que era coisa da minha cabeça, mas já vi vocês duas como um casal há muito tempo. Imagine como seriam lindos meus netos? - Maura soltou um riso. Estava tão mais aliviada. Se soubesse que a mãe de sua ex-amiga ia reagir tão bem tinha se aberto desde o começo, desde quando descobriu a paixão. Talvez tivesse até ajuda. – Não desiste dela não Maura.

- Desculpa Angela, mas eu não desisti, só fui tirada da vida. E gostaria que essa conversa ficasse só entre nós duas.

Angela não concordava, mas ia fazer a vontade de Maura. Pelo menos alguém tinha lhe contado algo, por que senão ia ver sua filha subindo no altar com outro e não ia saber por que ela e Maura tinham brigado. Estava indignada por Jane ter terminado uma amizade de anos por causa de um beijo, de uma declaração, deveria ter ficado feliz por ter alguém como Maura apaixonada por ela. A legista poderia não ser um homem, mas com toda certeza trataria Jane como ela merecia, a faria feliz. Mas não, a detetive amava fugir da felicidade.

Maura se sentia mais leve por ter contado tudo para Angela. Um fardo a menos para carregar. Ficou surpresa quando a mãe de sua ex-melhor amiga aceitou tudo numa boa, o estranho era que ela até apoiava, mas pensando bem não podia ser para menos, ela era Angela Rizzoli, a pessoa mais meiga e compreensiva que alguém poderia conhecer.

Tomou um banho e deitou em sua cama com o intuito de dormir, mas a cabeça estava a mil, os pensamentos não paravam e o coração doía. Se Maura não soubesse que era saudável o suficiente e que seus checapes anuais não apontavam nada de irregular poderia dizer que estava com algum problema cardíaco, por que a dor que sentia chegava até a sufocá-la, mas felizmente – ou infelizmente – a dor de sentia era a dor de amor e não existe remédio que possa curá-la que não seja o tempo.

Seu coração pedia para ligar para a Jane, já tinha se passado quase um mês, poderiam conversar como duas adultas, poderiam se resolver. Mas quem o coração estava querendo enganar? Maura não ia ficar bem por que tinha o Casey no meio do caminho, por isso que ligar era uma péssima ideia, precisava seguir em frente, precisava aprender a viver sem Jane em sua vida.

Passou por diversas vezes pelo número de Jane na agenda, mas decidiu por deixar o celular de lado e tentar dormir, daqui a pouco teria que acordar para trabalhar.

Alguém em seu apartamento, deitada ao lado do homem que disse que amava fazia a mesma coisa, passava pelo número da legista, mas não tinha coragem de ligar. Sentia falta de Maura, queria Maura dormindo ao seu lado da cama ao invés de Casey, mesmo que não fizessem nada como ela não fazia com Casey, só queria que elas voltassem ao que eram antes, mas sabia que isso não era possível, não sem muitos sentimentos virem a tona. Deixou o celular de lado e decidiu por tentar dormir, teria um dia longo.

Maura acordou com seu celular tocando indicando um novo homicídio, adorava seu trabalho, mas não ficou nenhum pouco feliz com a ligação, não tinha conseguido dormir direito a noite e daria tudo para ter suas horas de sono normal, mas como não seria possível... Chegou na cena do crime 30 minutos depois da ligação. Estranhou só encontrar Frost e Korsak, normalmente Jane já estaria lá esperando por ela.

- Onde está Jane?

- Pediu o dia de folga. – Responde Korsak. – Parece que é hoje que o Casey vai operar.

Em seu mundo, quando não estava seguindo em frente e seus sentimentos estavam na caixinha esse seria o momento que Jane estaria a enlouquecendo com telefonemas e ela acalmando a amiga dizendo que tudo ia ficar bem e assim que terminasse com o trabalho iria encontrar Jane no hospital. Mas agora tudo estava diferente, Jane estava sozinha em um hospital esperando uma cirurgia que poderia acabar com a vida de seu noivo acabar. Sentiu que deveria estar lá por Jane, mesmo que tivesse que passar por cima de todos seus sentimentos, mas claro que nada fez, estava seguindo em frente.

A hora demorou para passar, os resultados da autópsia parecia que nunca saiam, não tinha muito trabalho para ocupar a cabeça, desde que acabou sua amizade com Jane não ia a campo, só ficava presa dentro do necrotério. Olhava o celular de dois em dois minutos com a esperança de ter uma mensagem de Jane dizendo qualquer coisa, mas uma parte de si sabia que não teria essa mensagem.

Com o fim do expediente Maura passou na cantina com a esperança de ainda encontrar Angela lá. Para sua sorte a mãe de sua ex-amiga ainda se encontrava por lá.

- Tem noticias da Jane?

- Não. Ela não atende meus telefonemas. Já estou começando a ficar preocupada. Será que aconteceu alguma coisa?

Como poderia seguir em frente desse jeito? Ainda se preocupava com Jane e queria saber se ela estava bem. Não pensou duas vezes e esquecendo tudo que tinha passado nesse último mês ligou para a detetive.

- Maura...

A legista estranhou o tom de voz da ex-amiga. Parecia que tinha passado muito tempo chorando e ainda estava chorando.

- Cadê você?

- Em casa.

Sabia que tinha alguma coisa errada, então Maura só se despediu de Angela e partiu para o prédio de Jane. Ao chegar lá a encontrou sentada na escada de entrada do prédio. Estava com uma cara de que já tinha chorado muito, estava abatida, parecia inconformada. Precisava de consolo, precisava de uma amiga.

- Jane... – Maura sentou ao lado da ex-amiga.

- Ele sabia que a cirurgia era arriscada, ele sabia que poderia tirar a vida dele. – Lágrimas começaram a escorrer de seus olhos. – Mas mesmo assim ele resolveu fazer, por que disse que me amava e queria ser o melhor para mim.

Maura fez com que Jane a encarasse e enxugou as lágrimas do rosto da detetive.

- Eu o perdi. – Maura abraçou a ex-amiga de lado a fazendo deitar com a cabeça em seu ombro. – Eu o perdi.

O que Jane não entendi era que já tinha perdido o Casey há muito tempo para o acidente, só não tinha percebido ou não queria perceber, mas não era Maura que ia dizer aquilo para ela. Esqueceu que estava seguindo em frente e só ficou ali, abraçada com Jane, deixando ela chorar e dizer tudo que sentia refrente a morte do Casey, seria sua melhor amiga naquela noite. Poderia voltar a ser nos próximos dias também, mas por enquanto seria só naquela noite.

- Quero que você faça algumas coisas por você mesma Maura. Quero que você não tente seguir em frente dessa vez, quero que você siga em frente.

- Mas eu não tenho a menor ideia de como fazer isso.

- Você sabe por onde deve começar, mas cada coisa ao seu tempo. Volte para o trabalho primeiro, já vai ser um começo.

- Eu já tentei...

- Disse para você não tentar, para você fazer.

Muito simples falar. Não era ela que tinha que lhe dar com a dor da perda. Não era ela que tinha que seguir em frente a todo custo. Não era ela que quanto mais tentava menos conseguia. Afinal de contas, para que tinha ido procurar uma psicóloga mesmo?


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Notas finais do capítulo

Obrigada por lerem ^.^



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