Rizzoli And Isles - Don't Leave Me escrita por Bruna Cezario


Capítulo 5
Capítulo 5 - Meus Sentimentos


Notas iniciais do capítulo

Não sei a forma como vocês imaginarem, mas espero não tê-las decepcionada.
Para quem gosta de uma musiquinha para acompanhar o capitulo, escolhi uma na minha opinião perfeita para o momento. Espero que gostem.
Ótima leitura =)



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Seis meses haviam se passado desde a morte de Jane. Dentro desses meses conseguiram algumas pistas sobre o assassino, mas nenhuma que os fizesse pegá-lo. Maura ainda não tinha voltado para o trabalho, tinha tentando por duas vezes no último um mês, mas não conseguia ficar diante de um corpo e não começar a chorar lembrando que Jane poderia ter passado por aquela mesa se ela não tivesse visto o assassino de sua amada. Recomendaram que ela passasse em um psicólogo, como ela não conversava com ninguém seria bom ela se abrir com alguém que poderia a ajudar a superar isso, mas ela recusou. Já tinha parado de pensar que merecia todo aquele sentimento por ter sido a causa da morte de Jane, mas depois de muito tempo Angela conseguiu lhe convencer do contrário. Não era justo ela ficar se culpando por algo que não poderia prever e depois não tinha sido ela que puxou o gatilho.

Maura olhava no relógio impaciente, estava na cantina do departamento, Angela tinha a chamado para fazer algumas compras, no começo havia recusado, não queria sair de casa, mas Angela insistiu tanto que ela cansou de recusar. Essa era a forma que Angela usava para fazer Maura sair de casa, tomar um pouco de sol, ver a luz do dia e não ficar enfurnada naquela casa, mesmo que isso resultasse depois em Stanley reclamando em seu ouvido por ela sair no horário do expediente, mas faria de tudo para que Maura voltasse a viver.

- Maura... – Angela deixou uma xícara de café na mesa em que a legista de encontrava. – Só mais cinco minutinhos que já saímos querida.

Maura acenou positivamente com a cabeça. Ás vezes ela achava que Angela fazia aquilo de propósito, só para tirá-la de casa e ficar de olho nela. Se soubesse que estava certa...

Viu quando Giovanni entrou na lanchonete e foi diretamente falar com Angela, lhe entregou a chave de carro, provavelmente tinha dado defeito de novo, conversaram rapidamente e ela percebeu quando Angela apontou com o pescoço indicando que era para Giovanni ir falar com ela.

- Você parece gostosa! - Essa era a marca do mecânico, mas que, dessa vez, não tinha conseguido arrancar sorrisos de Maura como costumava acontecer, ela só mandou um meio sorriso triste para Giovanni e começou a passar o dedo na boca da xícara de café. – Fui hoje cedo visitar o tumulo da Jane. Deixei uma bandeira do Red Sox para ela. Se quiser podemos ir qualquer dia eu e você lá.

- Quem sabe um dia desses.

A verdade era que desde que Jane tinha morrido Maura não teve coragem de ir ao cemitério. Sabia que Angela, Frank, Frost e Korsak viviam indo levar flores, passavam algum tempo conversando, mas ela não tinha essa coragem, já tinha sido demais ver Jane sendo enterrada, se fosse até o cemitério tinha medo daquelas memórias virem novamente em sua cabeça, de todos chorando em volta do caixão, Cavanaugh fazendo uma homenagem linda a Jane e ela sentindo aquela dor da perda. Ainda sentia, mas tinha medo que ficasse mais forte do que ela já estava sentindo, por que se ficasse, ela não aguentaria.

- Sinto muito mesmo pela sua perda Maura. Torcia para que você e Jane fossem felizes.

- Eu sei. – Respondeu com um sorriso triste. – Obrigada.

- Quando quiser minha companhia para ir ao cemitério pode me ligar.

Maura fez um afirmativo com a cabeça. Angela que assistia a tentativa de conversa só viu Giovanni levantando os ombros e balançando a cabeça em negativo indicando para Angela que não tinha conseguido nada com Maura. A legista nem se ligou de que ele tinha feito aquilo, por que estava com a cabeça onde tudo tinha começado e não era no primeiro caso dela com Jane.

- Jane... – Maura segurou a mão da detetive fazendo com que assim ela se virasse e a olhasse.

Jane ficou parada esperando que Maura dissesse algo, mas nada ela disse, só puxou a detetive para si e a beijou. Esperava que Jane a rejeitasse, perguntasse se ela estava louca por fazer aquilo, por que elas eram só amigas, mas foi pega de surpresa quando Jane enterrou a mão em sua nuca e aprofundou o beijo. Nunca tinha beijado ninguém daquele jeito e de todas as pessoas que tinha beijado aquele era sem dúvidas o melhor beijo de sua vida.

- Isso não pode estar acontecendo!

Maura acordou desacreditada do seu sonho. Tinha beijado Jane. Sim, Jane, sua melhor amiga. Caminhou até a cozinha e pegou uma xícara de café, ainda pensava no sonho, não ia conseguir dormir depois disso. Passou os dedos pelos lábios, o sonho tinha parecido tão real, parecia mesmo que teve os lábios de Jane colados no seu, pena que era só seu sonho que tinha virando literalmente um sonho, que lhe tiraria o sono.

Já tinha admitido para si há mais ou menos uns dois anos o que sentia por Jane. Sem saber quando, como ou por que tinha se apaixonado pela sua melhor amiga, mas estava se saindo bem em mascarar isso.

Escondia todo seu ciúmes quando Jane estava saindo com Dean. Encorajava a amiga a ir adiante, por que são isso que amigas fazem, certo? Mas de alguma forma se sentiu imensamente feliz quando Jane escolheu ela ao Dean, por que para ela foi uma escolha, por que poderia dizer que eles só estavam fazendo seu trabalho naquela noite no galpão, mas resolveu se afastar de Dean e recuperar sua amizade.

Ás vezes acreditava que o que ela sentia era recíproco com algumas atitudes de Jane, exemplo a ser dado foi quando pensou que ela e Tommy tinham algo que Jane tentou alertá-la de todas as formas para não ficar com seu irmão, por que caso contrário estaria a traindo, se naquela época já não estivesse apaixonada por Jane com toda certeza teria investido em Tommy. Também teve Giovanni, que ela tentou fazê-la mudar de ideia a qualquer custo para ficar com ele, mas logo percebeu que Jane estava imensamente certa e dessa vez poderia descartara possibilidade de que ela estava com ciúmes. Talvez as outras inúmeras vezes que Jane fazia piada ou parecia aborrecida por Maura estar saindo com alguém fosse só super proteção de amiga, que ela só queria o bem de Maura, que ela se relacionasse com pessoas certas e talvez essa pessoa certa ainda não tivesse aparecido. Então ela resolveu parar por que sabia que nenhum homem a faria feliz, não apareceria o homem certo, por que a pessoa certa estava bem sem sua frente e não fazia nenhuma ideia de seus sentimentos. Os guardou para si, não teria necessidade de expô-los por que Jane não estava saindo com ninguém, mas uma hora ou outra para provocá-la, por que as vezes gostava de se enganar que Jane sentia ciúmes dela flertava com um cara ou outro só para ver a reação da detetive. Mas então Casey voltou...

Ah Casey...

Seu mundo caiu quando viu Casey sentado atrás daquela mesa e sabia que ficaria pior quando descobriu sobre seu problema. Sabia que Jane correria atrás dele, mas não imaginou como seria tão doloroso vê-la fazendo isso. Não entendia como alguém que Jane tinha conversado só algumas vezes pelo computador, que nesse meio tempo ficou com outro cara e por algum tempo ficou sem noticias ainda conseguia ficar tão mexida como ela ficou quando Casey voltou. Entendia que Jane poderia estar apaixonada por ele, desde aquele jantar que ela jurou que não estava, agora era visível, mas Maura simplesmente não conseguia entender o por que.

Como alguém poderia ser apaixonada por uma pessoa que só lhe dava o fora? Como alguém poderia ser apaixonada por uma pessoa que disse com todas as letras que não a queria em sua vida? Como alguém poderia ser apaixonada por alguém tão egoísta que estava disposto a acabar com a própria vida ao aceitar a ajuda? Isso não entrava em sua cabeça.

Só foi Casey voltar que todos os sentimentos que ela havia guardado em uma pequena caixa dentro de seu coração saíram. Tinha que aguentar Jane se lamentar por Casey estar a excluindo de sua vida. Ligar para sua casa altas horas da madrugada chorando por que ficou sabendo que a cirurgia que Casey estava disposto a fazer era suicídio e ela não queria vê-lo morto. Tinha que aguentar o mau-humor da detetive e toda sua magoa e tristeza por Casey não ligar para o que ela sentia ou pensava e não podia dizer nenhuma palavra que não fosse de apoio e que mesmo tendo consciência de que nada ficaria bem, se fingir de otimista e dizer que tudo ficaria bem.

O sonho foi a gota d’água. Sabia que não podia esconder seus sentimentos para sempre, mas sabia também que não podia revelá-los a Jane pelo mesmo motivo que não revelou quando descobriu: Não podia colocar sua amizade em risco. Era melhor ter Jane como sua amiga do que não ter Jane de forma alguma.

Estava com o coração apertado, estava confusa e odiava se sentir assim. Precisava conversar com alguém, desabafar, mas a única pessoa que encontrava em sua mente para fazer isso era Angela, mas ela não podia dizer justamente para Angela que estava completamente apaixonada pela filha dela. Então teria que mais uma vez tentar guardar os sentimentos em uma caixinha dentro de seu coração e torcer que eles ficassem lá, independente do que estava passando.

Maura estava na cantina. Observava Angela servindo as mesas e a vontade que tinha era de chamá-la para uma conversa. Mas não podia, já tinha listado todos os motivos e também por que tinha guardado seus sentimentos em uma caixinha, não podia esquecer disso. Avistou Giovanni se aproximando. Sorriu. Gostava do mecânico, mesmo que há algum tempo ele tenha tentado lamber sua cara.

- Maura! – Abriu um sorriso. – Você parece gostosa. - Maura soltou uma risada. Era a marca registrada de Giovanni aquela, se o visse e ele não dissesse poderia ter certeza que alguma coisa estava errada. – Então... Você e a Jane ainda estão...?

Maura ficou alguns segundos tentando entender a pergunta de Giovanni, mas logo se lembrou, Giovanni ainda pensava que elas fossem um casal, não tinha desmentido ainda. O que intrigava Maura era que essa era a primeira e única mentira que ela havia contado que não a deixava com urticaria.

- Sim, ainda estamos...

- Droga! – Pareceu desapontado. Maura o encarou segurando o riso, deveria se sentir mal por enganar Giovanni daquele jeito, mas não conseguia. Talvez sua amizade com Jane tivesse afetado seus sentimentos, por que Jane que gostava de vê-lo daquele jeito. – Só por que pensei que você poderia ir comigo.

- Ir com você aonde?

- Lembra a reunião da escola que saiu morte? – Maura fez um afirmativo com a cabeça. – Então... Resolveram fazer uma segunda edição, mas sem a coisa toda da morte sabe. Então como você está com a Jane ainda, sei que vai com ela.

- Eu vou com a Jane, mas podemos nos encontrar lá, não vejo problema algum.

Giovanni fez um afirmativo com a cabeça.

- Nos vemos lá então. Agora vou voltar ao trabalho, só vim buscar algumas rosquinhas da senhora Rizzoli. – Giovanni levantou o pacote com as rosquinhas. – São as melhores.

Assim que Giovanni saiu, Maura foi logo para o andar do Homicídios. Jane não tinha lhe dito que teria uma segunda reunião de alunos. Será que estava pensando em ir sozinha? Mas odiava ir a esses eventos e deveria odiar o dobro agora devido ao homicídio que teve que resolver devido a essa reunião. Ao entrar no departamento encontrou Jane quase quebrando o telefone de tão forte que o colocou no gancho. Só foi avistar Maura que começou as reclamações.

- Ele não me atende! Já liguei milhares de vezes, mas ele não me atende!

- Jane isso já está se tornando um transtorno obsessivo compulsivo. Você precisa parar.

- Está me dizendo que eu estou obsecada pelo Casey?

Maura percebeu que já tinha falado demais. Tinha prometido para si mesma que pensaria mais vezes do que já estava acostumada a pensar para dizer algo, mas isso tinha simplesmente saído e para não piorar a situação ela resolveu que não explicaria o que significava o que ela tinha acabado de dizer.

- Por que você não me disse que ia ter reunião dos alunos de novo? – Resolveu mudar de assunto.

- Como você ficou sabendo?

- Giovanni me disse. Pensou em me convidar, mas como eu estou com você... – Jane a encarou sem entender: “Como eu estou com você”? Maura percebeu a besteira que tinha dito. – Como ele pensa que eu estou com você...

- É por isso que eu não quero ir. Primeiro por que pensam que somos um casal e segundo por que eu não estou a fim de ir. Não tenho cabeça.

- Por que só fica pensando no Casey.

Mais uma vez. Estava se saindo bem antes de sonhar com o beijo. Isso estava errado.

- Em quem mais eu deveria pensar? – Jane perguntou indignada. – Ele está com uma cirurgia marcada pra Deus sabe quando que pode matá-lo, não me diz nada e você quer que eu pense em o que?

- Só queria que você parasse de pensar um pouco nisso. Saísse para se distrair. A reunião vai ser um ótimo lugar.

- Até aparecer um novo homicídio.

- Pelo menos vai ocupar a sua cabeça.

Jane não queria admitir, mas Maura tinha razão. Precisava sair, se distrair, por que ultimamente só andava pensando em Casey. Percebia até que Maura se esforçava para não se aborrecer com ela e lhe dar todo o apoio possível, precisava recompensar isso de alguma forma, por que sabia que estava sendo uma péssima amiga e como sabia que Maura adorava esses eventos de escola (contanto que não fossem o dela), ela cedeu e resolveu ir, talvez fosse bom, espairecer, sair com Maura, sempre era uma boa solução.

Maura ficou feliz em Jane ter aceitado ir a reunião. Tinha mesmo a intenção de Jane se divertir e parar de pensar um pouco em Casey.

E aparentemente deu certo. Jane ainda não gostava muito da ideia de ter que dizer para todos que Maura era sua namorada, vivia implicando com isso, mas em nenhum momento pensou em dizer o contrário, se tinha que a abraçar a abraçava, se tinha que lhe dar um beijo no rosto beijava, chegava até a contar a história de como se apaixonaram.

Sem perceber a caixinha de Maura foi abrindo de novo, imaginava se tudo aquilo que Jane dizia fosse verdade, se elas fossem realmente um casal. Passou a imaginar que ao invés dos beijos no rosto que levava poderia passar a levar os beijos nos lábios. Sentir a boca de Jane colada com a sua, se o beijo seria tão bom quanto o beijo dos seus sonhos. Que gosto teria? Será que seria o melhor beijo de sua vida? Provavelmente nunca saberia.

Estavam na pista de dança. Jane aparentava estar um pouco mais animada mesmo. Maura conseguia convencê-la de que deveria dançar, mesmo ela dizendo que não sabia, a legista utilizou a desculpa de que também não sabia dançar, mas ambas sabiam que aquilo não era verdade, Maura sabia dançar e muito bem, mas o que ela não sabia, nesses cinco anos de amizade é que Jane também sabia, mas escondia o jogo. Chegaram até a dançar uma música estilo em filmes onde um começa e todos fazem os passos.

- Onde você aprendeu a dançar assim? – Perguntou Jane se divertindo com Maura dançando. Ela sabia todos os passos e não podia ser por que aprendeu na escola, por que do jeito que Maura contava dançar não era uma das coisas que ela fazia no internato. – Essas músicas não são músicas que você costuma escutar.

- Peguei alguns DVDs seus para assistir. – Jane a encarou surpresa. – Mas juro de devolvi. Pode olhar lá.

Jane riu.

[Teddy Geiger – For You I Will (Confidence)]

Mas logo seu sorriso desapareceu. Tinha começado uma música romântica. Na reunião passada tinha se livrado disso por que tinha aparecido o homicídio, mas agora para onde iria correr?

 Maura lhe estendeu a mão.

- Não mesmo. – Fez um negativo com a cabeça. – Não vou dançar com você. Eu não sei dançar!

- Não sabe dançar como não sabia dançar também aquelas outras músicas?

- É diferente Maura, nós não tínhamos que estar... – Apontou para as pessoas ao redor. – Assim!

- Larga de ser boba Jane. – Maura pegou na mão de Jane. – Se você não sabe eu te ensino.

Maura levou as mãos de Jane na sua cintura. Sua pela arrepiou ao sentir o toque da detetive mesmo que tenha sido por cima de seu vestido. Levou suas mãos ao pescoço de Jane e as entrelaçou nele.

Por um momento Maura esqueceu que tinha outras pessoas no salão, por um momento só existia ela e Jane. A detetive olhava para o chão, olhava para ver se não pisaria do no pé de Maura. Desajeitada do jeito que era dançando música romântica provavelmente isso acabaria acontecendo.

- Viu como não é tão difícil?

- Até eu pisar no seu pé.

Maura sorriu.

Por algumas vezes seus olhares se encontraram e para disfarçar elas sorriam timidamente e Jane voltava a olhar para o chão.

Se Maura tinha alguma esperança de seus sentimentos estavam guardados na caixinha que ela tinha feito questão de guardá-los, mas eles viviam escapando, aquela dança foi a comprovação de que eles haviam fugido novamente e de verdade ela não queria colocá-los de volta.

Quando Jane voltou a olhar para ela com um sorriso que provavelmente dizia que ela estava gostando da dança a legista só conseguiu focar em seus lábios e como ela queria tê-los para si, mas não podia, era sua amizade que estava em risco. Mas estava tão cansada de fugir de seus sentimentos de sempre deixá-los em segundo plano que foi inevitável, quando percebeu já estava mais perto de Jane do que gostaria, sua respiração tinha acelerado, seu coração estava batendo mais forte que o comum. Percebeu a cara de confusão da Jane, pois ela nunca tinha visto Maura lhe olhar assim e nunca a tinha visto tão perto de si, quando menos esperou a boca da legista estava colada na sua.

Maura se surpreendeu com ela mesma, tinha fantasiado tantas vezes com esse beijo, tinha sonhado com ele na última noite, mas tê-lo quase realizado era mais do que ela imaginava que podia fazer. Tê-lo quase realizado, por que diferente de seu sonho Jane a empurrou levemente e a ficou encarando com uma cara mais de duvida do que quando seus rostos só estavam próximos. Jane balançou a cabeça em negativo, não acreditava no que a legista tinha acabado de fazer. Estava prestes a sair dali quando ouviu Maura lhe chamando.

- Jane... - Maura segurou a mão da detetive fazendo com que assim ela se virasse e a olhasse.

Jane ficou parada esperando que Maura dissesse algo, mas nada ela disse, só puxou a detetive para si e a beijou, como em seu sonho. Esperava que Jane a rejeitasse mais uma vez, perguntasse se ela estava louca por fazer aquilo, por que elas eram só amigas, como em seu sonho, mas foi pega de surpresa quando Jane enterrou a mão em sua nuca e aprofundou o beijo. De começo tinha ficado sem entender. Jane estava mesmo correspondendo ao beijou? Alguém poderia a beliscar para ver se ela não estava sonhando? Nunca tinha beijado nenhuma mulher na vida e não tinha vontade de beijar nenhuma que não fosse Jane. Definitivamente esse era o melhor beijo de todo sua vida e era bem melhor que no sonho.

A detetive percebendo o que tinha acabado de fazer se separou abruptamente do beijo e encarou Maura mais uma vez. O que tinha sido aquilo? Tinha mesmo beijado sua melhor amiga? Alias, sua melhor amiga tinha a beijado? Mas ela tinha correspondido! O que diabos tinha acabado de acontecer ali? Era o que Jane estava tentando entender. Mas antes que Maura pudesse dar alguma explicação Jane saiu andando sem dizer nada. Maura ficou sem entender. O que tinha acontecido? Resolveu ir atrás de Jane. Provavelmente tinha estragado tudo.

- Jane... Jane... – Maura conseguiu alcançá-la e pegou em seu braço. – Jane...

- Maura... – Jane não conseguia formular uma frase. Ainda estava desnorteada com o que tinha acontecido. – Maura...

Maura esperava que ela dissesse algo, mas a única coisa que conseguiu foi ficar parada na calçada, de frente para uma escola, com todo mundo olhando tentando entender o que tinha acontecido, por que Jane tinha entrado no carro e deixado Maura lá.

Pela primeira vez em meses Maura sorriu com uma lembrança. Por muito tempo ficou pensando que tinha estragado tudo, que Jane jamais olharia na sua cara e lembrar que tinha ficado plantada na calçada e teve que ir embora com carona do Giovanni e tendo que aguentá-lo dizendo que se ela quisesse ele podia consolá-la, era uma lembrança boa, por que tudo tinha começado ali, mesmo ela sabendo que nas próximas lembranças não seriam nada fáceis.


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Notas finais do capítulo

Bom... Espero que tenham gostado do primeiro beijo delas.
Obrigada por acompanharem =)