Rizzoli And Isles - Don't Leave Me escrita por Bruna Cezario


Capítulo 3
Capítulo 3 - O Concurso


Notas iniciais do capítulo

Mais um capitulo para ocupar o final de semana de vocês, que assim como o meu não tem muita coisa para fazer =P
Só fiquei imaginando um episódio desse na série ♥
Ótima leitura =)



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Mais um mês havia se passado. Maura ainda não tinha voltado ao trabalho, mas finalmente, depois desses dois meses da morte de Jane tinha resolvido sair de casa, na realidade teve que sair de casa, tinha que esvaziar o armário da namorada, pois um novo detetive tinha sido contratado em seu lugar. Agora era oficial, não que não fosse antes, ela tinha já consciência, Jane estava morta, a vida das pessoas estavam seguindo em frente, um novo detetive ia ocupar o lugar de sua namorada e ia seguir com os casos. Frost e Korsak prometeram que não iam deixar o caso de Jane de lado, mas parecia que o assassino tinha desaparecido do planeta, nenhuma pista, nenhum sinal, nada que levasse eles até o assassino de Jane.

Sentada em um banco na frente do armário Maura terminava de arrumar os pertences de Jane quando se deparou com um foto das duas. Soltou um riso triste e seus olhos começaram a encher de lágrimas.

- Maura... – Angela percebeu que a legista chorava, tinha sido avisada que Maura estava no prédio, que veio esvaziar o armário da namorada e como só tocar no nome de Jane já era difícil para Maura quando mais mexer em suas coisas. – Por que não deixou comigo? Eu esvaziava o armário.

- Tudo bem Angela. – Enxugou uma fininha lágrima que resolveu cair. – Sabe... Ela odiou esse caso, não sei por que guardava essa foto. - Maura entregou a foto para Angela. A mãe de sua namorada sentou ao seu lado e começou a observar a foto com carinho. Maura dando um beijo na bochecha de Jane e a mesma com um sorriso. - Nem parece que foi forçado não é?

- Por que não foi.

Maura pegou a foto da mão de Angela e ficou a olhando. Claro que ela tinha forçado o sorriso, tinha odiado mais uma vez a ideia de fingir que era lésbica.

Um ano tinha se passado desde o ataque de Hoyt. Jane e Maura, as duas pessoas que se detestavam tinha passado a ser inseparáveis, só a detetive queria ir ao laboratório pegar informações sobre o caso, Maura vivia indo até a sala do homicídios para ter informações também, saiam juntas para beber, uma vivia na casa da outra, Angela adorava Maura, até preparava o almoço dela também. Era uma amizade bonita de se ver. Amizade...

- Qual o problema das pessoas com homossexuais?

Jane estava no laboratório de Maura enquanto a legista finalizava sua autópsia na mais nova vitima. Tinha sido encontrada no corredor do apartamento, pelas marcas em seu pescoço tinha sido enforcada com algum cordão. Já tinha descoberto que a garota era lésbica, que seus pais não aceitavam bem, tanto que a garota saiu de casa e que tinha uma namorada que estavam prestes a interrogá-la. Há dois meses tinha resolvido um caso de uma mulher que tinha sido morta por sua esposa por dinheiro.

- Eu não tenho nada contra os homossexuais.

- Não você Maura, estou dizendo quem faz uma coisa dessas. – Apontou para a vitima. – Não tem nem dois meses que cuidamos de um caso assim. Pra que tanto preconceito?

- Mas aquele caso não foi por preconceito e sim por dinheiro. – Relembrou Maura. – E você não tem provas que esse caso também é por preconceito.

- Ela saiu de casa por que os pais não aceitavam. Sim, é preconceito.

- Você está supondo.

- Não te digo como fazer suas autópsias, então não venha falar das minhas suposições que sempre estão certas.

Maura fez careta. Não iria discutir com Jane, uma coisa que tinha aprendido nesse um ano de convivência é que o instinto da detetive era ótimo.

- A namorada já está chegando. – Disse Frost entrando no necrotério. – Eu e Korsak vamos interrogá-la.

- Pensei que eu fosse interrogá-la.

-Não, você e Maura precisam se inscrever.

- Nos escrever no que? – Perguntaram juntas.

- Descobri que Barbara e Julia estavam inscritas em um concurso que iria eleger o melhor casal gay.

- E precisamos nos inscrever nesse concurso por que? – Jane perguntou sem entender. – Julia não vai mais participar a namorada está morta.

- A Barbara está morta, mas a Sabrina não. – Frost entregou uma foto para a Jane. – Julia se inscreveu com Sabrina há dois dias cancelando sua inscrição com Barbara. – Frost apontou para o computador do laboratório de Maura. - Posso? - Ela fez um afirmativo com a cabeça. – Sendo que Barbara se inscreveu de novo, com outra namorada ontem, provavelmente antes de ser morta, só que muitas pessoas não pareciam felizes por ela ter se inscrito.

Frost virou a tela do computador para Jane e ela pode ler vários insultos e ameaças para Barbara. Parecia que a vitima não era tão querida assim. Teria que fingir ser lésbica, de novo.

Mesmo contrariada com essa história de ter que se fingir de namorada da Maura, Jane marcou com a legista de depois do expediente se encontrarem em seu apartamento para que pudessem fazer sua inscrição para o concurso. Já Maura estava amando a ideia, adorava trabalhar disfarçada. Quando aceitou o trabalho em Boston nunca imaginou que de autópsias passaria também a ir em campo ajudar mesmo a encontrar assassinos, nunca tinha amado tanto seu emprego.

- Precisamos de uma foto.

Disse Maura enquanto terminava de preencher a fica de inscrição. Jane sentou ao seu lado na cama e viu o que tanto ela digitava.

- Eu não sou mal humorada. – Maura a olhou de canto de olho. Sarcástica. – Não está vendo que eu estou super feliz por ter que fingir que eu sou sua namorada? Esse era o maior sonho de toda minha vida!

- Seu maior sonho era fingir ser minha namorada?

Um ano e Maura ainda não conseguiu distinguir quando Jane estava falando sério ou sendo sarcástica. Jane soltou um riso, Maura logo percebeu que tinha caído no sarcasmo da amiga mais uma vez.

- Sarcástica. – Maura incluiu na inscrição. – Será que você pode me dizer agora que foto vamos colocar?

- Não sei, coloca qualquer uma. Temos várias fotos.

- Mas nenhuma está parecendo que somos um casal.

- Por que não somos um casal, Maura!

- Vem cá.

A legista se arrumou na cama, fechou os olhos e fez um bico.

- O que você está fazendo?

Jane perguntou. Até entendeu o que Maura estava sugerindo, mas preferiu pensar que sua imaginação era muito fértil.

- Vem, me beija logo para eu tirar uma foto.

Novamente Maura fechou os olhos e fez um bico esperando Jane fazer o mesmo. Jane passou por todas as cores do arco-íris quando percebeu que a intenção era mesmo delas se beijarem. Não ia beijar a Maura, nem se o caso dependesse disso, ela era sua amiga. Resolveu logo cortar a ideia de Maura e lhe deu um empurrão de leve só para tirá-la de muito perto.

- Eu não vou te beijar!

- Por que não? É só para a foto, nada sério.

- Maura você está se ouvindo? Você quer me beijar. – Fez sinal apontando para si mesma. - Eu, Jane, sua amiga.

- Não é que eu queira te beijar, mas precisamos parecer um casal.

- Podemos parecer um casal de outra forma. – Pegou o notebook do colo de Maura. – Beija minha bochecha. – Fazendo careta. – Podemos parecer um casal fofo assim.

- Mas você vai sorrir enquanto eu te beijo não é verdade? Por que senão, não vamos...

- Ta bom Maura! Ta bom! Eu vou sorrir. Não sei por que inventam essas coisas para mim, por que Korsak e Frost não podem se vestir de mulher e fingirem que são um casal gay? Tudo sobra para mim. Aposto que aquele perfil que fizeram para eu me encontrar com aquelas mulheres no bar gay ainda está ativo.

- Jane vamos tirar a foto? Tem horário para mandar a inscrição e hoje é o último dia. – Jane encarou Maura. – O que foi?

- Vocês não excluíram o perfil!

- Eu ia excluir, mas o Frost disse que poderia ser útil para algum outro caso, então eu deixei.

Jane bufou. Claro que Frost não tinha deixado a página com essa intenção. Ele só estava esperando pelo momento dela ser parada na rua por uma dessas mulheres do perfil e ser questionada por que não respondeu sobre marcar um encontro e Maura ingênua do jeito que é confinou no que o detetive disse.

- Vamos tirar essa foto.

Era melhor tirarem logo a foto do que prolongar o assunto “Meu perfil no site de encontro gay não foi excluído”. Jane apontou com o indicador na bochecha dizendo que Maura já podia beijá-la, quando sentiu os lábios da legista em sua bochecha seu rosto ficou quente, as mãos começaram a suar e seu coração bateu mais acelerado. O que era aquilo? Era só um beijo na bochecha oras!

Maura com os olhos fechados e a boca colada na bochecha de sua amiga, mesmo contra sua vontade imaginou seus lábios saindo dali e indo diretamente encostar nos lábios da detetive. Não era a primeira vez que tinha essa vontade, já tinha acontecido algumas outras vezes, mas com os olhos fechados conseguiu imaginar até como seria o gosto do beijo, mas logo espantou esses pensamentos. Jane era sua amiga, não podia ficar pensando assim.

Para acabar logo com aquilo Jane abriu um sorriso e tirou a foto. Precisava descolar Maura de sua bochecha, por que a sensação de tê-la muito perto era estranha demais.

- Satisfeita?

Disse virando o notebook para que Maura pudesse ver a foto. A legista abriu um sorriso e pegou o notebook da mão de Jane.

- Muito. - Elas estavam perfeitas. – Jane... – A detetive a encarou esperando que ela continuasse. – Nunca teve vontade de beijar uma mulher?

Jane ficou vermelha. Que perguntar era aquela? Já estavam nesse grau de amizade? Provavelmente sim, já dormiam até uma na casa da outra.

- E-Eu... Eu... Eu não! Por que? Você já?

- Ah seria uma nova experiência.

- Boa sorte! Tem um monte de gente querendo passar por essa experiência também.

- Você acha mesmo que eu vou sair beijando mulheres desconhecidas?

- Você beija homens desconhecidos.

Isso era verdade.

- Mas é diferente. Homens já beijei vários, mas mulheres... Se fosse para beijar seria alguém próximo de mim, só por experiência mesmo.

- Bom... O único alguém perto que você tem sou eu e eu não estou a fim de fazer parte de sua experiência. – Jane deitou na cama. - Já enviou nossa inscrição?

- Acabei de enviar. – Maura deixou o notebook e deitou na cama também ao lado de Jane. – Eu beijo tantos desconhecidos assim? Tem certeza? Por que eu quase não beijei ninguém desde que cheguei em Boston.

- Quer que eu comece a enumerar mesmo?

- Eu lembro de três e foram só sexo e eu os conhecia parcialmente.

- Tudo bem Maura. Já ouvi demais.

- Você que está precisando de sexo. Anda muito mal-humorada, você sabia que...

- Não quero ouvir... – Jane pegou um travesseiro e colocou entre as orelhas. – Não estou ouvindo nada.

Maura riu. Sabia o quanto Jane odiava quando ela entrava nesses assuntos. Quando resolveu parar de dizer o quanto Jane precisava fazer sexo voltaram a ter uma conversava amigável, mas não por muito tempo por que no final das contas ambas acabaram pegando no sono enquanto conversavam.

Maura despertou na manhã seguinte com a luz do sol passando pela janela e indo diretamente ao seu rosto, de primeiro momento ficou desnorteada, não lembrava onde estava, mas abrindo os olhos lentamente por que a luz entrando no quarto ainda estava incomodando lembrou que provavelmente deve ter pegado no sono enquanto conversava com Jane. A detetive ao sentir os movimentos de Maura na cama também começou a despertar.

- O que você está fazendo aqui? – Perguntou sentando na cama e se espreguiçando.

- Acho que peguei no sono e pelo visto você também.

- Devo ter dormido em alguma de suas conversas interessantes. – Jane levantou da cama. – Café? – Maura ia abrir a boca para dizer algo, mas Jane a cortou. – Mas só tem instantâneo.

E antes que Maura pudesse reclamar de seu café instantâneo Jane foi até a cozinha preparar o café. Maura querendo ou não, era a única coisa que tinha para tomar. Como foi deixada falando sozinha a legista pegou o notebook em cima da cama e checou seu email para ver se tinha alguma novidade.

- Fomos aceitas! – Disse Maura chegando a cozinha com o notebook na mão. – E já somos as queridinhas.

- O que você quer dizer com queridinhas? – Maura colocou o notebook no balcão e deu espaço para que Jane lesse o que estava escrito no email. – “Mais que aceita garotas! Vocês são tudo que estávamos procurando nesse concurso”. Com toda certeza isso é um email automático.

- Mas tem emotions.

- Maura... – Jane fechou o notebook. – É automático, agora venha tomar café.

- Calma! – Maura abriu o notebook. – Temos um questionário a memorizar.

- Questionário? – Jane voltou sua atenção para o notebook. Maura apontou para a página do questionário em aberto. – “Você sabe tudo sobre sua namorada?” A resposta é não, por que não somos namoradas.

- Jane...

- Mas como sua amiga eu sei tudo sobre você.

Maura encarou Jane desacreditada. Tinha certeza absoluta que se Jane acertasse um item daquela lista seria muita coisa. Ela podia saber responder inúmeras daquelas perguntas sobre Jane, mas a detetive não saberia, por que não prestava atenção.

- Ok então. – Maura resolveu testá-la. – Vamos ver. – Foi passando o dedo indicador pela tela do notebook procurando por uma pergunta que Jane jamais saberia responder e encontrou a perfeita. – O que eu não suporto que você faça?

- Sério Maura? – Jane pegou a cafeteira e se serviu de um pouco de café. – Não tem uma mais difícil não?

- Admita que você não sabe.

Jane tomou um gole do seu café.

- Se eu acertar você vai ter que tomar um gole do meu café.

- Tudo bem, eu tomo. Eu sei que você não vai acertar.

- Você odeia que eu te chame de Wikipédia. Não liga de ser chamada de boca de Google, mas quando te chamo de Wikipédia você detesta por que ele não é tão confiável assim quanto você é.

Com um sorriso vitorioso Jane toma mais um gole de sua xícara de café. Ela queria tanto ter uma câmera no momento para poder tirar uma foto da cara de surpresa que Maura fez. A legista nunca tinha dito que odiava que Jane a chamava de Wikipédia, já tinha comentado alguma coisa sobre, mas dizer que odiava, nunca, mas sempre se divertia por que via quando Maura fechada a cara todo vez que era chamada pelo nome do site não confiável. Pousou sua xícara em cima do balcão e a empurrou até Maura. Como adorava ganhar uma aposta. A contra gosto Maura pegou a xícara, gostava de honrar sua palavra, olhou para o café dentro da xícara com cara de nojo e logo em seguida tomou um gole. Jane se sentiu realizada a ver a careta da legista.

- Quer fazer outra pergunta valendo outro gole de café?

Maura colocou o copo em cima da mesa ainda fazendo careta por causa do gosto do café.

- Acredito que não vai ser necessário.

***

Antes mesmo de entrar no espaço que ia ocorrer a competição de casal Jane já estava querendo voltar para casa. Quando chegou ao local então a vontade que teve era de não levantar da cama e a cara de animada de Maura a deixava mais irritada ainda.

Quando desceram do carro Maura estendeu a mão para Jane e a detetive ficou encarando a mão dela sem entender.

- Jane não esqueça que somos um casal.

- Não Maura, não somos um casal, estamos aqui por causa do caso e não vamos participar do concurso.

Maura ignorou tudo que Jane disse e insistiu que a detetive pegasse em sua mão. Jane revirou os olhos e a contra gosto pegou na mão de Maura. Ao chegarem à recepção Jane quase voltou ao ver que a mulher que estava na recepção abriu um imenso sorriso ao vê-las.

- Vocês vieram! – A mulher disse toda animada. – Meu casal favorito.

Jane e Maura se entreolharam. Era com elas mesmo que a mulher estava falando?

- Depois de Julia e Barbara cancelaram a inscrição e se inscreveram com outras pessoas pensei que nunca mais ia ver um casal tão perfeito quanto elas, mas aqui estão vocês. – A mulher virou o computador e mostrou a foto que as duas tinham tirado como plano de fundo. – Perfeitas! Se eu fosse a jurada vocês duas seriam as campeãs.

Jane abriu um sorriso amarelo. Onde tinha se metido?

Foi colocado um crachá em cada uma e depois apareceu mais duas mulheres para “separá-las”.

- Não vamos ficar juntas? – Jane perguntou.

- Sei que você não deve conseguir ficar cinco minutos longe dela, eu te entendo. – A mulher mandou um sorriso para Maura. – Mas regras da competição. Vocês se encontraram quando a competição começar.

- Posso só... – Jane puxou Maura para perto de si e sussurrou em seu ouvido. – Questione quantas pessoas você conseguir e se tiver alguma suspeita me avise.

Maura fez um positivo com a cabeça e deu um beijo na bochecha de Jane.

- Até daqui a pouco querida.

Maura disse. Jane só respondeu com um aceno, tinha sido pega de surpresa com o beijo.

Separadas foram tentando buscar alguma pista sobre alguma suspeita, mas ninguém ajudava, quando puxavam assunto ou elas falavam como seu namoro era maravilhoso ou como odiava algumas coisas que sua namorada fazia, isso quando queriam falar, algumas já pensavam que estava querendo ser passada para trás na competição e não falavam nada, tinha algumas que até pensavam que estavam sendo flertadas. O jeito seria participar do concurso e ver se conseguia pegar alguma coisa enquanto competiam.

Com o começo do concurso Jane achou que tudo seria um desastre e que logo seriam desmascaradas que não eram um casal, mas pelo contrário, até que foi divertido, tinham que mostrar trabalho em dupla e o conhecimento que uma tinha pela outra, Maura ficou surpreendida pelas coisas que Jane sabia sobre ela, pensou que a maioria das vezes que falava não era ouvida. Tudo estava indo perfeitamente bem até que chegou a prova final onde a mulher menos romântica da relação teria que fazer uma declaração de amor para sua namorada e óbvio que na ficha de inscrição Maura tinha colocado que Jane era a menos romântica. Jane olhava todas aquelas declarações e estava começando a suar frio. O que ia dizer para Maura? Alias, o que ia dizer era o de menos, o pior eram todas as declarações terminando em beijo. Ela não ia beijar a Maura. Teve exatas seis declarações de amor para ouvir e montar a sua. Quando pensou em sua vida que faria alguma coisa do tipo?

Quando chegou a vez de Jane todos pararam para ouvir sua declaração. Algumas por que eram realmente românticas e queriam brigar com a namorada mais tarde dizendo que era daquela forma que se fazia uma declaração de amor e outras para ver que elas não tinham chance nenhuma. A mulher da recepção até parou o que estava fazendo só pra prestar atenção, queria ter certeza que seu favoritismo estava certo.

Jane deglutiu a seco e pegou a mão direita de Maura.

- Maura... – Respirou fundo. – Dizem que só encontramos a pessoa certa uma vez na vida. A pessoa que vai ser aquela que você vai ouvir sinos de igrejas quando beijá-la, que seu pé direito vai levantar e você vai se sentir como se estivesse nas nuvens e toda aquela baboseira que as princesas dos contos de fadas e as que se acham princesas da vida real acreditam que eu não acreditava até que conheci você. A cada instante que estou com você sinto que só estou completa se estiver com você e a cada segundo que passo longe de você é como se um pedaço de mim estivesse faltando. Sinceramente? Eu não esperava você na minha vida e agora que você chegou eu não consigo ver minha vida sem você. – Levou sua mão até o rosto de Maura e começou a acariciá-lo. – Obrigada por ter entrado na minha vida e, por favor, não saia dela, por que eu não ia suportar viver nenhum minuto sem você.

E todos ficaram esperando pelo momento final que era o beijo, poderia não ter sido a declaração mais elaborada da noite, mas deixou muitas pessoas suspirando, incluindo a recepcionista. Os olhos de Maura brilhavam, para ela essa era a declaração mais linda que já tinham feito para ela, infelizmente não era verdadeira, mas por alguns segundos ela procurou acreditar que era e que em poucos segundos teria os lábios de Jane no seu. Jane sabia que precisava fazer aquilo, não podia estragar o disfarce agora, ainda tinha mais pessoas para se declarar e ela ficar de olho, já tinha coletado algumas informações, estava quase lá. Foi aproximando seu rosto do rosto de Maura, a respiração de ambas tinham ficado mais fortes, o beijo tinha começado a ser desenhando, a mão de Jane no rosto de Maura causava uma sensação tão gostosa, nunca tinha sentido aquilo por ninguém, os rostos cada vez mais perto, os lábios quase se tocando...

- OK! Já chega! – Jane levantou da cadeira em que estava sentada e tirou o distintivo. – Policia de Boston. Preciso fazer algumas perguntas.

- Policia de Boston? – A recepcionista perguntou indignada. – Sério?

Maura se lembrava de tudo aquilo com um carinho imenso. Lembrou o quanto ficou frustrada pelo beijo não ter acontecido, mas Jane já tinha dito que não a beijaria, na época depois que pensou melhor até agradeceu pelo beijo não ter acontecido por que ainda não tinha se dado conta do que sentia por Jane e talvez um beijo deixasse a amizade estranha.

- Doutora Isles o doutor Philips gostaria de saber se você pode falar com ele. – Disse Susie.

Maura olhou para Angela como se procurasse uma permissão ou se perguntasse se deveria realmente ir. Angela assentiu com a cabeça.

- Vou levar a caixa para a lanchonete, você pega lá quando estiver de saída.

Maura mandou um meio sorriso e se encaminhou para a sala de seu chefe. Deu duas batidas na porta.

- Pode entrar.

- Com licença doutor Philips. – Maura fechou a porta atrás de si. – Gostaria de me ver?

Philips fez sinal para que ela se sentasse. Maura sentou na cadeira em frente ao chefe.

- Eu sei que você teve uma perda incalculável na sua vida a pouco tempo Maura, mas eu preciso de uma resposta.

- Desculpa doutor, mas eu ainda não tenho a resposta que o senhor deseja.

- Maura eu só preciso saber se você vai continuar com a gente ou não.

- Eu já disse que quero continuar, só que não posso continuar agora, me desculpe.

- Maura isso aqui está uma loucura!

Maura levantou da cadeira e caminhou até a porta. Philips pensou que ela ia deixar o falando sozinho.

- Eu não posso! – Abriu a porta. – Procure outra pessoa para ocupar o meu lugar e quando eu estiver pronta para voltar veremos como minha situação fica.

- Maura...

- Se aqui está uma loucura imagine minha vida.

E deixou a sala. Por mais que quisesse não estava pronta para voltar ao trabalho ainda, se é que algum dia estaria.


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Notas finais do capítulo

Queria agradecer a todas que tem comentado. Fico muito feliz que estejam gostando da fic =) Obrigada mesmo.