Rizzoli And Isles - Don't Leave Me escrita por Bruna Cezario


Capítulo 27
Capítulo 27 - Eu te amo (Eu também te amo)


Notas iniciais do capítulo

Aquele momento que você consegue escrever um capítulo inteiro, mas não faz ideia de que título colocar. Pois é.
Sem sustos nesse capítulo, prometo. E o senso crítico tava era zerada, então né, espero que gostem...

Ótima leitura!



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Menos de 24 horas a separavam de serem finalmente declaradas casadas. Jane inocentemente pensou que teria um dia normal no departamento e que no fim do dia iria pegar o restante das suas coisas em seu apartamento e levá-las para a casa de Maura que agora a legista passara a chamar de a casa das duas e que depois disso sairia para beber com Korsak, Frank e Frost para comemorar seu último dia de solteira já que tinha dispensado a despedida de solteiro quando os rapazes perguntaram se ela queria uma.

Achou muito estranho quando Cavanaugh lhe deu a tarde de folga, tudo bem que fazia dias que estava tudo tranquilo em Boston, mas ela já ia pegar alguns dias de folga para viajar com Maura. Descobriu tarde demais que a folga que tinha ganhado foi a pedido de Maura para que pudessem ensaiar a entrada do casamento, coisa que Jane não entendia pra que precisava ensaiar, não seria como se tivessem que fazer uma coreografia para casarem, só era chegar lá, andar até o juiz, responder sim e pronto, estariam casadas, mas como ela iria casar com Maura e Angela e Constance estavam ajudando no casamento, claro que não seria tudo tão fácil assim.

- Por favor, não cochichem. – Jane estava praticamente jogada em uma das cadeiras da primeira fileira do lado de fora do hotel onde ia acontecer o casamento. Implorava para que Maura e Constance parassem de cochichar, por que cada vez que faziam isso mudavam alguma coisa. – Pensei que tínhamos vindo ensaiar a entrada do casamento, não mudar todo o casamento.

- Oh meu Deus! – Ao ouvir a voz de sua mãe que parecia completamente desesperada Jane olhou para trás um pouco preocupada pensando que tinha acontecido algo realmente sério. – Vocês não sabem o que aconteceu. – Óbvio que se arrependeu de ter pensado que fosse algo sério quando viu sua mãe chegando até Maura e Constance e cochichando algo.

- Mais cochichos não, por favor.

Falou em uma voz manhosa quase indicando choro. Do tempo que estavam lá já tinham feito a banda que tocaria na entrada das duas mudarem duas vezes de lugar, já tinham mudado inúmeras vezes a forma que queriam que as flores fossem colocadas entre um lado e outro do corredor onde ficava as cadeiras que os convidados sentariam, se queriam ou não pétalas de rosas jogadas ao chão, ainda bem que só se casariam uma vez na vida, caso contrário seriam banidas de casar naquele hotel ou em qualquer outro por que o hotel ficaria tão sensibilizado com a concorrência que fariam questão de avisá-los.

Maura que até então estava com um imenso sorriso no rosto ao ouvir o que Angela tinha a dizer o sorriso desapareceu e Jane percebeu. Algo não estava certo e por mais que reclamasse dos cochichos e de todas as mudanças que tinham feito nessas últimas duas horas ela ainda queria dar o casamento perfeito para Maura e não queria nada a incomodando.

- O que aconteceu?

- Nada demais...

- Se não fosse nada demais você não estaria com essa carinha de decepcionada. – Jane fez sinal para que Maura se aproximasse. A noiva obedeceu e sentou no colo de Jane. – O que aconteceu? O que está errado?

- É que eu queria fazer uma surpresa na hora do nosso brinde, então encomendei a cerveja que você tomou à primeira vez que nos encontramos no Dirty Robber e também encomendei o vinho que eu bebi, só que deu problema na encomenda e eles não vão poder entregar.

- Sério mesmo que você lembra a cerveja e o vinho que tomamos naquela noite? – Maura fez um afirmativo com a cabeça.

- É besteira, eu sei, mas só queria que o brinde fosse especial.

- Não é besteira. – Jane deu um beijo no rosto de Maura. – Qual era o nome do vinho?

- Chateau Noaillac 2006.

- Só pra você que ele serve esses vinhos chiques né? Por que nunca fiquei sabendo que serviam esses vinhos no Robber não. – Pegou seu celular e discou o número. – Robber? Jane... - ... – Não, eu queria perguntar se em algum lugar perdido do seu bar você ainda tem aquele vinho... Chato...

- Chateau. – Maura a corrigiu.

- Chateau... No... Como é?

- Noaillac.

- Chateau Noiallac, mas o 2006. -...– Não estou querendo me embebedar antes do casamento, quero usá-lo para o brinde. - ... – Somos um casal diferente que vamos brindar com vinho e cerveja. -...- Você tem ou não tem? -... – Sério? Cobre o preço que você quiser por ele, mas traga ele aqui para o hotel, por favor. -...- Não, eu faço questão de pagar. -...- Tudo bem então, quem sou eu pra recusar um presente. Muito obrigada Robber, acaba de salvar meu casamento. – Desligou o telefone. – Ele vai vir entregar o vinho.

Depois de ganhar um dos sorrisos mais lindos que já tinha visto de Maura como agradecimento ganhou também um beijo.

- Obrigada. – Maura finalmente usou as palavras. – Obrigada. – Deu mais um beijo em Jane. – Sem mais problemas, Jane conseguiu o vinho.

- Finalmente ela fez alguma coisa que não fosse ficar ai sentada reclamando. – Disse Constance que em resposta da provocação recebeu uma careta. – Acho que podemos começar o ensaio.

Jane deu graças a Deus ao ouvir aquilo, não aguentava mais ficar sentada as vendo mudarem tudo a cada dois minutos.

- Trouxe as alianças Jane? – Perguntou Angela.

- Eu não... Acha que eu ia arriscar trazer as alianças e TJ engoli-las? Não mesmo, ele aparenta ser mais inteligente que o Tommy, mas não podemos arriscar. Da só a almofada para ele, as alianças vão em cima dela mesmo. – Jane deu de ombros. – Cadê Korsak?

- Quem vai entrar junto com o Korsak? – Perguntou Constance. – Por que eu espero que a madrinha apareça amanhã.

- Cadê Lidia? – Perguntou Jane. - Coloca ela pra entrar junto com o Korsak.

- Já está me substituindo Rizzoli?

Jane abriu um sorriso ao ouvir aquela voz e quando se virou se deparar com Molly com os braços abertos, pronta para abraçá-la. Se fosse em outro momento da vida, tudo bem, se fosse há três dias atrás Maura não gostaria nenhum pouco daquilo, sempre mexia com Jane devido ao ciúmes que ela tinha, mas entendia agora como era estar do outro lado, felizmente com Molly o ciúmes não tinha sumido por completo, por que um vestígio sempre fica, mas nada que pudesse criar problemas e Jane ter que procurar por uma outra madrinha.

- Pensei que você só viesse amanhã.

- Quando eu disse que precisava vir para Boston por que iria ser madrinha do seu casamento riram de mim pensando que eu só estava inventando uma desculpa para ficar de folga, mas quando eu mostrei o convite todos quase caíram duros, por que mesmo com as noticias da época eles achavam que era mentira que você namorava a Maura, então me liberaram para vir hoje.

- Por qual motivo eu ia mentir que namorava a Maura? – Jane perguntou realmente sem entender. Molly deu de ombros, cada louco com seus pensamentos. – Vamos logo começar esse ensaio por que eu estou começando a ficar com fome.

Até que foi melhor do que Jane pensava o ensaio. Podia notar o sorriso de felicidade de todos ali presentes, era a realização de um sonho dela casar com Maura, mas parecia que todos compartilhavam do mesmo sonho, por que partilhavam da mesma felicidade. Não teve um segundo sequer que o sorriso no rosto de Maura desapareceu, mas não era para menos, também estava prestes de realizar seu sonho casando com Jane, sonho que já a rondava por muitos anos e por algum tempo pensou que ele nunca se realizaria.

Além da felicidade visível o ensaio também foi acompanhado de muitos risos. TJ era uma graça e nem parecia que tinha a idade que tinha, por que além de ir entregar a aliança para Jane ainda se fingia de juiz e queria que as duas casassem logo. Não teve nem espaço para as reclamações de Jane o ensaio por que realmente a detetive não tinha do que reclamar, estava tudo completamente perfeito e ela esperava que o casamento fosse tão perfeito quando o ensaio.

Com o fim do ensaio Jane foi até seu apartamento terminar de pegar suas coisas. Na realidade só faltava alguns porta-retratos, CDs, DVDs e livros, por que suas roupas, sapatos e objetos mais pessoas já estava na casa de Maura desde que voltaram. Com sua mãe morando em seu apartamento não foi difícil tomar a decisão de se mudar logo para a casa da Maura e também decidirem que iam morar lá depois do casamento, mas como a loira conhecia muito bem a noiva para dizer que não estavam morando juntas antes do casamento Jane ainda deixou alguns de seus pertences no apartamento, não que de alguma forma fosse mudar seu dia não tê-los como mudaria caso ela não tivesse levado as roupas, mas como ela quisesse que fosse.

Ao colocar o último DVD na caixa parou algum tempo para ver uma última vez o apartamento, não que não fosse entrar nele nunca mais, só que depois que passasse pela porta ele não seria mais seu apartamento e oficialmente a casa de Maura seria dela também. Sempre pensou que tivesse crescido quando resolveu ir morar sozinha, não ser mais dependente de sua mãe, pagar suas próprias contas, mas se deu conta de que estava errada, que ela começou a crescer quando conheceu Maura e se já era crescida teve algumas mudanças, como em seu mal humor, não se sentia mal humorada 24 horas por dia, fazia com que os outros acreditassem que sim, mas não, nem seu mal humor, nem seu jeito rabugento, tudo tinha mudado desde que conhecia Maura. Tinha aprendido a se abrir mais, a escutar mais também as pessoas e se já protegia quem amava depois que conheceu Maura começou a proteger o dobro.

Quantos maravilhosos momentos não tinha passado naquele apartamento? Quantas conversas com Maura quando ela ainda eram só amigas? As noites que a noiva passou lá ainda quando elas eram só amigas. E depois as noites que passou lá quando já tinham um relacionamento. Mais conversas. As pequenas brigas que duravam 10 minutos até tudo estar bem novamente. Cada coisa boa. Sorriu. Tinha ótimas memórias do lugar, mas se Deus quisesse ia criar memórias novas, em sua nova casa, com uma nova família, com a mulher que mais amava no mundo. Pegou a última caixa na mão e se encaminhou até a porta. Deu mais uma olhada no apartamento. Um último sorriso e fechou a porta. Estava pronta para começar sua nova vida.

***

Jane terminava de arrumar suas coisas na sala de sua casa, teria que se acostumar com a ideia de que a casa agora também era sua. Por incrível que parecesse Maura não ficou com ela enquanto ela arrumava as coisas, sabia que mesmo que ela já morasse lá até antes mesmo desses três meses a noiva precisava assimilar que agora aquela seria realmente sua casa, então deixou Jane e Molly arrumarem as coisas como bem entendessem, mas claro que, se arrumassem de uma forma que não condizia com a decoração da sala, uma hora ou outra ela teria que intervir.

- Quando eu arrumar um relacionamento sério será que vão pedir pra fazer uma pintura da gente também? – Disse Molly de braços cruzados admirando o quadro com a pintura das duas.

- Gostou? Pode levar para sua casa.

- Molly não vai levar meu quadro para a casa dela Jane. – Já tinha ficado tempo demais longe e queria saber se a sala ainda estava inteira e se Jane não tinha se livrado do quadro. – Jane... – Maura caminho até a estante e Jane logo pensou que levaria uma bronca por ter feito alguma coisa errada. Maura pegou um porta-retratos. – Não sabia que você tinha essa foto.

A legista mostrou a foto para Jane. Era a foto do dia do fim do primeiro caso das duas, quando se encontraram no Dirty Robber e tomaram o primeiro vinho e cerveja juntas. Se lembrava que Jane fez de tudo para não tirar aquela foto, mas Robber queria pirraçá-la dizendo que finalmente ela tinha uma melhor amiga e tirou a foto. Pensou que a detetive tivesse se livrado da foto assim que teve a chance, por que ela nunca teve acesso.

- Pedi pro Robber depois de um tempo que nos conhecemos a foto. De alguma forma eu sabia que você ia ser importante na minha vida, mas não imaginava que seria tão importante. Então queria a recordação daquele dia.

Parecia que nunca ia cansar de ver os sorrisos maravilhosos de Maura durante esses dias e quando pensava que ela não podia abrir mais nenhum foi surpreendida com mais um sorriso encantador e um beijo. Se soubesse que toda foto antiga das duas resultaria naquele tratamento ia sair procurando por mais.

- Bom... – Disse Molly. – Eu vou deixar vocês duas namorando por que eu tenho um vestido para experimentar. Nos encontramos no Dirty Robber mais tarde?

- Com toda certeza. – Jane respondeu com um sorriso.

***

Como combinado Jane e Maura foram encontrar com Molly no Dirty Robber onde também encontrariam Korsak, Frost e Frankie. Iam fazer um pequeno brinde, ririam um pouco e depois cada um iria para sua casa se preparar o grande dia. Mas Jane esqueceu que Molly estava na cidade, então assim que entraram no Dirty Robber foram recebidas com uma salva de palmas de vários rostos conhecidos, alias, de muitos rostos conhecidos, parecia que não tinha ninguém de fora no bar aquela noite o que na realidade era verdade, o bar só estava funcionando para os convidados da despedida de solteiro de Jane e Maura.

- Sei que você não queria uma despedida de solteiro... – Comentou Korsak. – Mas uma pequena festa de despedida de sua solteirice não vai fazer mal a ninguém.

- Vocês contrataram dançarinos profissionais eróticos para essa despedida de solteiro? – Maura perguntou animada causando um olhar incrédulo de Jane para cima dela. – O que foi? Nunca me convidaram para uma festa assim.

- Por que não falou antes Maura que queria strippers? – Molly perguntou se divertindo com a cara de desaprovação de Jane. – Tinha contratado várias! Mas falaram que seria uma festinha só para bebermos...

- Está tudo ótimo sem strippers. – Jane avistou sua mãe e Constance entrando no bar. – Está tudo perfeito sem strippers por que uma cena que eu não ia querer ver na minha vida é alguém se esfregando na minha mãe e na minha sogra. Muito obrigada.

- Ah seria divertido stripper, colocar dinheiro...

- Que tal servir uma bebida aqui pra gente hem?

Jane resolveu cortar logo esse assunto de strippers, por que não estava nenhum pouco confortável com a ideia de ter um homem ou uma mulher se esfregando em sua noiva e conhecendo Molly do jeito que conhecia se Maura insistisse muito ela arrumaria e muitos strippers.

Depois do brinde oferecido por Robber pela felicidade das duas elas resolveram se sentar em sua mesa de sempre junto com os rapazes e Molly onde conversaram e riram muito. Gostavam daquele ambiente descontraído, ainda mais por que trabalhavam em um ambiente cheio de violência, quando tinham momentos assim era melhor aproveitar.

No meio de uma conversa Jane percebeu o sorriso da noiva desaparecer do rosto e quando olhou para frente descobriu o motivo: Richard.

- Será que podemos conversar?

- Se veio mais uma vez tentar acabar com meu casamento eu...

- Por favor, Maura. – Richard pediu antes que ela completasse a frase. – Prometo que serão dois minutos.

Todos se entreolharam e um por um foram deixando a mesa, só Jane que ainda permaneceu, queria ter a certeza que estaria tudo bem se deixasse Maura com seu pai, não arriscaria por nada no mundo deixar que alguém estragasse a felicidade de Maura faltando poucas horas para o casamento. Ganhou um olhar de permissão, dizendo que ela podia deixar com que os dois conversassem. Jane deu um beijo no rosto de Maura, olhou com a cara fechada para Richard e deixou a mesa.

- Maura...

- Se veio dizer novamente que Jane não é boa o suficiente para mim, pode poupando seu tempo pai.

- Eu só queria pedir desculpas.

Maura já estava pronta para rebater tudo que seu pai viesse dizer, mas foi pega de surpresa quando ele disse que queria pedir desculpas, não soube nem o que responder e nem foi preciso responder, por que seu pai continuou a falar.

- Eu não tinha o direito de dizer que Jane não é boa o suficiente para você e nem dizer isso a ela, não tinha o direito de me intrometer. Eu realmente não entendia a história de vocês, mas depois de sua mãe gritar muito comigo e dizer se eu estragasse esse casamento estaria estragando o nosso também e de me contar toda a história de vocês duas eu fiquei até envergonhado por tudo que eu disse. Eu só precisava fazer meu papel de pai que pelo visto não fiz muito bem por todos esses anos e aceitar Jane como parte da família e também te levar até ela no dia do casamento. Me desculpa, de verdade Maura. E eu gostaria de saber se tenho o direito de te levar até a Jane no casamento.

A loira abriu um sorriso emocionada com as palavras do pai. Pensou que nunca veria Richard admitindo o erro e que casaria realmente sem a presença de pai, mas ouvir todas aquelas palavras vindo dele era praticamente um presente de casamento adiantado. Não pensou duas vezes antes de abraçar o pai.

- É claro que você ainda pode me levar até ela. Obrigada por isso pai.

De longe Jane observava tudo. Não tinha entendido uma palavra do que a conversa se tratou, mas pelo jeito foi coisa boa por que podia ver a cara de felicidade da noiva, então Richard não tinha feito nada que pudesse aborrecê-la. Foi despertada de sua checada de longe na noiva com Molly lhe chamando para ir até o lado de fora, não entendeu por que do chamado, mas foi mesmo assim. Sentaram em um banco que tinha do lado de fora do bar.

- Um brinde ao seu casamento. – Molly disse batendo uma garrafa de cerveja na garrafa de cerveja de Jane. Quem não conhecesse Molly poderia dizer até que ela estava bêbada, mas não, ela estava em seu estado normal, Jane só não entendia o porquê do brinde novamente e o porquê ter sido chamada para conversar do lado de fora. – Te desejo toda felicidade do mundo Rizzoli.

- Obrigada. – Jane agradeceu com um sorriso. – Mas você não me trouxe aqui fora só pra me desejar felicidades, não é?

- Não. – Molly deu um gole na cerveja. – Só queria saber se você está feliz mesmo. Se foi tudo como você imaginou quando estava em proteção.

- Não tenho do que reclamar. Todos esses três meses, os preparativos, a união ainda mais de família Rizzoli e Isles, nem parece que perdi três anos da minha vida disso. Não está como eu imaginei, está melhor.

- Ótimo! Por que senão eu já ia reclamar com a doutora.

Ambas riram.

- Maura é maravilhosa. – Molly podia ver o brilho no olhar de Jane ao falar da legista, mesmo brilho de quando a conheceu, parecia que o amor estava intacto. - Agora eu vejo o quanto fui idiota por não aceitar que estava apaixonada por ela antes. Fiz tanto ela sofrer, sabe? E mesmo assim ela diz que me levaria para casar obrigada. – Jane soltou um riso. – Eu só quero fazê-la feliz. Confesso que o casamento em si não é nada como eu imaginei, não sou de muitas frescuras e eu ainda acho que fiquei ridícula naquele vestido de noiva, mas tudo fica tão pequeno quando eu vejo Maura sorrindo, quando eu vejo que ela está feliz com tudo isso que ás vezes não consigo nem ser a chata que reclama de tudo. – Jane tomou um gole de cerveja. - Se ela tivesse insistido mais um pouco acho que amanhã estaríamos casando é em um vulcão. E eu estou parecendo uma idiota apaixonada falando tudo isso e olha que só tomei três cervejas até agora.

Se já não tivesse superado sua paixão por Jane, sem duvida nenhuma depois dessa declaração, mesmo que fosse para Maura, a agente não teria pensado e teria dado um beijo em Jane. Era a namorada que qualquer homem ou mulher pediu, mas que só Maura tinha conseguido conquistar. Tinha um tremendo respeito pela história das duas e torcia de todo coração mesmo para que elas fossem felizes juntas por que sabia que não era pra qualquer pessoa que Jane entregaria seu coração assim.

Outra pessoa que sabia também que Jane não entregaria seu coração assim e que nem se declararia assim era Maura que sem querer ouviu toda a conversa e não deixou de se emocionar. Poderiam ter tido vários problemas no passado, poderia ter pensado que nunca seria correspondida e que nunca teria uma despedida de solteiro por que estaria de casamento marcado com Jane, mas depois que Jane abriu seu coração algo lhe disse que seria eterno e que ela nunca desistiria, mesmo depois de chateada e machucada, quando tudo ficou bem de novo ela sabia que só seria feliz ao lado de Jane e ao ouvir aquilo só tinha mais certeza de tudo.

- Jane... – Ela chamou a noiva que realmente não tinha percebido sua presença e não fazia a mínima ideia que tinha ouvido tudo, mas que ao ouvir seu nome se virou para olhar Maura e junto trazia um sorriso. – Meu pai quer falar com você.

- O sogro quer falar comigo. – Jane levantou do banco. – Muito obrigada Molly.

A agente só assentiu com a cabeça. Sabia que ela só queria fazer Maura feliz, mas se existia alguém no mundo que também merecia toda felicidade, esse alguém era Jane.

***

- Só mais algumas horas doutora Isles. – Jane deitou na cama, abraçou Maura por trás e depositou um beijo em seu pescoço. – Ansiosa?

- Jane... – Maura virou para que pudesse olhá-la. – Eu sei que não é nenhum casamento no Fenway Park, mas você está feliz?

- Claro que estou! Por que não estaria? Não é nenhum casamento em um vulcão também e você está feliz. Por que Maura? – Jane perguntou preocupada. – Mudou de ideia sobre o casamento?

- Claro que não! É que se você tivesse casado com o Casey, como teria sido o casamento?

Definitivamente Jane não estava entendendo o rumo daquela conversa, até o falecido Casey Maura tinha desenterrado. Será que tinha alguma coisa errada? Bom... Talvez descobrisse conforme fosse respondendo.

- Eu não sei se eu chegaria a ter casado com o Casey, por que quando ele me deu aquela aliança eu só pensava em você, mas se tivesse acontecido seria nós dois no cartório e pronto. Você foi a única pessoa que eu disse minha fantasia sobre casar com a camiseta do Red Sox e a única pessoa com quem eu realmente quis casar. Mas por que isso agora, Maura?

- Nada não. – Ela deu um beijo em Jane. – Obrigada por me fazer tão feliz.

Jane a olhou com carinho, sorriu e lhe deu um beijo.

- Eu que agradeço futura doutora Maura Isles Rizzoli.

- Não tem de que futura detetive Jane Rizzoli Isles. – Maura de um beijo em Jane. – Eu te amo.

- Eu também te amo.


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Notas finais do capítulo

Agora sem mais enrolações... Todas prontas para o casamento? =)