Rizzoli And Isles - Don't Leave Me escrita por Bruna Cezario


Capítulo 28
Capítulo 28 - Para Sempre


Notas iniciais do capítulo

Olha o capítulo novo ai gente! A única coisa que eu vou dizer sobre ele é:

Capítulo completamente dedicado a Karol que está fazendo aniversário hoje. Segurei esse capítulo só pra dedicá-lo a você, não precisa me agradecer #lixa Brincadeira! Só desejo tudo de bom para você Karol e que venham muitos surtos, por que surto é vida e fortalece o coração =P E que Rizzles vire canon pra sua vida de ship ser mais feliz, por que ta complicado.

Sem mais, só espero que o capítulo tenha ficado bom =)



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Sabe aquele momento que você sabe que sua vida está maravilhosa e tem aquela sensação de que ela vai ficar assim por um tempo? Foi com essa sensação que Jane acordou naquela manhã, dia de seu casamento. Fazia muito tempo que ela não tinha aquele tipo de sensação se é que já teve um dia, mas estava feliz em tê-la, por que sabia que nesse grande dia e nos próximos que estavam por vir nada daria errado. Sabia que na vida existiam tragédias e que devido a isso ninguém podia dizer que era feliz por completo ou se diziam que estavam logo vinha alguma coisa e estragava, mas estava otimista com a vida naquela manhã, estava otimista com o mundo e só não se denominava feliz por completa ainda por que não tinha trocado alianças com Maura, por que depois que isso acontecesse podiam esquecer a Jane que muitas vezes tinha um lado pessimista que tinham que lhe chamar a atenção dizendo que o mundo seria mais interessante se fossemos mais otimistas sobre ele. Não precisaria nunca mais desse discurso.

Abriu os olhos por que tateou a cama e não encontrou Maura dormindo ao seu lado. Tratou de levantar da cama e ir até a cozinha a procura da noiva, por que não ouviu barulho de chuveiro e nada que indicasse que ela estava no banheiro, então a cozinha seria o lugar mais óbvio. Também não a encontrou, mas por outro lado encontrou um bilhete grudado na geladeira.


Bom dia, meu amor.

Não fique brava por eu não ter te acordado, mas é que o dia da noiva começa cedo. Fiz um sanduíche natural para você e tem café na cafeteira. Espero que se alimente bem.

Nos vemos as 16 horas.

Te amo.

Maura.


Não deixou de abrir um sorriso bobo ao ler aquele bilhete. Seu último café da manhã feito por Maura antes de serem declaradas casadas. Poderia estar dando uma de boba apaixonada novamente, mas queria guardar cada detalhe em sua mente de todas as últimas coisas que fizeram antes de casada, depois lembrar de cada primeira coisa que fizeram depois de casadas e depois disso montar uma lembrança para cada detalhe. Sabia que não era disso, que não era como Maura que conseguia se lembrar até da primeira bebida que tomaram juntas, mas valia a pena tentar, queria surpreender quando contasse certas histórias para seus filhos.

Pensou em deixar Maura ter seu dia de noiva, que ela educadamente tinha recusado, se tinha que se maquiar e arrumar o cabelo faria ela mesma, não precisava de outras pessoas para isso, mas precisava trocar pelo menos algumas mensagens com a Maura, por que querendo ou não estava nervosa com o casamento, mesmo que tivesse o pensamento que tudo daria certo. Pegou seu celular e mandou uma mensagem para noiva.


Espero que tenha me dado pelo menos um beijo antes de ter saído para seu dia de noiva. Meu último beijo antes de casadas.

Jane.

Claro que eu dei. Só que nem assim você acordou.

Maura.

Ótimo. Mas acredito que tinha sido um ótimo beijo, já que o beijo veio de você. Bom... Só queria dizer bom dia e que o meu café da manhã estava maravilhoso, muito obrigada. Tenha um ótimo dia de noiva e nos vemos às 16 horas.

Te amo.

Jane.

Não vejo a hora de ouvir os votos.

Te amo.

Maura.


Os votos? Jane ao ler aquela mensagem caiu em si, não tinha escrito seus votos ainda. Quando questionada por Maura, Angela e Constance sobre os votos sempre dizia que tudo estava sob controle e que no dia do casamento todos iriam ouvir seus votos, só que era só uma desculpa para não dizer que não sabia o que escrever, que não sabia o que falar para Maura, por que ela tinha um pensamento, se tivesse nascido para escrever e dizer coisas bonitas tinha se tornado poetiza e não uma detetive.

Pegou um caderno, uma caneta e foi até a sala com o intuito de escrever algo, se saiu bem escrevendo a primeira palavra que era nada mais nada menos que “Maura”, depois disso nada parecia bom o suficiente e papéis amassados passaram a serem jogados pela sala. Precisava escrever aqueles votos, senão era capaz de Maura dizer que não queria mais casar com ela, por que sabia que os votos da noiva já deveriam estar prontos desde o dia que ela resolveu dizer sim ao pedido de casamento, então não podia decepcionar.

Uma hora já havia se passado e nada de Jane conseguir escrever alguma coisa. Quando pensou que finalmente ia conseguir escrever algo, que uma inspiração do além tinha vindo seu celular tocou. Pensou que fosse Maura querendo saber sobre os votos, por que vai lá saber se ela não teve um pressentimento de que os votos não estavam prontos e resolveu dizer que se não ficassem prontos até às 16 horas não teria mais casamento? Nunca se sabe. Mas para diminuir seu desespero quando olhou no visor era Molly que ligava. Atendeu no viva-voz.


– Oi Molly!

– Jane se não fosse por respeito a você assim que eu encontrasse com a Maura hoje eu daria um beijo na boca dela.

– Não me diz que a queda que você tinha por mim passou para a Maura?


Perguntou em tom de tédio. Tinha seus votos para escrever e teria que se preocupar agora com Molly querendo roubar sua noiva?


– Claro que não! Não gosto de loiras não, mas faria esse sacrifício do beijo por que o vestido que ela escolheu é simplesmente perfeito. Posso até sair casada desse casamento também.

– Com quem? Uma das minhas primas da Itália?

– Por que não? – Molly deu de ombros. – Como anda seu dia de noiva?

– Bom... Tirando a parte de que ainda não escrevi meus votos... Está tudo ótimo.

– Como é que é? – Molly perguntou perplexa. – Você ainda não escreveu seus votos Rizzoli?

– Não...

– Se eu fosse a Maura não ia ter casamento depois disso.

– Ela não sabe e nem pense em fofocar, ouviu? É que eu não sei o que falar...

– Quer ajuda? Arrasava nas poesias na época da escola.

– Você escrevendo poesia, Molly? – Jane soltou um riso de deboche. – Não, muito obrigada pela oferta, mas isso é algo que tenho que fazer sozinha.

– Se eu tivesse gravado todas as lamentações durantes esses três anos acredito que daria ótimos votos.

– Já acabou? – Jane perguntou fingindo aborrecimento. – Preciso terminar esses votos.

– O que eu estou querendo dizer Jane que é só você falar com o coração como falava quando estava em proteção.

– Da última vez que falei com o coração levei um tiro.

– Você sabe muito bem o que tem que escrever. – Jane fez um negativo com a cabeça ao ouvir aquilo, não sabia o que escrever. - Passo ai ás 13 horas para irmos ao hotel.


Ao ouvir Molly desligar voltou a se concentrar em seus votos. Parecia tão mais fácil quando as pessoas escrevem os votos de casamentos em filmes e seriados o coração delas sabem muito bem o que dizer.

Depois de mais uns vinte minutos jogando papéis pela sala Jane resolveu aceitar o conselho de Molly e ouvir seu coração, por que descobriu que se tentasse ouvir seu cérebro para escrever coisas bonitas como se fosse um poeta famoso nada iria sair e Maura também ia dizer não só pelos votos sem sentido ou sem emoção que ela teria feito.

Começou a lembrar tudo que conversava com Molly quando estava em proteção e as coisas que escrevia em alguns papéis quando estava sozinha no quarto e estava cansada de assistir as mesmas coisas na televisão, lembrava que Molly tinha pego até um dos papéis, lido e dado risada da cara dela, por que uma pessoa tão rabugenta que reclamava da vida a cada 30 segundos não podia ser romântica ao ponto de escrever aquele tipo de coisas. Chegou até a dizer que publicaria um livro chamado “Coisas que deveria ter dito para Maura” por que definitivamente seria usado como cartões de dia dos namorados, mensagens para aniversário de casamento ou até para outra pessoa escrever seus próprios votos de casamento. Nunca pensou que o que escrevia era bom o suficiente, só escrevia o que sentia. E por escrever o que sentia conseguia escrever seus votos de casamento. Não sabia se estava bom, mas sentia que assim Maura não iria dizer não quando fosse questionada se queria casar com ela.


***


Ás 13 horas em ponto Molly apareceu na casa de Jane para irem até o hotel. Chegando lá foi parada por todas suas primas que tias possíveis, não lembrava que tinha tanto parente assim da Itália. Com toda sua educação cumprimentou todas e correu para o quarto onde se trocaria e ficaria lá até finalmente ir de encontro com Maura para casarem.

Pensou que se arrumaria tranquilamente. Que tomaria um bom banho. Poderia trocar até algumas mensagens com Maura até que a noiva a mandaria ir se arrumar e iria se arrumar, sem estresse. Mas claro que só pensou, por que estresse era o sobrenome de sua mãe e de Constance. Ambas ficavam entrando e saindo do quarto, ficavam se revezando para ver como ela e Maura estavam se saindo na “produção” para o casamento. Não entendia por que toda essa preocupação com Maura já que juntando todas as pessoas mais arrumadas de todo o casamento não chegaria ao nível impecável de Maura.

Também teve que presenciar um pequeno barraco de Constance e Molly quando a madrinha do casamento apareceu com uma garrafa de uísque no quarto dizendo para ela e Jane brindarem. Provavelmente Maura deveria ter dito algumas coisas sobre Molly em como ela era apaixonada por Jane que deixou Constance superprotetora e a fez gritar com Molly dizendo que ela não estragaria aquele casamento que era para ela arranjar outra mulher para se apaixonar. Jane nunca pensou em presenciar a sogra fazendo tal coisa, mas se sentia mais feliz ainda em saber que ela era, é e sempre foi a favor do casamento a ponto de descer do salto para defender o casamento. Claro que ela também teve que escutar umas poucas e boas sobre o tipo de madrinha que tinha escolhido, mas não levou nada a sério e só conseguia sorrir.

Nunca tinha pensado realmente em seu casamento dos sonhos sem ser toda aquela fantasia do Red Sox, mas esse estava se saindo um ótimo casamento.

Jane não sabia o milagre, mas quando deu a hora de colocar o vestido não tinha ninguém no quarto, estava a maior paz, a paz que não tinha desde que ela havia pisado naquele hotel, não sabia muito bem o que tinha acontecido, ouviu alguma coisa sobre problemas com as flores, mas não quis nem se aprofundar por que sabia que não iam querer sua opinião mesmo e que iam surtar sozinhas e em consequência levaram Molly junto para ajudar seja lá com o que fosse, nem Molly tinha certeza do que era.

Ao ver aquele vestido branco em cima da cama fez uma careta, sabia que não podia mais fugir dele e que teria que vesti-lo e assim o fez. Depois que colocou o vestido demorou um pouco para conseguir se olhar no espelho, sabia que quando se olhasse teria que gostar do que viu, por que não teria como mudar e seria daquele jeito que entraria na igreja. Respirou fundo e finalmente foi pra frente do espelho se olhar.

O vestido era simples. Era de alça por que não foi com a cara de nenhum dos vestidos de noiva tomara que caia, por que podia acontecer de pisar na barra do vestido e ele cair mesmo. Não tinha nenhum babado e a única coisa menos simples que tinha era uma faixa branca da cor do vestido que ia em torno de sua barriga que tinha umas pequenas pedras de detalhe, só. Balançou a cabeça em negativo quando se viu, só Maura mesmo para lhe fazer usar um vestido daquele, se fosse com outra pessoa que ela estivesse casando definitivamente não usaria, pra falar a verdade não se preocuparia nem em alugar um hotel para casar, seria no cartório com duas testemunhas e pronto ou se alguém quisesse realizar sua fantasia também seria bem-vindo.

Estava prestes a sentar na cama para colocar os saltos quando ouviu uma batida na porta. Pensou que fosse sua mãe e Constance voltando para terminar de infernizá-la, mas para sua surpresa, quando se virou para ver quem estava entrando no quarto deu de cara com uma Maura completamente perplexa ao vê-la.


– Maura... O que... – Jane procurou alguma coisa para se cobrir, mas a toalha que tinha usado para se enxugar não ia servir, muito menos o roupão. Desistiu. Maura já tinha a visto mesmo. – O que você está fazendo aqui?


Ela até poderia ter dado uma resposta de imediato para Jane se não tivesse esquecido completamente por alguns segundos o que tinha ido fazer lá. Tinha ficado completamente encantada com Jane vestida de noiva, não entendia por que todos esses meses ela reclamou e disse que tinha ficado horrorosa.


– Você está maravilhosa! – Disse a loira com um sorriso ainda tentando se recuperar do seu encantamento e surpresa em ver Jane vestida daquele jeito.

– Não, não estou. E você não deveria estar aqui. Se nossas mães te pegam aqui vão querer cancelar o casamento por que você deu azar.

– Eu não estou dando azar. – Maura respondeu um tanto quanto ofendida. Já tinha explicado tudo que sabia sobre superstições e como ela não acreditava. – E não se preocupe, nossas mães estão muito ocupadas com um problema que provavelmente não existe.

– Espera. – Jane desacreditava do que tinha ouvido. Na verdade desacreditava do que tinha entendido sobre aquela frase de Maura. – Você mentiu para minha mãe a sua só pra poder invadir meu quarto?

– Eu não menti! Eu só perguntei para o florista se estava tudo certo com as flores, se não tinha nada para checar e se não precisava da presença das duas, por que se precisasse eu ficaria muito grata já que eu precisava vir falar com você.


Jane soltou um riso. Estava surpresa com a cara de pau de Maura. Mas então caiu em si e olhou para a noiva. Jane estava vestida de noiva, mas Maura não estava e ainda por cima queria falar com ela que chegou ao ponto de ir até seu quarto e vê-la vestida de noiva. Esse tipo de conversa nunca era boa.


– Por que você não está vestida ainda? – Jane perguntou preocupada. – Veio dizer que desistiu do casamento?

– O que? – Maura soltou um riso. Percebeu o semblante preocupado de Jane. – Claro que não! Vim lhe entregar isso. – Maura entregou uma sacola para Jane. – Espero que goste.

– O que é isso? – Perguntou tentando olhar o que tinha dentro da sacola, mas não conseguindo nenhuma informação exata do que era.

– Você me deu o casamento perfeito, então queria que ele fosse perfeito para você também.

– Não casamos ainda para você dizer que o casamento é perfeito.

– Eu vou casar com você. – Maura deu um beijo em Jane. – Não tem como ser mais perfeito.

– E quem disse que esse casamento não está sendo perfeito pra mim também?

– Sua cara quando você se olha no espelho com esse vestido, mesmo estando linda. – Jane faz careta. Não estava linda coisa nenhuma. – Me da um sorriso. – Disse Maura posicionando o celular pronta para tirar uma foto de Jane.

– Um sorriso para que?

– Para eu tirar uma foto. Quero recordar de você vestida assim.

– Maur vão ter centenas de fotos e vídeos de mim vestida assim.

– Eu acredito que não. – Jane a encarou sem entender. Não entendia o porquê de Maura ainda não ter se arrumado, de ter invadido seu quarto, de ter lhe dado uma sacola e de estar com o celular apontado para ela prestes a tirar uma foto. – Por favor, amor.

Não tinha como dizer não aos olhares de cachorro abandonado de Maura. Então ela sorriu para que a noiva tirasse uma foto dela com aquele vestido horrível. Se fosse em tempos de escola aquela foto seria uma grande arma de chantagem. Viu o sorriso sendo aberto no rosto de Maura quando a legista viu como a foto tinha ficado. Nem sua mãe tinha ficado tão feliz assim quando a viu de noiva, sabia que estava fazendo algo ótimo mesmo odiando, porque sabia que Maura estava feliz.


– Obrigada. – Maura disse e Jane não entendeu o porquê do agradecimento. Será que Molly tinha passado no quarto dela e divido a garrafa de uísque? – Nos vemos daqui a pouco.


Maura deu um leve beijo nos lábios de Jane e deixou o quarto com um sorriso.

Definitivamente Jane não tinha entendido o motivo daquela visita arriscando de Angela e Constance de ter um surto por ela ter a visto vestida de noiva, mas nesse momento não estava tão preocupada com isso, estava mais preocupada com o que tinha na sacola que Maura tinha lhe entregado. Abriu a sacola e tirou o que tinha dentro dela, mas na hora que viu o que era soltou um riso surpresa. Era o uniforme do Red Sox acompanhado de um bilhete.


Você se vestiu de noiva para mim, mas quero que você se vista de noiva para você.

Maura.


Ficou sem saber se tinha entendido bem o que aquele bilhete queria dizer. Maura estava a liberando de usar o vestido de noiva e podia usar o uniforme do Red Sox? Esticou o uniforme em cima da cama e ficou olhando para ele, sorrindo. Maura tinha mesmo feito aquilo por ela? Ainda estava difícil de acreditar. Pegou seu celular, precisava saber se era realmente real.


Você tem certeza?

Jane.

A mesma certeza que tenho de que vou casar com você de qualquer forma.

Maura.


Ficou sorrindo feito boba por algum tempo. Mesmo odiando a história de usar o vestido de noiva já tinha se acostumado com ideia porque nunca tinha tratado sua fantasia de casamento como prioridade mesmo, achou que se um dia viesse casar do modo de sua fantasia teria que arrumar um noivo mais fã do Red Sox que ela, que teria o mesmo sonho que ela, mas como sua alma gêmea a maioria das vezes não é encontrada com os iguais ela foi encontrá-la em alguém completamente o oposto dela, alguém que queria casar em um vulcão, talvez Maura também não tratasse a fantasia dela como prioridade a começar em como ela desistiu fácil em casar em um vulcão, mas mesmo conhecendo Maura como conhecia Jane nunca pensou que ela seria do tipo que deixaria com que ela trocasse um vestido de noiva por um uniforme do Red Sox. A noiva não parava de surpreendê-la.

Pela primeira vez, depois desses três meses experimentando dezenas de vestidos de casamento essa tinha sido a primeira vez que Jane se olhou no espelho e ficou imensamente feliz com o que viu. Nem quando ia ver os jogos no estádio tinha ficado tão bem vestida. Não tinha palavras para agradecer o gesto de Maura.

Se ela soubesse que era a noiva que não tinha palavras para agradecê-la...

Desde o começo tudo tinha sido como Maura quis, ela que resolveu que a cerimônia do casamento seria no melhor hotel de Boston quando foi decido que não casaria em um vulcão, ela que decidiu que loja iriam fazer os vestidos de noiva e mesmo que ela e Jane tivessem combinado de nada de estilistas famosos ela pegou algumas dicas, na realidade ela praticamente disse para ele desenhar seu vestido, a comida, as flores, os convites, o padrinho e todas as infinitas coisas que são resolvidas de um casamento ficou por conta da legista e Jane não foi contra a nada, até quando foi obrigada a usar um vestido de noiva. Então quando Maura ouviu toda a declaração que Jane tinha feito sem imaginar que ela estava presente para ouvir sabia que precisava agradecer a noiva de alguma forma por ser a noiva que nunca imaginou que teria, por que com seu histórico sempre se imaginou namorando as pessoas mais problemáticas do mundo e Jane estava longe de ser alguém assim. Não pensou duas vezes em acordar um pouco mais cedo naquela amanhã de seu casamento e ir até uma loja de esportes e comprar o uniforme do Red Sox para Jane e tornar o casamento dela também perfeito. Por que no final das contas ela sempre soube que independente de Jane estar vestida de noiva ou não ela casaria com a morena de qualquer jeito, porque o que importava era estar casada com a Jane e se a detetive queria fazer de tudo para vê-la feliz por que ela não podia fazer o mesmo? Se visse a cara de felicidade de Jane quando se viu no espelho com o uniforme iria sorrir também, por que teria a certeza absoluta que tinha feito a coisa certa.


– Já está pronta Jane? Acho que já... – Angela olhou para o vestido em cima da cama e depois olhou para Jane vestida com o uniforme do Red Sox. – Desistiu do casamento e está indo para o jogo do Rex Sox?


Por todo tempo que ficou admirada com seu uniforme e que podia usá-lo em seu casamento tinha esquecido que um dos motivos de ter aceitado usar um vestido de noiva era sua mãe também que sempre sonhou em ver a filha casando vestida de noiva.


– Não, só que... Deixa pra lá. – Jane caminhou até a cama e pegou o vestido. – Já vou me trocar.

– Não. – Angela tirou o vestido da mão de Jane. – Você já está trocada.

– Mas... – Jane estava sem entender, pensou que levaria um sermão da mãe por provavelmente estar destruindo os sonhos dela de ver a filha de casando de noiva. – Eu pensei que você queria me ver de noiva.

– E eu te vi durante esses três meses. – Angela colocou o vestido de volta em cima da cama. - E na realidade eu nunca pensei que veria, eu pensei que eu teria que te levar obrigada em uma loja de noivas e fazer você colocar um vestido só para eu ver como você ficaria por que sempre soube que você não era alguém de um casamento feito o de hoje, ainda bem que Maura é a noiva.

– Como assim não sou alguém para casamento como hoje? – Jane perguntou se fingindo de ofendida. – Poderia fazer um casamento mil vezes melhor. – Angela encarou Jane descrente. – Ok, não poderia e nem faria. Não está chateada?

– Oh meu Deus, Jane. Por que estaria? Estou feliz por que você está casando, por que eu não ia comentar nada, mas pensei que nem casar você iria. – Jane a olhou com um olhar de reprovação. – Não estou mentindo, você espantava todo mundo, mas foi bom, não poderia existir ninguém como a Maura para entrar pra nossa família.

– Obrigada por sempre ter nos apoiado Ma.


Depois desse agradecimento obviamente que Jane não se ia ver livre dos abraços de sua mãe. Angela sorriu para a filha e lhe deu um abraço. Não se importava se Jane cassasse pelada, o que importava era que ela ia casar e com Maura, não poderia estar mais feliz, esperava por isso desde quando Maura tinha dito que as duas tinham se beijado.


– Vamos? – Perguntou Frankie entrando no quarto. – Nossa! – Disse ao ver Jane vestida com o uniforme. – Bem melhor que o vestido de noiva.

– Eu também achei. – Disse Jane com um sorriso. – O que você está fazendo aqui? Vai perder minha entrada.

– Você acha que quem vai te levar até lá? Não achou mesmo que eu ia te deixar ir sozinha, achou?


Jane abriu um sorriso. Não se importava de ir sozinha até o juiz, mas precisava admitir que seu coração se encheu de alegria quando viu Frankie se oferecendo para levá-la. O irmão ofereceu o braço e sem pensar suas vezes Jane entrelaçou seu braço com o dele. Estava a poucos minutos de finalmente se casar com Maura.


***


A poucos minutos de se casar com Jane, Maura terminava de colocar seus brincos. Tinha um imenso sorriso no rosto que não conseguia tirar por nada. Não conseguia nem descrever seu nível de felicidade.


– Vamos? – Perguntou Richard entrando no quarto. Não deixou de abrir um sorriso quando finalmente reparou na filha. – Você está linda. – Maura mandou um sorriso tímido para o pai. – Tenho algo para você. – Richard abriu uma caixa de veludo que trazia nas mãos, ao ver o que tinha dentro Maura olhou para o pai surpresa. Era um lindo colar de ouro branco. Ia combinar perfeitamente com seu vestido. – Eu comprei esse colar quando fui comprar a aliança de noivado da sua mãe e mostrei para ela depois do pedido de casamento e disse que seria o colar que eu daria para nossa filha quando ela fosse casar. Acho que sempre soube que teria uma filha, só não imaginava que ela seria tão maravilhosa feita você Maura.

– Pai...


A loira estava emocionada com as palavras do pai. Até certo ponto de sua vida teve os pais tão ausentes que às vezes pensava que quando ela cassasse - se viesse a casar - eles não estariam presentes devido a sempre serem tão ocupados, mas depois de tudo e depois dessa declaração de Richard não podia estar mais feliz. Afastou o véu e o cabelo de seu pescoço para que seu pai pudesse colocar o colar. Não deixou de abrir um sorriso emocionada quando se olhou no espelho com o colar. Depois de seu pai ter se desculpado e dizer que a levava até Jane esse era o melhor presente que ela poderia ganhar, não pelo fato de ser um colar de ouro branco, mas sim pelo significado que ele tinha.

Vendo que a filha já estava pronta e estava maravilhosamente linda estendeu o braço e Maura entrelaçou seu braço no dele. Finalmente, depois de muitos anos só sonhando sobre isso, ia se casar com Jane.


***


Jane sentia um frio no estomago. Estava nervosa, estava ansiosa e queria que tudo saísse perfeitamente bem. Chegou ao ambiente que ia acontecer o casamento e parou um passo atrás do tapete vermelho que ela teria que andar até o juiz. Korsak e Molly já estavam posicionados lá na frente junto com sua mãe e Constance. Foi quando os músicos contratos exclusivamente para tocarem a marcha nupcial começaram. Indicava que estava na hora dela entrar. Trocou um rápido olhar com Frankie que sorriu para ela como se dissesse que ia ficar tudo bem, Jane sorriu de volta e eles passaram a caminhar pelo tapete vermelho.

Quem conhecia Jane sabia que ela não era o tipo de mulher que usava vestido de noiva, mas estavam ansiosas para vê-la por que até então pensaram que ela usaria, mas todos foram pegos completamente de surpresa quando viram a detetive entrando acompanhada do irmão trajando o uniforme dos Red Sox, não que ela se importasse com a opinião de quem estava ali, era o casamento dela e ela iria vestida como queria, – contanto que passasse pela aprovação de Maura - mas pensou que ouviria dezenas de comentários achando errado o que ela tinha feito, mas foi pega de surpresa quando passou rapidamente os olhos pelos convidados e eles traziam um singelo sorriso no rosto, se não tinha ouvido demais, poderia ter até ouvido algumas pessoas se lamentado por não ter tido a coragem de fazer isso em seu casamento.

Constance que até então não sabia da troca de roupa da nora olhou para Angela e a mãe de Jane só ergueu os ombros com um sorriso. A mãe de Maura só soltou um riso e depois sorriu também ao ver que Jane estava cada vez mais próxima. Era outra que só tinha a vontade de ver Jane vestida de noiva, mas nunca imaginou que ela se casaria assim, gostava era de ver a cara de que estava odiando tudo de Jane.


– Seja feliz.


Frankie deu um beijo no rosto da irmã e a deixou em seu devido lugar. A morena lhe agradeceu com um sorriso.

Maura sentia o mesmo frio na barriga que Jane estava sentindo. Estava ansiosa e queria logo ver como Jane estava. Com a marcha nupcial tocando uma segunda vez indicava que era sua hora de entrar.

Sempre foi tratada como a excluída, a pessoa que ninguém reparava e quando reparavam era só para colocar defeito ou comentar o quanto ela era estranha, só que nesse dia o sentimento era diferente, as pessoas estavam realmente reparando nela e sorriam a cada passo que Maura dava junto com seu pai, mas para falar a verdade nenhuma dessas pessoas que estavam a olhando admiradas importava, o único olhar que lhe importava era de uma morena que de tão nervosa estava alisando suas cicatrizes da mão e olhando para o chão, ainda não tinha tomado coragem de olhar para frente, mas mesmo assim Maura continuava a sorrir, poderia ter ficado sem palavras com Jane usando um vestido de noiva, mas sem duvidas nenhuma ela também tinha ficado perfeita com aquele uniforme do Red Sox e tinha ficado imensamente feliz por Jane ter aceitado seu pedido de usado o uniforme, por que teve uma hora que ela pensou que Jane usaria o vestido só para agradá-la, ainda bem que não, queria que o casamento fosse perfeito para as duas. Quando estava chegando ao meio do tapete vermelho, Jane, ainda alisando as cicatrizes, parou de olhar para o chão e finalmente olhou para sua frente, foi quando seu olhar cruzou com o de Maura que assim que percebeu que ela a olhava abriu um irradiante sorriso.

Já tinha visto Maura vestida de todas as formas possíveis, que a cada peça de roupa que ela colocava pensava que ela não podia ficar mais linda e ela aparecia com uma peça de roupa seguinte a fazendo mudar seu pensamento, mas quando percorreu os olhos pelo corpo de Maura não deixou de ficar paralisada com o tamanho da beleza que tinha em sua frente. A loira usava um vestido tomara que caia, com pequenas pedras espalhadas por toda a do busto, a parte da barriga totalmente lisa, sem nenhum detalhe e o restante com vestido com outras pequenas pedras formando desenhos abstratos. Os cabelos loiros soltos trazendo um véu que ia até metade de suas costas. Quando finalmente se deu conta de que Maura estava vestida assim para casar com ela, Richard já estava entregando a mão da noiva para ela.


– Cuide bem da minha filha. – Disse Richard esboçando um sorriso.

– Eu vou. – Respondeu com um pequeno sorriso que só aumentou assim que viu Maura em sua frente. – Você está linda. – Sussurrou.


Maura mandou um sorriso sem graça.


– Estamos aqui reunidos para celebrar a união dessas duas mulheres... – O juiz começou.


Se perguntarem para Jane e Maura se elas ouviram alguma palavra do que o juiz disse se a resposta fosse “sim” a loira teria crise de urticárias, por que assim que elas se encontraram lá na frente uma não tirou os olhos da outra. Alguns segundos pareciam até que tudo aquilo era mentira, que nada daquilo era real, tinham esperado tanto tempo para isso e finalmente estavam se casando. Só se deram conta que estava finalmente na hora dos votos quando viram TJ se aproximando das duas com uma almofada vermelha nas mãos que trazia as alianças de ambas, não deixaram de abrir um sorriso, estava parecendo um rapazinho vestido com aquele terno.

Jane pegou a aliança da almofada e pegou a mão esquerda de Maura. Lembrava perfeitamente de seus votos, mas agora, parada ali na frente de Maura pronta para falá-los, sabia que não estavam exagerados demais, que com tudo que passou, com todas as declarações que tinha feito por escrito e que muito nunca disse para Maura, eram simples os votos, mas talvez tivesse muito significado.


– Eu, Jane Clementine Rizzoli, aceito você, Maura Dorthea Isles como minha esposa para sempre. – Os olhos de Jane que estavam olhando fixamente para sua mão com a aliança passou a olhar para Maura. – Eu prometo que sempre vou te proteger, mesmo quando você diga que não precisa da minha proteção. Eu prometo que sempre vou cuidar de você, mesmo quando você diga que meus cuidados estão sendo exagerados. Eu prometo que sempre vou te amar, mesmo que por algum motivo você diga que não me ama e tenha crise de urticárias. – Maura soltou um pequeno riso emocionada. – Mesmo que por algum motivo fiquemos por algum tempo separadas, mesmo que você diga que me quer longe da sua vida. Prometo te fazer feliz para todo o sempre, por que não existe pessoa no mundo que mereça mais a felicidade do que você. E eu prometo que enquanto você me amar eu nunca vou te deixar. – Colocou a aliança no dedo anelar de Maura. – Eu te amo.


Ao ver a aliança em seu dedo Maura continuou a sorrir emocionada. Queria chorar, demonstrar toda felicidade que estava sentindo, mas por enquanto não se permitiria, tinha que tornar Jane sua esposa antes de tudo. Pegou a aliança na almofada que TJ segurava e pegou a mão esquerda de Jane.


– Eu, Maura Dorthea Isles, aceito você, Jane Clementine Rizzoli como minha esposa para sempre. Você me ensinou que jamais devo perder as esperanças por que você sempre cumpre suas promessas, então eu prometo que te farei a mulher mais feliz do mundo, por que é o mínimo que eu posso prometer a alguém que me faz tão feliz. Você me mostrou como é ter uma amiga de verdade, me mostrou que eu não precisava ter medo das pessoas vivas por que não todas, mas as que se importam comigo nunca vão me fazer mal. Você me ensinou o verdadeiro significado do amor e que eu posso sim ser feliz com alguém sem ter medo de sofrer lesões psicológicas no coração. – Colocou a aliança no dedo anelar de Jane. – Eu te amo.


Jane ao ver a aliança sendo colocada em seu dedo abriu um sorriso tentando mascarar as lágrimas que estavam querendo cair. Sabia que não era dela chorar, que isso era coisa de mulherzinha, mas esse era o momento que mais tinha esperado na vida, tinha o direito de ficar emocionada.


– Em nome do estado de Massachusetts eu vos declaro mulher e mulher. Podem se beijar.


Jane que tinha suas mãos seguradas por Maura puxou a loira para perto de si para selarem o casamento com o beijo. Quando finalmente seus lábios se encontraram foram aplaudidas de pé por todos que assistiam aquele casamento. Não sabiam explicar, mas esse primeiro beijo de casadas tinha um gosto diferente, um gosto que nunca sentiram antes, mas se alguém pudesse dar um nome para o gosto desse beijo poderia dizer que era gosto de felicidade, por que se o mundo conspirasse a favor delas, sem duvidas era só o que as duas iam viver. Felicidade.


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Notas finais do capítulo

O que a Bruna uniu Tamaro nenhuma separa, 7beijos.