Rizzoli And Isles - Don't Leave Me escrita por Bruna Cezario


Capítulo 26
Capítulo 26 - Não sou boa o suficiente para você


Notas iniciais do capítulo

Desculpa ae galera pelo título do capítulo, mas né, sou dessas e vocês sabem disso.

Capítulo dedicado a Marcella que fez aniversário essa semana. Não é o capítulo do casamento, mas espero que você goste =)

Espero que todos vocês gostem =)

Ótima leitura!



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É normal se sentir nervoso quando vai ter o primeiro encontro com o pai de sua namorada, ainda mais quando sua namorada é sua noiva e o casamento está marcado para daqui quatro dias, mas estranhamente Jane não estava se sentindo nervosa, pelo contrário, estava era curiosa para conhecer Richard, só tinha ouvido falar dele em conversas e Constance era tão mais presente que às vezes ela pensava que os pais de Maura estavam separados e só falavam que eram casados para manter a aparência o que acarretava em broncas da noiva.

A realidade era que ela não precisa se sentir nervosa, não era como se tivesse vinte anos e estivesse na época que teria que pedir a mão de Maura em casamento, era só um jantar para se conhecerem, por que senão só iam se ver pela primeira vez no dia do casamento quando Richard tivesse levando Maura até ela e depois só teria que se sentir nervosa se ela tivesse que passar pela aprovação dele e que se Maura realmente ligasse para a aprovação dele, mas nem esse era o caso, aparentemente nunca se interessou pelos relacionamentos da filha e obviamente Constance deve ter falado e muito dela para Richard, então ele já a conhecia praticamente, então não tinha como nada dar errado e esse era o motivo por Jane não estar nervosa por conhecê-lo.

- Precisam de ajuda? – Jane perguntou ao chegar a cozinha. Tinha chegado e ido direto para o banho a mando de Maura enquanto ela e sua mãe terminavam de preparar o jantar. – Cadê o Korsak, Ma? Pensei que ele viesse para o jantar também.

- Desistiu na última hora, disse que era melhor deixar só a família.

- Algum aviso do que não devo fazer para ver se assim seu pai gosta um pouco de mim?

- Hum... – Maura fingiu pensar. – Não. – Pegou uma travessa na mão. – Por que você nunca leva o que eu digo em consideração. – Deu um rápido beijo em Jane e se encaminhou até a mesa para deixar a travessa.

- Isso não é verdade. – Jane foi atrás dela. – Levo muito em consideração tudo que você diz.

- Você continua mandando mensagens indecentes para minha mãe quando eu pedi para você parar, então...

- Eu não fico mandando mensagens indecentes para sua mãe... – Maura a repreendeu com o olhar pela mentira. – Tudo bem, mando algumas, mas...

- Jane, amor, não se preocupe, do jeito que minha mãe já deve ter falado de você se você vier a agir de outro modo que não seja o seu ele vai acabar estranhando. – Deu mais um beijo em Jane. – Ele vai te amar, assim como eu te amo.

- Jesus, Maur, não! – Maura a encarou sem entender. – Se seu pai me amar do jeito que você me ama acredito que vamos ter um problema, por que ele vai largar sua mãe e vai querer se casar comigo no seu lugar. Não quero causar desavenças familiares.

Como Jane podia ser desse jeito? Maura não aguentou e teve que cai na gargalhada junto com Jane pela colocação que a noiva tinha feito. Mas era obrigada a concordar, não queria ninguém amando Jane como ela amava, por que não queria concorrência, mesmo tendo a certeza absoluta que não corria o risco de perder a morena.

A campainha tocou.

Diferente de Jane, Maura estava um pouco nervosa por seu pai finalmente conhecer Jane. Queria que eles se dessem bem, que Richard gostasse de Jane, por que como promessa de sua mãe ela tornaria Richard mais presente por que queriam fazer parte da criação dos netos. Claro que isso ela omitiu de Jane, por que já tinham conversado sobre ter filhos, mas a detetive ainda não era muito confortável com a ideia e sempre repreendia Angela quando ela vinha com a história de netos. Se encaminhou até a porta e ao abri-la encontrou ambos os pais sorridentes. Sua mãe por ter visto mais cedo só a cumprimentou com um beijo no rosto. Já Richard não pensou duas vezes antes de dar um apertado abraço na filha e dizer o quanto ela estava linda e como a comida cheirava bem, Maura encaminhou os dois para a sala de jantar.

- Pai essa aqui é a Jane.

Richard abriu um sorriso e os dois se cumprimentaram com um aperto de mão. Bom, talvez tivesse criado uma primeira boa impressão e tudo que Constance possa ter vindo dizer não afeitou em nada, por que ele até sorriu. Não que acreditasse que a sogra saísse falando mal dela por ai, no fundo acreditava que Constance gostava dela.

- Mais um pouco e eu pensei que só íamos nos conhecer no casamento. – Jane comentou e logo procurou pelo olhar de repreensão de Maura por tal comentário, mas a noiva não esboçou repreensão. – Muito prazer em conhecê-lo senhor Isles.

- Me chame de Richard, por favor.

- Bom... – Jane puxou a mãe para o seu lado. – Essa é Angela, minha mãe.

Depois das devidas apresentações todos sentaram a mesa para começar o jantar.

O jantar ocorreu agradavelmente bem. Conversaram sobre tudo um pouco, ás vezes Jane fazia uma piada ou outra sobre certo assunto que muitas vezes era desconhecida por Richard. E ela pensando que só Maura e Constance que não viviam no mundo das piadas, mais um que ela teria que fazer se acostumar, isso se ele quisesse fazer parte da família. Não tinham do que reclamar, aparentemente seriam uma boa família. Angela sempre ia com a cara de todo mundo, então não foi muito difícil ir com a de Richard, ele era social, uma ótima pessoa para se conversar e o pai de Maura também tinha simpatizado com a mãe da Jane. Maura ficou completamente mais relaxada quando viu seu pai e Jane interagindo um com o outro, não era segredo para ninguém que Constance adorava Jane, ela tentava transparecer que só gostava da morena por que ela ia casar com sua filha, mas ela sabia que não era verdade, sua mãe nunca tinha tido uma relação tão próxima com nenhum de seus namorados como tinha de Jane e ela ficava imensamente feliz com isso e parecia que seu pai iria pelo mesmo caminho.

- Vou pegar a sobremesa. – Disse Maura com um sorriso, estava adorando demais o andamento do jantar.

- Eu te ajudo, querida. – Richard se ofereceu e os dois se encaminharam até a cozinha. – Maura... Você tem certeza que vai dar certo esse casamento?

A loira que tinha acabado de tirar a sobremesa da geladeira para não derrubá-la devido a pergunta repentina do pai a colocou em cima do balcão e tentou processar o que tinha acabado de ouvir. Pensou que o jantar estava correndo bem, que seu pai tinha gostado de Jane e de repente ele vem com uma pergunta dessas?

- Você não gostou da Jane?

- Não é isso. Por tudo que sua mãe fala e por tudo que eu pude ver ela parece ser uma boa pessoa, mas ela não parece que é boa o suficiente para você.

- Boa o suficiente para mim? – Maura perguntou incrédula. – Quem seria bom o suficiente para mim? Ian? John? Quer que eu liste todos os meus relacionamentos fracassados?

- Thomas parecia ser um bom rapaz.

- Mas eu não o amava. Na verdade nunca amei ninguém de verdade como eu amo e Jane e... – Maura fez uma pausa. Soltou um riso de indignação. – Ela não é boa o suficiente para mim por que ela é mulher, não é isso?

- Claro que não! Que tipo de homem você pensa que eu sou Maura? Não vejo problema em você casar com uma mulher, mas que seja uma mulher que não faça você sofrer.

- Jane não me faz sofrer.

- Não? Você meses em depressão por que pensou que ela estava morta não era ela te fazendo sofrer?

- Ela só fez isso para me proteger!

- E quantas vezes mais ela vai ter que te proteger Maura? Ela é uma policial, assassinos gostam de usar a família dos policias contra eles. Não quero sua vida em risco.

- Eu trabalho como legista para a Homicídios de Boston, acho que já é um pouco tarde para isso. – Maura pegou a travessa com a sobremesa. – Você tem todo o direito de não aprovar meu casamento pai, mas eu vou casar com a Jane mesmo assim, tendo você do meu lado para me levar até ela ou não.

Não queria mais discussões então encerrou a conversa ali. Pensou que estava indo tudo tão bem no jantar, que seu pai e Jane poderiam estabelecer uma relação para depois ele vir com a história de que a morena não era boa o suficiente para se casar com ela? Tinha se decepcionado, por que sempre pensou que sua mãe fosse a mais rígida dos dois e que implicaria com todos seus namorados, mas foi completamente ao contrário.

Sem duvida nenhuma quando Maura voltou para a sala de jantar Jane tinha notado alguma coisa estranha na noiva, mas ao ser questionada ela sorriu e disse que estava tudo bem, então não deveria ter acontecido nada demais.

***

- Sabe no que eu estava pensando? – Perguntou Constance. Depois do jantar todos se reuniram na sala para mais conversas. – Será que ainda da tempo de mudar a decoração das flores, eu estava pensando algo mais... – Constance pega uma das revistas em cima da mesa. – Eu vi algo...

- Vocês não cansam de falar de casamento não? – Jane levantou do sofá. – Vou pegar uma cerveja, por que senão vocês vão pedir para eu opinar, não vão gostar da minha opinião e vão escolher sozinhas, então...

- Eu vou com você Jane.

Disse Richard ganhando um olhar de desaprovação de Maura que logo foi notado por Jane, sabia que o “está tudo bem” de Maura agora tinha um motivo. Mas nada disse para não estragar o clima que ela pensava que estava maravilhoso naquela noite.

- Não sabia que gostava de cerveja Richard. – Jane comentou antes de deixar a sala.

- Se até Maura gosta, quem sou eu para não gostar?

Jane soltou um riso por educação e os dois caminharam até a cozinha. Maura queria ir atrás, não deixar que seu pai falasse nada de errado para Jane, mas então ia acabar criando uma pequena confusão por que logo Constance e Angela entenderam que tinha alguma coisa errada.

- Você não gosta de mim e não quer que eu case com a Maura, acertei? – Jane tirou duas cervejas da geladeira e entregou uma para Richard.

- Não tenho nada contra você Jane. A admiro como pessoa, mas não acredito que você seja a pessoa certa para a minha filha.

- Quem seria a pessoa certa para a Maura então?

- Alguém que não saísse da sala no meio de uma discussão sobre os preparativos finais do casamento. Alguém que se importasse com esse casamento.

- Eu me importo com esse casamento. – Respondeu ofendida. Era do seu jeito, mas se importava. – Só não tenho esse entusiasmo todo que elas tem, mas eu me importo, ele é importante para a Maura.

- E mesmo assim você não fez o casamento dos sonhos dela.

- Do que você está falando? – Jane perguntou sem entender.

- Quando Maura era menor nós estávamos assistindo meu vídeo de casamento com a Constance quando ela me descreveu o casamento perfeito dela que eu pensei que mudaria com o passar dos anos, mas não mudou e definitivamente não é esse. Começando que você não queria nem usar um vestido de noiva.

- Eu sei que ela queria casar em um vulcão, chamar umas dezenas de estilistas para fazer o vestido dela com todos aqueles detalhes, mas ela não reclamou até agora sobre o casamento que ela está organizando.

- Por que ela te ama e corre um risco imenso dela reclamar e você falar que não vai usar o vestido de noiva.

- Por que a porcaria desse vestido de noiva é tão importante? Não estou casando com o vestido e sim com a Maura!

Jane já estava começando a perder a paciência com Richard. Entendeu que ele não aprovava o casamento, mas elas se casariam do mesmo jeito e ele teria que aceitar isso, ninguém pediu a opinião dele e muito menos a permissão.

- Seja sincera Jane... Se você fosse a Maura você casaria com alguém como você? – Jane o encarou com um olhar incrédulo. Alguém como ela? Sério? – Quero dizer... Você tem o histórico de fazê-la sofrer, de colocar a vida dela em risco e odeia tudo que a Maura gosta. Definitivamente não sei o que minha filha viu em você.

Na verdade nem a própria Jane sabia, conseguia enumerar centenas de coisas que fizeram com que ela se apaixonasse por Maura, mas mesmo a loira dizendo todos os motivos por ter se apaixonado por ela não entendia. E pela primeira vez desde o começo daquela discussão Richard tinha a feito parar para pensar. Realmente se ela fosse alguém como Maura gostaria de ter seu casamento dos sonhos, por que o casamento com alguém que se ama e pretende ficar pelo resto da vida só acontece uma vez na vida e ele será lembrado e contado sempre, mas ela não podia dar o casamento completo que Maura queria, nem o vestido de noiva ela queria usar, nem dos preparativos ela queria fazer parte, se dependesse dela tudo seria da forma mais simples possível: Um casamento no cartório e depois uma pequena festa só para os familiares, sem seus parentes da Itália, sem metade das pessoas que tinha chamado.

E outra coisa também que Richard estava certo era que ela era a rainha em fazer Maura sofrer. Desde o começo, desde quando Maura declarou estar apaixonada por ela, agiu da forma mais errada do mundo sendo que Maura não merecia nada daquilo. Depois teve ela se fingindo de morta, parecia que isso ia assombrá-la pelo resto da vida, por que Maura podia falar que esqueceu, que perdoou, que não tinha mais importância, mas ela tinha sofrido todos esses anos que ela se fingiu de morta, praticamente tinha deixado de viver por um tempo. Sabia que tinha feito uma promessa absurda de nunca deixá-la, mas ela não tinha certeza disso, passava por cada coisa em seu trabalho, todo dia sua vida estava em risco e se um dia alguém realmente a matasse assim fazendo com que ela quebrasse sua promessa? Não sabia o que era pior: Ter Maura sofrendo mais uma vez por uma morte que agora seria verdadeira ou ela pensar que a morte era mentira e ficar a esperando voltar sendo que ela nunca ia voltar. Podia dizer que nunca mais ia fazer a loira sofrer, mas essa não era a verdade, daria sua vida para ver Maura feliz, para não ver uma lágrima caindo de seus olhos se não fosse de felicidade, mas não tinha como dar a certeza que nunca mais faria Maura sofrer.

E outra coisa que Richard também estava certo era ela colocar a vida de Maura em perigo. Quantas não foram às vezes que não deixou Maura em risco? Quase morreram congeladas em um frigorifico por culpa de Jane que deixou a legista ir, tirando Hoyt que graças a Deus estava morto. Sabia que depois que se forma uma família ela fica em evidencia para ser usada pelos criminosos.

Por que não tinha pensado em nada disso antes de pedir Maura em casamento? Onde estava com a cabeça? Teria que concordar com Richard ela não era boa o suficiente para Maura. Mas ela a amava e mesmo esse não sendo o casamento que ela sonhou seu sonho era ter Maura sua esposa. Como fugir disso?

Deu a conversa encerrada por ali. Não respondeu a pergunta de Richard por que não queria dizer ao homem que ele estava coberto de razão, que ela realmente não era mulher para sua filha e que esse casamento possivelmente seria um erro. Pegou sua cerveja e voltou para a sala. Nem perceberam a volta dos dois de tão entretidas que estavam olhando as revistas por que com toda certeza fariam mudanças de última hora. Quando perceberam que eles voltaram fizeram questão de incluir os dois no assunto. Maura ainda olhou para Jane para ver se estava tudo bem com a noiva, se o pai não tinha dito algo que a desagradou por que percebeu que ela estava um pouco distante, mas recebeu um sorriso quando a morena percebeu que ela a olhava. Talvez nada tivesse acontecido.

Depois de quase duas horas conversando sobre quem iam enlouquecer com as mudanças de última hora do casamento finalmente todos foram embora. Jane se sentia tão bem ao ver o sorriso de Maura quando conversava sobre o casamento, sobre os preparativos, que parecia que ela realmente estava feliz planejando tudo, mesmo que esse não fosse o casamento dos sonhos dela.

- Amor sobre o que você e meu pai conversaram na cozinha? Por que eu percebi que vocês demoraram.

- Ele disse que eu não sou boa o suficiente para casar com você. – Maura fechou a cara. Teria uma séria conversa com seu pai, ele não tinha o direito de se intrometer sem sua vida e muito menos dizer esse tipo de coisas para Jane. – E ele está certo. Eu não sou boa do suficiente para você.

- Não Jane, você é... Meu pai está errado e ele não tem o direito de...

- Eu não acho que é uma boa ideia nos casarmos. – Jane cortou a noiva. Maura que estava em pé de frente para a cama foi obrigada a sentar nela, por que as palavras de Jane causaram um efeito de como se alguém estivesse lhe dando um empurrão. – Eu não pensei em como seria você ser casada comigo até hoje. Eu sou uma idiota, eu sou uma grossa, eu não sirvo nem pra te dar o casamento dos seus sonhos, eu só vou servir para te fazer sofrer e colocar sua vida em risco. Eu sinto muito Maura, mas acho melhor cancelarmos o casamento.

Não deixou nem com que Maura se pronunciasse, não conseguia nem encarar a loira depois que disse tudo aquilo, só deixou o quarto sem nem ao menos olhar para trás e em consequência deixou uma Maura estática, que não tinha entendido metade do que tinha acontecido ali, só sabia que era culpa de seu pai.

***

Depois de caminhar um pouco Jane sentou no banco do parque que tinha parado. Já tinha recebido algumas ligações de Maura desde que tinha saído de casa, mas não atendeu nenhuma. Parecia tudo tão errado o que ela tinha acabado de fazer, só que era tão difícil admitir mais uma vez que tinha errado novamente com Maura.

- Tia Jane! – Foi despertada de seus pensamentos com um menino de três anos pulando em seu colo.

- TJ! – Ela abriu um sorriso e beijou a bochecha do sobrinho. Já tinha se passado três meses, mas ela ainda não conseguia se acostumar que o sobrinho já tinha deixado de ser um bebê. – O que vocês estão fazendo a essa hora da noite na rua?

- Mamãe expulsou a gente de casa.

Jane encarou Tommy sem entender. O irmão sentou ao seu lado.

- Falou que estávamos fazendo barulho demais, então mandou a gente vir dar uma volta. E você? Pensei que estaria jantando com sua nova família. O pai da Maura te odiou?

- Não, na realidade ele me admira, mas acha que não sou boa o suficiente para a filha dele.

- Ainda bem que ele não tem que achar nada e sim aceitar seu casamento com a Maura. – Jane passou a encarar suas botas. Como ia dizer que acreditava que o homem tinha razão? Bom... Não precisou. – Qual é Jane! Se tem alguém que é boa o suficiente para casar com Maura esse alguém é você.

- Tia Jane eu ainda vou levar as alianças de você e da tia Maura?

Com a pergunta de TJ veio a imagem de Maura entrando de noiva e logo atrás vindo TJ trazendo as alianças. Ela queria ver aquela cena se tornando realidade. Queria se casar com Maura. Então por qual motivo ficava fazendo besteira?

- Eu sou uma idiota. – Jane balançou a cabeça em negativo desacreditando do que tinha acabado de fazer. – Sou realmente a rainha em fazer a Maura sofrer, por que só uma imbecil como eu fala para cancelar um casamento faltando quatro dias para ele acontecer. O que tem de errado comigo?

- Não me diz que você está com medo de casar Jane? – Tommy soltou um riso. – Você esperou tanto para isso e agora fica inventando desculpa para acabar com tudo?

- E se eu estragar tudo Tommy? E se Maura ver que eu não sou a pessoa que ela pensou que eu fosse? Se eu decepcioná-la? Já fiz isso antes.

- Jane o Rizzoli que estraga tudo nessa família sou eu e cá entre nós, Maura te conhece há dez anos, você definitivamente é a pessoa que ela pensa que você é. Você esperou tanto tempo por esse casamento, não da pra trás agora. Se o pai da Maura acompanhasse a relação de vocês duas como todos nós acompanhamos cortaria a língua antes de dizer que você não é boa o suficiente para Maura. Só ela sabe tudo que você já fez por ela e como ninguém no mundo vai fazê-la feliz como você vai.

Por isso estava parecendo que o que ela tinha feito estava errado, por que realmente estava errado. Richard não estava certo coisa nenhuma, parecia que ele estava por que ela estava com medo de estragar tudo, de não conseguir fazer Maura feliz do jeito que ela merecia, não era questão de não dar o casamento perfeito para Maura, por que via o quanto ela estava feliz com esse casamento que ela estava planejando, não era questão de fazê-la sofrer, por que ela jamais faria isso novamente, não era questão de colocar a vida de Maura em perigo por que ela sempre a protegeria e não era questão de cumprir sua promessa, por que ela já vinha fazendo isso muito bem com o passar de todos esses anos, era só questão de não ter certeza de conseguia fazer Maura feliz como ela merecia.

- Desde quando você virou o sensato da família, Tommy?

- Qual é! Eu tenho uma família agora, não tenho?

Jane olhou para TJ em seu colo, abriu um sorriso e deu um beijo no garoto. Pois é, seu irmão tinha uma família e estava se saindo muito bem nisso e ela queria também ter aquilo, também queria ter uma família, curiosamente bateu uma vontade até de ter filhos. Deu um beijo no rosto do irmão, o agradeceu pelo grande conversa e voltou para casa. Maura merecia um milhão de pedidos de desculpas e já estava pronta para implorar se caso a legista que não quisesse mais casar com ela.

- Maur...

Tinha ensaiado o mundo para dizer para Maura o quanto ela tinha sido idiota, mas quando a loira ouviu seu nome saindo daquela voz rouca não tem chance nem de Jane prosseguir por que foi acertada por um travesseiro.

- MAURA!

- Não! – Ela levantou da cama. Parecia irritada. - Não venha me dizer as vésperas do casamento que você não é boa para mim e que não devemos nos casar por que isso não vai acontecer. Meu pai não faz a mínima ideia do que diz e você parece que também não. Graças a você eu deixei de ser a doutora dos mortos que não se relacionava com ninguém a não ser com os corpos em cima da minha mesa e que carregava comigo a ideia de que tinha sido culpada pelo suicídio do namorado. Você me fez ver que eu não tinha culpa nenhuma sobre aquilo. Graças a você soube o que era ter uma melhor amiga onde eu podia compartilhar tudo que eu só guardava para mim e mesmo com medo de perder essa amizade para sempre eu fui capaz de dizer tudo que eu sentia por você. Graças a você eu descobri o que é o amor, o que é realmente se apaixonar por alguém que cuida de você e só quer o seu bem. Aprendi até um pouco de sarcasmo, ironia e fazer piadas. Então não venha dizer que você não é boa para mim por que você é e nós vamos nos casar no sábado, nem que eu tenha que contratar alguém para te levar a força, sei que isso pode ser considerado crime, que eu posso ser presa que...

Jane já tinha entendido muito bem o recado. Tinha sido uma perfeita idiota, mas ainda bem que sua idiotice não tinha afetado Maura fazendo com que ela ficasse revoltada com ela e desistisse do casamento de vez. Abriu um largo sorriso enquanto Maura ainda estava muito ocupada discursando, chegou até a legista e a calou com um beijo.

Só podia ter passado por uma crise de insanidade mental quando pensou mesmo que casar com Maura era errado.

- Me desculpa. – Ela pediu assim que se separaram do beijo. – E você ainda precisa melhorar as suas piadas, mas vamos trabalhar nisso.

As duas riram.

- Eu disse para o meu pai que não quero ele em meu casamento.

- Bom... Não serei a única que não terá o pai me levando ao altar. – Maura a encarou sem entender. – Meu pai está no Brasil, não vai vir para o casamento.

- E você pensou em me contar isso quando?

- Não era importante Maura, posso caminhar até o juiz sozinha, mas você...

- Eu também posso.

- Seja sincera Maur... Esse é o casamento que você sonhou?

- Eu sempre sonhei em casar com você Jane a forma que vai ser o casamento não me importa.

A morena abriu um sorriso ao ouvir aquilo, mas não podia deixar de se aproveitar da situação.

- Então você não se importa caso eu não use o vestido de noiva?

Maura abriu um sorriso e deu um beijo na Jane. Era isso? Ela não ia precisar usar o vestido de noiva?

- Você ainda vai usar o vestido de noiva.

Tudo bem. Não foi dessa vez.

Na realidade nesse momento pouco ligava. O que importava era que ia casar com Maura e como a loira tinha acabado de avisar, casaria nem se fosse obrigada, então estava tudo bem.


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Notas finais do capítulo

Ha! Só pra dar um sustinho e também por que queria me despedir desse tipo de capítulo já que a fic está acabando >.<'
Daqui para frente só alegria, acho.