Rizzoli And Isles - Don't Leave Me escrita por Bruna Cezario


Capítulo 24
Capítulo 24 - Flashbacks


Notas iniciais do capítulo

Ha! Olha eu sendo linda e não demorando para postar o capítulo.

Queria agradecer a Tamara e a Carol pelas ideias do flashback, espero que tenham ficado bons.

E também queria agradecer vocês pelos 101 comentários, não pensei que com uma fic que teoricamente tratava sobre o comportamente da Maura com a morte da Jane ia gerar tantos comentários e leitoras. Obrigada mesmo pessoal de coração pessoal!



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Não venha dizer que é fácil tomar certas decisões na vida por que não é. Não as mais complicadas, por que se a vida não se resumisse em tomar decisões para tomar certos caminhos ela seria simples, mas desde que nos entendemos por gente podemos dizer que tudo seria mais fácil se tudo fosse mais simples, mas não gostamos do simples, quanto mais complicado melhor, por isso existe as decisões difíceis, que te tira o sono, que fazem você pensar e repensar várias vezes antes de dar um passo e mesmo depois que você decide tudo pode dar errado pelo simples fato de você ter tomado a decisão errada.

Quando Maura teve que escolher entre ficar com Jane que era a pessoa que ela mais amava no mundo e ajudar Thomas a passar pela difícil fase de sua vida ela sabia que não tinha uma decisão fácil nas mãos, por que se escolhesse Jane ia ficar com a culpa nas costas por não ajudar Thomas, por que devia isso ao médico, ele tinha arriscado sua vida para lhe salvar e em consequência acabou quase paraplégico, mas então se escolhesse Thomas perderia Jane, por que sabia que a detetive jamais aceitaria e por não aceitar poderia acabar com suas ilusões de que Jane a acompanharia e passaria no mínimo seis meses de sua vida em Los Angeles. Maura até entendia, Jane já tinha passado tempo demais longe de Boston, longe de seu trabalho, não faria isso novamente tão cedo, mas por outro lado passaria novamente mais algum tempo longe dela. Foi pela decisão mais difícil e em consequência teve um mês de ligações, mensagens e emails ignorados que era o tempo que tinha voltado para Los Angeles, sabia que Jane ficaria magoada por algum tempo, mas não imaginava que era por tanto tempo.

Estava morando na casa de Thomas agora, foi uma das condições do médico se ela quisesse mesmo cuidar dele, por que alegou que não ficaria tranquilo sabendo que ela estava naquela casa enorme sozinha, mas a verdade era que ele não queria Maura com pensamentos saudosos e nem triste, por que pretendia cumprir sua promessa a Jane, mas sabia que não estava se saindo muito bem, que o que Maura mais queria era voltar para Boston, voltar para os braços de Jane, mas era muito teimoso para admitir isso e mesmo em casa com ele e Kate tinha certeza que os pensamentos vinham a tona e não estava errado.

Após o jantar Thomas e Kate saíram para assistir um jogo de futebol local, insistiram para que ela fosse, mas não tinha clima nenhum para ficar berrando sem motivos, sendo que não ai fazer com que nada mudasse. Achou bom Thomas ter ido, por que nas últimas semanas era da fisioterapia pra casa e da casa para fisioterapia, estava precisando se distrair, como ela também precisava se distrair, mas não conseguia, seu pensamento vivia constantemente em Jane e novamente nas lembranças de tudo que as duas viveram, só que dessa vez Jane estava viva, mas infelizmente ainda não podiam ficar juntas.


Era sábado a noite e Maura tinha feito com que Jane a acompanhasse em uma apresentação no teatro que tinha como tema os maiores clássicos de Beethoven. A apresentação estava magnífica, os olhos de Maura brilhavam a cada instante da apresentação, pena que Jane não percebia isso por que estava muito ocupada dormindo. Não sabia por que Maura sempre insistia que ela a acompanhasse nesse tipo de programa, não gostava, não entendia, ficava entediada e assim como ela não sabia por que Maura insistia a legista não sabia por que ela sempre aceitava ir se não gostava.


Quando percebeu que a namorada dormia no meio da apresentação de primeiro momento olhou aquela cena indignada. Como alguém poderia dormir em uma apresentação maravilhosa como aquela? Mas lembrou que era Jane, claro que ela dormiria em uma apresentação maravilhosa como aquela. Discretamente deu um cutucão na namorada que nem se mexeu, chamou pelo seu nome dando um novo cutucão, mas novamente nada, então optou por sacudir a namorada e dessa vez deu certo, só que Jane acordou no pulo, levantou da cadeira em que estava sentada e começou a bater palmas.


– Maravilhoso! – Disse ainda batendo palmas. – Que linda apresentação. Linda! Estou arre...



Jane percebeu que as pessoas começaram a encará-la pedindo silêncio, foi quando viu que a apresentação não tinha acabado ainda, sem graça ela voltou a sentar em seu lugar e olhou para Maura que tentava segurar o riso, mas estava mais fácil do que não comentar mentalmente quando cada música que tocavam na apresentação foi gravada.



***



– Por que você sempre vai comigo a essas apresentações sendo que você odeia?



Maura perguntou assim que entraram na casa da legista. Jane pensou que ela estava brava com ela por ter dormido no meio da apresentação, mesmo depois dela tentando segurar o riso depois da vergonha que tinha passado, só que a namorada estava longe de estar brava com ela, mas gostava de fazer Jane pensar assim.



– Eu já pedi desculpas. Não era minha intenção dormir, mas estava muito chato, aquilo é música pra insônia.


– Então por que você foi? Ficasse em casa tomando sua cerveja e assistindo a alguma daquelas lutas violentas que você gosta de assistir.


Jane tentou fugir da pergunta caminhando até a cozinha e indo até a geladeira pegar uma cerveja, mas claro que Maura iria atrás dela esperando com que ela respondesse. Tinha a resposta perfeita para dar para namorada, mas se achava muito boba apaixonada quando estava com Maura, então era melhor não dizer nada. Maura só esperou ela tomar um primeiro gole da cerveja para cruzar os braços e a encarar. Jane percebendo que ela não ia desistir até ter sua resposta pousa a garrafa da cerveja em cima do balcão, solta um longo suspiro e começa.



– Eu fui por que eu gosto de te acompanhar. Gosto de ver como seus olhos brilham quando você está nesse tipo de apresentação. Gosto de como você sabe todos os fatos e histórias e gosto do fato de você não conseguir deixar fechada essa boca de Google, admito que as vezes é extremamente irritante, mas foi por causa disso que eu me apaixonei por você. Satisfeita?



Claro que estava satisfeita tanto que abriu um largo sorriso ao ouvir aquilo, se aproximou de Jane e lhe deu um beijo, de primeiro momento a detetive ficou sem entender, ela não estava brava? Foi quando ela se deu conta...



– Você estava fingindo que estava brava comigo de novo?


– Não estava fingindo... Você que supôs que eu estava brava. Entende por que não gosto de suposições?

– E você dona Wikipédia... – Se segurou para não rir da careta que Maura fazia, poderia passar quantos anos fosse, ela sempre ia odiar ser chamada assim. – Por que me chama para essas apresentações sabendo que eu odeio?


Diferente de Jane a loira não encontrava problema nenhum em dizer o que estava prestes a dizer, tinha reprimido tanto seus sentimentos antes de começar a namorar Jane que agora ia dizer tudo.



– Por que eu gosto da sua companhia. Por que você odeia o que eu gosto, vai o caminho inteiro reclamando, continua reclamando do evento todo, ás vezes para me agradar até finge que está interessada, mas no fundo você só quer sair de lá e comer algo. Admito que ás vezes é extremamente irritante, mas foi por causa disso que eu me apaixonei por você.



Também não teve como Jane conter o sorriso ao ouvir aquilo saindo da boca da namorada.



– Acho que eu usei o motivo de ter se apaixonado primeiro. – Disse Jane puxando Maura pela cintura para colocá-la mais perto de si. – Mas por ser você eu não vou pedir direitos autorais.



E se beijaram.



Eu sinto sua falta.

Maura.


Foi a mensagem que Jane recebeu quando voltava para casa. Uma parte de si falava para responder, acabar de vez com esse gelo, entrar em um acordo de um relacionamento sem ela ter que ir para Los Angeles e sem Maura ter que voltar a Boston, mas a outra parte ainda estava chateada pela loira ter escolhido o ex-namorado a ela, mesmo que não fosse romanticamente.


Tinha passado o pior mês de sua vida, até pior do que os três meses que passou isolada sem poder entrar em contato com ninguém, sem poder entrar em contato com Maura, por que antes ela não podia e se fizesse teria uma Molly muito brava prestes a lhe dar um tiro, só que agora ela podia, qualquer momento que quisesse podia ligar para Maura e dizer também que sentia falta dela e que elas deveriam se acertar, só que o orgulho não deixava e ela não queria namorar a distancia ou seja lá como fosse ficar o relacionamento das duas, então voltou a viver só de lembranças.


– Oh meu Deus, Maura! Pensei que íamos ver a exposição de sua mãe.


– Nós vamos, mas só um minuto...


O um minuto que Maura pedia era para invadir um cemitério a noite. Estavam em Amsterdã a convite de Constance que teria pela primeira vez seu trabalho exposto na cidade.


Quando a mãe as convidou para ir não passou nem pela sua cabeça recusar por que poderia realizar um sonho que já tinha adiado por muito tempo, primeiro pelos estudos e depois pelo trabalho, por que nesse meio tempo quase não se permitia tirar férias, então foi adiando.


– Maura se cemitérios fossem feitos pra visitar a noite eles ficariam com os portões abertos. – Sussurrava Jane com medo de que alguém as pegasse lá ou talvez um morto levantar da tumba, nunca se sabe. – Vamos embora!


– Espera. – Maura parou na frente de um mausoléu e tirou uma câmera da bolsa. – Tira uma foto minha.

– Eu não vou tirar foto sua do lado disso... E se o morto levanta?


Maura estava tão emocionada por estar de frente aquele mausoléu que nem seu deu ao trabalho de explicar a Jane como é impossível um morto voltar a vida, ainda mais quando ele já estava morto a mais de 300 anos.



– Jane esse é o mausoléu de Nicolaes Tulp.


– Nicolaes Tupl? Sério? – Perguntou sarcasticamente. – Sempre foi um dos meus maiores sonhos invadir um cemitério a noite para visitar o mausoléu dele.

– Sério? – Maura perguntou inocentemente sem entender o sarcasmo da namorada. – Não sabia que você tinha conhecimento do trabalho dele.

– Claro que tenho! Tinha vários pôsteres dele na minha adolescência.


Maura fez careta, tinha caído mais uma vez no sarcasmo de Jane.



– Se você quer saber...


– Não, eu não quero saber.


Mesmo dizendo isso não impediu que Maura continuasse.



– Nicolaes Tulp foi um grande médico que descreveu clinicamente o beribéri e também teve sua aula de anatomia de 31 de Janeiro de 1632 tema de uma obra de Rembrandt. Foi ele que escreveu um dos primeiros livros de medicina que li na vida o Observationes Medicae onde ele descreveu detalhadamente 231 casos de doenças e mortes. – Jane encarava Maura com cara de paisagem, entendeu que ele foi um médico importante, mais nada, mas a legista pouco se importou para a cara dela, sempre fazia essa expressão mesmo. Estendeu a câmera para Jane. – Tira uma foto minha, por favor.



Mesmo contra a vontade e reclamando como sempre tirou a foto de Maura com o mausoléu do tal Nicolaes, mas assim que viu o sorriso no rosto da namorada olhando a foto para ver como ela tinha ficado esqueceu completamente que tinha invadido um cemitério no meio da noite para trazer tal felicidade a ela, por que no final das contas o que sempre lhe importava era ver Maura feliz, adorava quando ela esbanjava felicidade, ainda mais quando resultava em vários beijos de agradecimento.



Há anos descobri que quero ser bem mais que sua amiga, mesmo quando eu era aquela idiota que não admitia o que estava na minha cara e tenho certeza que você também não quer ser só minha amiga, então espero a resposta para a pergunta que eu fiz há 3 anos.

Maura você quer casar comigo?

Jane.


Ficou sem expressão alguma ao terminar de ler aquela mensagem, ainda mais depois que viu a data que foi enviada, na mesma noite em que foi sequestrada. Como tinha deixado passar aquela mensagem? A verdade é que quando pegou seu celular de volta tinha tanta ligação perdida, tanta mensagem de voz que deve ter deixado esse sms passar e se não estivesse mexendo no celular enquanto esperava Thomas sair da fisioterapia provavelmente nunca teria visto.


Agora não tinha nem mais o direito de mandar uma resposta, mesmo por que provavelmente não era mais válida e seria injusto dar qualquer resposta pra Jane, fosse positiva ou negativa. Só lhe restava recordar de quando sua vida não era complicada e que podia usufruir da companhia de Jane como sua namorada, como ela era feliz.


– Loira tudo bem? Sabe no que eu estava pensando? Que se você aceitar sair comigo eu faço você esquecer o August.



Um rapaz parou perto de Maura enquanto ela mais Jane alongavam as pernas em um banco do parque prontas para mais uma corrida matinal, claro que Jane não gostou nenhum pouco de um homem chegando para cantar sua namorada.



– August? – Maura perguntou sem entender. – Não conheço nenhum August.


– Está vendo? Já esqueceu. Me passa seu telefone?


Maura abriu um pequeno sorriso e disse um “me desculpa” e apontou para Jane dando a entender que estava com ela e em consequência vê uma expressão de decepcionada no rapaz, causavam muito isso ultimamente quando falaram que estavam juntas. Lembrava de uma última cantada que receberem.



– Como duas moças lindas como vocês não estão com dois rapazes lindos como nós?


– Por que as moças lindas já são comprometidas... Uma com a outra. - Jane respondeu com seu usual mau humor que se tornava pior quando alguém dava em cima de Maura.


Lembrava da cena, da expressão de Jane e era obrigada a dar risada como foi obrigada a dar risada depois que o rapaz saiu e viu a cara que a namorada fazia.



– Vai esperar algum idiota te cantar novamente ou podemos sair para correr?


– Como seria? – Maura teve tal curiosidade quando viu o rapaz saindo e não se conteve em perguntar, mas Jane não entendeu a pergunta, mesmo por que tinha sido vaga. A detetive a encarou sem entender. – Como seria se você tivesse que puxar um assunto comigo em algum lugar para nos conhecermos melhor? Você nunca me deu uma cantada Jane.

– Primeiro que eu nunca iria puxar assunto com você para nos conhecermos melhor você que viria puxar assunto comigo como sempre fez e eu não dou cantadas! Acho idiota.

– Eu não ia puxar assunto com você se te visse, por exemplo, em um bar... Você não faz meu tipo.

– E mesmo assim estamos namorando.


Maura teve que concordar, mas é que as leis da física nunca se enganavam, os opostos se atraem e elas eram a prova viva disse.



– Sério Jane... Finja que estamos em um bar e você tinha que puxar assunto comigo. Pode ser uma cantada, qualquer coisa.


– Eu não vou...


Óbvio que ia, ainda mais depois que Maura cruzou os braços e ficou a encarando esperando que ela começasse. Era incrível como a legista conseguia fazer com que ela fizesse coisas que nem ela imaginou que faria. Jane pigarreou se preparando para seus dotes de conquista.



– Oi linda, tudo bem? Eu posso não ser uma cachoeira, mas confesso que assim que te vi tive uma queda por você.



Dotes de conquista... Estava ai algo que a Maura viu que Jane não tinha. Ao terminar de ouvir a cantada da detetive teve que cair no riso como fazia com todas as outras pessoas que vinham com cantadas ruim para o seu lado.



– Não foi tão ruim assim. – Jane disse contrariada. Não era para Maura ter dado risada, era uma ótima cantada. – Espera, tenho outra... – Maura a encarou, mas já estava segurando o riso, não ia aguentar olhar para a cara de Jane na próxima meia hora e não dar risada. – Oi linda, tudo bem? Estou fazendo uma campanha de doação de órgãos. Não gostaria de doar seu coração para mim?



Mais risos por parte de Maura. Antes nem tivesse pedido para Jane começar, por que se fosse depender das cantadas da namorada ela não aceitaria nem que ela pagasse uma bebida.



– Tudo bem doutora esperta. Se você me visse no bar qual cantada você me daria?


– Olá detetive. – Diferente de Jane a legista não se acanhou em dar sua brilhante cantada. – Se fossemos funções você seria a sen²x e eu o cos²x. Assim, juntas seriamos uma só.


Tudo bem, nem tão brilhante assim. Talvez em um mundo que só existissem nerds.



– Sério Maura? – Jane soltou um riso. Estava reclamando das cantadas dela e aparecia com uma dessa? - Essa é sua cantada? Eu nunca sairia com você.


– Fique sabendo que eu nunca sairia com você também.


Após correrem foram até a casa de Maura trocarem de roupa para ir ao trabalho, mas o que Maura tinha dito ficou incomodando Jane. Realmente, se ela tivesse que puxar um assunto com a legista ou até mesmo dar uma cantada para ver como a conversa fluía, qual seria? Poderia estar dando uma de boba apaixonada mais uma vez, mas tinha encontrado a cantada perfeita.



– Vamos? – Perguntou Maura pegando sua bolsa. Jane segurou se leve em seu braço. – O que foi?


– Uma vez eu tive um sonho. – Ela soltou o braço da namorada e Maura passou a encará-la. – Nesse sonho mostrava que eu ia conhecer a mulher mais encantadora da minha vida que me daria dois dólares para que eu pagasse meu café da manhã e que mesmo com as diferenças eu iria me apaixonar por ela.


A loira tinha ficado tão encantada com a forma que Jane tinha voltado ao assunto “cantada” que estava prestes a abrir um sorriso, mas resolveu entrar na brincadeira.



– E como você sabe essa mulher sou eu e você vai se apaixonar por mim?


– Por que sonhos tende a se tornar realidade.


Sorriu e a beijou. Agora nunca mais poderia dizer que não levou uma cantada de Jane.



Lembrava de cada momento maravilhoso que passou com Jane que na sala da casa de Thomas se permitiu que lágrimas caíssem. Tinha saudade da ex-namorada, das coisas que viveram juntas, de tudo que tinham construído não só da relação de um casal, mas também como amigas. Foi surpreendia com Thomas chegando em seu cadeira de rodas e colocando algo em seu colo, quando pegou na mão para ver o que era se surpreendeu a ver uma passagem de ida para Boston.


A loira tinha lhe mostrado a mensagem que descobriu em seu celular e ele achou tão injusto ela não dar a resposta que estava pronta para dar a mais de três anos. A resposta que jamais daria para ele se estivessem juntos.


– Eu não sou uma obrigação Maura. – Começou o médico. – Você não precisa ficar aqui comigo enquanto você poderia estar feliz com a Jane. Você passou três anos de sua vida desejando que ela estivesse viva para agora que ela está você não ficar com ela? Eu não posso permitir isso.


– Eu te devo isso Thomas. Eu não posso...

– Você não me deve nada. – Ele a interrompeu. – Na realidade se alguém deve alguém essa pessoa sou eu. Graças a você Kate tomou jeito na vida, resolveu estudar, é mais responsável e ela se sairia muito bem tomando conta de mim nesse processo de reabilitação e depois você foi a única que acreditou em mim quando aquele departamento inteiro não acreditava. Você já teve vários namorados horríveis e eu não quero ser mais um deles, não quero que você lembre de mim como aquele invalido que você devia alguma coisa e te impediu de você ficar com o amor de sua vida. Não quero isso, eu quero te ver feliz. Você não me deve nada.

– Você arriscou sua vida para salvar a minha. – Maura levantou do sofá. – Claro que eu te devo e muito. – Colocou a passagem no colo de Thomas. – Boa noite Tom.

– Isso é medo, Maura? – A legista parou no meio do caminho. – Você tem medo que ela te deixe de novo ou que se torne mais um de seus namoros problemáticos? – Ele virou a cadeira de rodas para olhar a legista. – Ela levou dois tiros por você e ainda voltou devido a promessa que fez de que não iria morrer. Ela não vai te deixar e muitos menos virar uma problemática. Acredito que ela está esperando a resposta do pedido de casamento no mesmo nível de ansiedade que você está para dar essa resposta. – Colocou a passagem em cima da mesa de centro da sala. – Se mudar de ideia...


***



Não tinha noticias de Maura fazia alguns dias, estava ignorando a ex-namorada, mas não queria que ela parasse de te mandar mensagens por que isso significava que a loira tinha cansado de ser ignorada e assim ela teria que começar a pensar em seguir em frente ou ligar para ela e como sua vida andava era mais fácil ela engolir o orgulho e ligar para Maura ou pegar a passagem que Constance havia lhe dado e voar para Los Angeles.


Sua vida se resumia a: De casa para o trabalho e do trabalho para a casa. Até a vida de sua mãe estava mais animada que a sua, mas não tinha ânimo para mais nada, ainda mais depois que Maura parou de mandar mensagens, por que ela só conseguia pensar em uma coisa: A ex-namorada tinha resolvido aceitar o pedido de casamento de Thomas por que “devia” isso a ele já que o médico se encontrava invalido e isso não era algo que lhe agradava.

Com a passagem balançando em sua mão pensando se ia ou não para Los Angeles acabar com essa palhaçada, mais uma lembrança passava pela sua cabeça.


– Jane se você ainda não se deu conta o próximo passo do nosso relacionamento é o casamento.



As duas estavam na casa da detetive, na cama da detetive conversando depois de fazerem amor e o assunto fantasias de casamento havia surgido novamente.



– Qual o problema?



Jane não entendeu o porquê do comentário. Imaginava mesmo que uma hora ou outra ela e Maura teriam que casar.



– Pensei que quando você estivesse em um relacionamento sério você mudaria essa sua ideia de casamento.


– Qual o problema com a minha ideia de casamento? – Perguntou indignada. - Não sou eu que quero casar em um vulcão, com um vestido cheio de frescura e um bolo de sei lá quantos sabores. Minha fantasia de casamento é simples comparada a sua e caso você me pedisse para casar com você eu não aceitaria.


Maura a olhou com indignação.



– Quer dizer que nunca vamos casar?


– Não se você continuar com essa sua fantasia.

– Ao contrario de você eu aceitaria seu pedido de casamento, claro, teríamos que entrar em alguns acordos, mas eu aceitaria.

– Que acordos? – Jane sentou na cama, estava interessada para saber que tipo de acordo era aquele.

– Eu deixaria você escolher o lugar que nós casaríamos contanto que eu pudesse ter meu bolo, que não fosse no estádio dos Red Sox e que você usasse um vestido de noiva.


Jane soltou uma gargalhada.



– Você consegue mesmo me ver vestida de noiva?



Maura fez um afirmativo com a cabeça e completou.



– Você ficaria maravilhosa.


– Não... Você ficaria maravilhosa em um vestido de noiva, já eu...

– Eu não entendo esse seu problema com casamento, você já até usou uma aliança de casamento.

– E não gostei da experiência... Por isso que eu vou te pedir em casamento, mas depois de entrarmos em um acordo sobre como vai ser esse casamento.

– Por que você tem que me pedir em casamento?

– Por que eu já disse que se você me pedir em casamento eu não vou aceitar e depois não tem cena no mundo que eu quero ver na vida que não seja você com uma aliança no dedo junto com um irradiante sorriso que eu sei que você daria devido a proposta de casamento.

– Jane Rizzoli... Isso significa que você já pensou no pedido de casamento? – Perguntou com um imenso sorriso fazendo com que Jane corasse.


Não que ela tivesse pensado no pedido. Ainda não fazia ideia de quando fosse a hora de propor onde seria, como seria, qual aliança seria, nada disso, só conseguia imaginar a reação de Maura.



– Não no pedido, mas na sua reação sim... Mas isso foi antes de lembrar sobre toda essa confusão que vai ser quando decidirmos casar.


– Você não está dizendo que vai me pedir em casamento só pra me enrolar ou está?

– Claro que não! Mesmo por que se demorarmos muito para casar nossas mães vão preparar um casamento surpresa para a gente. Prometo que quando for a hora certa eu vou propor.


Maura abriu um imenso sorriso e logo em seguida recebeu um beijo da namorada.



– Eu te amo Jane.



Jane abriu um sorriso.



– Eu também te amo.



Estava decidida. Já tinha ficado tanto tempo longe de Maura que não ia deixar que uma besteira as separasse. Se a ex-namorada queria ficar cuidando do ex-namorado quase paraplégico que cuidasse, mas ela estaria do lado por que não podia arriscar perdê-la como pensou que já tinha perdido mais uma vez quando Thomas se apresentou como seu noivo. Não se importaria de passar meses em outra cidade contanto que fosse com Maura. Levantou do sofá, pegou um casaco, pois a passagem já estava em sua mão e caminhou até a porta decidida do que iria fazer e esperava que não fosse tarde demais. Abriu a porta. Sua boca abriu por alguns milímetros e o casaco junto com a passagem caíram no chão ou estava alucinando ou a figura loira que ela um dia chamou de namorada estava parada em sua frente.



– Sim.



Foi o que ela ouviu saindo da boca de Maura antes dela pular em seu colo e beijá-la. Por sorte tinha equilíbrio, caso contrario, as duas teriam caído no chão devido ao pulo surpresa que a legista tinha dado. Quando precisaram retomar o ar, Jane colocou Maura no chão, ainda tinha uma coisa que precisava entender.



– Sim o que?


– Era sim há três anos, era sim no dia que você me mandou a mensagem, é sim hoje e vai ser sim toda vez que você me pedir em casamento.

– Mas eu não te pedi em casamento hoje.

– Te poupei do trabalho. – Disse Maura acompanhada de um sorriso.


Jane balançou a cabeça em negativo, soltou um riso em seguida e puxou Maura para mais um beijo.


Independente das decisões que tomamos temos que nos responsabilizarmos por elas. Mas o melhor de tomar uma decisão é quando você toma a errada, se da conta disso e consegue tomar a decisão certa.


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Notas finais do capítulo

Perguntei se podia casar essas duas geral me respondeu que sim, então agora digo: Vamos casar essas duas! Mas já avisando que não no próximo capítulo =P

E sinto informá-las que a fic estava acabando =/