Rizzoli And Isles - Don't Leave Me escrita por Bruna Cezario


Capítulo 20
Capítulo 20 - Doutor Frankenstein


Notas iniciais do capítulo

Eu sei, eu sei, depois de acostumar vocês com capítulos quase todas as madrugadas demorar mais de uma semana para postar é demais, mil desculpas, mas é que minha querida amiga labirintite veio me fazer companhia e só resolveu melhorar depois que eu tomei meu querido tarja preta, mas enfim cá estou eu com mais um capítulo e dessa vez em tamanho normal =P

Era para esse capítulo ser dedicado a Marília por causa do aniversário dela, mas como demorei pra postar... Mas de qualquer forma que seja dedicado esse capítulo para você Mari pra ver se santa Sasha toca em seu coração =)

Acho que vou deixar vocês lerem agora, por favor, sejam legais, por que eu não fico em meu perfeito estado quando estou tomando o remédio, então...

Ótima leitura!



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O relógio mostrava 07 horas e 58 minutos, somente dois minutos lhe separava do mau-humor que ia tomar conta do seu dia. Tinha passado a noite em claro tentando entender o que tinha acontecido na noite passada, o que tinha feito de errado e se não fez nada de errado o que tinha que fazer então para que tudo ficasse bem.

“Não foi um erro, também não foi um acerto, você que errou comigo”. Essa foi a frase que martelou sua cabeça a noite inteira. Primeiro pensou que fosse por causa de ter se fingindo de morta por três anos, mas a própria Maura tinha dito que não tinha nada a ver com aquilo, então o que era? No que ela errou? Quando pensava que as coisas iam ser menos complicadas elas se complicavam mais ainda.

Mal deu a primeira despertada o relógio e Jane já deu um tapa nele. Que seu dia de mau-humor começasse. Foi até o banheiro tomar um banho e pensou que por aquele tempo embaixo do chuveiro deixaria de pensar no que Maura havia lhe dito, mas nem nesse meio tempo seus pensamentos deram trégua. Já estava começando a ficar irritada, nada que fazia, nada que dizia fazia com que Maura baixasse a guarda e aceitasse pelo menos começar do zero. Não podia nem dizer que entendia o quanto ela tinha sofrido, dizer que entendia tudo que ela passou por que a legista já tinha deixado bem claro que fingir a morte não era o problema.

Depois de se arrumar foi até a cozinha e encontrou sua mãe na cozinha fazendo seu café da manhã. Já tinha virado rotina isso, se fosse há três anos ela sairia sem tomar café e tomaria na cantina, mas agora... Quase perguntou para sua mãe quando ela procuraria um apartamento para ir morar por que não precisava de todo esse cuidado, mas por milagre tinha se segurado, sua mãe não tinha culpa de Maura deixá-la de mau humor.

- Bom dia querida!

- Bom dia só se for para você.

Angela nem se sentia atingida mais pelo mau humor da filha. O humor oscilava desde que tinha voltando e tudo isso era causado por uma única pessoa.

- Brigou com a Maura de novo?

- Eu não brigo com ela é ela que briga comigo, me expulsa, me faz parecer que eu sou a vilã da história quando na verdade eu não sei o que eu fiz Ma por que ela ontem me disse com todas as letras que não tem mais nada a ver com eu me fingir de morta.

Essa era nova. Angela pensava que todo esse desentendimento girava em torno de Jane ter fingindo que estava morta, aparecer na porta da casa da Maura mostrando que estava viva e deixando a legista sem saber o que pensar, sem saber como agir. Se esse não era o motivo qual era então? Alias, não tinha nem necessidade fazer essa pergunta, óbvio que Angela sabia qual era o motivo. Molly. Maura não tinha ficado nenhum pouco feliz quando viu a agente se aproximando de Jane como se fosse a mais intima do mundo, nem a própria Angela tinha gostado, tanto que já estava pensando em outro meio com Constance de fazer essas duas se entenderem. Quando pensou em alertar Jane que o motivo estava bem debaixo dos seus olhos a detetive já tinha deixado o apartamento sem nem ao menos se despedir.

Outra que também viu o relógio despertar quando deu 8 horas foi Maura. Ficou também passando todo aquele fim de noite em sua cabeça.

- Não. – Maura afastou seus lábios milímetros do de Jane só para responder. – Não foi um erro.

Levada pelo calor do momento, pela saudade e vontade que estava sentindo de Jane ela se permitiu ser beijada e corresponder ao beijo como se nada no mundo pudesse interferir, como se tudo estivesse bem, se nada de errado tivesse acontecido.

Jane não sabia até onde poderia ir, mas resolveu se arriscar e descer seus lábios para o pescoço de Maura. Sentiu a legista soltar um leve suspiro e continuou por ali mesmo até sentir as mãos de Maura passando pelo seu abdômen por debaixo da blusa, sentiu sua pela se arrepiar por inteira, fazia tempo que vinha sonhando em reencontrar Maura e ter as mãos da legista percorrendo seu corpo, do abdômen as mãos passearem pelas costas e fez com que Jane dessa vez soltasse um suspiro e quando menos esperou já estava com os braços erguidos para que sua blusa fosse tirada. Não estava bem certa da onde aquilo iria ou se queria que Maura visse sua parte de cima desnuda, ainda mais pelas cicatrizes que carregavam, mas por sorte vestia outra camiseta por debaixo, teria tempo para descobrir. Voltou a beijar a boca de Maura e entendido aquele gesto da loira como uma autorização se permitiu descer o zíper do vestido que Maura usava. Depositou alguns beijos em seu ombro enquanto retirava a alça e repetiu o gesto no outro ombro até que o vestido caiu aos pés de Maura. Procurou alguma expressão em Maura se era para ela parar ali ou se podiam continuar, mas a loira tomou seus lábios, talvez fosse um sinal verde, então pegou Maura no colo e a levou até a cama. Começou beijando sua boca, desceu para o pescoço e chegou em seu colo. Estava cada vez mais certa que iriam para algum lugar aquela noite, por que a cada beijo que distribuía em Maura era um suspiro que a legista soltava, mas a verdade era que Maura estava louca de saudade de Jane, de seus lábios, de seus corpos colados, estava com saudade de tudo e qualquer menção de beijo ou toque já a deixava louca. Jane estava prestes a avançar mais um pouco, já estava com as mãos chegando ao fecho do sutiã de Maura que ficava nas costas, mas foi surpreendida com a loira a empurrando.

- Maur... Está tudo bem?

- Não, não está nada bem. Vai para casa Jane.

- Maura... Eu não estou entendendo, eu pensei que... Eu pensei que íamos ficar bem.

- Nós não vamos ficar bem Jane. Agora, por favor, saia.

- Isso é por que eu fingi que estava morta? – Jane sentou na ponta da cama com a esperança de tocar em Maura, fazer com que ela sentisse que tudo ia ficar bem, mas foi mais uma vez surpreendida com a legista indo mais para trás. – Podemos superar isso Maura, eu sei o quanto você sofreu e...

- Não tem nada a ver com você ter se fingindo de morta Jane. – A morena não estava entendendo mais nada. Maura estava brava? Por que era o que seu tom de voz mostrava. – Eu já entendi que você fez isso para me proteger, proteger sua família e proteger a você mesma.

- Eu não estou entendendo mais nada então Maura. Vai me dizer de novo então que isso tudo é um erro?

- Não foi um erro, também não foi um acerto, você que errou comigo. Agora será que você pode ir embora?

- Maura...

Depois de ter batido por diversas vezes em Jane depois que ela lhe contou o motivo de ter fingindo sua morte, pensou que nunca mais perderia o controle de novo, mas se enganou, quando se deu conta já estava jogando os travesseiros que tinham em sua cama em Jane a expulsando do quarto.

- VAI EMBORA!

Jogou o último, mas esse só passou pela porta por que Jane não estava mais lá. Só conseguiu ouvir alguns palavrões saindo da boca de Jane enquanto ela desceu a escada, por que ela fez questão de gritar para mostrar sua indignação, raiva e entendimento nenhum sobre o que tinha acabado de acontecer ali.

Só isso foi preciso para que Maura caísse no choro. Poderia ter continuado, poderia ter levado aquela noite à diante, mas em um lapso de memória enquanto Jane a beijava se pegou imaginando que ela não era mais a única mulher que a detetive tinha beijado daquele jeito, existiu e pelo jeito ainda existia outra mulher na vida de Jane, não podia continuar, por mais que ainda amasse Jane, sentisse saudade dela, de seu corpo, não podia, por que enquanto ela chorava uma morte falsa, Jane estava se divertindo com Molly, não ia conseguir seguir em frente (se é que essa palavra e o que ela significava realmente existiam, por que durante esses três anos o que ela mais tinha tentado fazer era isso e quando pensou que tinha conseguido, tudo voltou a ser uma bagunça) se tivesse seguido com aquela noite.

Agora, em frente ao espelho tinha parado por alguns segundos de se arrumar e começou a olhar para a cama, tinha passado tantos momentos bons ali, mas agora o último que se lembrava não era nada bom e tinha acontecido na noite passada. Soltou um longo suspiro de derrota, estava cansada, queria fugir de tudo aquilo, se não fosse de cumprir com sua palavra, se não tivesse um caso para resolver com toda certeza já tinha feito suas malas e fugido de tudo isso e por sorte, em sua casa na frente da praia, esquecer que essa semana tinha acontecido. Foi despertada de seus pensamentos com seu celular tocando indicando um novo homicídio.

Ao chegar encontrou Jane e Molly conversando, não sabia quanto tempo conseguiria conviver com isso sem explodir, mas esperava que isso não acontecesse no ambiente de trabalho. Ao vê-la chegando Molly lhe direcionou um bom dia que só por educação devolveu, mas fingindo que Jane não estava ali. Molly já sabia toda a história do que tinha acontecido na noite das duas e enquanto Maura não chegava tentava dar algum conselho a detetive, mas a morena não queria ouvir, o último conselho que ouviu de Molly foi expulsa de casa a travesseiradas só com a camiseta de baixo, então chega dos conselhos de Molly.

Maura já tinha visto de tudo nesse seu tempo de legista, mas definitivamente um corpo sem o corpo ia entrar para sua lista de primeira vez. Diferente de que eles haviam imaginado que a próxima parte do corpo que o serial killer ia tirar era a perna de alguma mulher (se eles permitissem), mas estavam enganados, dessa vez ele havia levado o tronco da vitima.

***

Deu o tempo de Maura fazer a autópsia, se é que Maura teria autópsia para fazer já que só tinha os membros do corpo, o máximo que conseguiria era uma amostra de sangue, se tinha sobrado sangue também, para ver se a vítima tinha morrido devido a injeção letal. Mas ao chegar ao necrotério se surpreendeu com a maldita luz acesa. Não estava com paciência, não estava com humor, então não ia ter luz vermelha que a impedisse. Susie até tentou entrar no meio impedindo que Jane passasse pela porta do necrotério, mas diferente da primeira vez ela entendeu que se Jane quisesse tirá-la com força da frente da porta não hesitaria, então resolveu sair por livre e espontânea pressão.

- Não viu a luz acesa não? – Maura perguntou irritada devido a dificuldade que Jane tinha de seguir regras. – Não terminei a autópsia ainda.

- Não tem autópsia para fazer, não tem corpo, só parte dele.

- Não sabia que você tinha se formado em patologia. – Jane bufou. Agora Maura tinha aprendido até a ser irônica. – Será que você pode me dar licença e eu te mando uma mensagem se eu tiver algo?

- Quando se tornou tão insuportável assim trabalhar comigo?

- Agora não...

- Agora não? Que horas então? Por que toda vez que eu tento conversar com você eu sou expulsa, você não quer escutar o que eu tenho a dizer. QUANDO MAURA?

- Está na hora de você sair.

Jane cruzou os braços e encarou Maura com a cara fechada, decidida a não sair dali enquanto Maura não conversasse com ela. Não podiam ficar assim, não sem ela dizer o que ela tinha feito de errado, por que definitivamente tinha passado a noite inteira pensando e não conseguiu achar o que era.

- O que eu fiz de errado?

Maura soltou um pesado suspiro e colocou a prancheta com o relatório em cima da mesa. Se ela não sabia que ter tido um caso com Molly enquanto ela sofria com sua morte falsa era errada, não seria ela que ia dizer, não sem dizer muita coisa que estava guardando desde que viu Molly passar pela cantina. Não queria falar algo que se arrependeria mais tarde, mas Jane estava pedindo por isso.

- O que eu fiz de errado? – Jane insistiu na pergunta. – Se não foi fingir minha morte, o que eu fiz de errado?

- VOCÊ VOLTOU! – Se ela não queria falar o que não devia agora já era tarde demais. – EU ESTAVA MUITO BEM SEM VOCÊ, TINHA UM NAMORADO, UM EMPREGO EM OUTRO ESTADO, SÓ QUE VOCÊ VOLTOU PARA ACABAR COM TUDO ISSO!

- EU NÃO VOLTEI PARA ACABAR COM NADA! EU VOLTEI PARA TERMOS NOSSA VIDA DE VOLTA OU VOCÊ ACHOU MESMO QUE SERIA FELIZ COM O THOMAS?

- QUANTA MODESTIA DE SUA PARTE! – Disse indignada. – QUER DIZER QUE EU SÓ SERIA FELIZ SE FOSSE COM VOCÊ? SE VOCÊ ESTIVESSE MORTA DE VERDADE EU NUNCA MAIS SERIA FELIZ?

- Não foi isso que eu quis dizer...

- FOI EXATAMENTE ISSO QUE VOCÊ QUIS DIZER!

- QUAL O PROBLEMA DE VOCÊS DUAS? – Perguntou Phillips fazendo as duas se calarem. – Da para ouvir a discussão de vocês lá do meu escritório.

- Me desculpa senhor. – Disse Maura de cabeça baixa. Sabia que deveria ter se controlado mais diante de Jane. – Prometo que isso nunca mais vai se repetir.

- Ótimo! Não sei o que está acontecendo entre vocês duas depois de toda essa história da Jane, mas eu agradeceria que guardassem os problemas pessoais para quando estiverem fora desse departamento.

- Não se preocupe doutor Phillips, como Maura disse, não vai se repetir.

- E não vai por que eu quero me reportar a outra pessoa sobre o caso. – Jane olhou Maura com um olhar incrédulo. – Se eu continuar atualizando a detetive Rizzoli vou ter que pedir para o senhor procurar outro legista, por que eu vou deixar o caso.

Só faltava mais essa. Não estavam tendo progresso nenhum no caso e Maura ainda queria deixá-lo? Phillips soltou um suspiro vencido.

- Tudo bem. – Dessa vez Jane voltou seu olhar incrédulo para Phillips. – Você se disponibilizou a nos ajudar com esse caso, então nada mais justo. A partir desse momento você pode se reportar a agente Storm.

Maura pensou em abrir a boca e contestar a escolha do chefe de trabalhar com a amante de Jane, mas resolveu deixar como estava, não trabalhar com Jane já ajudava, pelo menos ela pensava que ajudava. Agora era se preparar para conseguir trabalhar com Molly, por que querendo ou não, nem era ela a maior vilã disso tudo, ela poderia até saber que Jane tinha uma namorada e tudo mais, mas quem resolveu ficar com ela foi a detetive, não se importando nenhum pouco com seus sentimentos.

A morena não tinha mais nem palavras para definir como estava se sentindo. Não tinha doído tanto quando Maura disse que não queria que ela tivesse voltado, por que ela estava disposta a rebater, mas depois do banho de água fria que levou, da legista não querendo mais trabalhar com ela foi quando começou assimilar tudo que tinha ouvido naquela sala. Estava acabada e depois de dizer por muitas vezes que desistiria, dessa vez era de verdade, não correria mais atrás de Maura, não trocaria uma palavra sequer que fosse com ela, seria adulta, não iria a ignorar dessa vez, caso algum dia a loira quisesse conversar com ela e colocar todos seus sentimentos para fora, mas enquanto isso ficaria em seu canto.

***

- Me chamou? – Perguntou Molly entrando ao necrotério.

Jane tinha contato a ela tudo que tinha acontecido, a agente tentou dar mais algum de seus conselhos, mas a detetive não quis ouvir, estava decidida, só chagaria perto de Maura se fosse por que a legista chegou perto dela antes.

- Eu não sei se vai ser pertinente, mas achei algo interessante.

- Por favor, Doutora Isles, qualquer coisa nesse momento está sendo de grande ajuda.

Maura fez sinal para que Molly a seguisse até a mesa de autópsia. A agente pode perceber que além do corpo Bridget que foi da mulher achada sem os braços, também tinha o corpo de Danielle a mulher que tinha sido achada sem as mãos logo em uma mesa ao lado e os braços e as mãos de Felicity que foram a mulher sem corpo que encontraram mais cedo.

- Todos esses cortes são precisos. – Disse Maura. Ela pegou um dos braços de Felicity em cima da mesa e se encaminhou até a mesa que estava o corpo de Bridget. – E todos feitos para se encaixar perfeitamente.

Molly não estava entendendo aonde Maura queria chegar com aquilo, até que ela “encaixou” o braço de Felicity no corpo de Bridget. Se costurassem nem podiam dizer que o braço não era dela.

- Isso...

A agente estava sem palavras e ficou mais ainda quando Maura pegou a mão de Danielle e “encaixou” também no braço.

- Oh meu Deus! Pelo meu tempo de FBI eu nunca me reparei com um caso desses. Estamos trabalhando com o doutor Frankenstein.

- Não... – Disse Maura sem entender por que Molly havia lhe chamado daquele jeito. Além de dormir com sua ex-namorada ainda ia ficar errando seu nome? – Sou a doutora Isles.

- Não doutora Isles. – Molly soltou um pequeno riso. – Não estou te chamando de Frankenstein, estou me referendo ao médico fictício que criou um monstro.

- Ah sim... Eu me lembro, acho que li sobre ele quando eu tinha meus seis anos.

Definitivamente Maura era exatamente como Jane havia lhe dito. Com seis anos o máximo que Molly lia era gibi da Turma da Mônico e olhe lá, preferia ficar brincando na rua com os meninos.

- Será possível que ele está tentando criar alguém através desses membros que ele vem cortando?

- Não seria possível, a partir do momento que ele matou todas as mulheres, se ele escolhesse uma para fazer toda essa troca de membros seria algo que dava para se considerar, mas com elas mortas, não vejo como.

- Acho que agora conseguimos montar um perfil mais detalhado do nosso serial killer. Doutor Frankenstein. Muito obrigada doutora Isles, definitivamente foi de uma imensa ajuda.

Maura assentiu com a cabeça. Talvez chegariam a algo depois dessa informação. Molly se despediu de Maura, pois tinha recebido uma mensagem pedindo para que ela subisse. Ao chegar ao escritório encontrou Frankie, Korsak e Jane “em cima” do computador de Frost. Parecia que ele tinha descoberto algo.

- Eu disse que ele era o assassino. – Disse Jane. – Mas vocês não quiseram acreditar em mim, pensaram que eu estava com ciúmes só por que ele namorava a Maura.

- Do que vocês estão falando? – Molly perguntou sem entender. – Encontraram nosso serial killer?

- Por enquanto temos um suspeito. – Disse Frankie. – Não podemos provar que ele matou ninguém Jane.

- Será que vocês podem me mostrar o que descobriram?

- Jane tinha uma teoria de que esse rapaz... – Frost mostrou a foto de Thomas no computador. – Thomas Baker, ex-namorado da Maura estava por trás desses assassinatos por que começou assim que ele chegou a Boston.

- Não levaram nada em consideração por que pensaram que eu estava exagerando.

- Mas o que faz vocês suspeitarem dele só agora se Jane já suspeitava?

- Esses vídeos.

Frost deu play no vídeo, onde mostrava Felicity a última vítima conversando com Thomas e minutos depois eles deixando a academia.

- Olha o horário do vídeo. – Disse Korsak. – 22 horas e 3 minutos.

- Olho esse outro vídeo agora.

Frost deu play novamente e agora no vídeo mostrou Thomas esbarrando em Danielle, ao que aparentava ele foi amável, se desculpou com a mulher, mas avançando o vídeo eles puderam ver Danielle saindo da academia e um minuto depois Thomas saiu.

- Não temos vídeo da rua? – Perguntou Molly.

- Não, sem câmeras do lado de fora da academia. – Respondeu Jane. – Pegamos ele!

- Não pegamos ninguém. – Disse Molly. – Ele coincidentemente conversou e esbarrou com as duas vítimas, mas não tem nada que ligue ele as outras duas.

- Mostra pra ela Frost. – Pediu Jane.

Então Frost lhe mostrou a tela com o facebook de Thomas, onde ele havia sido marcado em duas fotos, uma com Bridget e outra com Rebecca, ambas no hospital o agradecendo pela cirurgia.

- Temos nosso primeiro suspeito. – Disse Molly. – Sabe onde ele está agora? Precisamos falar com ele.

- Ele está trabalhando no Boston General. – Respondeu Frost.

- Eu vou com a Molly atrás dele. – Disse Jane. – Não comentem nada com a Maura por enquanto.

- Não comentar o que comigo?

Foram pegos de surpresa com a pergunta da legista. Estavam tão entretidos olhando para o computador a nova descoberta que não viram a legista entrando. Se entreolharam, já imaginando que demorariam para dizer alguma coisa a ela ou omitiriam algo ela olhou para o computador de Frost e se deparou com a foto de Thomas.

- Por que vocês estão vendo uma foto do Tom? – Maura perguntou com um pouco de irritação, já tinham pesquisado sobre a vida toda de Thomas por causa de Jane, o que mais queriam saber? – Não cansam de pesquisar sobre a vida dele não? Sabem até as notas que ele tirava na escola.

Se entreolharam novamente. Jane não queria abrir a boca para começar uma nova discussão, mas alguém teria que contar a verdade para ela e por mais que estivesse com raiva da legista pela briga de mais cedo sabia que a loira não merecia passar por aquilo, já teve namorados problemáticos demais.

- Ele é suspeito do assassinato das mulheres. – Disse Jane. – Sinto muito Maura.

A legista soltou um riso de indignação.

- Você não gosta mesmo do Tom não é verdade? Está até o acusando de assassinato agora.

- Não é ela que está o acusando. – Disse Frost. – São as evidências.

- Thomas conhece a Rebecca e a Bridget e teve contato com Daniella e Felicity na academia no mesmo dia que elas foram mortas. – Explicou Korsak.

- Impossível! – Disse Maura ainda indignada com tal acusação. - Ele estava comigo quando Rebecca foi morta.

- Tem certeza Maura? – Perguntou Frankie. – Não foi no mesmo dia que Jane foi a sua casa? Ele ficou o tempo todo com você?

- Fi... – Maura fez uma pausa, na realidade a verdade era outra. – Não... Eu disse para ele que queria ficar sozinha, então eu só o vi no outro dia de manhã. Mas isso não significa que ele seja um assassino.

- Por isso eu e a Molly vamos atrás dele, ver se ele tem um álibi para a noite dos assassinatos, não vamos prendê-lo Maura, não temos provas.

- Você não vai para lugar nenhum. – Jane se espantou com o tom autoritário de Maura, tinha virado sua chefe e não sabia agora? - Se você me permitir agente Storm eu gostaria de ir com você.

- Não vejo problema nenhum nisso.

- Mas eu vejo. – Respondeu Jane. – Ela tinha um relacionamento com Thomas.

- Por isso acho uma ótima ideia a doutora Isles ir comigo por que vai me dizer caso ele esteja mentindo, não vai?

- Com toda certeza, mas de algo eu asseguro, vocês estão todos errados sobre o Tom.

Não seria fácil colocar mais um em sua lista de namorados problemáticos, então Maura procurava pensar que todos estavam equivocados e que tinham cometido um grande erro ao colocaram Thomas como suspeito. O conhecia por dois anos, não era possível ter se enganado com ele tanto assim, tudo bem que tirando os três anos que tinha ficado longe de Jane foram sete anos pensando que a conhecia, pensando que ela jamais a machucaria novamente, que elas se amavam e que seriam um casal feliz, pensou em felicidade cedo demais e também cometeu um erro pensando que conhecia Jane e tinha conhecimentos dos seus sentimentos, por que depois de Molly, ela não tinha certeza de mais nada.

Foram o caminho inteiro do departamento até o hospital em silêncio. Molly até tentou puxar assunto algumas vezes, mas Maura era curta nas respostas, típica de alguém que não queria conversar, então Molly respeitou sua vontade de ficar em silêncio, mas também não era para menos Maura não querer conversar com ninguém, tinha que se preocupar com todo mundo acusando seu ex-namorado de ser o serial killer, o doutor Frankenstein e claro que Jane nunca foi de ficar comentando a vida amorosa da ex-namorada, mas a única coisa que disse era que Maura nunca teve namorados modelos.

- Ele disse que está no quinto andar, que está me esperando lá.

Maura informou assim que entraram no hospital, mandou uma mensagem para Thomas dizendo que precisava falar com ele. Se encaminharam até o elevador e assim que ele chegou ao térreo entraram.

- Você não disse por que queria falar com ele? – Perguntou Molly.

- Não quis assustá-lo, por que não é todo dia que você tem a policia de Boston e o FBI te acusando de assassinato.

- É nosso trabalho interrogar todos os suspeitos Maura.

Agora estava se achando tão intima com dois dias de trabalho juntas que estava já lhe chamando de Maura? Só por que foi dito que Jane tinha falado muito nela não significava que tinham se tornado íntimas. Poderia ser só birra por saber que era com ela que Jane dormia enquanto ela sofria com sua morte, mas não gostou da agente lhe chamando pelo seu nome. Na verdade não queria Molly lhe chamando de nada, mas como tinham sido designadas a trabalharem juntas teria que ser a mais profissional possível e tratá-la como todo respeito, mas nunca passou pela sua cabeça a chamá-la pelo primeiro nome.

Torcia para que o elevador chegasse logo ao andar, por que senão seria obrigada a corrigir Molly, mas como os astros não estavam a seu favor, quando o elevador estava chegando ao quinto andar ouviram um barulho de uma engatada, as luzes se apagaram e o elevador parou. Era só o que faltava, agora ficaria presa em um elevador com Molly. Definitivamente, desde o dia passado, as coisas não estavam correndo muito bem e era melhor nem reclamar, por que tudo podia piorar.


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