Rizzoli And Isles - Don't Leave Me escrita por Bruna Cezario


Capítulo 18
Capítulo 18 - Eu que não amo você


Notas iniciais do capítulo

Segundo maior capítulo de toda minha vida no mundo das fics. Vocês já falaram que gostam, então... Mas preciso maneiras, as vezes me empolgo com as ideias.

A ideia do título do capítulo veio dessa música aqui que eu estava ouvindo quando comecei a escrever o capítulo e nunca mais saiu da minha cabeça u.u

www.youtube.com/watch?v=_VSGm3Uv4Qc

Acredito que não tenha nada a ver com o capítulo não, sei la, é só o título mesmo e eu amo essa música, enfim...

Ótima leitura!



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Á noite quando foi criada tinha como total objetivo das pessoas deitarem em suas camas, fecharem os olhos e dormirem, mas com o passar do tempo ás pessoas foram percebendo que a noite era bem mais que só dormir, que a noite servia para muitas outras coisas como pensar na vida por exemplo.

Tinham se beijado, depois de três longos anos finalmente puderam sentir novamente o gosto uma dos lábios da outra. Jane em seu apartamento, deitada em sua cama não conseguia pregar os olhos por que ficava lembrando do beijo e não deixava de conter um sorriso bobo no rosto, fechava os olhos e passava os dedos nos lábios relembrando a cena. Suas forças tinham sido renovadas, sabia que ainda tinha chance com Maura, que ainda não tinha a perdido, caso contrário o beijo teria sido completamente diferente, se é que ia ter acontecido o beijo.

Em sua casa Maura também relembrava do beijo e como ele definitivamente não deveria ter acontecido, deveria ter lutado contra seus sentimentos, contra sua vontade e não ter correspondido ao beijo de Jane e muito menos tê-la beijado depois. Era errado com Thomas e ele não merecia ser magoado.


Poderia passar a noite inteira, só naquele beijo, mas não podia. Veio Thomas em sua mente e o quanto estava agindo errado com ele. Empurrou Jane para que parassem o beijo, a detetive nada disse a ela, ainda estava em êxtase por causa do beijo e não conseguia formular uma frase que fosse para que Maura não fosse embora, para que continuassem aquele beijo, mas quando finalmente acordou do transe e pensou em dizer alguma coisa Maura já tinha virado as costas pronta para ir embora.


– Só não esquece que eu te amo, por favor.


Foi a única coisa que Jane conseguiu dizer. Maura de costas já prestes a atravessar a rua ao ouvir aquela voz rouca, imaginou um olhar de suplica junto, que era realmente o olhar que Jane estava fazendo. Conhecia tão bem a ex-namorada que sabia juntar a entonação de sua voz com sua expressão. Parou, desistiu de atravessar a rua, virou para olhar Jane e pôde ver que estava certa sobre o olhar de suplica, correu até a morena e a beijou.

Se as coisas fossem tão simples como queremos, após aquele beijo Maura poderia ter dito que também a amava, que perdoava Jane por fingir que estava morta e que poderiam continuar da onde tinha parado ou recomeçar, não importava, contanto que estivesse com Jane. Mas nem tudo é tão simples assim e os sentimentos de Maura pela volta de Jane eram confusos, por mais que ela quisesse ficar com a morena, por mais que ela quisesse beijá-la, ficar junto dela, ainda estava magoada pelo fato de Jane ter mentindo para ela durante esses três anos. Poderia até entender que foi preciso a detetive fazer aquilo para a segurança não só dela como das pessoas que ela amava também, mas não queria entender, em sua cabeça Jane poderia ter contado para ela, pelo menos ter mandado uma mensagem de “estou viva, nos vemos em breve”, ter dito alguma coisa que fizesse com que ela soubesse que sua namorada estava viva para que ela não tivesse que ficar sofrendo por isso, mas não, Jane tinha resolvido cumprir sua promessa da pior maneira possível, fingindo que não cumpriu.


– Adeus Jane.


Foi o que Maura disse após terminar de beijar Jane e dessa vez dando as costas para a detetive e atravessando a rua para ir embora sem olhar para trás.

Jane ficou por um bom tempo parada na frente do Dirty Robber tentando assimilar o que tinha acabado de acontecer ali. Não tinha só beijado Maura como também tinha sido beijada? O coração da ex-namorada estava voltando a se abrir para ela? Começou a ter uma ponta de esperança e era com essa ponta de esperança que iria para casa dormir e que ia fazer com que ela começasse bem o seu dia. Ia ter Maura de volta, por que sabia que mesmo com toda a raiva que a ex-namorada poderia estar sentindo por causa de sua mentira, sentia que dentro daquele coração ainda estava intacto o amor que a legista sentia por ela, só era fazer com que ele surgisse.

Maura queria entender, mas não conseguia, a dois minutos tinha tanta raiva de Jane pela mentira, mas só foi ela contar uma simples história que teve vontade de chorar, teve vontade de bater nela, mas depois que essa vontade passou, quando era para ter dito que mesmo depois da história ainda tinha muita coisa a ser resolvida, que não era só o amor que Jane sentia que ia consertar as coisas ela simplesmente é surpreendida com um beijo e ainda corresponde. Não deveria ter correspondido, era errado e ela deveria ter empurrado Jane, aproveitando o surto de raiva de segundos atrás ter dado um tapa na cara dela e mandando ela nunca mais fazer aquilo, mas não, correspondeu e o pior, ao invés de ter embora quando tinha tomado consciência de que aquele beijo não deveria ter acontecido ela simplesmente para no meio do caminho e beija Jane. Qual o problema dela? Thomas era um rapaz tão bom, não merecia o que ela estava fazendo, mas a verdade era que a própria Maura não fazia ideia do que estava fazendo desde a noite que Jane bateu na porta de sua casa.

Chegou em casa e encontrou Thomas na cozinha. Ele era um ótimo namorado, fazia de tudo para vê-la feliz, lhe deu conselhos e disse que a dor da perda da Jane cada dia ia ficar menor, mas que não era errado lembrar dela. Ele, o namorado dizendo que não fazia mal se lembrar da ex-namorada morta, pelo menos que ele pensou que estava morta. Não podia mentir sobre a noite, como também não podia omitir, Thomas merecia saber o que tinha acontecido a noite.


– Oi amor! – O médico disse com um sorriso ao ver a namorada atrás de si. – Pensei em preparar outra coisa, mas como cheguei agora e não sabia o nível da sua fome eu estou fazendo macarrão, espero que não tenha problema.

– A Jane me beijou. – O sorriso que estava no rosto de Thomas desapareceu. – E depois eu a beijei. – O escorredor de macarrão que estava na mão de Thomas foi colocado de volta na pia. – Eu só tinha ido para conversar com ela, queria saber o que tanto ela tinha para me dizer... Eu juro, não era minha intenção acontecer nenhum dos dois beijos e...


Nunca tinha brigado com Thomas, namoravam a um pouco mais de um ano e eles nunca haviam brigado. Não sabia como era o namorado bravo, se ele começaria a gritar com ela, se sentariam para ela explicar, não sabia como que seria, mas estava esperando pela parte que ele gritava com ela, mas não, Thomas mesmo antes de esperar que ela terminasse de falar jogou o pano de prato que tinha em cima do ombro no balcão, jogou um olhar de indignação para Maura e saiu balançando a cabeça em negativo desacreditado do que tinha acabado de ouvir. Sabia que Jane era e talvez sempre seria o grande amor na vida de Maura, mas não se preocupava com isso por que achava que ela estava morta, mas depois que ela voltou sabia que elas conversariam e poderiam até se entender, mas esperava um pouco mais de consideração, por que no final das contas foi ele que esteve ao lado dela durante esses dois anos que Jane estava se fingindo de morta.

Queria apagar a noite de sua mente, queria que aquele beijo nunca tivesse acontecido, queria nunca ter magoado o Thomas, mas por mais que quisesse já estava feito e não poderia ser apagado e por mais que quisesse também não ia conseguir pregar o olho a noite lembrando do beijo, por que sabia que por mais que quisesse não sentir falta de Jane e pensasse que já tinha se acostumada com sua ausência a verdade era outra.

Na manhã seguinte Jane acordou com um bom humor que não tinha fazia três anos, estava ansiosa para ver Maura, para saber como ficariam, sabia que não voltariam a ser um casal da noite para o dia, mas pelo menos estava ansiosa para saber o passo que tinham dado, precisava ver Maura, precisava falar com ela. Tomou banho, se vestiu e foi até a cozinha onde sua mãe estava preparando o café da manhã, estranhou ver Angela ali, não tinha passado a noite em casa e sabia que a mãe não tinha passado a noite em casa por que estavam dividindo a mesma cama.


– Posso saber onde a senhora passou a noite senhora Rizzoli?


Angela estranhou e muito e bom humor matinal da filha e o sorriso que ela estava carregando no rosto, nem antes de fingir que estava morta Jane tinha aquele bom humor todo, a não ser depois que começou a namorar a Maura.


– Jane o que aconteceu na conversa entre você a Maura? – Jane encarou a mãe surpresa. Como sabia que tinha acontecido alguma coisa? Para disfarçar pegou uma torrada que Angela estava preparando e deu uma mordida e apontou para boca como se dissesse que não podia responder por que estava com a boca cheia. – Jane Clementine Rizzoli!

– Nós nos beijamos. Satisfeita?


Angela queria demonstrar toda sua alegria ao ouvir aquilo, mas precisava ser uma mãe sensata e não aceitar esse tipo de comportamento quando se tem uma terceira pessoa envolvida.


– Eu não acredito que você fez isso Jane! A Maura tem namorado.

– Eu não fiz sozinha, ta bom? Ela correspondeu e depois me beijou. E a culpa não é minha que ele está namorando a minha namorada.

– Eu quero, de verdade, que você e a Maura se acertem, mas não quero vocês magoando o Thomas, ele é um bom rapaz.

– Eu não gosto dele e não faço a mínima ideia do que a Maura viu nele.

– Se o conhecesse melhor saberia.


Jane fez careta. Não queria conhecer Thomas melhor e não estava nenhum pouco feliz dele conhecer a Maura melhor e vice-versa. Mas sabia que não tinha o direito de ficar brava, Maura achava que ela estava morta e era mais do que normal ela querer construir uma vida com outra pessoa, mas isso era antes dela voltar e Maura tê-la beijado.

Seu celular tocou.


– Rizzoli. -... – Já estou indo. – Desligou o celular. – Nos vemos depois no trabalho Ma para você me dizer onde passou a noite. – Deu um beijo no rosto da mãe. – Tenha um bom dia!


Angela estava adorando ter sua filha de volta, ainda mais com todo esse bom humor, onde tinha ganhado um beijo sem ter que pedir e não fosse data comemorativa? Esperava, de verdade, que sua filha e Maura se acertassem, por que não queria ver aquele olhar triste de Jane quando ela disse que tinha visto Maura e descobriu que ela tinha um namorado. Merecia a felicidade depois dos três anos que passou longe de tudo e de todos.

Jane chegou a cena do crime e ficou feliz pelas pessoas não estarem mais olhando para ela como se tivessem visto um fantasma, ou tinham levado uma bronca por ficarem encarando a detetive ou já tinham se acostumado com a ideia de que ela não tinha morrido. Encontrou Korsak conversando com uma possível testemunha, ele até a cumprimentou e ela até podia estar de bom humor, mas não cumprimentou de volta, ainda tinha raiva.


– Me diz que você tem uma explicação para isso...


A morena perguntou a Frost ao se aproximar do corpo e encontrar uma mulher branca de aproximadamente 35 anos, pode ter uma base da idade por que dessa vez estava com a cabeça, a mulher estava sem os braços, mas só sem os braços, as mãos tinham deixado.


– No momento nenhuma. – Respondeu Frost. – Será que estamos lhe dando com um novo serial killer?


Essa pergunta só Maura poderia responder se dissesse que a mulher tinha sido morta pela mesma pessoa da vitima anterior. E por pensar em Maura só foi Jane passar o olhar pelo local da cena do crime a procurando que a encontrou passando por debaixo da fita amarela, mandou um sorriso quando seus olhos se encontraram e dessa vez foi correspondido, com um meio sorriso, mas foi. A legista desejou um “bom dia” coletivo e se aproximou do corpo. Também ficou confusa por dessa vez encontrar a mulher com a cabeça, mas dessa vez sem os braços e por só terem levado os braços, deixado as mãos. Se agachou para ver de mais perto o corpo, deu sua examinada básica, passou a maioria das informações que eles já desconfiavam e disse que só saberia a causa da morte com a autópsia. Autorizou a remoção do corpo e se levantou com o intuito de ir embora, mas como foi ingênua em pensar que passaria por Jane e ela não faria nada, assim que se levantou e foi passar pela detetive para ir embora Jane a segurou pelas pontas dos dedos e foi quase uma obrigação Maura olhá-la. Encontrou Jane com um dos sorrisos mais lindos que ela já tinha visto na vida, seu pensamento passou por lembranças de quando já tinha visto aquele sorriso e a maioria para não dizer todas foram quando elas estavam juntas. Soltou seus dedos da mão de Jane e foi embora deixando a detetive sem entender absolutamente nada. Maura corresponde o beijo, depois a beija e finge que nada aconteceu? Mal lembrava que era só a vida repetindo a história.

Chegou ao departamento e já tinha o pensamento em ir até a sala de autópsia e conversar com Maura, precisava entender o que se passava na cabeça da legista, mas ao passar em frente a cantina viu Angela fazendo sinal para que ela fosse até lá. Bufou. Era bom ser rápido o que sua mãe queria.


– Cadê aquele bom humor de hoje cedo?

– Fala logo o que você quer Ma.

– Eu não quero nada... – Angela fez sinal com a cabeça mostrando quem estava sentada a algumas mesas a frente. – Ela que quer.


Jane pensou que estava vendo coisas. Depois de Maura pensou que a pessoa naquela mesa seria a última que ia querer vê-la.


– Constance? – Jane se aproximou da mesa onde se encontrava a ex-sogra. – Tem certeza que é comigo que você quer falar?

– Você é a única pessoa que eu conheço que se fingiu de morta e destruiu o coração da minha filha, então acho que é com você mesmo.

– Olha... Eu posso explicar Constance. Sei que você tem todo o direito de me odiar, assim como Maura tem também, por que eu magoei a sua filha, fingi que estava morta, a fiz sofrer, mas...

– Sua mãe e Maura já me contaram toda a história. – Constance a interrompeu. – Ontem de madrugada Maura me ligou dizendo que você estava viva, que vocês se beijaram e Thomas não passou a noite em casa por que ela contou do beijo para ele.

– Ela te contou sobre o beijo? – Constance fez um afirmativo com a cabeça. – Então por que ela está fingindo que nada aconteceu?

– Por que ela se importa com o Thomas e não quer vê-lo magoado.

– Ela ama esse Thomas?

– Thomas é perfeito. – Claro que a ex-sogra ia ser a favor do novo namorado da filha. – Ele é educado, tem uma boa criação, é financeiramente estável, não me manda mensagens sobre intimidade dele e de Maura e é um grande cirurgião em Los Angeles. Tirando que ele é o melhor namorado que eu já conheci da Maura. – Jane começou a apertar as cicatrizes da mão ao ouvir Constance dizendo tudo aquilo, estava inquieta e não podia nem rebater, não conhecia o rapaz, só não ia com a cara dele por que ele era namorado de Maura. – Mas ela não aceitou o pedido de casamento dele por que ele não é você. – Ao ouvir aquilo Jane parou de mexer nas cicatrizes e parou de olhar para a mão e voltou sua atenção para a Constance. – Ela pode até gostar dele por que ele esteve com ela no momento da vida em que pensou que te perdeu, mas amá-lo...? – Constance fez um negativo com a cabeça. – Ela não tem aquele brilho no olhar de quando estava com você. Até ia preferir ele a você pela boa educação que ele tem caso ele fizesse os olhos da minha filha brilhar como você costumava fazer.

– Essa é sua forma de dizer que quer que eu corra atrás da Maura? – Jane perguntou com um sorriso. – Veio até Boston só para me dizer isso?

– Não seja boba Jane, eu vim para Boston para ver se minha filha estava em sã consciência, por que para dizer que você estava viva... – Jane encarou Constance com o olhar descrente. – Só quero que Maura seja feliz e como infelizmente a felicidade dela é com você ao invés de um cirurgião geral renomeado o que eu posso fazer?


Cirurgião geral renomeado? A primeira vez que Constance tinha dito a palavra “cirurgião” não tinha causado nenhum efeito em Jane, mas quando disse pela segunda vez fez com que se lembrasse do caso.


– Espero que a felicidade dela ainda seja comigo. – Disse com um meio sorriso. – Obrigada Constance, mas eu tenho que subir por que acho que temos um problema.


Jane ia saindo, mas Constance segurou em sua mão.


– Fico feliz que esteja viva.


A detetive mandou um sorriso para a ex-sogra e deixou a cantina.


– Acha que estamos fazendo certo de nos intrometer? – Perguntou Angela que se aproximou de Constance assim que viu Jane deixando a cantina.

– Você tem três filhos e já tem um neto... Então não venha dizer que isso não é certo por que eu quero ver meus netos e Maura é minha única filha, só teria netos por parte dela e ela só falava em filhos quando estava com a Jane.

– E você acha que eu também não quero netos por parte da Jane?


Depois que Jane “morreu” e mesmo que Constance tivesse se distanciado de Maura por que não sabia como ajudá-la a superar a morte da namorada ela e Angela se aproximaram mais, por que mesmo não estando com a filha ela ligava para Angela para saber como Maura estava. Se Jane soubesse que sua morte falsa traria tal amizade ai que teria sido contra se fingir de morta mesmo. Angela e Constance juntas tentando reatar as duas eram cenas para se aguardar.


– O que você sabe sobre esse namorado da Maura? – Jane perguntou a Frost assim que entrou no escritório. Ele a encarou surpreso com a pergunta, mesmo sabendo que uma hora ou outra ela ia querer saber. – Me diga o que você pesquisou sobre ele.

– Eu não pesquisei nada sobre ele. – Respondeu Frost. – Por que pesquisaria?

– Por que é estranho Maura aparecer com um namorado e vocês não quererem saber nada sobre ele. Que tipo de detetive vocês são?

– Do tipo que pega bandidos, não que ficam mexendo na vida dos outros. – Jane cruzou os braços e o encarou com a cara fechada. – Eu não pesquisei sobre você quando Maura começou a te namorar.


Jane soltou um riso sarcástico. Muito engraçado da parte dele.


– Quero a ficha completa dele.

– Jane estamos no meio de dois assassinatos, se o chefe me ver pesquisando sobre a vida do namorado da Maura só por que você não gosta dele vou ter problemas.

– E se eu te falar que ele pode estar ligado aos casos?

– Como assim? – Frost perguntou realmente curioso. – O que você descobriu.

– Ainda nada, mas você não acha estranho esses assassinatos terem começado após ele pisar em Boston? No mesmo dia que ele apareceu a noite a primeira vitima foi morta.

– Você está dizendo que o namorado da Maura é o assassino? – Jane fez um afirmativo com a cabeça. – Só por que ele pisou em Boston no mesmo dia que a primeira vitima foi morta, assim como a Maura, você e mais centenas de pessoas que pisam em Boston todo santo dia?

– Mas eu não sou cirurgiã e...


Óbvio que Jane percebeu que sua desconfiança com Thomas era só por que ele era namorado de Maura, por que se fosse pensar com clareza, Maura também poderia ter matado as vitimas por que ela sabia fazer cortes precisos e como ela sabia que Maura não era capaz de matar ninguém...


– Só puxa a ficha dele para mim. – Disse Jane se encaminhando para sua mesa. – E rápido!

– Ele é bonitão Jane. – Disse Frost só para provocar. Já estava com a tela aberta procurando sobre a vida de Thomas assim que Jane pediu. – Maura sabe escolher.

– Eu não acredito que Maura está na cidade a dois dias, de namorado novo e vocês não tinham visto nem a cara dele? – Perguntou indignada. – E se ele for mesmo esse serial killer?

– Não sabemos se é um serial killer.

– Acho que podemos dizer que sim. – Disse Frankie. – As vitimas não tem parentesco, mas provavelmente deveriam se conhecer. – Frankie virou a tela do computador para que Jane e Frost pudessem ver o que ele estava vendo. – Elas frequentavam a mesma academia.

– E essa academia provavelmente devem ir médicos. – Disse Frost. – Que tal darmos uma checada? – Disse se levantando e pegando seu terno na parte de trás da cadeira. – Vamos Jane?

– Vão vocês dois, vou ficar para o resultado da autópsia.

– Ou vai ficar bisbilhotando a vida do Thomas? – Perguntou Frost. – Acredito que se Maura souber disso não vai gostar nenhum pouco.

– Estou fazendo isso para o bem dela. – Jane levantou de sua mesa. – Vocês sabem como Maura não sabe escolher namorados.


Frost e Frankie fizeram um afirmativo com a cabeça concordando com Jane e segurando para não rir da ironia que aquela frase tinha. Maura poderia ter arrumado os piores namorados do mundo, mas nesse momento Jane também era taxada assim por que tinha se fingido de morta. Se despediram para não fazer tal comentário e Jane se sentou na mesa de Frost para saber os mínimos detalhes da vida de Thomas.


***


Chegaram a academia e passaram o olhar pelo local, mas por costume mesmo, por que sabiam que só olhando não ia aparecer o assassino, se é que o assassino se encontrava mesmo na academia.


– Com licença. – Disse Frost mostrando o distintivo para o rapaz que ficava no balcão. – Eu sou do detetive Frost e esse é o detetive Rizzoli, somos da Policia de Boston. Gostaríamos de saber se você conhece essas duas moças.


Fankie mostrou a foto das duas mulheres que foram encontradas mortas nos dois últimos dias.


– Claro! Rebecca e Bridget. São da turma de dança das 21 ás 22 horas.

– Sabe se elas eram amigas ou só frequentavam a mesma aula de dança por coincidência? – Perguntou Frankie.

– Nunca as vi conversando não, acredito que só faziam a aula juntas mesmo. Por quê? Aconteceu alguma coisa?

– As duas foram encontradas mortas. – Respondeu Frost. – E a única ligação que encontramos das duas foram essa academia.

– Meu Deus! – O homem disse abismado. – Tem certeza que são as duas? – Frost e Frankie fizeram um afirmativo com a cabeça. – Nossa...

– Tem muitos médicos que frequentam essa academia? – Perguntou Frankie. – Por que nosso maior suspeito é um médico.

– Desculpa, mas a profissão de todos que frequentam essa academia eu não se informar.

– Mas tem no formulário de cadastro da academia? – Perguntou Frost. – Se puder nos passar o nome de todos os seus clientes que são cadastrados como médicos...

– Mas vocês acham mesmo que foi alguém dessa academia que matou as duas?

– Pelo horário da morte elas só podem ter sido mortas aqui por perto e nossa única referencia é sua academia.

– Vou puxar os médicos pelo cadastro, só um minuto.


Enquanto o rapaz imprimia o cadastro com a ficha de todos os médicos que frequentavam a academia, Frost voltou a passar o olhar pela academia e se surpreendeu em quem viu no equipamento de musculação.


– Frankie, aquele não é o Thomas?


Frankie olhou em direção da onde Frost apontava e o rapaz que trabalhava na academia não deixou de olhar também para ver a quem eles se referiam.


– Vocês o conhecem? – O rapaz perguntou. – Estou um pouco preocupado com ele, veio ontem a noite aparentemente muito irritado, ficou mais de uma hora batendo no saco de pancadas e hoje chegou e foi logo para os aparelhos de musculação.

– Sabe por volta de que horas ele saiu? – Perguntou Frankie.

– Por volta das 22 horas se não me engano, assim que acabou a aula de dança.


Frost e Frankie se entreolharam. Talvez fosse só coincidência.


– Ele veio aqui na terça-feira também? – Frost perguntou.

– Até o fim da tarde não. De terça e quinta eu fico com o turno da manhã, então não sei nem informar. – O rapaz tirou um papel da impressora e entregou para Frost. – Aqui estão todos os clientes cadastrados como médicos.

– Muito obrigado. – Frost agradeceu. – Se lembrar de alguma coisa envolvendo as duas, por favor, nos ligue. – Frost entregou um cartão para o rapaz.

– Pode deixar.


Agradeceram mais uma vez o rapaz, olharam por mais alguns segundos Thomas fazendo musculação e deixaram a academia.


– Você acha que Jane está certa sobre o Thomas? – Frost perguntou.

– Sinceramente eu espero que não. – Respondeu Frankie.


Não podiam negar que o instinto de Jane para assassinos era ótimo, mas não poderiam sair acusado alguém só por que era médico e foi a academia dois dias seguidos e em um dia foi quando a última vitima foi morta.


***


Cansada de vasculhar a vida de Thomas e por ainda não ter notícias de Frankie e Frost resolveu ir até o necrotério, pela hora já era para Maura ter terminado a autópsia, mas como não recebeu nenhuma mensagem resolveu ir conferir ela mesmo se a legista já havia terminado e se a luz vermelha estivesse acesa avisando que ela não podia entrar, não ia pensar duas vezes antes de quebrar acidentalmente aquela luz.

Entrou no necrotério e não encontrou Maura com o corpo, então se encaminhou até o escritório da loira.


– Oi Tom, sou eu de novo. – Maura falava ao celular. – Quando pegar essa mensagem, por favor, me ligue, estou preocupada com você.


Só com aquela pequena mensagem Jane pode perceber o quanto Thomas era importante para Maura, não sabia se era ao ponto de estar completamente apaixonada por ele, por o amar tanto e estar sofrendo com o “desaparecimento” do namorado, mas pode sentir que ela se importava e que não sabia mais o que fazer para que Thomas retornasse suas ligações. Pensou em ir embora e voltar mais tarde, por que a cara da legista não era uma das melhores, mas não conseguiu, seu coração pedia para ficar, era a Maura que estava ali, a vontade que tinha era de lhe dar um abraço, mas nem isso podia fazer, por que querendo ou não ela era a causadora. Quando pensou em virar as costas para ir embora foi percebida pela legista.


– O que foi Jane? – Perguntou ríspida. E Jane pensando que já tinha passado daquela fase.

– Só vim ver se você tem algum resultado da autópsia.

– Tem quase uma hora que mandei mensagem para o Frankie, mas ele não veio aqui.

– Foi com o Frost atrás de uma pista.


Maura se levantou da sua mesa, saiu da sala e se encaminhou até o corpo que ainda estava em cima da mesa de autópsia.


– Foi morta da mesma forma que a Rebecca. Injeção letal e depois da morte teve dos braços cortados.

– Pode se dizer que foi a mesma pessoa que fez isso com as duas?

– Dada a semelhança nos cortes, acredito que sim. Você nunca viu nada parecido?

– Não. Só queria entender por que ele está cortando as partes do corpo dessas mulheres.

– Vocês vão descobrir.


Ficaram em silêncio por alguns instantes até que Jane resolveu quebrá-lo.


– O que você viu nele? – Maura a encarou sem entender. – Só por que ele é nerd que nem você e não tem uma nota vermelha em toda sua vida acadêmica?

– Eu não acredito que você foi pesquisar sobre o Thomas. – Maura disse indignada. – Ele é um ótimo namorado.

– E eu não era uma ótima namorada?

– Você fingiu que estava morta.

– Mas eu já contei minha história, já pedi desculpas, você quer que eu faça mais o que? Você sabe que eu não posso voltar ao passado e fazer uma escolha diferente.


Maura teve que concordar. Não era possível mesmo Jane voltar ao passado e arrumar toda aquela bagunça que ela tinha feito.


– Por que você me beijou? – Jane perguntou.

– Por que você me beijou?

– Eu perguntei primeiro.

– Aquele beijo foi um erro. – Maura respondeu. – Jamais deveria ter acontecido.

– Ninguém beija e nem corresponde um beijo de alguém por um erro. Você me disse isso uma vez, se lembra?

– Mas agora é diferente. Eu tenho namorado e gosto dele.

– Gosta? Mas você o ama Maura?


Por sorte foi cortada de ter que responder aquela pergunta por que seu celular começou a tocar, ela se encaminhou até o escritório e atendeu.


– Tom? - ... – Ah... Oi mãe. -...- Daqui uma hora te encontro no restaurante então. - ... – Okay, bye. – Desligou o celular. A Jane. – Já passei todas as informações sobre a autópsia, você já pode ir. Com licença. – E fechou a porta do escritório.


Parecia que o beijo não havia significado nada e se significou Maura estava fazendo de tudo para que não se tornasse relevante, pelo menos era o que Jane pensava. Suas esperanças e a confiança que tinha quando foi dormir e que ainda tinha quando acordou já estavam diminuindo.


***


O almoço com Constance havia sido em total silêncio, tudo bem, para não dizer em total silêncio algumas palavras foram trocadas, mas nada que fizesse com que Constance entendesse o que se passava na cabeça da filha, como ela estava se sentindo com a volta da Jane, era tudo uma incógnita. Com o fim do almoço a mãe foi obrigada a fazer as perguntas que adiou o almoço inteiro com a esperança da loira dizer alguma coisa.


– Como vai ficar sua relação com a Jane? Ela pode sim ter se fingido de morta por três anos, mas ela foi parte da sua vida, conviveu com você por sete anos.

– Eu não sei como vamos ser daqui para frente, eu ainda estou tentando entender toda a história que ela me contou, estou tentando entender por que ela não me contou que não estava morta.

– Eu sei que ela te machucou com essa mentira, que você sofreu pensando que ela estava morta, mas ela está viva Maura, quer te reconquistar e você não consegue esconder, você ainda a ama.

– Você que tem a esperança de eu ainda amá-la mamãe, por que você nunca foi com a cara do Thomas.

– Ele é um rapaz legal, mas ele não é para você filha. Maura você não o ama.

– Thomas esteve comigo no pior momento da minha vida, me entendeu, me deu conselhos. – Maura levantou da cadeira. – Não poderia ter encontrado namorado melhor. A culpa não é minha que a Jane resolveu voltar. – Tirou alguns dólares de dentro da carteira e jogou em cima da mesa. – Boa tarde mãe!


E deixou o restaurante sem nem dar chances de Constance dizer alguma coisa. A mãe respirou fundo e pegou seu celular, as coisas não podiam ficar como estavam, então ou ela resolveria de vez ou pioraria, então ela torcia para que tudo desse certo.


O dia transcorreu bem. Frost e Frankie resolveram omitir a informação de que encontraram Thomas na academia em que as mulheres assassinadas frequentavam, não poderiam sair acusando alguém de assassinato só por que frequenta a academia possesso e passa uma hora dando soco em saco de pancada, mas ficariam de olho.

O humor de Jane que no começo do dia estava maravilhoso passou a ser o mais insuportável, se juntasse todas as pessoas de mau-humor no departamento não chegaria ao nível do humor de Jane. Pegaram mais alguns depoimentos de conhecidos para ver se tinham alguma pista de quem poderia ter matado Rebecca e Bridget, mas não levaram em lugar nenhum.

Passaram o resto do dia finalizando alguns relatórios. Jane estava quase terminando o último relatório quando recebeu uma mensagem de sua mãe pedindo para que ela fosse até a cantina. Mesmo contraria, só querendo terminar o trabalho e ir para casa ela desceu, talvez fosse algo importante, mesmo sabendo que a probabilidade de ser algo importante mesmo era nula. A detetive chegou até a cantina e não encontrou sua mãe, chamou algumas vezes, mas ela não apareceu, ficou sem entender nada, mas não era de se estranhar, era sua mãe que tinha a chamado. Estava disposta a deixar a cantina quando viu Thomas sentado em uma mesa logo adiante, pensou em ignorá-lo e voltar para seu trabalho, mas o ciúmes e a raiva por ele namorar Maura era tão grande que ela teve que ir falar com ele.


– Resolveu parar de ignorá-la?


Ao verem que Jane foi falar com Thomas, as duas mães, Constance e Angela deixaram a cozinha que eram o lugar que tinham se escondido e passaram a observar o que os dois iriam conversar. O plano das duas era simples: Jane dizer seus sentimentos por Maura para um cara que ela mal conhecia e que era apaixonado por sua ex-namorada, então Thomas compreenderia completamente Jane e falaria “Desculpe por ficar no seu caminho, vá fazer Maura feliz”, então Maura apareceria, Thomas falaria para ela ser feliz com a Jane e iria embora, as duas sentariam, conversariam e voltariam a ser o casal mais lindo que já viram na vida. Tudo muito simples e sem porcentagem de dar nada errado.


– Recebi uma mensagem ameaçadora, mas acho que não era da Maura.

– Não olhe para mim. – Jane levantou os braços como se falasse que era inocente. – Não te mandei mensagem nenhuma.

– Acho que foi a Constance, acho que ela não vai muito com a minha cara. – Thomas soltou um longo suspiro. – Você poderia ter evitado tudo isso sabia? Custava dizer para a Maura que você estava viva?

– Custava. Por que era a vida dela que eu ia colocar em risco. E não venha me questionar por algo que você não sabe.

– E a Maura sabe? Ficou três anos sofrendo com a sua morte. E eu passei esses dois últimos anos a apoiando, por que a feriada da sua morte ela tentava mostrar que já tinha fechado, mas na verdade ela estava aberta e muito ainda.

– Ninguém pediu para você fazer isso. Ninguém pediu para você se envolver com a minha namorada.

– Ex-namorada! - Não queria se irritar, mas Jane o tirava do sério. - Você perdeu esse direito de ser namorada dela quando se fingiu de morta para todo mundo!

– Eu tive meus motivos e já expliquei esses motivos para a Maura. Só quero que você pare de ficar agindo que nem criança e converse com a Maura que nem homem, não fique ignorando as ligações dela.

– Queria saber como você ia ficar quando ficasse sabendo que a mulher que você ama saiu por ai beijando outra, ainda mais a mulher que ela já disse com todas as letras que é o grande amor de sua vida. Eu não estou aqui para competir com você Jane, eu sei quando estou perdendo e sei também que eu não teria nenhuma chance com a Maura caso ela soubesse que você estava viva, não sei nem se eu teria a conhecido. Eu precisava de um tempo, só isso. Eu só acho que você não merece o amor da Maura por que essa não é a primeira vez que você a faz sofrer. Se fosse eu, no seu lugar ou se alguma coisa parecida acontecesse comigo e eu soubesse que tinha o amor da Maura todo pra mim e que uma ação minha a faria sofrer eu não faria, por que o que me importaria era a felicidade dela, mas infelizmente eu não tenho o amor da Maura, você tem e eu não posso fazer nada contra isso.


Parecia que o plano tinha dado mais certo do que as duas tinham imaginado. Thomas estava mesmo dizendo que ia desistir de Maura por que Jane tinha aparecido? Que ele sabia que ela amava a detetive e ia deixar o caminho livre para elas se entenderem? Angela podia deixar a cantina e Constance as exposições e fazerem um disque cupido.

Óbvio que nem tudo era tão simples como as duas pensaram que seriam quando resolveram planejar o encontro dos dois, não imaginariam que Maura estaria ouvindo toda a conversa dos dois.


– Tom... – Ela parou em frente ao médico que já tinha levantado da mesa para ir embora.

– Eu só quero que você seja feliz Maura. – Ele ia embora quando Maura o segurou pelo braço. – Por favor, Maura...

– Você está enganado. Jane não tem o meu amor, eu não amo a Jane, eu amo você.


E aquelas palavras tinham acabado de despedaçar o coração de Jane que já não estava tão inteiro assim depois dos últimos acontecimentos e fez com que Angela e Constance percebessem que não deveriam ter se metido.


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Notas finais do capítulo

Não fiquem bravas com a Maura e não me ameacem pelas redes sociais por que eu já dispensei meus seguranças, então né...
Ah e podem culpar a Rakely de novo pelo final do capítulo por que foi ela que disse que queria ver Jane sofrendo, então...



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