Rizzoli And Isles - Don't Leave Me escrita por Bruna Cezario


Capítulo 13
Capítulo 13 - Você está vivendo um sonho?


Notas iniciais do capítulo

Queria agradecer a minha Rizzolete Rakely que deu a ideia de uma viagem delas a praia, então nada como essa praia ser no Havaí, certo? Thanks Rakely e espero que não só você como todas gostem do capítulo por que eu adorei escrevê-lo. Tão lindo nessa vida ♥

Capítulo inspirado nessa música aqui: Colbie Caillat - What Means the Most to Me: http://www.youtube.com/watch?v=KdABiL5McIc

Não consegui achar uma parte para incluir a música por que em várias cenas davam, então fiquem a vontade para escutarem no capítulo inteiro =)

Ótima leitura!



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- Eu sei que está aqui em algum lugar.

Maura estava em cima de uma pequena escada olhando na parte de cima de seu guarda-roupa.

- Tem certeza que você colocou ai? – Perguntou Angela. – Pode estar naquelas caixas que guardamos no porão.

- Achei. – Disse Maura descendo da escada com uma caixa na mão. – Eu disse que tinha escondido ali.

- Ali não é um bom esconderijo Maura. E estava escondendo de quem?

- De mim mesma. – Colocou a caixa em cima da cama. – Não conseguia olhar para esse álbum de fotos. – Sentou na cama e Angela a acompanhou.

- Agora consegue?

- Acredito que sim. – Disse com um meio sorriso abrindo a caixa. – É só o álbum do meu aniversário.

- Seu aniversário de namoro com a Jane.

- É...

Maura tirou de dentro da caixa o álbum de junto com ele saiu uma caixinha de veludo vermelha que caiu no chão. Angela imediatamente tratou de abaixar e pegar a caixinha antes que Maura pegasse, já tinha visto aquela caixinha, mas não fazia ideia que estava com Maura. A legista se recordava muito bem daquela caixinha, só não se lembrava que tinha guardado junto com o álbum. Bateu uma saudade que ela não sentia de Jane fazia tempo, lembrava de ter sentindo algo parecido quando estava na primeira semana da morte de Jane, que ela sempre acordava pensando que ia encontrar a detetive fazendo o café da manhã ou que quando acordasse ela estaria de seu lado. Já tinha algum tempo que ela tinha parado de imaginar isso, tinha conseguido se acostumar com a ausência da Jane, mas ao ver aquela caixinha teve lembranças tão boas e ao mesmo tempo tão tristes.

Angela abriu a caixinha e ao ver o que tinha dentro dela levou a mão a boca surpresa, já tinha visto o que tinha dentro, mas de novo, não imaginava que estava com Maura. Era uma linda aliança de ouro branco, com uma pequena pedra de adiamante.

- Maura... – A mãe Rizzoli fez uma pausa, ainda estava surpresa com a existência daquela aliança. – Você não me contou sobre essa aliança.

- Por que não tem o que contar. – Maura pegou a caixinha com a aliança da mão de Maura. – Ela nunca vai ser usada mesmo. – Jogou a aliança de volta para a caixa. – Vamos escolher a foto?

Sabia que Angela merecia saber a história daquela aliança, mas simplesmente não conseguia contar, assim como não conseguia ir visitar o túmulo de Jane. Mas uma coisa era verdade, aquela aliança nunca ia ser usada mesmo. Só ia ficar na lembrança o que ela representaria se Jane ainda estivesse viva.

“No outro dia quando alguém me perguntou: ‘Você está vivendo o seu sonho?’ Eu não sabia o que dizer, sinceramente tive que pensar...”

Era uma sexta-feira e no domingo completariam um ano de namoro. Um namoro de dar inveja para qualquer casal. Trabalhavam juntas e isso não era um problema por que cada uma tinha seu papel no Homicídios de Boston e juntando as duas formavam um dupla imbatível. Moravam juntas, tudo bem que isso ainda não era oficial por que nenhum dos dois lados queria ceder para saber quem ia morar na casa de quem, mas tinham uma parte do guarda-roupa uma na casa da outra e não dormiam sozinhas nenhuma noite ou Jane ia para casa de Maura passar a noite lá ou Maura ia para o apartamento de Jane passar a noite lá. Não brigavam, tinham as discussões bobas de casais que eram resolvidas depois com muitos beijos, a única briga que tiveram mesmo foi quando Maura estava indecisa sobre contar para Constance que as duas estavam juntas, que Jane tinha se arrependido no mesmo segundo de terem brigado, briga que não durou nem 12 horas. Conversavam, brincavam, se declaravam. Eram o casal perfeito, se quisessem se casar já podiam, por que tinham encontrado sua outra metade.

- Eu ainda não estou acreditando que você me tirou de Boston para me trazer para o Havaí. Eu odeio praia!

Maura ouvia aquela reclamação desde que tinha contado no aeroporto que as duas iam passar o aniversário de namoro no Havaí. E a reclamação se estendeu do aeroporto para o avião, do avião para o táxi que as levou para o hotel e da recepção do hotel até o elevador.

- Pensei que íamos comemorar nosso aniversário de namoro naquele SPA que você adora ou que você me daria de presente a final do jogo do Red Sox e depois eu te levaria para jantar, mas algo que ficasse em Boston.

Já tinha ouvido essa reclamação também. Entraram até na conversa de “O Red Sox é mais importante que eu?”, óbvio que Jane disse que não, amava Maura, mas tinha que admitir que o time havia chegado primeiro e que ela estava sofrendo por perder a grande final no domingo, sofrendo mais ainda por que tinha ganhado ingressos nas melhores cadeiras e poderia levar Maura, mas antes de conseguir contar a novidade para a namorada ela veio com a ideia de irem viajar.

Maura ouvia as reclamações de Jane torcendo para que o elevador chegasse logo no andar do quarto que tinha reservado. Não iria rebater mais nenhuma de suas reclamações, já tinha rebatido todas e mesmo assim Jane continuava a reclamar, era nessas horas que começava a se perguntar o que a levou se apaixonar por Jane, por que poderia muito bem ter encontrado outra mulher, um homem, tanto fazia, que tinha os mesmos gostos que ela, que não ligaria de passar um aniversário de namoro em uma das melhores cidades com praia que existia. Mas então lembrava que mesmo tendo encontrado a namorada mais irritante que existia, não conseguia viver sem ela por que a conhecia assim, conhecia suas manias, sabia que ela adorava irritar, mas também quando queria sabia não ser nenhum pouco irritante. Queria reclamar, que reclamasse, mas logo não teria mais o que reclamar por que teria o melhor fim de semana de sua vida.

Chegaram até o andar do quarto e Jane ainda reclamava, mas só foi Maura abrir a porta do quarto que ela se calou. Estava admirada com o tamanho do quarto, era uma suíte presidencial, com a vista direta para o mar, era totalmente decorada ao estilo dos havaianos. Jane nunca havia sonhado em passar dois segundos em um quarto daquele quanto mais três dias.

- Oh meu Deus, Maura! Esse quarto é incrível!

- Eu sei... Normalmente eles só são reservados para casais em lua de mel, mas eu dei um jeito. – Disse Maura com um sorriso orgulho. Jane lhe deu um beijo. – Gostou da cama? – Perguntou em tom malicioso.

A morena olhou em sua volta e parou para reparar na cama, era enorme, abriu um sorriso malicioso e voltou a beijar Maura.

- Temos algum tempo até a hora do jantar. – Disse Jane. – Seria um desperdício não aproveitarmos essa cama.

Maura soltou um riso e puxou Jane para si. A morena a deixava doida, assim como a loira deixava Jane doida. Podiam dizer que era assim só por que estavam no começo do relacionamento, que uma hora as coisas iriam esfriar, que enjoariam, mas não acreditavam, eram tão apaixonadas uma pela outra, mesmo que uma já tivesse a outra se desejavam tanto que seria difícil esfriar. Parecia que assim como o ar que respiravam era importante, os beijos também eram, os toques, as cariciais, os corpos colados, tudo tinha virado essencial para viveram e assim como ninguém enjoa de respirar, elas nunca iriam enjoar de se amarem.

Ás 20 horas as duas desceram para o restaurante do hotel, eram um ambiente agradável, com música ao vivo, foram recepcionadas por um garçom que colocou o típico colar havaiano nas duas e as levou até a mesa. Maura não tinha ouvido mais nenhuma reclamação desde a hora que resolveram estrear a cama, Jane estava completamente admirada pelo lugar, só não admitia, mas Maura conseguia ver em sua expressão. Estava feliz por Jane estar feliz, estava feliz por estar ali com Jane.

Pediram comidas típicas da cidade, Jane como sempre estava com receio, mas ao dar a primeira garfada na comida sentiu vontade de pedir desculpas por toda reclamação que tinha feito. Estava amando o Havaí. Pelos menos estava amando aquele hotel do Havaí.

- Onde você achou esse hotel, Maura? A comida é incrível.

- Agradeça a minha mãe. – Jane a encarou confusa. – Ela que nos deu de presente de aniversário.

- Constance está pagando por tudo isso? – Maura fez um afirmativo com a cabeça. Viu Jane pegando o celular e digitando alguma coisa, estava com um sorriso fora do normal no rosto, ao terminar de digitar colocou o celular em cima da mesa. – Já agradeci a minha sogra.

- Podia agradecer semana que vem, ela vem nos visitar.

O celular de Jane tocou indicando que tinha chegado mensagem. Pegou o celular e ao terminar de ler não aguentou e soltou uma gargalhada.

- O que é tão engraçado? – Maura perguntou confusa. – O que você mandou para minha mãe Jane?

- Nada.

- Jane...

- “Obrigada pela presente sogrinha. A cama do quarto é realmente incrível.”. – Jane leu a mensagem que tinha escrito. Maura a olhou com um olhar de desaprovação, mas estava era segurando o riso.

- Jane! Já falei para você parar de mandar essas mensagens para a minha mãe.

- Não quer nem saber o que ela respondeu?

- O que ela respondeu?

- “Prefiro acreditar que você e Maura passaram o dia dormindo assim que chegaram ao hotel e não me faça pensar o contrário, por que senão serei obrigada a retirar meu presente de aniversário e torcer para que Maura arrume alguém que tenha mais respeito por mim”. Eu tenho respeito por ela.

Maura soltou um riso, mesmo não querendo, mesmo querendo mostrar que não aprovava esse tipo de mensagem que Jane mandava para sua mãe, mas era engraçado. Adorava a relação que Jane e Constance tinham nunca sua mãe tinha se dado tão bem com um de seus namorados como se dava com Jane.

Ao terminar o jantar, Maura decidiu por fazer um passeio na praia. Claro que Jane resolveu dizer mais algumas páginas de reclamações: “Está escuro”, “ninguém vai a praia a noite”, “só tem pervertido na praia a noite”, mas ao chegar a praia as reclamações pararam, por um pedaço da praia ser praticamente propriedade do hotel a noite eles acendiam umas tochas na passarela que dava até a praia, tinham alguns quiosques que ficava aberto para quem não queria desfrutar o restaurante do hotel, mesas, cadeiras de praia e ás pessoas aproveitando a noite do Havaí.

O céu estava aberto e as estrelas davam um efeito especial para aquela noite. Jane pensou que Maura ia escolher ficar na mesa de alguns dos quiosques, ouvir música ao vivo que tinha lá também, mas de mãos dados foram se afastando até chegar bem perto da beira do mar, as ondas não chegavam a acertá-las, então Maura fez com que Jane sentasse no chão para que pudesse sentar no meio de suas pernas, encostou a cabeça no peito de Jane e ela entrelaçou os braços na cintura de Maura.

- Se passasse uma estrela cadente agora o que você pediria? – Perguntou Jane.

- Por que eu pediria algo para uma estrela cadente?

- Por que elas realizam desejos.

- Impossível. – Maura fez um negativo com a cabeça. - Estrelas cadentes não passam de meteoritos que entram na terra em uma velocidade de 250 000 km/h e se incandescem devido ao atrito. Não faz sentindo fazer um pedido para elas já que antes de você terminar de fazer seu pedido elas desintegram.

- Isso não é verdade!

- Como não Jane? Eu estudei astronomia e posso te provar que estrelas cadentes não realizam desejos.

- Como você explicar nós estarmos aqui, agora então?

- Estamos aqui devido ao nosso relacionamento que se tornou muito sério a ponto de namorarmos e termos uma data para comemorar o início do namoro.

- Não, estamos aqui devido ao pedido que eu fiz para uma estrela cadente. Pedi a ela que me deixasse completar não só um ano de namoro com você, mas como muitos anos ao seu lado, sendo sua melhor amiga, sua namorada, sendo alguém que você quisesse ter por perto. E parece que foi realizado, por isso estamos aqui.

Maura abriu um sorriso, emocionada com as palavras da morena. Mesmo sabendo que era improvável que uma estrela cadente realizasse um desejo a intenção de Jane de pedir aquilo era o que contava. Pode ter a confirmação de que sua namorada não queria passar só um ano ao seu lado, como vários e ela estava feliz por isso, por que também queria passar vários anos ao lado de Jane, para não dizer a vida inteira. Acariciou o rosto de Jane e logo em seguida lhe deu um beijo.

Quando pensou que na vida estaria assim com Maura? Não era mentira, tinha sim pedido para uma estrela cadente muitos anos com Maura e assim que fez o pedido se perguntou quando tinha se tornando tão besta apaixonada por que nem na adolescência fazia essas coisas, mas depois deu de ombros, se estava boba apaixonada por Maura que continuasse, era tão bom se sentir dessa maneira.

- Com licença. – Disse um senhor que segurava uma máquina fotográfica. – Será que eu podia tirar uma foto de vocês? Estou tirando de todos os casais é para recordação por terem passado no hotel.

Jane e Maura se entreolharam. Por que não? Abriram um sorriso e na mesma posição que estavam desde que sentaram na areia tiraram a foto. A primeira de muitas do álbum de fotos de um ano de namoro.

***

Era de manhã, já haviam tomado o café e Jane não podia mais escapar, teria que ir a praia, não que não tivesse gostado da noite anterior quando ficaram namorando na praia, mas dessa vez era diferente, Maura queria ir tomar sol, entrar no mar, fazendo com que assim tivesse as reclamações matinais.

- Por que não deixamos para ir a noite de novo? – Jane perguntou com voz manhosa. – Não tem sol, só a luz do luar, as estrelas, eu, vo...

Foi interrompida de suas reclamações quando viu uma Maura trajando um biquíni branco com estampa de fitinhas da Nossa Senhora do Bonfim. O queixo de Jane caiu alguns milímetros, poderia ter visto Maura de lingerie, mas de biquíni era a primeira vez e ela estava maravilhosa. Só que tinha um imenso problema, ela poderia estar maravilhosa, mas iria para a praia com aquele biquíni, ás pessoas ficariam olhando e isso não agradou nenhum pouco Jane.

- Cadê o resto do seu biquíni? – Perguntou Jane, não tinha ainda se recuperado da maravilhosa visão, mas era maravilhosa só para ela, não para os outros.

- Gostou? – Maura deu uma volta. – Comprei em um site que vendem biquínis brasileiros. Acredita que tinha menores?

- Menores que isso? – Jane perguntou perplexa. – Maura você não está no Brasil, então pode trocando esse biquíni.

- Não. Comprei especialmente para essa viagem. Quero saber por que você não está vestida ainda Jane.

- Eu estou vestida, diferente de você.

Maura olhou a namorada de cima a baixo. Não iria para a praia com Jane vestindo um short curto que só colocou por que Maura tinha dito que não sairia de quarto se ela insistisse em usar calça sendo que estavam no Havaí, ninguém usa calça no Havaí e também vestia uma blusa regata branca. Se não tivessem ido para lá curtir a praia não teria birra com os trajes de Jane, mas ela queria tomar um sol, queria entrar no mar, então Jane teria que usar um biquíni.

- Cadê seu biquíni Jane?

- Não trouxe nenhum. Eu já disse para você Maura, eu odeio praia.

A legista balançou a cabeça em negativo e tirou da gaveta um biquíni azul, também comprado no site brasileiro e entregou para Jane.

- Veste!

- Eu não vou vestir...

- Vai sim. – Maura a interrompeu. – Agora.

Como tinha perdido sobre usar short ao invés da calça sabia que ia perder também sobre ter que usar biquíni ou a roupa que estava.

- Vira. – Jane pediu.

- O que? – Maura perguntou sem entender.

- Eu não vou me trocar na sua frente.

- Jane eu já te vi nua.

- Você quer que eu vista isso ou não quer?

A loira deu um longo suspiro pedindo paciência e se virou. Não estava acreditando naquilo. Quando imaginou que Jane poderia estar distraída se vestindo ameaçou virar, mas ela estava prestando atenção na legista e a repreendeu.

Fazia anos que Jane não colocava um biquíni. Antes tivesse continuado sem namorada, assim não teria que passar por essas coisas. Soltou um riso mentalmente de si própria, se fosse para ficar com Maura iria até em uma praia de nudismo.

- Pronto!

Maura se virou animada, queria ver como Jane ficou no biquíni, nunca ia contar, mas tinha comprado especialmente para ela. Mas foi derrubada de sua fantasia de Jane de biquíni quando se virou e viu que a morena tinha colocado o biquíni, mas não dava para ver por que ela tinha colocado um roupão também.

- Jane!

A morena revirou os olhos e tirou o roupão. Maura abriu um sorriso, o biquíni tinha caído perfeitamente bem nela. E diferente do que Jane pensou quando viu Maura de biquíni ela não estava ligando nenhum pouco se olhariam para sua mulher, tinham mais que olhar mesmo, ia ser a mais linda da praia.

Depois de mais algumas reclamações finalmente Maura conseguiu tirar Jane do quarto e foram para a praia.

- Oi loira! – Disse um garoto. Não aparentava ter mais de 18 anos. – Hoje é seu aniversário?

- Não. – Maura respondeu sem entender a pergunta. – Por quê?

- Por que você está de parabéns.

- Garoto acho que sua mãe está te chamando. – Disse Jane que não tinha gostado nenhum pouco da cantada. – Acho que ela esqueceu de te dar a mamadeira.

Foram andando até chegaram as cadeiras de praia, mas no meio do caminho Jane foi tampando Maura com a toalha de banho por que tinha um grupo de rapazes que não paravam de olhar para ela, jogavam beijo, piscavam, assobiavam, só não se aproximaram por que queriam ter certeza de que as duas estavam juntas. Uma coisa que a morena tinha percebido é que se fosse em outras ocasiões, se só tivessem ido para a praia como amigas Maura não perderia a oportunidade de flertar com os rapazes, mas agora nem dava bola para eles, não que estivesse insegura que a qualquer momento Maura poderia a trocar por um homem, mas era bom saber que a namorada só queria saber dela.

- Se tivesse comprado um biquíni maior eles não estariam olhando.

- Claro que estariam. – Maura tirou um protetor da bolsa. – Passa nas minhas costas, por favor?

Sabia que aquilo não daria certo, mas não ia dizer não a Maura. Só foi começar a passar o protetor nas costas de Maura que voltaram os assobios. Maura achava graça de tudo aquilo, da cara emburrada de Jane passando o protetor, dos garotos completamente apaixonados por aquela cena, sabia que na idade deles tudo era motivo para ficar eufóricos.

- Pronto!

- Não faz essa cara Jane.

A loira deu um beijo na detetive que levou ao coro de “Aaaaaahhh”, “Que desperdício”. Maura riu entre o beijo e Jane fez questão de aprofundá-lo. Maura estava adorando tudo aquilo.

- Ciumenta. – Maura disse entre alguns selinhos. – Minha ciumenta.

Jane voltou a beijá-la. Poderia ser um pouco ciumenta mesmo, mas era por que sentia ciúmes de quem era importante na sua vida e Maura era de longe uma das mais importantes.

- Quer que eu passe protetor em você? – A legista perguntou em tom malicioso.

- Não, depois eu passo. – Jane não tinha entendido a intenção da legista, estava ocupada encarando a um homem que olhava para Maura. – Perdeu alguma coisa? – Homem fez um negativo com a cabeça e parou de olhar.

- Vamos para o mar?

- Não gosto de água do mar.

- Por favor, Jane. – A morena fez um negativo com a cabeça. – Se eu for sozinha os rapazes vão ficar olhando.

- Eles estão olhando do mesmo jeito. Culpa desse seu biquíni brasileiro.

- É sério Jane. – Maura levantou da cadeira e começou a puxar Jane pela mão. – Vamos entrar na água.

- Não... Da última vez que entrei no mar um caranguejo pegou o meu dedo do pé. Nunca senti tanto dor em toda minha vida.

- Prometo que vou fazer com que os caranguejos fiquem longe de você.

- O que vai fazer? Vai começar a contar como o homem descobriu que caranguejo seria um ótimo alimento?

- Na realidade isso foi descoberto...

- Vamos Maura. – Jane levantou da cadeira e pegou na mão da namorada. – Mas se eu for atacada por um caranguejo de novo...

Não podia ter escolhido pessoa mais certa para sua vida. Maura pensava com um sorriso enquanto caminhava de mão dada com Jane até o mar. Queria que todas as pessoas tivessem a sorte que ela teve em encontrar Jane, que de sua melhor amiga tornou sua namorada.

Para quem não queria nem entrar no mar Jane até que passou bastante tempo tomando banho de mar com Maura. Pareciam um casal de adolescentes. Jogavam água uma na hora, brincavam de jogar a outra na água, Jane tinha até desencanado das pessoas que olhavam para Maura e a legista pouco ligava para as pessoas que olhavam para Jane, tinham mais que olhar mesmo, ela era linda e era dela. Trocavam beijos, cariciais, brincavam, pareciam um casal na lua de mel, mas se estavam daquele jeito no primeiro ano de namoro na lua de mel fariam casais brigarem por que não serem como as duas. O casal perfeito.

Depois de tomarem banho de mar foram dar uma volta pela ilha onde ficava o hotel, almoçaram em um restaurante beira mar, passaram por alguns lugares para comprar presentes para o pessoal, tiraram mais algumas fotos para ir ao álbum de comemoração ao um ano de namoro e quando estava quase na hora do jantar voltaram para o hotel.

- Jane está tudo bem? – Maura perguntou ao ver a cara de dor da namorada enquanto vestia a roupa. – Está toda queimada do sol não é? Eu disse para você passar protetor.

- Eu lá ia saber que ia ficar ardendo desse jeito? Não estou conseguindo nem encostar em mim.

A legista soltou um riso que fez Jane fechar a cara. Pode rir da tonta que não passa protetor. Maura se encaminhou até uma gaveta e pegou um frasco.

- Tira a blusa e deita na cama. Isso aqui vai aliviar a ardência.

Sem nem brigar Jane tirou a blusa, o sutiã e deitou de bruços na cama. Sentiu Maura subindo na cama e ajoelhando na mesma com um joelho a cada lado de suas costas. Sentiu o liquido do óleo caindo em sua pele, deu um gemido de dor, não estava podendo nem com aquilo, tinha sido um sacrifício para tomar banho. Sentiu as mãos de Maura em suas costas e soltou outro gemido de dor, já tinha levado tiro, já tinha levado cortes, já tinha quebrado o nariz, mas nada se comparava a ardência por causa do sol, se queriam a chamar de mulherzinha que chamassem, era mesmo.

Aos poucos parecia que uma anestesia tinha sido dada em suas costas, só sentia a mão suave de Maura, seus dedos leves que vinham acompanhados de uma leve massagem, o gemido que antes era de dor tinha se tornado de prazer, estava deliciosa a massagem que a legista estava fazendo, ao perceber que o gemido da legista não era mais de dor Maura resolveu provocar e se aprofundou na massagem que era acompanhada por alguns beijos em suas costas, Jane já estava ficando enlouquecida, cansada das provocações de Maura, esqueceu até da dor que poderia vir sentir se fizesse aquele movimento, mas se virou fazendo com que Maura se desequilibrasse e caísse em dela.

- E a ardência? – Maura perguntou já lendo as segundas, terceiras, quartas intenções de Jane em seu olhar.

- Suas mãos são mágicas.

Maura olhou para as mãos procurando algum indicio de magia. Jane soltou um pequeno riso e a beijou.

Esqueceram o jantar, esqueceram da programação que tinha a noite no hotel, esqueceram a praia, esqueceram de tudo, só não esqueceram de uma aproveitar o corpo da outra, de se beijarem, de trocarem caricias, de se amarem.

De manhã Jane acordou mais cedo do que o combinado e lentamente para Maura não acordar levantou da cama, se colocou em um short e em uma blusa regata e foi até a cozinha do hotel, depois de quinze minutos voltou no quarto com um bolo e nele uma única velinha. Segurando o bolo em uma mão acordou Maura com vários beijos em seu rosto e pescoço. Quando viu que a namorada estava acordando e se sentando, sentou na cama ao lado dela, lhe deu um beijo nos lábios e desejou:

- Feliz um ano de namoro. – Acendeu a velinha. Maura estava com um sorriso bobo no rosto. Jane era a melhor coisa que tinha acontecido em sua vida, nunca teve dúvidas disso. – Faz um pedido e assopra.

- É nosso aniversário de namoro, vamos fazer o pedido juntas e assoprar juntas.

Jane não contestou. Contou até os três e as duas sopravam a velinha.

- O que você pediu? – Jane perguntou.

- Não preciso pedir nada, tudo que eu queria está na minha frente agora.

Com uma felicidade que não cabia em seu coração Jane deu um beijo em Maura. Queria que todos os aniversários de namoro que fossem comemorar dali para frente fosse que nem esse. Não precisava ser necessariamente no Havaí ou em qualquer que fosse a cidade ou o país, poderia ser trancada no quarto do seu apartamento, o que importava era ter Maura com ela, o resto elas inventariam.

Andaram de lancha, tomaram sol e dessa vez Jane lembrou de passar o protetor, almoçaram em uma ilha próxima a que ficava o hotel, passearam pela ilha, compraram mais alguns presentes. Aproveitaram tudo que tinha para aproveitar no último dia de Havaí.

Á noite, depois de fazerem amor Maura estava deitada sobre o peito de Jane, a detetive percebeu a legista distante, não tinha dito nenhuma palavra ainda.

- Está pensando no que? – Ela finalmente perguntou. Estava curiosa, Maura nunca ficava quieta. Maura apoiou sua mão no peito de Jane e levantou seu rosto para olhá-la.

- Eu te amo Jane. – Jane abriu um sorriso e a beijou.

- Eu também te amo, Maura.

- Obrigada por esse final de semana maravilhoso e desculpa ter feito você perder o jogo do Red Sox, sei o quanto o time é importante para você. – Jane acariciou o rosto de Maura.

- Não mais importante que você. – Lhe deu um beijo. – Mas não era nisso que você estava pensando.

- Não é nada.

- Qual é Maura! – Jane se ajeitou na cama fazendo com que Maura fizesse o mesmo. – Sabe que pode me contar tudo.

- É bobagem.

- Nada vindo de você é bobagem.

Maura olhou para Jane que a olhava com carinho. Não era a primeira vez que se pegava pensando no que Jane percebeu que ela estava pensando, mas também nunca tinha pensado em contar para Jane, denominava seus pensamentos como pensamentos de alguém apaixonada, realmente apaixonada, por ninguém havia tido aqueles pensamentos e aquilo lhe assustava. Sabia que Jane não ia cansar até que ela falasse, então respirou fundo e resolveu colocar tudo para fora.

- Tenho medo de que algum dia isso acabe. – Baixou os olhos. - Assim como acabou com o John e com o Ian.

Jane levantou o queixo da Maura fazendo com que ela a encarasse.

- Hey... Eu não vou me suicidar caso você não aceite meu pedido de casamento, por que entramos em um acordo não é verdade? Eu que vou te pedir em casamento, certo? – Maura fez um afirmativo com a cabeça, não sabia muito bem quando tinha entrado naquele acordo, mas entraram. – E eu não vou fugir para África, eu não vou para lugar nenhum. São sete anos de convivência, não são sete meses Maura, vai ser difícil você se livrar de mim.

- Mas eu não quero me livrar de você. Eu quero uma família com você Jane. Quero filhos, muito deles.

- Muito deles? – Perguntou com uma cara de surpresa. – Eu estava pensando em pelo menos uns dois.

- Dois? – Balançou a cabeça em negativo. – Acho pouco, quero uma família grande.

- Vamos ter muitos aniversários de namoro para conversar sobre isso.

- Você está pensando que vamos namorar quanto tempo até você me pedir em casamento?

- Mesmo depois de 50 anos de casada, vamos ser eternas namoradas e vamos comemorar essa data todo ano, assim como nosso aniversário de casamento.

- 50 anos? Você acha que vai aguentar tudo isso do meu lado?

- Aguento 100, 200, 300 anos. Quero ver se você vai aguentar minhas reclamações.

- Já fazem parte do meu dia-a-dia suas reclamações. – Jane soltou um riso e lhe deu um beijo.

- Prometo pra você que nunca vou te deixar. Por que eu quero sim me casar com você, quero sim ter seja lá quantos filhos você quer ter, eu quero sim formar uma família com você, por que eu te amo e você é a melhor coisa que me aconteceu na minha vida inteira.

Emocionada com as palavras Maura beijou Jane. O medo bobo que ocupava seus pensamentos tinha ido completamente embora, se sentiu segura com as palavras de Jane, sabia que ela sempre cumpria suas promessas e isso era o que importava.

A próxima vez que alguém me perguntar: ‘você está vivendo o seu sonho?’, eu acho que eu vou saber o que dizer, eu nem mesmo vou ter que pensar...”

Maura olhava para a aliança que Angela pensou que ela tivesse guardado de volta na caixa que tinha alguns pertences de Jane, mas depois que tinha visto a caixinha não conseguiu guardá-la de volta, precisava olhar para aquela aliança, precisava imaginar mais uma vez como ficaria em seu dedo, precisava imaginar por que nunca teve a coragem de usá-la, precisava imaginar mais uma vez como teria sido ser noiva de Jane.

Um email chegou fazendo com que Maura despertasse de seus pensamentos. Não deixou de ficar surpresa quando viu quem era o remetente e qual era o conteúdo do email. Sem pensar duas vezes respondeu. Depois disso voltou a olhar para a aliança.

- Por que você não cumpriu a promessa, meu amor?


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