Rizzoli And Isles - Don't Leave Me escrita por Bruna Cezario


Capítulo 11
Capítulo 11 - Contamos ou não contamos?


Notas iniciais do capítulo

Para não dizerem que sou tão má aqui está mais um capitulo =)
Meu presente de Páscoa para vocês já que não rola uma distribuição de ovos de Páscoa.
Mas caso querem presentear a autora aqui ela não come chocolate, mas está aceitando o box com as 8 temporadas de Grey's Anatomy =) Vai de quebra galho enquanto não tem o DVD de Rizzoli and Isles aqui no Brasil =P

Ótima leitura e Feliz Páscoa gente.



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- Como se sente hoje Maura?

- Eu pensei que nunca mais fosse capaz de dizer isso, mas... – Abriu um sorriso. – Eu me sinto muito bem. Voltei ao trabalho, voltei a sair com meus colegas de trabalho. Eu estou bem, finalmente estou começando a superar a morte de Jane.

- Já visitou o túmulo dela?

Maura baixou os olhos. Não pode estar bem cinco minutos que a psicóloga tinha que tocar em sua ferida? Óbvio que não tinha ido visitar o túmulo de Jane. Não queria que as lembranças do dia que havia enterrado ela voltassem em sua memória, já tinha começado a aprender a esquecer e só lembrar os momentos bons que as duas passaram juntas, então não, não iria visitar o túmulo de Jane.

- Jane, vamos nos atrasar!

A detetive não queria nem saber de horário. Continuou com os braços enlaçados na cintura de Maura, ambas deitadas na cama e encheu o pescoço dela de beijos. Maura queria resistir, mas era impossível, sua relação com Jane estava bem melhor do que ela jamais imaginou que poderia ser.

Tinha uma semana que estavam juntas, agora como namoradas, nunca imaginou que estaria vivendo um perfeito sonho. Começou a conhecer um lado de Jane que não sabia que existia, seu lado romântico. Quantas foram às vezes nessa uma semana que estavam juntas que ela não tinha acordado com café na cama? Com direito a rosa e até um bilhete com mais declarações do que ela já fazia nas outras noites quando estavam de conchinha conversando sobre como estavam felizes. Fez até um jantar para as duas que Maura só ficou sabendo dele quando chegou em casa e viu a mesa toda arrumada, cheia de velas. Poderia ter demorado, ela podia ter sofrido, mas essa Jane, não sua melhor amiga e sim sua namorada já tinha feito com que tudo ficasse no passado, desde a primeira noite que passaram juntas.

Esse era o modo de Jane se redimir por tudo que tinha feito, era mais uma demonstração do seu pedido de desculpas, de como estava arrependida por ter demorado tanto tempo para falar tudo que sentia. Mesmo que não fizesse por obrigação e sim por prazer, por felicidade por estar ali com Maura, por poder mimá-la, por ter tido a oportunidade de fazê-la a mulher mais feliz do mundo.

- Preciso tomar banho. – Maura ainda tentava fazer com que Jane a largasse, mas estava virando um trabalho quase impossível.

- E vou com você. – Deu mais um beijo no pescoço de Maura. A loira virou e lhe deu um beijo nos lábios, fazendo com que assim Jane finalmente a soltasse e ela conseguisse levantar da cama.

- Você vai preparar nosso café enquanto eu me arrumo e depois você vai vir tomar o seu banho, sozinha.

- Eu tenho uma ideia melhor. – Jane levantou da cama e caminhou em direção a Maura. A abraçou por trás e sussurrou em seu ouvido. – Por que não deixamos para tomar café na cantina, assim tomamos banho juntas para ganhar tempo e assim não chegamos atrasadas?

Maura abriu um sorriso malicioso. Óbvio que chegariam atrasadas, mas quem se importava? Queriam era mais aproveitar uma a outra, correr atrás do tempo perdido quando não tinham coragem de declarar seus sentimentos. Queriam se amar e nada mais.

***

- Estão atrasadas. – Disse Angela colocando um prato de panqueca para cada uma em cima da mesa. – Vieram juntas?

- Não. – Jane respondeu prontamente. – Nos encontramos agora na entrada.

Ainda não tinham contato para ninguém que estavam juntas, nem para Angela que foi a que mais tinha apoiado as duas. Primeiro foi com a desculpa de “aproveitar o momento”, mas depois de uma semana já estava na hora de pelo menos Angela ficar sabendo, por que se ela descobrisse ao ver as duas ou ao saber pela boca de alguém, com toda certeza não as perdoaria.

- Precisamos contar para ela. – Disse Maura tomando um gole de seu café. – Não é justo Jane.

- Eu quero contar. – Disse Jane colocando um pedaço de panqueca na boca. – Mas você sabe como minha mãe fala demais. Não podemos correr o risco de nossos chefes ficarem sabendo e nos proibirem de trabalhar juntas.

- Eu ainda acredito que se conversássemos com eles tudo ficaria resolvido. Somos duas profissionais. 90% dos problemas são evitados quando as pessoas conversam.

- São esses 10% que me preocupam. Tinham mesmo que fazer uma palestra sobre relacionamentos pessoais logo no nosso primeiro dia de namoro? Acho que desconfiaram. Você viu o que aconteceu com Susie e aquele namoradinho dela que viu nós duas peladas, não podem mais trabalhar juntos.

- Mas isso é diferente, eles foram pegos nus na saída de emergência.

- Eu vou contar para minha mãe, mas quando eu tiver certeza que não vamos ter problemas, tudo bem?

Ia dizer o que? Só assentiu com a cabeça. Não podia obrigar Jane a contar para a mãe dela que estavam juntas. Também tinha medo de Angela falar demais e prejudicar as duas trabalharem juntas, mas ela era a mãe, merecia saber.

O café foi interrompido com um novo homicídio. Jane e Maura passaram metade do dia sem se verem, não conseguiram nem almoçar juntas devido ao tanto de gente que Jane teve que interrogar e Maura não conseguiu nenhum minuto para ir até o departamento, as atualizações ficaram sendo mandadas para Frost enquanto Jane e Korsak pegavam os depoimentos.

- Maura tem o resultado os exames toxilógicos. – Avisou Jane ao acabar de receber uma mensagem de Maura. Finalmente ia poder vê-la. – Vou ver o que ela descobriu.

- Vou com você. – Disse Frost. – Dependendo do resultado nossas teorias podem estar certas.

- Você não tem um relatório para terminar? – Jane tentou falar em seu tom mais normal possível, um tom que não parecesse que ela não queria que ele fosse até o necrotério. – Eu já atualizo vocês.

E deixou a sala antes que Frost dissesse alguma coisa e quisesse ir junto.

- O que você encontrou? – Perguntou Jane tentando ser a mais profissional possível, mas o que mais queria na vida era agarrar Maura. – Me ajude com minhas teorias.

- Você sabe que eu não gosto de teorias. – Maura foi se encaminhando para seu escritório e Jane caminhou atrás dela.

- Eu sei. – Jane revirou os olhos. – Mas o que deu os resultados?

- Não sei. – Disse Maura trancando a porta com a chave. – Não tenho os resultados ainda.

Jane não estava entendendo. Maura tinha mandado uma mensagem pedindo para que ela subisse, isso significa que ela tinha o resultado dos exames, não? O que ela tinha bebido? Observou Maura fechando as persianas do escritório. Se estivesse certa, a doutora não tinha um pingo de boa intenção com ela e estava certa quando Maura a empurrou para que ela caísse sentada em uma de suas poltronas.

- Precisava de uma desculpa para te tirar do escritório.

Quando Jane menos esperou o vestido que Maura usava parou nos pés da legista. Ela arregalou os olhos, Maura usava uma lingerie vermelha que Jane não fazia ideia da onde aquilo tinha saído, por que viu Maura se vestindo e ela não estava usando aquilo.

- Mas você disse que...

Maura sentou em seu colo e lhe deu um leve beijo nos lábios.

- Eu disse para você descer, não disse que tinha os resultados.

- Maura e se alguém nos pegar aqui?

- Não vão.

A loira lhe deu mais um beijo. Jane colocou as mãos na cintura da legista e aprofundou o beijo. Dane-se se fossem pegas, o importante era que tinha o corpo de Maura sobre o seu, que estava matando a saudade de beijar sua namorada.

- Jane? Maura? Estão ai? – Frost batia na porta do escritório atrapalhando as duas.

Jane fez sinal para que Maura ficasse calada. Como ela ia se explicar abrindo a porta só de lingerie?

- Tem certeza que as viu entrando aqui Susie?

- Absoluta. – Susie respondeu confusa. Poderia jurar que as duas estavam no escritório. - Só se me distrai e não vi as duas saindo.

- Estranho...

Ao terem certeza de que Frost não estava mais do outro lado caíram na gargalhada. Alguma hora ainda iam ser pegas, mas quem estava ligando?

***

- Já estava colocando a policia atrás de você Jane. – Disse Frost ao ver Jane entrando no departamento. – Onde você estava? Descobriu alguma coisa? E por que seu cabelo está todo bagunçado?

- Meu cabelo? – Jane passou a mão pelo cabelo. Maura tinha dito que não estava bagunçado quando saíram do escritório dela. - Quanto exagero! Não posso nem sair por alguns minutos.

- Uma hora e não atendia o celular.

- Estava com Maura vendo se nossa teoria está certa.

- Maura não gosta de teorias.

- Eu sei. – Disse Jane abrindo um sorriso malicioso. Só de lembrar o que fizeram no escritório e não tinha nada a ver com as teorias do caso. – Mas o que importa é que nossa teoria está certa. E os exames bateram com ele.

- Estamos esperando o que? – Disse Frost pegando sua arma na gaveta. – Vamos pegá-lo.

- Jane... – Disse Frankie entrando ao departamento. – Mamãe pediu pra avisar que ela vai fazer o jantar hoje na casa da Maura, parece que ela quer dar algum tipo de recado. Avisa a Maura.

- Jantar? Hoje? Sério?

Frankie só fez um afirmativo com a cabeça.

Queria muito saber sobre o que se tratava o jantar, mas não seria possível, tinha um assassino para pegar. A única coisa que Jane fez foi mandar uma mensagem para Maura avisando que teria um jantar na casa da própria legista e que se desse era para ela sondar alguma coisa do que se tratava o jantar, por que odiava jantares com comunicados, ainda mais vindos de sua mãe.

Com o assassino pego Jane ainda teve que fazer o relatório para finalizar seu dia no trabalho, por conta disso pediu para que Maura fosse indo na frente que ia se atrasar um pouco para o jantar misterioso. Misterioso por que Maura tentou, mas não conseguiu obter nenhuma informação do que o jantar se tratava, era comparecer para saber.

Ás 20 horas Jane chegou a casa de Maura e foi recebida com um sorriso pela namorada, não podiam passar daquilo já que nem Angela sem Frankie sabiam de nada.

- Pensei que nunca fosse chegar. – Reclamou Angela. A mesa já estava posta e só estavam esperando por ela.

- Será que pode me explicar o motivo desse jantar?

- Não sou eu que tenho que explicar.

Ficarem sem entender nada, mas não fizeram mais perguntas, uma hora Angela ia ter que acabar falando, tudo bem que Jane desconfiava que ela tinha feito o jantar só por que estava sentindo falta de jantar com “toda a família”.

- Cadê Tommy? – Jane perguntou. – Não é um jantar de família?

- Tommy está comemorando o aniversário de namoro com a Lydia, então contamos o assunto do jantar depois.

- Que assunto é esse Ma? – Frankie perguntou. Assim como Jane e Maura, também estava curioso para saber. Mas Angela nada disse, só continuou comendo.

Não entendiam por que de todo o segredo de Angela pra dizer do que o jantar se tratava, mas esperavam que até o final ela contasse, então resolveram conversar sobre outras coisas, contar como que foi o dia. Uma hora ou outra Jane se pegava sendo encarada por Maura como se ela dissesse que aquela era a hora certa para contar que elas estavam juntas, mas Jane se fazia de desentendida, se só sua mãe estivesse ali tudo bem, mas também tinha o Frankie, ele não fazia a mínima ideia das duas.

- Tudo bem! – Disse Angela tirando a atenção de todos da sobremesa e do assunto qualquer que estavam falando. – Vocês duas não vão mesmo nos contar?

Tanto Jane, quanto Maura e Frankie encaram Angela com os olhos arregalados. As duas já sabiam do que se tratava, mas Frankie não fazia a mínima ideia. Pensou até que tinha licor demais naquela salada de frutas que estavam comendo e que deixou Angela um pouco alta.

Jane e Maura se entreolharam e a legista com os olhos disse para a namorada falar de uma vez, eram família mereciam saber. Jane respirou fundo. Não era desse jeito que imaginou que iria contar, mas tudo bem.

- Alguém pode me explicar o que está acontecendo aqui? – Frankie perguntou confuso. – Jane?

- Já tem uma semana... Eu juro que ia contar, mas não achei a oportunidade certa, ainda mais depois da palestra que teve no departamento. – Fez uma pausa. Frankie a olhava esperando que ela continuasse, queria entender sobre o que aquilo se tratava. – Eu e Maura estamos namorando.

Frankie que tinha colocado um pouco de sala de frutas na boca engasgou e Jane foi obrigada a sair do seu lugar para acudi-lo. Já Angela disse um “Eu sabia!” e fui abraçar Maura. Tinha ganhando a melhor nora do mundo.

- Vocês duas...? Namorando? – Frankie soltou um riso surpreso. – E eu pensando que era coisa da minha cabeça.

- Você sabia? – Jane perguntou surpresa. Não era possível que todo mundo pensava mesmo que as duas eram um casal mesmo quando elas não sabiam. – Como?

- Nunca tive certeza, mas sempre achei que vocês duas eram mais que amigas, mas não quis me intrometer.

- Mas nunca fomos mais que amigas antes, só começamos a namorar tem uma semana, já disse.

- Mas nos beijamos há seis meses.

- Corrigindo boca de Google... Você que me beijou.

- Vamos mesmo ter essa discussão de novo? – Jane sorriu e deu um beijo na bochecha de Maura.

- Meus netos vão ser lindos, não vão?

- Não começa Ma. Nada de netos.

- Por que não Jane? Eu já disse que em algum ponto eu quero ser mãe. E Angela é uma avó maravilhosa, não posso privar meus filhos disso.

- Daqui a pouco você vai querer que eu te peça em casamento também.

- Não faria uma coisa dessas. O pedido de casamento tem que ser espontâneo e eu acredito que não aceitaria por que você não tem uma ótima ideia para um casamento.

- Já disse que aquilo era a minha fantasia! E eu jamais te pediria em casamento, você também não tem uma ótima ideia para casamento, pelo menos a minha é autentica.

- Ah, mas vocês duas vão casar sim. – Disse Angela. – Nem que eu tenho que trazer o juiz para um dos meus jantares.

- Não vamos mais vir para seus jantares mãe.

- Claro que vamos. Eu adoro os jantares da Angela.

Só podiam sorrir e comemorar aquela revelação. Já tinham Maura como da família, mas se tudo desse certo como sabiam que iriam dar, Maura em algum tempo seria oficialmente da família. Estavam felizes. Frankie nunca tinha visto a irmã tão feliz assim na vida, Maura lhe fazia um bem danado e gostava de vê-la assim, ficava menos mal-humorada, era engraçada e se Maura deixasse ela ia fazê-la muito feliz e vice-versa.

- Quer que eu vá com você?

Jane depois do jantar da noite passada tinha resolvido que Frost e Korsak também deveriam saber, também eram da família praticamente, eram seus amigos e não queria que descobrissem por qualquer um.

- Não. Eu cuido disso. – Disse com um sorriso. Maura lhe deu um beijo na bochecha e observou Jane entrando no departamento para depois seguir para o elevador. – Frost, Korsak, podemos trocar uma palavrinha?

Jane sentou em sua mesa, Korsak e Frost arrastaram uma cadeira para lá. Pela cara da detetive parecia que ela tinha algo muito sério para dizer.

- Aconteceu alguma coisa? – Korsak perguntou preocupado.

- Aconteceu. – Jane fez uma pausa. Os dois a encaram aflitos. O que será que tinha acontecido? – Estou namorando.

- Eu sabia! – Disse Frost levantando da cadeira como se tivesse acabado de ganhar na mega sena. Jane o encarou curiosa. Vai dizer que ele também já pensava que ela e Maura eram um casal? – É com quem eu estou pensando que é?

- O que você quer dizer com “eu sabia”?

Frost encarou Korsak.

- Não me comprometa. – Disse levantando as mãos como se dissesse que era inocente. – Eu não disse nada.

- Pode ficar brava comigo se quiser e se eu estiver errado, mas...

- Mas...?

- É a Maura que você está namorando não é?

Jane estava boquiaberta. Como ele sabia? Não era possível que estava tão na cara assim.

- Como- Como você sabe?

- Eu sou um detetive, dos bons.

- E você e a doutora Isles estão de muito bom humor essa última semana. – Disse Korsak deixando Jane mais boquiaberta ainda. Ele também sabia? – Não via vocês duas de tão bom humor assim fazia muito tempo. Mas tenho que admitir que estou um pouco chateado por não ter nos contado antes. Tem o que? Dois anos que vocês namoram?

- Dois anos? Sério? Claro que não! Tem uma semana.

- Eu disse que não tinha tudo isso de tempo. – Disse Frost. – Podiam estar apaixonadas, mas...

- Não sei por que perdi meu tempo se vocês já sabiam. – Jane fingiu estar irritada. - Sabiam até antes de eu saber.

- Vocês formam um lindo casal. – Disse Korsak. – Obrigado por nos contar.

- Só não contei antes por causa daquela estúpida palestra.

- Só uma dúvida depois de saber que você e Maura... Vocês estavam no escritório ontem, não estavam?

Jane nada respondeu, só mandou um sorriso e virou sua cadeira para que ficasse de frente para o computador. Frost logo entendeu, soltou um riso. Essas duas. Mas tanto ele quando Korsak estavam felizes, Jane era guerreira, tinha o maior coração do mundo, precisava encontrar alguém que lhe aguentasse e fosse fazê-la feliz e ninguém melhor que Maura. Seriam imensamente felizes juntas.

- Como foi? – Maura perguntou ao ver Jane entrando no necrotério. – Reagiram bem?

- Na realidade não sei por que perco meu tempo contando... Eles pensavam que namorávamos tem dois anos já. – Maura a encarou descrente. – É sério! Acho que só nos sabíamos que não estávamos namorando.

- Eu pelo menos sabia que queria te namorar, só não admitia.

- Não admitia que até me beijou.

- E beijo quando eu tiver vontade.

Esquecendo completamente que estavam no necrotério, elas se beijaram, mas logo o beijo foi interrompido com um pigarreio. Percebendo onde tinham acabado de se beijar, se separam do beijo e encararam sem graça os dois homens que estavam parados na porta do necrotério as observando.

- Eu posso explicar chefe e doutor Phillips.

- Parece que a palestra não serviu para nada, não é verdade? – Perguntou Cavanaugh as deixando mais sem graça ainda.

- Não é que ela não serviu é que veio em um momento errado, sabe... Poderiam ter deixado a palestra para o mês que vem ou ano que vem.

- Tem alguma coisa para me dizer doutora Isles? – Perguntou o doutor Phillips.

- Se os senhores estão preocupados sobre como nossa relação pode acabar, posso assegurar para os senhores que é bem improvável. Existem pesquisas que os relacionamentos iniciados no trabalho tem mais chances de darem certo do que os que são iniciados em qualquer outro lugar.

- Vocês já davam dor de cabeça quando não namoravam. – Disse Cavanaugh. – Imagine o quanto não vão dar agora que namoram.

- Não damos dor de cabeça. Na realidade a dor de cabeça é causada devido a ingestão de álcool, alguns tipos de comidas e em momentos de tensão e estresse. Uma pessoa só causa dor de cabeça na outra se incidentalmente ou propositalmente acertar algum objeto na cabeça de outra pessoa, mas então isso pode levar a outros fatores como traumatismo crâ...

- Maura... – Jane a interrompeu. – Foi modo de dizer.

- Ah... Desculpe.

- Estão aqui para dizer que não vamos mais trabalhar juntas? – Perguntou Jane. Já esperava por aquilo, mas não imaginava que seria tão cedo. A única coisa que adiantou essa uma semana escondendo foi que tiveram uma semana a mais para trabalharem juntas.

- Não perdemos a cabeça ainda para separar vocês duas. – Respondeu o doutor Phillips. – Vocês são de longe as melhores no que fazem e só são por que fazem juntas. Detetive Rizzoli nunca mais teve problemas com legista depois que você chegou Maura.

- Vocês vão continuar trabalhando juntas. – Disse Cavanaugh. - Mas não precisam mostrar que estão namorando para o departamento inteiro.

- E nem sumirem por uma hora inteira sem dar noticia para ninguém sendo que não era horário de almoço.

Ás suas se entreolharam e soltaram um pequeno riso. Não estavam enganando mais ninguém mesmo. Parecia que Maura além de não saber mentir também não sabia omitir e isso estava a afetando Jane.

- Agora podem voltar ao trabalho. – Disse doutor Phillips deixando o necrotério junto com Cavanaugh.

Quando eles saíram não deixaram de cair na gargalhada de nervoso. Parecia que todos apoiavam Rizzoli and Isles. Já indo contra o que os chefes tinham dito se beijaram. Não tinham mais o que esconder mesmo, todos já sabiam, mas prometeram que daquele beijo em diante iam se comportar profissionalmente, independente do que tivessem para fazer romanticamente fariam em casa. Tudo bem. Fariam quando ninguém estivesse olhando.

- É errado eu nunca ter ido ao túmulo da Jane? – Perguntou Maura a Frankie.  Estavam no Dirty Robber. Ainda estava indignada com tudo que sua psicóloga tinha dito. E tudo que ela havia dito se resumia em uma única frase na cabeça de Maura: “Se você já estava se recuperando da morte dela, não tem por qual motivo você fugir do túmulo. Você já esteve lá antes”. – É errado eu não querer ir por que sei que vou recordar aquele dia horrível de novo?

- Claro que não é errado Maura. Eu também demorei muito tempo para conseguir visitar o túmulo da Jane. Mas você tem que lembrar que já fez o mais difícil que foi enterrá-la e que vai te fazer bem conversar com ela.

- Não existe “ela” Frankie. Jane está morta.

- Eu sei, mas eu procuro pensar que onde quer que ela esteja pode me ouvir.

Sabe que em um momento ou outro teria que deixar esse medo de visitar o túmulo de Jane, tinha que pensar que não recordaria do dia que a enterrou e muito menos no dia que ela foi morta. Talvez as pessoas tivessem razão, seria bom ela ir “conversar” com Jane. Mas não estava pronta. Passos de bebê.


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