Capitulo 26: Pelo Amor de uma Filha – Parte 3

Imaginem a cena: No jardim da escola de Destiny City, onde estudavam Roxas, Naminé, Kairi, Sora, Selphie e Ventus, uma garota de cabelos louros e por cerca de quinze anos esperava, sentada em um banco de madeira, por seu “príncipe encantado”, que hoje não parecia mais tão encantado quanto antes...
Naminé o esperava com aquele pensamento correndo em sua mente. Ela sabia que Roxas queria a encontrar a qualquer custo, mas a mensagem de texto que ele havia a enviado há algumas horas beirava o estranhismo...

“Eu tenho a resposta para os seus problemas. Encontre-me no nosso lugar especial as nove!” — Roxas

— Isso ta muito mal explicado — Naminé pensou em voz alta.

— Eu sei! — Roxas disse. O garoto chegou vestido em uma camisa preta e colete branco, com calça preta e um tênis branco. Chegou tão silenciosamente que assustou Naminé, mas ela somente o olhou e se acalmou rapidamente, voltando a encarar o chão. — Mas eu vou explicar!

— Sabe que isso é brincar com fogo, não é Roxas? Você não pode me ajudar! — Naminé disse, levantando-se do lugar e indo a frente de Roxas.

A loira vestia um vestido branco e curto, o mesmo que ela havia usado no primeiro encontro entre ela e Roxas há meses atrás. Ela ainda lembrava-se de tudo: Da roupa, do perfume, do que comeram, do gosto dos beijos, tudo!

— Não to brincando com fogo — Roxas respondeu — Sabe o meu tio... Ele é um dos melhores médicos da nossa cidade e disse que vai cuidar do seu caso. Não se preocupa!

Naminé ficou boba com aquilo. Roxas estava lhe propondo tentar abraçar a vida. Ela sabia que teria que abrir mão de varias coisas se tivesse que cuidar daquela doença que tinha, tomaria mais precauções e iria a um mesmo médico de três a cinco vezes por semana.

Ela sabia o quanto faria alguns felizes por começar a tratar-se. Seus pais imploraram para interná-la e Kairi e Selphie juraram visitar a garota aonde quer que ela esteja, e Roxas que prometeu não desistir dela. Mas ela foi egoísta naquele momento, não queria abrir mão se sua liberdade para tentar, mesmo que falhando, viver mais alguns anos...

Mas agora, depois de algum tempo, ela pensava diferente. Pensava que mesmo não tendo a chance de continuar vivendo, ela poderia servir para solucionar o caso de outras pessoas que viriam a ter a mesma doença que ela no futuro.

Aquele monte de pensamentos estavam misturados em seu cérebro. Mas a sua frente ela via Roxas, e sabia que tinha que dar uma resposta para ele, sendo essa boa ou ruim.

— Eu vou ter que sair de Destiny City? — Naminé perguntou. Havia passado os últimos e melhores anos dela ali, ela não poderia simplesmente sumir da cidade sem dar explicações. Para sua surpresa, Roxas balançou a cabeça negativamente.

— The World fica a só uma hora daqui. Seus pais podem te levar, ou até mesmo eu e o Axel! — ele explicou. Com aquilo, um peso saiu dos ombros de Naminé. Ela soltou todo o ar que prendia para fora.

Ela pensou mais um pouco antes de sua resposta, mas por fim, Naminé já havia feito sua escolha.

— Tudo bem! — Naminé declarou.

— O que?! — Roxas não acreditava no que seus ouvidos haviam pegado. Ela disse “tudo bem?”

— Sim eu aceito, Roxas! — Naminé falou, mexendo a cabeça aleatoriamente e colocando sua mão no próprio ombro — Quero dizer, eu ainda não acredito que possa viver mais do que uns seis meses, mas mesmo se eu morrer...

— O que não vai acontecer! — Roxas a interrompeu.

— Se acontecer — ela deu ênfase ao “se” — Eu posso servir algum tipo de indicação ou algo do tipo pra quem vai ter essa doença. E se eu viver posso ser esperança! — Naminé declarou, com um leve sorriso no rosto e encarando o chão, pensando como seria bom se ela pudesse ajudar alguma outra criança se livrar de tal doença.

Roxas sorriu com os pensamentos de Naminé e a abraçou, surpreendendo com tal abraço.

— R-Roxas... — ela ficou sem fala. Depois de esconder aquilo dele por tanto tempo, ela achou que ele não queria mais falar com ela — Não ta bravo comigo?

— Bravo? — ele saiu do abraço e olhou-a em seus olhos — Eu devia ficar bravo porque você tava doente?

— Devia ficar por eu ter escondido de você...

— Hey, se eu tivesse visto o que você viu, também não ia querer que você soubesse e se preocupasse — Roxas a confortou. Ela sorriu para ele — Ta tudo bem!

— Obrigado, Roxas! — Naminé agradeceu, o abraçando pela cintura. Roxas começou a passar a mão por seus cabelos, vendo a cara sorridente de Naminé derramar uma lagrima. Uma lagrima de felicidade!

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No hospital onde estavam Selphie, Serah, Ventus, Axel e Terra, as garotas estavam eufóricas. Os cinco estavam parados em frente à porta do quarto onde o Sr. Farron estava. De mãos dadas, as irmãs se entreolharam e balançaram a cabeça positivamente uma para a outra. Assim, entraram no quarto...

Lá dentro, elas viram um lugar com todas as paredes pintadas de branco, uma TV ligada, a luz apagada e um homem deitado na cama.

As duas acenderam a luz e, logo perceberam um homem deitado sob a cama. Cerca de 40 e poucos anos, vestido com uma calça de moletom preta e camisa branca e uma barba par fazer.

— Enfermeira, depois você arruma meu quarto! — gritou o homem, sem ao menos olhar para a porta. As duas novamente se entreolharam, divertidas.

— Você trouxe material de limpeza? — Serah perguntou, com a sobrancelha erguida.

— Não, eu trouxe meu celular, serve? — Selphie perguntou.

— Oras, quem é que tai? — o homem perguntou, olhando para a porta. Logo ele demonstrou surpresa em sua face ao ver as duas garotas. Olhou-as de cima a baixo e a disse a primeira coisa que passou por sua cabeça — Você é a cara e o cabelo da minha filha mais velha! — ele falou, com um sorriso torto

— Bom, se você se chama Hunter Farron e tiver uma filha de cabelo rosa e outra de cabelo castanho fedorento então...

— Hey, o cabelo fedorento aqui é o seu, Serah! Morango com pernas! — Selphie interrompeu a irmã, irritada — Ventus me protege aqui! — ela falou.

— Bem, ah... — Ventus ficou sem saber o que falar — O cabelo da Selphie tava cheirando a amoras hoje! — Ventus declarou. Terra e Axel riram do dito por Ventus, que só ficou mais embaraçado.

— ‘É o melhor que você podia falar filho?’ — Terra tentou ser discreto ao sussurrar, fazendo o garoto avermelhar ainda mais.

— E você, Axel?! Fez a maior onda pra não vir e ainda nem me defende! — Serah soltou a fera interior.

— Quer que eu fale uma besteira maior que essa?! — Axel disse, entre risadas. Serah deu um tapa de leve no ombro de Axel.

— Bom pelo menos ele sabe o cheiro do meu cabelo! — Selphie pegou Ventus pela mão.

— Perai! — todos haviam esquecido o motivo da visita: Hunter Farron! — Vocês entraram aqui e ainda nem entendi direito quem são! — Hunter exclamou.

Com isso, Serah suspirou e Selphie revirou os olhos, colocando a mão na cintura. As duas se entreolharam pela milésima vez e falaram:

— Não é obvio? — Serah perguntou.

— Somos suas filhas.

— Serah e Selphie Farron.

— Dá um abraço na gente, papai!

As duas falaram em seqüência e logo foram ao encontro de Hunter, abraçando-o e tendo o abraço retribuído pelo menos...

Terra, Ventus e Axel, que olhavam a cena do lado de fora do quarto se entreolharam. Foi ai que Axel fechou a porta do quarto e deixou o “momento família” sendo feito.

XX

Depois de horas dentro do hospital, com apresentações, conversas, risadas, entre outras coisas com o Sr. Farron, todos finalmente puderam ir para casa...

Serah ligou para casa e avisou para a mãe que Selphie dormiria em sua casa hoje. A mãe falou um monte, dizendo que elas quase a mataram do coração, e que deveria ter ligado mais cedo, entre outras coisas...

Eles chegaram à rua por volta de meia-noite, cansados e exaustos da viagem. Assim, Serah, Axel e Selphie foram para um lado da rua, e Ventus e Terra para o outro (não sem antes um beijo entre os jovens).

Na casa de Axel, Selphie chegou já bocejando...

— Serah, onde eu vou dormir? — ela perguntou para a irmã mais velha.

— Mas quanta visita eim! — Zack, que estava jogado no sofá vendo TV, brincou com a chegada do pessoal — Vamos às apresentações: Eu sou o Zack! Se você encontrar uma morena vestida como uma ninja é a Yuffie, e se achar um loiro de cara fechada, é o Cloud! Mas ele é chato assim mesmo!

— Eu ouvi! — Cloud gritou.

— É pra ouvir mesmo! — Zack gritou de volta, e logo mostrou a língua para Selphie, em tom de brincadeira. A mesma ria daquela situação com a mão sobre a boca — E você, qual é o seu nome?

— Selphie, eu sou a irmã da Serah. — Selphie respondeu.

— Bom, Selphie, vamos ver... Pode dormir com o Roxas, o quarto dele é bem grande e...

— NÃO! — um grito pode ser ouvido em toda a casa e rapidamente passou rápidos vindos da escada. Era Yuffie. — Quem vai dormir com o Roxas? — ela perguntou.

— Eeh... A Selphie! Ela é amiga dele mesmo, então...

— Não vai ser legal! — Yuffie falou, por cima e sem pensar em como explicaria...

— Porque não vai ser legal? Eles se conhecem.

— Por que... Ela é uma garota, tem que dormir no mesmo quarto que uma garota não é mesmo, Selphie? — Yuffie abraçou a mesma pelo ombro.

— É... Eu acho que sim! — Selphie estava um tanto assustada com a situação.

— Ta vendo, ela concorda... E também o Roxas namora a Naminé, e tenho certeza que a Selphie aqui não quer fazer ciúmes pro namorado que ela com certeza tem... — Yuffie falou, sorrindo e torcendo pra ela dizer que tinha namorado.

— Pior que é, o Ventus não gostaria de saber que eu “dormi com o Roxas” — Selphie disse, fazendo aspas com os dedos.

— Como é que é? Você namora o gatinho do Ventus que mora ai na frente?

— Como é que é?! Gatinho?! — Selphie fechou os punhos para Yuffie, que surpreendentemente se assustou com Selphie. Sua cara furiosa, olhos queimando em fogo, parecia uma daquelas cenas comedidas de anime, mas era totalmente assustador para Yuffie.

— Socorro! — Yuffie gritou, enquanto dava no pé...

— Vem aqui sua traira! — Selphie disse, correndo atrás de Yuffie escada acima. Apesar de Yuffie ser ninja... Quem foi mesmo que quase ganhou a medalha por salto a distância no 3º capitulo?

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Dias depois.
29 de Julho – Aniversário de Kairi.

Em uma comemoração afetiva, todos cantavam aquela mesmo musiquinha que todos conhecem:

— Parabéns pra você, nessa data querida! Muitas felicidades, muitos anos de vida! — Todos cantavam, em volta da mesa do bolo, com Kairi ficando de frente para as velas acesas e ajoelhada sob uma cadeira enquanto via todos ali comemorando seu aniversário.

Yuna, Tidus, Sarah (a mãe de Kairi), Keith (o pai de Kairi), Selphie, Serah, Axel, Ventus, Terra, Yuffie, Naminé, Roxas, Cecília (a mãe de Sora), Riku, e... O próprio Sora.

Apesar de todos os olhares voltados para ela, Kairi tentava agradecer a todos com belos sorrisos. Só que não podia evitar em, na maioria das vezes, jogar grande parte dos sorrisos para Sora.

— Com quem será, com quem será, com quem será que a Kairi vai casar! — todos cantaram em coro — Vai depender, vai depender, vai depender se...

E um silêncio estranho tomou conta por questão de dois segundos.

— Se o Sora vai querer! — todos disseram e automaticamente começaram a rir. Sora e Kairi haviam aberto o jogo sobre o namoro a alguns dias, e as reações... Bem...

Flashback Sora ON

— Já sabiam que eu gostava de Kairi?! — Sora perguntou surpreso quando foi contar a novidade aos pais e descobriu que eles já sabiam.

— Eu já sabia que ia acontecer quando voltamos pra Destiny City. E peguei vocês dormindo juntos duas vezes! — Cecília declarou, secando a louça

— O que?!

— E você fica vermelho quando ela te elogia ou vice-versa! — Sky declarou

— O que?!

Flashback Sora OFF

Flashback Kairi ON

— Então eu não tenho segredos nessa casa?! — Kairi perguntou, quando contou aos seus pais.

— Você voltou suspirando pra casa durante dias, se quer ter segredos então pare de fazer cara de apaixonada, oras! — Sarah falou, sorridente por ter irritado a filha...

Flashback Kairi OFF

(Pelo menos foram bastantes positivas não é mesmo?)

Após o grande mico de Kairi e Sora, a garota decidiu acabar com as atenções e apagar as velas. Logo após, Riku (que estava perto do interruptor) acendeu as luzes e, surpresa...

— Cadê a Kairi? — ele perguntou e todos olharam para onde ela deveria estar. É a Kairi havia sumido. Sem saberem o que fazer no momento, logo o garoto de cabelos brancos deu de ombros de disse — Mais bolo pra gente! — ele disse, pegando a espátula e se servindo de bolo, assim como todos começaram a fazer...

Fim da Parte 1