NO SÁBADO...

EMILY POV

Acordei dez horas com meu pai me ligando. Nessa semana estamos nos aproximando demais. Hoje seria o dia que ele e a Barbie iriam viajar com Liam, Spencer e Noah iria passar o fim de semana na casa de praia do meu pai com alguns amigos. A casa somente para mim, Larry, Claire, Louise, Zack, Casey, Joseph, Libby, Hendrix e nossos convidados de honra (hahaha) Bonnie e Brad.

Libby convidou o Brad porque brigou com o Hendrix e o Hendrix convidou a ruiva desnaturada porque brigou com a Libby. Resultado = a vadia ruiva na minha casa e o ex dela.

Tem coisa melhor?

 O fato é que eu acordei e tomei um banho. Coloquei um short e uma das blusas de marca que o meu pai comprou aos montes pra mim. Peguei minha mochila nova (aff) e coloquei algumas roupas e uma roupa de sair, porque é claro que aquele povinho iria arrumar alguma festa pra ir.

Bonnie estava dentro do banheiro se maquiando. E devo admitir, fiquei surpresa com ela. Ela tem sido gente boa em todos esses dias e nem parece a mesma Bonnie que me meteu um chifre na semana retrasada. Enfim, me espantei dela não ter me matado, cortado meu cabelo ou me mandando para outro país enquanto eu estava dormindo.

- Bom dia girassol do dia! – Bonnie sempre me chamava assim, apesar de eu não entender – Estou prontinha pra ir na sua casinha! – ela gritou, pegando sua mochila e dando uma conferida – Será que você pega o Kingman de jeito hoje?

- Claro que não Bonnie, cala boca! – gargalhei junto com ela – Vamos logo tomar café antes que as meninas comecem a reclamar de demora.

- Só pensa em comer! – gritou Bonnie – Mas vamos.

Abrimos a porta, quando Courtney saiu do banheiro.

- Vocês vão sair? – ela perguntou, meio cabisbaixa.

- Sim – falou Bonnie, nem ligando. Eu já tinha contado tudo que Courtney tinha me feito antes dela entrar e ela realmente não gostou – Porque fofinha?

- Nada, eu queria conversar com a Emily – ela disse, pegando sua mochila – Emily, você pode tomar café comigo hoje?

- Desculpa fofinha – disse Bonnie, me fazendo rir – Vamos na piscina na casa do pai dela e infelizmente ninguém tem tempo pra você, viu? – Courtney arregalou os olhos assim como eu. Dessa vez Bonnie tinha pegado pesado.

- Não me lembro de ter mencionado seu nome, vadia – disse Courtney. Agora sim ela estava mostrando quem ela era – Eu preciso falar com a Emily e não com você, escutou? Não se meta aonde não é chamada – Courtney sorriu enquanto retrucava.

- Escuta aqui, seu pingo de gente – falou Bonnie, a olhando de cima a baixo – Eu não me importo se você mencionou ou deixou de mencionar meu nome, escutou? – Bonnie sorriu – Mas acho que você deveria se colocar no seu lugar, depois de tudo que você fez pra Emy você ainda acha que ela vai ter tempo pra te escutar pedindo desculpas?

- Isso quem vai me responder é ela – os dois olhares voltaram para mim.

- Courtney – respirei fundo – Não tenho tempo para conversar com você agora. Talvez depois.

- Tudo bem – ela sorriu e atropelou eu e Bonnie, indo para a porta – Agora você só tem tempo para seus amigos populares. Eles não são verdadeiros.

- Foram mais verdadeiros que você – retruquei.

- Alexis sente sua falta – ela agarrou a alça da mochila, pronta para sair do quarto.

- Mande um beijo a ela – Courtney se enfureceu e saiu do quarto batendo o pé.

Bonnie me encarou com a expressão incrédula.

- Por algum acaso você pode me explicar o que acabou de acontecer aqui? – perguntou Bonnie incrédula – Que menina maluca! Estou espantada até agora!

- Isso não me surpreende – coloquei a mochila nas costas e abri a porta, saindo do quarto.

[...]

Chegamos ao refeitório. Casey, Claire e Libby já estavam sentadas. Joseph já comia, o que não era novidade. Nunca vi alguém comer tanto como aquele moleque.

- Bom dia – me sentei na mesa colocando minha mochila de lado, enquanto Bonnie fez o mesmo – Prontas?

- No domingo minha mãe chamou as meninas pra lanchar lá em casa – Casey sorriu – Sabe, a Claire, a Libby e a Emy, só – ela enfatizou o SÓ. Claro, porque nenhuma das três a não ser Claire, ninguém gostava muito da Bonnie.

- Ok Casey, eu entendi muito bem que sua mãe não me convidou pra linda reunião de amigas na sua casa – Bonnie sorriu novamente – Que se dane – ela se levantou e foi em direção as mesas que estavam cheias de comida.

- Dá pra acreditar o quanto essa menina é ignorante? – perguntou Libby, mexendo em seu celular – Além disso também é vadia e rouba o homem dos outros.

- Mas ela e o Hendrix não tem nada – defendeu Claire – vocês implicam muito com a Bonnie e ela nunca fez nada pra vocês. Parem de criancice. Casey, ninguém mandou você enfatizar na cara dela que ela não foi convidada. Eu aposto que em outra situação você não gostaria que fizessem isso com você – Claire falou como se mandasse em todos na mesa – Eu vou falar com ela e tomar meu café da manhã.

Claire saiu da mesa e foi até as mesas de comida, aonde Bonnie colocava algumas coisas no prato.

- Alguém sabe o que aconteceu aqui? – perguntou Libby, largando o celular na mesa – O que deu na Claire? Ela nunca defendeu a Bonnie assim, ah, essa menina vai tirar todo mundo da gente?

- Meninas, olhem o drama – falei, mexendo no meu velhinho celular – Bonnie e Claire são amigas há muito tempo, isso vocês não podem negar. Não estou defendendo ela, mas é chato fazer isso com ela. Como a Claire disse, não seria legal se fizessem isso com a gente, né? – falei, levantando – Bonnie pode ter me magoado, mas acho que ela mudou. Tomara que sim. Bom, vou indo – levantei e fui até a mesa.

Claire e Bonnie riam enquanto enchiam o prato de comida, enquanto gargalhavam.

- Oi meninas – sorri – Bonnie, você está bem?

- Ah se eu ligasse pra tudo que falassem de mim – ela gargalhou – Estou bem, relaxa!

- Que bom...

[...]

Estávamos todos nós em frente ao internato. Greg iria chegar com o carro para levar as meninas comigo. Já os garotos iriam no carro do Larry, para meu carro não ficar cheio.

Greg chegou na porta do colégio e logo saltou do carro. Abriu uma das portas e esperou que eu, Claire, Bonnie, Libby e Casey fossemos ao encontro dele.

- Bom dia Srta Damons, Srta Benner, Srta Cove (Bonnie), Srta Turner e Srta Sonenclar (Casey) – Greg suspirou ao dizer todos os nomes – Como vão nessa manhã? Espero que estejam todas bem.

- Estamos ótimas Greg – Bonnie sorriu e entrou no carro, se sentando do lado de Claire. Logo Libby e Casey entraram no carro também. E eu fui na frente com Greg.

O caminho foi agradável. Pelo menos mais agradável desde a primeira vez que eu estava naquele carro. As meninas gargalhavam de alguma coisa. Greg parecia atento ao volante.

Logo chegamos ao condomínio de mansões da zona leste da Califórnia. Havia vários carros por ali, iniciando uma imensidão de mansões. O carro ultrapassou a mansão de Claire e de Larry. Logo estacionou em uma das ultimas mansões, a de papai. Como estava de dia e o céu estava ensolarado, o jardim era visível. Havia varias flores e plantas e ele parecia ser bem cuidado. A cerca era branquinha. A casa parecia aconchegante naquela manhã.

- Uau – Casey elogiou – Bela casa, Emy! – ela disse empolgada – Tem certeza que seu pai não se importa com a quantidade de pessoas que vem pra cá hoje?

- Não – sorri – Papai viajou com minha madrasta e meus irmãos, só alguns empregados e Greg estão aqui – Casey e as outras meninas sorriram – Vamos?

Entramos na casa. Ela estava limpa e uma brisa cheirosa passava por toda ela. Ela estava mais visível, fazendo com o que as meninas ficassem maravilhadas. A casa de papai era maior do que a de todos eles. Ele realmente sabia decorar. A casa era uma mistura de rusticidade e um pouco de modernismo.

Subimos a escada e me deparei com uma imensidão de portas. Não me lembrava de todas aquelas portas estarem lá da primeira vez. Apenas sorri. Conferi todas as portas, até achar meu quarto. A cama estava arrumada e havia um perfume forte de lavanda por todo seu interior. A cama havia lençóis azuis e roxo. Minhas cores preferidas. Havia uma televisão pendurada na parede, vários quadros e fotos minhas. Fiquei me perguntando como papai conseguiu todo aquele material. A porta do banheiro estava fechada. Havia uma escrivaninha, com um notebook e um computador de mesa. “Uau”, pensei. Havia poltronas e um sofá grande. Uma cômoda e um armário. O armário havia algumas blusas e calças jeans que papai me fez levar do internato para casa. Barbie me prometeu que iríamos comprar muitas roupas novas. Não que eu estivesse muito animada para fazer compras com ela. O meu quarto era magicamente maior que o de Claire. Entrei no quarto e coloquei minha mochila no chão. Tirei minhas roupas de lá e coloquei um pouco na cômoda.

Fui até a cama e me sentei. Olhei para o lado e havia uma caixinha com um bilhete em cima.

“Dois corações para representar o amor de dois irmãos. Sinto sua falta. Te amo tanto, Noah.” – sorri automaticamente e abri a caixinha, revelando um cordão com um lindo pingente. Tratei de colocar. Olhei para a cômoda e havia um embrulho, com um cartão em cima.

“Apenas um mimo para minha fofinha! Te amo, te vejo logo. Beijos carinhosos, do papai.” – Sorri automaticamente e abri, revelando um celular novo.

- Seu irmão é tão fofo! – gritou Bonnie – Nunca que minha irmã faria isso comigo! – as meninas gargalhavam.

- Verdade, afinal, aonde ele está? – perguntou Libby.

- Viajando com uns amigos e com a namorada dele – falei, dando de ombros – vocês estão com fome? Ou querem ir logo pra piscina?

- Acabamos de comer! – exclamou Claire – partiu piscina, está um calor infernal lá fora.

[...]

Nos sentamos na beira da piscina da minha casa. Eu adorava dizer isso. A água estava gelada, o que era ótimo, porque o dia estava muito quente. Libby estava deitada em uma espreguiçadeira. Claire ouvia musica no celular enquanto se bronzeava encima de sua toalha que estava no chão. Bonnie estava dentro da água em cima de uma boia e Casey mergulhava feito louca para tentar matar o calor.

- Posso chamar a Louise? – perguntou Claire, que segurava o celular – To falando com ela por mensagem.

- Claro – sorri, mexendo o pé dentro da água – Chama.

JACKSON POV

Chegamos na casa do Larry. Infelizmente o Kingman iria com a gente pra casa da Emy, porque a Libby o chamou.

- Bom galera, vocês tão enrolando aí... – falou Joe, que já estava de sunga, com a toalha na mão – Eu to indo pra casa da Emily porque a Casey ta me esperando e como vocês sabem, eu amo a Casey. Tchau.

- Ai que menino fofo – debochou Zack – se eu não estivesse cheio de preguiça e se a Louise estivesse lá, eu até iria com você – ele soltou um riso fraco.

- Mas a Louise ta lá – Joe abriu a porta – Tchau gatos.

- Gay – Larry gargalhou – Bom gente, a Claire tá de biquíni e eu realmente adoro esses momentos da minha fofinha, vou me trocar – ele subiu as escadas e desapareceu.

- Já to de sunga – Kingman levantou e buscou uma toalha de piscina que puxou da bolsa – Tchau.

Levantei do sofá e com muita luta, subi as escadas e troquei minha sunga. Puxei uma toalha da minha mochila e calcei os chinelos. A casa de Emily era uma das ultimas e a de Larry, uma das primeiras. Eu, Larry e Hendrix ainda estávamos no meio do caminho.

- Jake, você esqueceu completamente a Emy? – perguntou Larry.

- Ah, claro – sorri – Somos amigos... E sei lá, parece que não sentimos mais nenhum sentimento forte um pelo outro.

- Fiquei sabendo que o Kingman tá afim dela – riu Larry, passando a mão na nuca – Você liga?

- Não – falei, na defensiva. Eu não sabia se eu ainda gostava dela e, sinceramente, nem ligava. Se ela queria ficar com o Kingman, ela que ficasse, eu sinceramente não iria atrapalhar em nada – Ligo nada. Deixa os dois.

- Ta de olho em alguém? – perguntou Hendrix.

- Pegar a Bonnie novamente seria... – pensei em uma palavra que me deixasse menos idiota – Interessante.

[...]

Eu estava sentado em uma cadeira na beira da piscina. Eu olhava pra piscina. Lá dentro estavam Claire e Casey, que riam feito loucas enquanto pulavam lá dentro, feito crianças. Libby e Hendrix tinham ido resolver suas brigas de casais. Eles estavam meio longe, mas ainda conseguíamos ouvir os gritos de Libby. Joe e Kingman estavam terminando o churrasco e, Emily, conversava com os dois. Ela estava de biquíni e shorts e estava sentada na bancada. Certas vezes eu via o Kingman a abraçar, a dar beijos no rosto dela e olhar para seus seios, o que me deixou puto.

- Olhando demais pra Emy, hein – Bonnie se sentou na cadeira que estava do meu lado – Sente algo por ela?

- Não – Bonnie riu fraco – Por que a pergunta?

- Nada – ela chegou perto de mim e me beijou no rosto e passou suas unhas no meu rosto, fazendo um carinho – Curiosidade.

Ela soltou um riso alto e se sentou na minha frente. Ela estava só de biquíni e eu sou homem. Eu comecei a olhar pro corpo dela e nem disfarcei, porque ela começou a rir junto.

- Tá gostando do que tá vendo né? – ela puxou meu queixo em direção aos seu rosto – Então o que tá esperando pra me beijar?

Puxei sua nuca em direção a mim e ela se sentou no meu colo, meio desajeitada. Mas ainda sim prendendo sua atenção no nosso beijo. Nossas línguas exploravam um ao outro tão facilmente. Não tínhamos sincronia, mas ainda sim, o beijo estava sendo ótimo. Ela segurava meu rosto e seu cabelo moreno batia um pouco contra nossos rostos colados. Nos separamos por falta de ar. Ela começou a me dar selinhos involuntários, quando Emily parou ao nosso lado.

- O churrasco ta pronto – ela disse, sem emoção nenhuma, parecendo meio desajeitada e triste. Olhei para o lado, ela foi em direção ao Kingman, enterrando seu rosto no pescoço dele e o abraçando. Aquilo me quebrou. Claire e Casey me olhavam perplexas, enquanto Joe tentava falar com Emily, que ainda abraçava Kingman.

- Você sabe que é um otário, né? – Libby passou de mãos dadas com Hendrix – Isso não muda.

Fui em direção a mesa e me sentei do lado de Bonnie. A comida estava em uma mesa que estava perto da piscina. Todos não quiseram falar nada. Afinal, acho que não tinha muito o que falar. Emily estava no meio de Claire e Kingman, que fazia algumas palhaçadas para que ela risse.

- Bom, o que iremos fazer hoje a tarde? – perguntou Bonnie, como se nada tivesse acontecido.

- Nada – respondeu Emy, seca – Vou no cinema com o Brad, Louise e Zack. Se sintam a vontade para ir também – ela passava o garfo entre a comida e desviava o olhar do meu – Sabe, eu vou tomar um banho.

Ela saiu da mesa. E assim o almoço permaneceu em silêncio.

EMILY POV

Eu me sinto uma idiota. Eu não acreditei que eu realmente pensei que Jackson ainda gostava de mim. Eu sou mesmo uma otária, porque ele beijou a Bonnie. Bem na minha frente. Depois de tudo que passamos. Depois daquele beijo maravilhoso que nós demos na casa do Larry. Ele havia – mesmo – feito isso.

Apesar de não poder acreditar naquele fato, não sei como eu pensei mesmo que o Jackson gostasse de mim. Ou quisesse ficar comigo.

Cheguei no meu quarto. Tomei um banho e fiquei cutucando meu celular novo, tentando aprender como mexia naquela coisa super tecnológica, muito diferente do meu celular antigo, que era tão velho que tinha até lanterninha.

- Oi, Emilyzinha? – disse Luke, entrando no meu quarto.

- Oi Luke! – exclamei, o abraçando – Tudo bem?

- Tudo, e você? Te vi correndo da piscina quase chorando, vim saber o que houve. – ele se sentou no pé da minha cama.

- Ah, tá. Não foi nada – sorri meio desconfortável para ele, que ainda me encarava, desconfiado – Você não vai sair daqui enquanto eu não te contar, né?

- Você me conhece tão bem, Emily. – ele sorriu e eu gargalhei da cara dele. – Você sabe que pode me contar tudo, pirralhinha.

- Tem um menino lá embaixo, que é meu ex. A gente ficou, ele me traiu. Ai a gente terminou tudo, mas na ultima semana a gente ficou de novo na casa do meu amigo e foi, simplesmente MARAVILHOSO! Eu realmente achei que ele me amasse e gostasse de mim, Luke. Mas não. Ele não sente nada por mim. Ele acabou de beijar outra, na minha frente. – abaixei o olhar e encarei minhas mãos.

- Sinto muito – ele disse, segurando minha mão direita – Ele não sabe te dar valor, Emily.

- Não Luke, eu que não sei me dar valor, é diferente – suspirei fundo – Eu sei muito bem a reputação que ele tem, que pega e larga e mesmo assim me envolvi. Você não tem noção do quanto to arrependida.

- Então isso serve de lição pra próxima vez. – ele riu e eu ri junto. – Estou descendo, não sou muito fã de romance. – E eu meio que sou pago pra cuidar dessa casa. – eu ri e ele também. – To descendo, vê se fica bem. – ele me deu um beijo no rosto.

- Tchau Luke.

Deitei na cama e fechei os olhos, em uma tentativa falha de dormir. Logo a porta se abriu de novo e o Brad entrou.

- Ei, você tá bem? – ele perguntou. – O pessoal tá lá embaixo preocupado com você.

- To bem, obrigada.

Ele ficou me fitando por um tempo o que com certeza me deixou corada.

- Hm, as vezes eu fico me perguntando. Você é tão linda, tão especial. Inteligente, legal, gente boa... Não entendo porque o Jackson não te dá valor. Se eu tivesse uma menina como você apaixonada por mim eu não pensaria duas vezes em ficar com você. – ele sorriu e eu corei mais ainda – Você não precisa ficar com vergonha. – ele começou a fazer círculos com seu polegar nas minhas bochechas. – Eu gosto de você Emy.

- Eu também gosto de você, Brad. – disse baixinho.

- É, mas como amigo. Eu gosto de você como um homem gosta de uma mulher.

- Eu.. Não sei o que dizer Brad, eu não queria que isso acontecesse. Você é um ótimo amigo.

- Só amigo? – ele perguntou, se aproximando de mim, diminuindo nossa distância.

- Não sei. – disse prestando atenção – Eu não tenho pensado em nós. Não desse jeito.

- Então não precisa pensar. – ele começou a fitar minha boca. – Posso fazer uma coisa que eu já queria fazer há muito tempo? – ele parou de fitar minha boca e começou a olhar nos meus olhos.

Eu não sabia o certo o que fazer, mas Brad era um ótimo amigo e com certeza, não me magoaria. Eu precisava apagar Jackson da minha vida, assim como ele me apagou da dele. Não preciso mais dele pra nada.

- Vá em frente. – fechei os olhos e senti seus lábios encostarem no meu em um selinho demorado. Ele passou sua língua em meus lábios preguiçosamente, apenas concedi a passagem. Ele segurou minha nuca com toda a força, me puxando mais para ele. Nossos corpos estavam totalmente colados, ele me puxava mais para ele, como se isso fosse possível. Minhas mãos puxavam seu cabelo com toda a força, enquanto nossas línguas ainda travavam uma batalha. Ele me deitou na cama delicadamente, ficando por cima de mim e colocando suas pernas em volta, distribuindo seu peso. Suas mãos foram direto pra barra da minha blusa, aonde ele ameaçava tira-la. O ar nos faltou, sua boca foi direto para o meu pescoço, aonde distribuiu beijos me fazendo arfar.

Minhas mãos estavam em seu cabelo. Coloquei elas por debaixo da blusa dele, arranhando seu peitoral, fazendo ele soltar alguns suspiros. Ele me beijava e me dava chupões, que me faziam gemer baixinho.

Tirei sua blusa, continuei arranhando seu peitoral. Sentei em seu colo, colocando uma perna de cada lado, sem parar de beija-lo. Coloquei minhas mãos entrelaçadas em seu pescoço e o beijava com toda a urgência. O ar nos faltava, mas quem ligava? Aquele beijo era maravilhoso e ele realmente era bom naquilo. Ele tirou minha blusa, suas mãos foram direto para meus seios ainda cobertos pelo sutiã. Ele apertava, com toda sua força, me fazendo gemer. Era uma dor, mas ainda assim uma dor boa.

Eu não sabia até aonde aquilo iria nos levar, mas eu queria mais. Eu não sabia o que estava acontecendo, sei que todas as minhas amigas não eram virgens, e não sei porque eu queria fazer aquilo valer a pena. Eu achava que realmente o Kingman era o cara certo. Ele me amava, não me faria sofrer. Eu havia me decidido que era isso que eu queria, e era isso que iria acontecer.

- Não. Não posso fazer isso. – ele me jogou de seu colo, me fazendo soltar um gritinho agudo de frustração.

- Você tá brincando comigo? – perguntei. – Eu quero isso! Quero agora. – fui pra cima dele mas ele me empurrou novamente.

- Emy, eu não posso! Não quero fazer alguma coisa que você se arrependa depois. – ele se levantou. Eu não podia nem imaginar como eu estava. Sem blusa, meus cabelos provavelmente todos bagunçados e com a cara de raiva e mais vermelha possível. – Olha pra você. – ele apontou pra mim – Você não quer isso!

- CLARO QUE EU QUERO! – berrei. – Eu quero muito! Quero que você deite aqui e faça o que tem que fazer.

- Emily, tenta entender!

- Entender o que? Ah, já entendi, você não quer transar comigo só porque eu sou virgem?

- Não é isso!

- Então o que é? Kingman? Eu não tenho um corpo legal, então?

- Emily, você é muito, muito gostosa! Mas não dá! Você tem que fazer isso com uma pessoa que você ame, você não me ama. Você tá longe de sentir algo por mim, tão forte quanto o que você sente pelo Jackson. Eu não posso, simplesmente não posso te submeter a se arrepender disso. Porque depois, não volta mais. Então, se um dia eu for fazer isso, quero que você me ame. Com todo o seu coração.

Abaixei a cabeça e pude perceber o quanto ele estava certo. Eu não o amava – estava longe de sentir mesmo algo tão forte pelo o que eu sinto pelo Jackson – e iria me arrepender mais tarde. Aquilo era só fogo. Logo iria abaixar.

Mas por Kingman ter um pensamento tão legal, eu pude ter certeza de uma coisa – ele não me machucaria – e seria totalmente perfeito amar ele. Porque eu amo uma pessoa que não dá a mínima pra mim. Kingman era totalmente o contrário – ele me amava – e estava disposto a me esperar.

- Você está certo. Desculpa por isso. – levantei e o abracei, ele retribuiu meu abraço e me deu um selinho fraco nos lábios – Eu te amo, Brad.

- Te amo muito, muito mesmo. – ele me beijou, um beijo bom, calmo e como se ele quisesse dizer que estaria comigo sempre. – Amo você.

- Um dia ainda vou retribuir esse amor.