Os Guerreiros De Hades (em hiatus) escrita por Zombie King


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Aproveitem mais um capítulo.



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Me lembro bem daquele pesadelo. Estava em um lugar desconhecido. Havia um palácio inacabado com dois tronos ao fundo e havia três caras altos e fortes. Vi ao meio do "palácio" minha namorada, minha prima e meu irmão amarrados. E não foi um pesadelo comum, era como se eu estivesse presente, mas ninguém me via.

Eles estavam presos um ao outro pelos braços e estavam de cabeça baixa, como se já cansados de lutar. De repente entrou alguém que eu não reconheci. Ele se sentou no trono menor e deu uma risada fria e cruel.
 

-Você nunca vai conseguir o que quer- gritou Vicky- meu pai nunca vai permitir.
 

Ele soltou mais uma risada.
 

-Você acha que seu pai é páreo para o MEU pai?
 

Ela começou a gritar insultos e xingar o homem do trono. Ela estava com muita raiva e seus olhos ficaram brancos como raios.
 

-Apaguem essa garota!
 

Um dos guardas veio e a acertou na cabeça e no mesmo instante ela desmaiou.
 

-E vocês dois se não quiserem ser apagados, permaneçam em silêncio.
 

Peter me olhou tão profundamente, que eu até duvidei que ele não me via.
 

Nesse instante meu sonho foi interrompido. Acordei molhado de suor. Pulei da cama e vi que

ainda estava de madrugada, por volta de 4:30. Não consegui dormir mais. Sei que não devia fazer isso, mas me vesti e fui me sentar na praia. Me sentia mais perto do meu pai toda vez que fazia isso.
 

Me deitei na areia quente e olhei para as estrelas. Era uma visão completamente diferente da que eu tinha da cidade. O céu estava repleto de estrelas e a lua ainda cheia.
 

Meu transe foi interrompido quando ouvi passos na areia. Fechei meus olhos e pensei "to ferrado". Olhei para o lugar de onde os passos vinham e vi uma mulher que eu nunca tinha visto no acampamento. Ela era um pouco mais alta que eu, tinha longos cabelos pretos cacheados, olhos negros como a mais profunda noite e vestia um vestido branco. Ela se sentou ao meu lado.
 

-Você é Edward O'Connel?- ela disse mais afirmando do que questionando. Sua voz era suave e ao mesmo tempo obscura.
 

-Sou. E você quem é?
 

-No momento não importa. Eu tenho um recado para você.
 

-Sou todo ouvidos.
 

-Bem, pra cumprir a missão que lhe será dada, você vai precisar da ajuda de um objeto especial e de guerreiros que não são deste mundo.
 

Olhei para ela, questionando o que ela havia acabado de dizer.
 

-Tem certeza que esse recado é para mim?
 

-Sim- ela disse começando a desparecer- e a propósito, meu nome é Nyx- e sumiu.
 

Eu pensei "Nyx, conheço esse nome de algum lugar." Fiquei por muito tempo tentando me lembrar de onde, até que vi o sol começar a aparecer no horizonte e voltei correndo pro chalé, antes que os campistas começassem a acordar.
 

Entrei no chalé, tirei minha roupa e fui correndo para o banho. Tomei um banho demorado.

Quando eu estava na água, é como se os problemas sumissem. Enrolei a toalha na minha cintura e fui me vestir. Quando eu entrei no quarto, vi uma garota sentada em minha cama.
 

-Ann..Annabeth!? -fiquei o mais vermelho que uma pessoa pode ficar- eu não sabia que você estava aqui.
 

-E eu não sabia que você estava no banho- ela também enrubesceu- eu só queria te dizer que Percy acordou e quer falar com você.
 

-Obrigado pelo aviso. Assim que me vestir, eu vou lá.
 

-Tá bom- ela ficou sem jeito- te espero lá.
 

-Até mais.
 

-Até.
 

Me joguei na cama, parei e comecei a rir daquela situação. Acho que nunca tinha passado tanta vergonha na minha vida.
 

Me vesti e fui ver meu irmão.
 

No caminho da enfermaria, encontrei alguns semideuses que me enchiam de perguntas sobre o sequestro, e eu dizendo a mesma coisa: “não sei de nada, não sei de nada”.

Minha salvação foi Lee Fletcher.

-Gente, vocês não perceberam que ele não sabe de nada. E vocês não estão ajudando.

Eles se afastaram.

-Obrigado Lee.

Ele assentiu e sorriu.  Continuei meu caminho para a enfermaria. Cheguei lá e vi que Annabeth ainda estava lá com Percy.

-Oi gente, tudo bem?- perguntei, ainda me lembrando daquela situação embaraçosa.

-Oi- os dois responderam em uníssono.

-Vou deixar vocês conversarem sozinhos- Annabeth disse.

Assentimos e ela saiu.

-Como você está Percy?- perguntei, me sentando na cama ao lado, que estava vazia.

-Estou melhorando, mas se me jogassem na água, eu melhoraria mais rápido- disse e deu um sorriso fraco. Sorri também.

-Bem, vamos direto ao ponto. O que aconteceu ontem na floresta?

Ele fechou os olhos, tentando se lembrar. Então ele abriu os olhos e começou a contar...

~Percy

Entramos para a floresta e a prova iria começar em 15 minutos. Esse era o tempo que tínhamos para construir uma estratégia.

-Olhe pessoal, vamos fazer o seguinte: Clarisse, você lidera seus irmãos na busca pela bandeira inimiga. Ed, Nico e Linya, vocês fazem patrulha de fronteira. E a quem eu ainda não deleguei tarefas, venham comigo- eu disse para o resto da equipe.

Todos estavam indo para seus postos.

-Ah, e mais uma coisa. Não se esqueçam de que estamos contra o chalé de Atena, e Atena SEMPRE tem um plano- eu tinha que dizer isso a eles.

Poucos minutos depois a concha soou, e eu e os semideuses que me acompanhavam estávamos tentando invadir o território da outra equipe para pegar a bandeira. Mas no meio das lutas, vi que Peter estava tendo problemas com um filho de Atena.

Intervi na luta deles, e deixei o outro semideus desmaiado.

-Obrigado Percy- ele disse ofegante- Não sei se conseguiria ganhar desse cara sem sua ajuda.

-Por nada irmão. Mas acho que bolei outro plano. Vamos por esse lado da floresta.

Entramos em um lugar mais escuro, dando a volta no território inimigo para podermos tentar ganhar. Estávamos caminhando até que ouvimos alguém conversando. Pensamos que pudesse ser alguém da outra equipe fazendo ronda por aquela área, mas quando tentamos atacar, vi que não era ninguém que conhecia. Ninguém que vivesse no acampamento.

Eram três homens altos e fortes, e estavam carregando algumas cordas.

-Foi mais fácil do que imaginei- um deles disse. Ele tinha uma voz cruel.

Eles começaram a nos atacar com espadas. Tentamos lutar, mas eles eram mais fortes e mais rápidos do que eu e Peter juntos, e além disso estavam em vantagem de número. Um deles atingiu minha cabeça com o cabo da espada e eu caí no chão. A única coisa que consegui ver antes de desmaiar, foi um deles pegando Peter e o amarrando, e o outro dizendo “agora só faltam os outros dois”. E desmaiei.

Acordei um tempo depois. Me sentei e passei a mão da cabeça. Estava doendo onde eu havia sido atingido. Me levantei e vaguei pela floresta, tentando encontrar a saída. Será que ninguém havia sentido minha falta?

Caminhei por um tempo até que encontrei Nico. Ele estava sentado às margens do rio.

-O que aconteceu?- perguntei a ele, pois ele estava todo machucado.

-Foram uns caras, que vieram e- ele ficou pensativo- e levaram Linya e aquela garota filha de Zeus.

Fiquei espantado. Por que eles haviam sequestrado os três?

-Tentamos lutar contra eles, mas eles eram muito mais espertos-  ele continuou- Depois eles me acertaram na cabeça e desmaiei. Acabei de acordar.

-Nico, temos que voltar pro acampamento e avisar a todos o que aconteceu.

Estendi a mão à ele e o ajudei a levantar. Voltamos cambaleando para o acampamento. Assim que estávamos chegando, ouvi todos eufóricos e gritando “azul, azul”.

Assim que saímos da floresta, Ed veio ao nosso encontro.

-Nico, Percy nós vencemos- ele disse eufórico.

Ele nos olhou e seu rosto foi tomado por preocupação.

-O que aconteceu? Onde estão Peter e Linya?- ele estava apavorado.

-Levaram eles-  eu disse com a voz fraca, e foi a única coisa que eu consegui dizer antes de desmaiar de novo. 

~Edward

-Foi exatamente isso que aconteceu- ouvi uma voz atrás de mim dizer. Era Nico. Havia me esquecido que ele também estava na enfermaria.

-Nico!- eu disse- como você está?

-Estou vivo- ele brincou- e você, como está.

-Estou bem melhor do que ontem- respondi coçando a cabeça. Aquela história já estava mais estranha do que eu achava que ficaria.

-Nós só vamos sair da enfermaria à noite, então vai ter que sobreviver sem a gente hoje- disse Percy.

Sorri e lembrei que Vince também estava internado.

-Percy, Nico, eu vou ver como está Vince, e depois vou falar com Quíron. Até mais.

-Até- eles disseram juntos.

Fui até a cama que vi Vince na noite anterior, só que a cama estava vazia. Então ele já havia sido liberado. Saí da enfermaria e fui em direção à Casa Grande para falar com Quíron. Mas no meio do caminho pensei que era melhor eu falar com Vince antes.

Mudei meu caminho e fui em direção ao chalé de Zeus que parecia uma grande caixa de mármore branco, com colunas pesadas na frente e tem portas de bronze polido, que, dependendo de onde se vê, parece que são atravessadas por raios.

Bati na porta e esperei por alguns minutos. Ninguém respondeu, então olhei por uma das janelas que estavam abertas e vi Vince lá dentro. O chamei e disse que queria falar com ele.

-Eu não tenho nada para falar com você- ele respondeu, nervoso como sempre. Será que os filhos de Zeus não conhecem outros sentimentos que não são raiva e prepotência?

-Abre essa porta. Não me obrigue a arrombá-la- eu disse, já ficando nervoso também.

-Tá- ele disse rispidamente.

Ele abriu a porta e eu entrei. Vi que haviam algumas coisas sobre a cama e uma mochila também, já com algumas coisas dentro.

-Você por acaso está indo aonde?- perguntei.

-Isso não é do seu interesse- ele respondeu.

-Pode até não ser do meu interesse, mas você sabe que não podemos sair do acampamento sem receber uma missão.

Ele me olhou e respirou fundo.

-Mas eu tenho que salvar minha irmã- ele disse com lágrimas nos olhos. Foi a primeira vez, em toda minha vida, que eu vi ele preocupado com alguém que não fosse com ele mesmo.

-Olha- eu disse- estou indo falar com Quíron para pedir uma missão. Eu também tenho que salvar meu irmão. Se você quiser, pode vir comigo. Sozinho, você não tem nem chance.

Ele assentiu e juntos fomos procurar por Quíron. Chegamos à Casa Grande e vi o Sr. D sentado na varanda, sozinho.

-Com licença, Sr. D, preciso falar com Quíron.

-Posso saber qual é o assunto?- ele respondeu.

-Na verdade, eu prefiro falar diretamente com ele.

-Ah, crianças- ele disse com desprezo- ele está lá dentro. Entrem.

Entramos e chamei por ele. Logo ele apareceu.

-Olá crianças. O que querem?- ele disse, calmo e doce como sempre.

-Quíron, vou direto ao assunto. Precisamos de uma missão para salvar nossos irmãos.

-Eu sabia que não iriam demorar para me pedir isso. Mas primeiro vocês precisam de uma profecia, e o nosso oráculo, Rachel, não vive aqui no acampamento. Vou entrar em contato com ela e em três dias ela deve chegar aqui.

-TRÊS DIAS!!!- disse Vince indignado- Você sabe o que pode acontecer em três dias?

Cutuquei o braço dele com o cotovelo e disse apenas movendo os lábios “calma aí”.

-Eu sei, eu sei. Mas não posso deixar vocês saírem por aí sem uma profecia. Vocês nem sabem por onde começar.

De repente eu comecei a ver imagens e palavras saíram da minha boca, inconscientemente.

Três meio-sangues deverão partir

E para a terra proibida deverão ir.

O ressurgimento do mais antigo deverão impedir

Usando um objeto há muito não visto.

Porém sozinhos não irão conseguir

E deverão contar com a ajuda dos guerreiros do outro mundo.

E nos braços do próprio irmão um irá partir

Levado por aquele que chamava de amigo.

-Edward, você tem o dom da profecia. 


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. Gente deixem seus comentários. Sua opinião é importante.