Hillian

02 de Dezembro de 1993.

É só mais um dia normal. Acordei com Sirius me acariciando.

— Bom dia- Falei, e dei um longo beijo nele. Era tão raro acordarmos juntos ultimamente. Tudo era difícil nos últimos meses. Depois daquele dia, no Boticário, eu não sai praticamente mais de casa. Só se fosse para a casa de Lily e James, e ela o inverso.

Pouco depois soubemos que Voldemort iniciou uma caçada ainda pior aos ninfos. Ele estava mantendo vários em cativeiros, até as crianças, ninguém sabia o por quê. Eu acho que ele está criando outros feitiços, para ver se consegue criar um que mate-nos imediatamente, já que a Maldição da Morte não funciona em nós.

Regulus desapareceu pouco tempo depois, toda a informação que temos é que Voldemort o considera um traidor, mas não sabemos se ele está morto ou foragido. Mesmo que Sirius não fale, eu sei que ele está preocupado com o irmão. Ele nunca deixou de amar Regulus, apesar de tudo.

Sirius, James, Remus, Peter, Frank e Alice sempre estavam em missões de campo agora. Ou estavam procurando algo, ou lutando com comensais. Isso me deixava preocupada o tempo todo. A cada semana mais membros da Ordem morriam ou eram sequestrados, a mesma coisa com o pessoal do chamado Exército Ninfo Americano. Ryan Tafey, seu líder, estava desaparecido a 4 semanas já. Isso é horrível pois eles e os Guardiões não estão nem conseguindo proteger, nem lutar direito.

Eu e Lily não estávamos paradas, alem de cuidar de dois bebês (o que nunca é uma tarefa fácil) nós cuidávamos de toda parte de inteligencia e informação da Ordem. E é um trabalho duro, ter que organizar o que são fatos, o que são rumores, relatos etc... Eu estou exausta. Então momentos como esse, de carinho são tão raros agora, que eu sempre me apego a eles.

— Você parece cansada- Ele disse

— Muito, mas você não esta muito atrás, não é?- Falei sorrindo, ele começou a me beijar com mais vontade, mas....

— Mami! Mami! Mami!- Uma voz fina gritava. Alethia.

— Sua filha acordou- Ele disse, rindo. Ri com ele. Me levantei e fui ver o que ela queria.

Alethia estava em pé no berço dando pulos com um sorriso lindo no rostinho. Ela havia completado 1 ano a pouco mais de uma semana. Eu gostaria de ter feito mais (foi só um bolinho com Remus, Peter, James, Lily e Harry) mas tubo bem, afinal ela nem vai se lembrar mesmo. Haverá aniversários melhores. Agora ela já tem um (Não tão) pequeno repertório de frases, e já sabe andar sem cair. Ela já ta tão grande, e já é tão independente.

— Bom dia Aly– falei pegando-a no colo e enchendo-a de beijos.

— Bum dia mami!- Ela me respondeu. Então fez força para baixo, mostrando que queria ir para o chão. Assim que a coloquei no chão, ela correu até a porta, onde Six estava. Ela é muito diplomática na parte de carinho.

— Bum dia papa!- Ela falou, enquanto Six a pegava no colo e a beijava. Descemos para tomar café da manhã. Remus estava lá embaixo, ele sorriu ao nos ver. Aly logo gesticulou para ele, para que ele a pega-se do colo do pai. E ele o fez (Alethia controla todos a sua volta, essa menina vai dominar o mundo)

— Oi Aly, você dormiu bem?- Remus perguntou sorrindo, enquanto a pegava no colo. Alethia deu um beijo nele e falou:

— Bum dia, Mo. Mimi si- Mo era como ela chama Remus, acho que ela ficou com Moony na cabeça.

Nós tomamos café da manhã e depois Moony e Six já se aprontaram para sair.

— Eu não devo voltar hoje- Remus fala.

— Tudo bem, tome cuidado ok?- respondi e abracei. Eu odeio quando ele tem essas missões, fico preocupada. Ele é bem inconsequente quando se trata de si mesmo.

— Pode deixar.- ele me deu um beijo na testa e depois encheu Aly de beijocas, fazendo-a rir. 

Sirius estava brincado com Aly. Alias é a única coisa que ele faz, sempre que tem um tempo livre é brincar com a filha. Ele é um ótimo pai. Ele colocou nossa filha no sofá, deu mais um beijo e veio até mim.

— Eu não vou chegar tarde- Ele disse sorrindo.

— Ótimo! Vou ficar te esperando então- Respondi. Ele me beijou, talvez com intensidade demais para um beijo de despedida. Me fazendo arrepiar toda. 

— Six... você tem que ir- Eu sussurrei, recuperando o folego.

— Eu sei... lamentavelmente- Ele rebateu, roubando mais um beijo e depois indo trabalhar. Sorri.

Passei a maior parte da manhã brincando na neve que começava a ficar forte com Aly no fundo da casa. Ela adora neve. Foi quando eu ouvi a campainha.

— Já vai!- Gritei, entrando. Cobri Aly com um cobertor e a coloquei no sofá. Por segurança olhei pelo olho-espião, para ver quem era. Era Peter.

— Hey!- Falei abrindo a porta, ele sorriu.

— Tudo bem?- Ele perguntou enquanto entrava. Peter não faz muita coisa pela Ordem, e passa muitas vezes aqui, principalmente pra almoçar. Ele não é a melhor companhia mas... podia ser pior.

Peter foi incrivelmente útil hoje. Ele me ajudou a dar banho em Alethia, depois me ajudou com o almoço e até lavou a louça. No fim, estávamos na sala, a tarde, com Aly no tapete brincando com seus brinquedos.

— Qual é o problema?- Perguntei, ele estava nervoso, toda hora olhando o relógio na parede.

— T-tenho uma missão hoje- Ele falou. eu havia esquecido, ele tinha que proteger hoje o Beco Diagonal. Eu não sei por que colocaram ele que é medroso para isso.

— Vai dar tudo certo, você vai estar cercado de outros bruxos, na maioria aurores- Falei. Ele sorriu nervoso pra mim.

Eu nunca vou entender o por que dele ter ficado amigo de James e Sirius. Ele simplesmente não combina com eles. James, Sirius e Remus são corajosos e inteligentes. Peter nunca foi nada disso. Ele as vezes me parece correr atrás dos meninos, por medo, por proteção, por status. Não que ele seja ruim, mas, sei lá, ele é estranho.

— Hi eu acho que vou-u indo-o então- Ele falou.

— Tudo bem, obrigada pela companhia!- Falei abraçando ele. Ele sorriu

— Ah! Antes que eu esqueça, Diggle deve vir comigo amanhã até aqui, pra fazer o relato de hoje comigo- Ele disse.

— Certo- Falei, não entendendo o ponto.

— Qual é a senha para que ele possa apartar comigo?- Ele perguntou. Peter... nunca se lembra de nada.

— Perpetuam- Falei. Esse era o maio e melhor feitiço de segurança. Apenas a pessoa com a senha, pode atravessar a barreira. E essa senha muda, mas a pessoa que a recebeu fica gravada, assim não precisa atualizar. É bem complexo e não teríamos conseguido sem a ajuda de Dumbledore.

— Obrigado- Ele falou, e saiu.

Eu voltei pro sofá. Eu estava cansada nos últimos dias. Também eu não dormia direito a noite de preocupação, isso que da. Peguei Aly e levei-a pra cima, pro meu quarto. Me deitei com ela, e logo as duas tiravam um cochilo.

—_____

Sirius

Tinha dado tudo certo. Era esse o pensamento que eu tinha na cabeça enquanto me despedia de Frank e Alice, depois de nossa missão de hoje. Eu fui para casa deles, para entregar ao pequeno Neville alguns brinquedos que Aly não gostava mais. Ele adorou, sai de lá e aparatei. Foi quando o meu pesadelo começou.

Assim que a minha casa se tornou visível sinto que havia algo de errado, foi quando olhei para cima. No céu a Marca Negra pairava bem em cima da minha casa. Senti meu coração se apertar. Corri até a porta, que estava aberta. A casa estava toda revirada. Meu desespero aumentou. Eu corri subindo as escadas, e fui para o quarto de Alethia, nada, ela não estava ali. Corri para o meu quarto. Ele estava todo revirado, mas também não havia sinal delas. Senti as lágrimas se formarem, o meu desespero aumentar, eu já ia correr para baixo, quando percebi que havia um bilhete colado no meu guarda-roupas, fui e peguei, com as mãos trêmulas.

Você nunca mais ira vê-las, priminho.

Cai de joelhos. Bellatrix. Ela havia pego minha namorada, ela pegou o nosso bebê. Ela sequestrou a minha família. Ouvi passos e logo vi Dumbledore, Remus, McGonnagal e James entrarem, mas nada mais importava. Meu maior tesouro havia se ido, eu perdi minhas garotas, eu estava sem rumo.