O que está acontecendo?Havia uma confusão de gente a minha volta e ninguém parecia me ouvir enquanto eu perguntava por respostas.

- Alguém pode me dizer o que que está acontecendo, por favor?

-  Você parou o ônibus.

Quando me virei vi um par de olhos azuis me observando.Era um garoto mais ou menos da minha altura,talvez um pouco mais alto de cabelos mesclando entre loiro e castanho claro.Ele tinha uma franja que cobria um pouco o rosto e trazia uma expressão gentil no rosto.

- Você está bem?- ele se abaixou e me estendeu a mão em que pude ver uma marca azul em seu pulso.

- Sim,obrigada

- Que bom- E sorriu.

As pessoas abriram espaço  para nós e ficaram nos observando enquanto ele me ajudava a ficar em pé.

- Tem certeza que não se machucou?É meio difícil de acreditar.

- Sério estou bem mas, o que você disse que eu...

De repente alguém segurou meu braço e foi me colocando deitada em uma cama, era a emergência que devia ter sido chamada por uma das pessoas que viram o acidente.Eles me deitaram na maca e foram me imobilizando,naquele momento eu estava tão assustada e confusa que só conseguia observar o garoto que havia me salvado e cujo o nome eu nem sabia, se afastando ao longe enquanto me colocavam na ambulância e a porta se fechava a minha frente antes de tudo ficar escuro.

  ....

- Minha filha, você está bem?

Meus olhos estavam pesados e demorei para abrí- los. Quando finalmente consegui enxergar, a primeira coisa que vi foi minha  mãe me olhando preocupada.

- Onde estou - me levantei com cuidado da cama em que estava e olhei em volta.Era um quarto de hospital.

- Estou no hospital?- Falei ainda meio confusa.

- Sim.Você não se lembra querida?Você sofreu um acidente.

- Eu ...hã, só me lembro de estar caída na rua,com um monte de gente em volta e um garoto.

- Que garoto?

- há, um que me...

- Boa tarde - um senhor alto de cabelos cinzas entrou no quarto.Ele vestia um jaleco branco, devia ser o médico.

- como está se sentindo senhorita Haiden?Seus exames estão normais.

- logo poderei liberá-la

- Libera-la?Mas ela quase foi atropelada, como pode libera-lá assim?!

- Acalme-se senhorita Johnson- Ele falou olhando para minha ficha - podemos conversar no corredor?

- Claro...

Eles ficaram uns 5 minutos no corredor enquanto eu colocava as idéias em ordem.Agora já me lembrava melhor do que havia acontecido.Depois de quase ser atropelada por aquele ônibus (que ainda não sei como não fui), um garoto  me ajudara a levantar e depois fui colocada na ambulância e devem ter me dopado  antes de me colocarem aqui.Pelo menos acho que é isso.

Meus pensamentos foram interrompidos pela porta se abrindo.

Minha mãe entrou com uma cara de assustada no quarto.

- Mãe, tudo bem com você? O que aconteceu?

- Tu...Tudo bem comigo...

O médico veio logo depois.Nesse momento eu já não aquentava mais ninguém não me contando o que estava acontecendo.

- O que está acontecendo?Por favor, me diga, o que está acontecendo?Eu quero saber.

- Você não sabe o que fez?

- Não mas gostaria de saber.

- bom,você tem,hum, falando em termos técnicos, você tem uma habilidade incomum que lhe confere algo como poderes.

- poderes?Tipo MAGIA?!

- Sim, falando mais livremente, acho que esse é o termo.Parabéns.É o primeiro caso que vejo em meus 30 anos como médico.Realmente algo raro.

Minha mãe se virou para mim com uma expressão mista de assusto  e surpresa:

- minha filha é uma direita!