– CONSEGUIMOS!
– VAMOS ATÉ O CENTRO VER SE OS OUTROS PRECISAM DE AJUDA. - Ricky gritava eufórico com o resultado que poderia ser a liberdade que queríamos mas mal sabia ele que isso estava mais longe do que imaginava.
Seu telefone toca.
– Ricky?
– Ed, O QUE OUVE? POR AQUI ESTA TUDO CERTO, NOS CONSEGUIMOS - Ricky falava por sobre os gritos da multidão eufórica.
– Ricky, me escute com calma.
– O QUE ACONTECEU ED? ONDE VOCÊ ESTÁ?
– Eu estou dentro do prédio da presidência mas a Haiden está na rua nos dando cobertura.
– E daí? - Ele havia se afastado do barulho e agora podia ouvir melhor.
– Ricky, Carol está aqui e...Ricky? RICKY!
Tu...tu...tu
Ricky desligou o telefone e saiu correndo em direção a prefeitura assim que ouviu o nome dela. Ela, Carol, sua amiga, seu amor. Haviam se conhecido no orfanato quando tinham 5 anos. Passaram os outros 5 anos, todos juntos, só os dois.
Aos 10 anos de idade ele foi adotado e foram separados. Foi para o colégio central e conheceu Ed. Mesmo assim, todos os dias ele fugia e ia vê-la. Os pais adotivos estavam preocupados, ele ja havia voltado um ano por não ter feito o fundamental inteiro e se continuasse fugindo ia repetir mais um. Mesmo assim ele continuava a fugir e ir vê-la.
Depois daqueles dois anos, em que acabou repetindo um, ele foi vê-la mas ela havia sido adotada. Ele decidiu fugir e procura-la, Ed ajudou mas nada foi preciso pois no dia seguinte a encontrou no colégio. E passaram aqueles outros 6 anos, os três juntos.
Uma noite antes de ela sumir, os dois haviam escapado de casa e se encontraram, como ja faziam a 3 anos e se beijaram.
No dia seguinte ela não apareceu, seus pais disseram que a levaram e então ele prometeu achá-la. Desde aquele dia, ele prometeu achá-la e agora a havia encontrado novamente, ela estava viva. E ele estava indo vê-la.
– CAROL! - Gritou quando a viu.
Assim que ela se virou a expressão no rosto dele mudou. Ele percebeu que ela estava diferente, não tinha a mesma expressão gentil a alegre que se lembrava dela da última vez que se viram naquela noite.
– CUIDADO RICKY! - Eu gritei no chão. Estava exausta e um pouco machucada mas bem, consegui desviar de alguns de seus golpes diretos e certeiros mas o que me atingiram me machucaram um pouco mesmo assim o estrago foi pouco. Ainda estava perdida com o que tinha acontecido a alguns minutos. Tentava entender o que houve comigo, por que não conseguia usar meus poderes e talvez, como os perdi, pensando nisso pela cor preta que se tornou minha pulseira. Mas mesmo assim consegui reunir forças para gritar. Eu precisava tirar Ricky daqui.
– RICKY, SAI DAQUI! - Consegui gritar.
Mas ele ficou parado e nesse momento Ed sai do prédio que estava e vem para ficar a meu lado quando me vê caída. Ele me ajuda levantar e agora estamos os três em volta dela enquanto olhos atentos e impiedosos nos encaram. Mas por alguns segundos, que nao sei por que, vejo uma pontada de tristeza em seu olhar enquanto encarava Ricky.
– Ótimo, eu ia mesmo atras de vocês depois de acabar aqui mas isso vai me poupar trabalho.- Ela disse para nós e agora se virara para Ricky e o encarava nos olhos.
– O que aconteceu com você? - Ricky disse olhando nos olhos dela que não demonstravam nenhuma emoção. Por trás deles, a cidade se estendia deserta ao longo da rua principal, o dia nublado acima. Um silêncio se instaurou entre nos, sendo quebrado por um grito vindo da rua de baixo e correndo em nossa direção.
– EMBOSCADA!
Um segundo depois estávamos envoltos por soldados vestindo uma farda negra como nunca havíamos visto antes por aqui e apontando as armas para nós, inclusive para Carol.
Um homem surgiu vindo por meio dos soldados. Ele era alto mandando em todos o tempo todo. Devia ser alguém importante mas sabíamos que o presidente aquela hora ja estaria bem longe sendo escoltado e nunca se ouviu falar de um vice então, quem era ele?
enquanto isso,vendo que também estava sendo ameaçada, Carol começou a berrar do nosso lado:
– DEIXE -OS SAIR DAQUI RAIMON! - Carol começou a berrar.
– Esse não é o plano.- O homem respondeu.
– Então é isso? Você me obrigou a ajuda-lo prometendo não machucá-los. Eu devia ter previsto vindo de você. Pelo menos vou morrer podendo dizer que NUNCA ESTIVE DO SEU LADO! - Mas ela é atingida de surpresa por trás por um dos soldados e desmaia.
– Quem é você? - Ed perguntou se virando para o homem e lutando contra as algemas que nos prendiam.
– Quem eu sou? - O homem respondeu em tom de deboche.- Digamos apenas que estou envolvido.
– Então você é quem fez tudo isso a cidade ?- Ed se virou e o encarou.
– Eu a estou melhorando. O que tem a dizer?
– Só que vamos tira-lá das mãos da escoria de vocês!
– Há, faz me rir.- E então o homem se vira, diz algo aos soldados e se retira nos deixando com as armas apontadas para nós.
Os soldados abrem espaço e alguns ficam de frente para nós que estamos em pé, enquanto os outros fazem a cobertura por trás. Alguns dos que estão de frente levantam as armas enquanto outros, recebendo ordens do seu comandante se preparam para atirar. Os soldados formam uma linha, se alinham ficando com as armas apontadas diretamente para nossas cabeças, fazem um movimento de dedo no gatilho e...