Enquanto todos se aglomeravam em volta do palco para ouvir o discurso, me escondi entre a multidão para ir aos jardins mais ao fundo e longe da vista e chegar no muro. Pus as duas mãos nele e me concentrei ao máximo. Seu longo todo começou a brilhar, um brilho azul claro e então o muro se partiu com um estrondo forte e caiu tombando para o outro lado. Um silêncio se fez. O discurso lá dentro que até a pouco era ouvido com atenção, foi interrompido e todos se aglomeraram nas janelas e na porta principal olhando com curiosidade e espanto o espaço que antes dividia os dois lados e que possuía um muro virar agora um espaço vazio e sem barreiras para o outro lado. Eu havia corrido para dentro do salão para tomar meu lugar e esperar o sinal de Ed que veio logo em seguida ecoando de cima do telhado do salão. A idéia era que ele ficasse em um lugar alto para não ser pego e o telhado curvo do colégio ajudou a esconde-lo até a hora do sinal. Lá de cima ele gritou:
– AGORA!
E nos dispersamos, direitos e esquerdos, vindos dos dois salões estavam juntos e se misturavam em uma multidão enorme ao longo de toda a rua principal. O plano começava a entrar em ação e cada um estava indo para seu determinado objetivo.
Enquanto Ricky e todos os que sabiam lutar íam para o centro da cidade enfrentar as tropas que estavam chegando para nos impedir de chegar ao gabinete do presidente, Ed ia em direção ao prefeito com Ster para invadir os computadores. E eu fui com os outros enfrentar os que sobraram e tentavam nos dispensar. Mas depois de um tempo na rua, a coisa toda começou a se desenrolar sozinha e mesmo sabendo que eu deveria ficar e garantir que tudo desse certo, eu sai e usei essa oportunidade para procurar por meu pai e todos os que poderiam estar presos e talvez fazer mais aliados.
Corri até o gabinete do presidente com a esperança de que, com a confusão, não me notassem entrando e conseguisse encontrar alguma pista de aonde meu pai e outros podem ter sido levados. Mas não consegui entrar por que parei de súbito chocada e com medo da visão que tive do alto da escadaria na entrada do prédio da presidência.