– Incrível! - não consegui disfarçar minha cara de espanto ao ver aquele lugar que mais parecia um palácio. Todo enfeitado em dourado no teto e nas mesas e branco nas paredes e o chão reluzente de mármore branco. Não parecia real, nada parecido com o salão do lado esquerdo que era aquela clássica quadra de basket de madeira com enfeites no teto e dj, com uma mesa comprida que nada mais passa do que as mesas do refeitório com uma toalha e salgadinhos e suco em cima.
– AÍ ESTÁ VOCÊ! - uma voz gritou atras de mim -Seu príncipe ja chegou.
– Ster! Quanto tempo.
– Eu tenho bastante mas você que não parou na escola nesses meses.
– Eu sei, me desculpa eu...
– Deixa isso pra lá, você não pode deixar seu príncipe esperando!
– Mas ele não é...
– Alias, cade sua mascara? Coloque-a, faz parte da etiqueta uma dama nunca mostrar seu rosto.
– Ceer...certo - falei nervosa com a situação.
Para combinar com o vestido minha mascara era branca cheia de detalhes em penas brancas e rendas pretas com detalhes de verde mar.
Quando Ster me levou até os dois eu estava muito nervosa e mal conseguindo respirar com aquela mascara.
Os dois estavam de terno e Ed estava de frente conversando com Ricky quando me viu. Sua máscara era branca com alguns detalhes pretos e pude ver novamente seus olhos castanhos claros me observando através da mascara. Ficamos parados nos olhando sem dizer nada.
– O que eles estão fazendo? - Ouvi Ricky perguntando atras de mim a que foi bruscamente advertido por Ster ao seu lado.
– SSSH! Deixe os dois apaixonados. Que fofo.
Ficamos assim até Ed finalmente dizer alguma coisa e quebrar o silencio constrangedor.
– Você fica linda de vestido.
– Obrigada - corei - Você também fica muito bem de terno.
– Não querendo interromper os pombinhas mas lembrem- se por que estamos aqui.
– RICKY! - Ster gritou.
– VOCÊ me deixe em paz.- Ricky falou se virando para Ster.
– Ele tem razão - Ed falou com um suspiro.
– Sobre o que? - Olhamos todos ao mesmo tempo para Ster que permanecia com uma expressão de confusa no rosto.
– Esquecemos de chama-lá! - Falei mais alto do que queria.
– Para o que?
– Vem - Ricky disse resolvendo a situação.
Fomos para um lugar mais afastado onde lhe explicamos tudo. Ela havia permanecido ao nosso lado durante todos os meses mesmo sem saber de nada e nos encobria quando a avisávamos que íamos chegar atrasadas ou não poderíamos ir. Não temos motivo para desconfiar dela.
Primeiro ficou surpresa e meio confusa mas depois se recompôs e disse que ia ajudar. Não sabia de nada por que não ficou perto o suficiente de nos para nos analisar com sua habilidade mas disse que podia ler os movimentos corporais dos guarda e ajudar a descobrir seus passos na hora do ataque. Por isso ela ia ajudar os que iam invadir a prefeitura fazendo a liderança do grupo tático.
Agora tudo está pronto, só falta esperar.

– Senhor, tudo pronto para o discurso - o servo pequeno falou.
– Está quase na hora. Deixou a nossa surpresa como mandei?
– Sim senhor, esta tudo como mandou.
– Perfeito - Disse o homem alto com um olhar de malícia.

Ja eram quase 10 horas, havíamos marcado para enquanto o presidente estivesse fazendo seu discurso que devia começar a qualquer momento. Eu ja estava tensa a esta hora, na verdade havia estado tensa a festa inteira. Decidi ir até a sacada tomar um ar e aproveitar para olhar pela última vez para aquele muro que ainda nos dividia.
Enquanto me distraia absorta em pensamentos, um homem mascarado apareceu atras de mim a quem reconheci como sendo Ed. Sem tirar a mascara ele se aproximou de mim me estendendo a mão.
– A senhorita gostaria de dançar? - Ele falou como se não me conhecesse e decidi entrar no jogo. Coloquei a mascara e lhe dei a mão.
– Eu adoraria.
(http://m.youtube.com/watch?v=AdIDxFTgBJM)
Ele segurou minha mão e pôs a outra nas minhas costas enquanto eu segurava a mão dele e punha a outra em seu ombro. Ele é ligeiramente mais alto que eu e por isso tive que esticar o braço para alcança-lo e começamos a dançar. Ele me levava a cada passo.
Estávamos dançando sobre a luz da lua e a nossa frente um lindo jardim se estendia.
Enquanto dançávamos eu me deixava levar por aquela sensação de liberdade embora continuasse preocupada. Olhando em seus olhos pude ver que ele também estava preocupado embora parecesse relaxado naquele momento. A música lenta começou a ficar mais rápida e começamos a dançar naquele ritmo mais rápido e mais intensamente. E cada vez mais, guiados pela música dançávamos nos deixamos libertar de nossas preocupações por aquele momento e ficamos dançando juntos absorto naquele ritmo tranquilo como se naquele momento só existíssemos nos dois eu me senti livre enquanto a música acelerava cada vez mais até que ficamos cara a cara, quando a música terminou, eu olhando seus olhos e ele olhando nos meus, nossos lábios bem próximos uns dos outro, eu podia ouvir a respiração dele e quando começamos a nos aproximar mais ele colocou sua testa colada a minha e ficou me olhando.
– O que...
– Eu quero isso, eu gosto de você Haiden, muito mas não posso, não agora. Isso é uma promessa, de que voltara viva. Quando isso acabar e voltarmos, podemos continuar daqui.
– Sim. E você também, viva para ver tudo o que fizemos e para continuarmos daqui.
Nesse momento a outra música que estava tocando foi interrompida pelo anuncio da chegada do presidente.
– Chegou a hora.- Ele disse desviando a tenção para o homem que subia ao palco. E eu concordei olhando para o mesmo lugar.
– É a hora.