Quem Sou Eu? escrita por Mia Grayson


Capítulo 14
Capítulo 14


Notas iniciais do capítulo

Demorei mas aqui está mais um capítulo.
Por favor continuem comentando e dando sugestões de músicas para os capítulos.



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- Nos - ele começou - eu e ele estamos tentando derrubar esse sistema de governo e por isso precisamos de você e sua magia. Eu sabia que você aceitaria se pudesse não ter que trabalhar para o governo. Soube no dia em que me disse que não acreditou muito no presidente quando ele quis te apresentar para "ajudar os esquerdos" que estaria com a gente.

- E quantos vocês são?

- Por enquanto só nos mesmos.

- E o que pretendiam fazer?!

- Até agora sabotagem de algumas campanhas do governo que ALGUÉM quase foi pego.

- Por isso vocês estavam correndo e foi ele que te ligou naquele dia.

- É. Desculpe não ter te esperado ontem, queria ter certeza que confiava em mim e vendo que veio com um estranho para me encontrar, tive certeza.

- E qual o plano? 

- No começo - Agora Ricky estava falando - nos sabíamos que para causar um grande impacto e mostrar que realmente queremos mudar a sociedade teríamos que fazer algo que representasse o poder  caindo e  assim que pensamos na queda do muro do colégio central. Ele não só é de poder do estado como é onde criam as pessoas para seus fins e o que representa fisicamente uma divisão da sociedade.

- Então - Agora Ed estava falando - no dia do baile de anual do colégio, vamos derrubar o muro com sua ajuda.

- E se nos reconhecerem?

- Não vão por que este ano o baile será de máscaras.

- E precisam de mim por causa da minha magia que assim vai facilitar a derrubada do muro?

- Sim, mas desse jeito parece que só estamos te usando.

- E não estão?

- Você não queria mudar a sociedade, torná-lá mais justa? Não foi o que me disse?

- Sim mas como posso confiar que vão levar isso a sério e só não estão me usando para seus projetos e depois vão me entregar.

- To vendo como confia em nós.

- É que num primeiro momento parecia uma boa idéia mas parando para pensar qual motivo vocês teriam para querer levar isso realmente a sério? Eu tenho os meus, mas e vocês?

- Nós temos motivos, pode acreditar - Ricky falou com um pesar na voz o que me fez perceber que só sendo muito idiota para querer começar uma revolução sem um bom motivo por que convenhamos, enquanto as pessoas não sofrem algum tipo de trauma elas só vão viver conformadas com a vida que levam, pelo menos é assim que penso (desculpem se estou errada) e isso seria a motivação para não desistirem na primeira dificuldade.

- Todos temos, muita coisa o governo não fala mas muitas famílias ja sofreram e ainda sofrem por causa do governo e tem muita gente aí fora disposta a ajudar. É só saber onde procurar.

- Qual a sua história ou você é que vai trair a gente?

- Eu tenho uma boa família é verdade mas acho que comecei a enxergar o que realmente é a sociedade em que vivemos quando tinha 5 anos.

  Nisso comecei a lembrar da cena daquele dia:

- O que você vai fazer Andrew?Você não vai pular o muro vai?

- Eu quero ver meu irmão.

- Por que não vê ele em casa?

- Ele não mora mais lá. E nós estudamos a tarde. Ele treina agora e saí antes de nós. Ele só vai em casa nos fins de semana. Eu queria ver ele hoje por que é meu aniversário e queria dar o desenho da aula de arte pra ele.

- Espera o fim de semana, você vai ser pego!

- Não, quero ver ele hoje!

  Ele pulou uma parte do muro que tem uma árvore que um dos galhos passa o muro. Ele sempre subia em árvores e não teve dificuldades para pular do outro lado usando os galhos, o problema é que o pessoal que treinava estava sempre com professores em volta e naquele dia a diretora estava inspecionando a nossa sala e não demorou para a professora notar um aluno faltando e um colega dedo duro dizer o que viu. No mesmo instante a diretora correu para o sua sala avisar o outro lado. Ele não conseguiu achá-lo a tempo. Foi pego, expulso, nunca mais foi visto e nem a família que deve ter se mudado e antes de sair instigaram todos os nossos colegas a lincharem-no até a porta de saída da escolinha. 

Naquele dia três coisas aconteceram: perdi um amigo, um desenho foi rasgado e uma árvore cortada. Até hoje o tronco dela continua no mesmo lugar mas uma coisa mudou em mim naquele dia, enquanto todos iam fazer o que os adultos mandaram, eu só fiquei ali vendo meu amigo, que até poucos dias brincava com todos, sendo linchado pelos mesmos colegas que se diziam seus amigos. Nesse momento nunca mais consegui confiar em ninguém, fiquei apartir desse dia só olhando as crianças sem nunca mais brincar junto, não por medo mas por não conseguir entender como podiam amigos traírem um amigo assim e talvez por não saber mais quem realmente era amigo que quem era traidor.Eu não entendi naquela época mas ja enxergava tudo diferente de uma criança de 5 anos. Eu aprendi que onde vivo nunca vai haver justiça sem alguém não fizer e acredito que por isso também que aceitei isso e estou aqui agora.

- Lamento por ele.

- Obrigada eu também... Mas e vocês, qual a história de vocês?

- Meu pai. - Ed começou. - eles tomaram meu pai de mim quando eu era pequeno. Eu só quero justiça e poder impedir que outras crianças passem pelo mesmo que eu. Ninguém merece ficar sem pai ou mãe e passar todas as terdes esperando na frente de casa para que voltem mesmo sabendo que nada vai acontecer. É cruel.

- Ed, eu... Sinto muito por isso, por você e sua mãe. 

- Eu ainda acredito que ele está vivo. Vou achá-lo, um dia, eu vou.

 Eu queria perguntar a Ricky mas não tive coragem, mas não ia descobrir nada mesmo por que logo ele veio dizendo:

- Nem adiante perguntar, eu tenho meu motivo como também o tenho para não querer te contar. Se não quiser confiar em mim por isso, não confie.

- Não, estou nessa agora, se não confiarmos isso não vai dar certo.

- Obrigado por ajudar.

  Não sei por que mas nesse momento que Ed falou essas palavras olhando em meus olhos e com uma voz sincera e terna, eu senti meu rosto corar. Tive que desviar o olhar para disfarçar.

 Bem, acho que agora é isso, talvez esse fosse meu destino, ter esses poderes, conhece-los, fazer justiça. Agora vou até o fim com isso e mesmo não podendo alterar meu passado, tenho a chance de mudar meu futuro.

Não quero pensar o que minha mãe diria disso. Mas afinal, este é o caminho que escolhi  para minha vida e nada do que ela diga vai mudar a verdade que é que eu  sempre fui uma esquerda que agora inexplicavelmente pode e vai mudar a história. É só olhar mãe, vai ter orgulho de mim.

  


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