Come What May escrita por Louise Maia Silveira, MsTigerOwl, MsTigerOwl


Capítulo 10
Hey Jude


Notas iniciais do capítulo

Eu sei que Klaine tá um pouco esquecido nessa parte da fic, mas é que eu não tenho certeza se quero que eles se encontrem agora, mas tenham paciência que tudo vai ficar bem com meus picurruchos e aproveitem!



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“Ei, Jude, não fique mal

Escolha uma música triste e a faça melhor

Lembre-se de deixá-la entrar em seu coração

Então você pode começar a melhorar as coisas

Ei, Jude, não tenha medo

Você foi feito para sair e conquistá-la

No minuto que você deixá-la entrar na sua pele

Você começará a fazer melhor

E sempre que você sentir a dor

Ei Jude, detenha-se

Não carregue o mundo nos seus ombros

Você bem sabe que é um tolo

Que finge estar numa boa

Tornando seu mundo um pouco mais frio...”

Quando entrei para Yale, eu não pensei exatamente em que curso queria fazer, primeiro escolhi medicina, parecia um caminho bom, mas as duas primeiras semanas experimentais foram suficientes para me fazer perceber que muitas pessoas falam que médicos se acham deuses, só esquecem de perceber que na maioria das vezes, eles são tratados como deuses, sempre dando a última palavra para mudar o resto da vida de uma pessoa para sempre, e essa unanimidade não me atraiu, mudei de curso antes mesmo de ter cinco dias completados.

Considerei direito e até veterinária, até encontrar a minha paixão, que estava tão enterrada que chegou com uma força enorme, capaz de me derrubar, as artes cênicas, claro que a ideia de ser atriz é sutilmente encantadora para qualquer garota, mas a verdade é que eu amo tudo aquilo, amo decorar as falas, amo as expressões, amo o fato de poder interpretar um personagem, falar através dele.

Como a futura atriz que agora eu sei que sou, esperava sempre saber o que falar, e o momento certo para fazê-lo, mas a verdade é que eu duvido que haja alguém na face da terra que possua esse dom, de sempre (sempre mesmo) ter uma resposta rápida e inteligente na ponta da língua, sempre vai haver algum momento em que a pessoa vai engasgar, vai paralisar, esse momento existe para todos nós, e aqui estou eu, como uma idiota, divagando, ela deve pensar que eu sou louca, ok, Santana Lopez, que aliás, eu pensei que estava em NY simplesmente aparece na porta do meu apartamento com aquele sorriso lindo, aquelas covinhas fofas e aquela pele cor de caramelo.

E fica olhando pra mim como se esperasse uma saudação digna de uma pessoa que viajou tanto para me ver, e ela está certa em esperar por algo assim, mas aqui estou eu, o queixo caído, olhando para ela como uma idiota sem saber como dizer um “oi” decente, olhava bem no fundo de seus olhos castanhos escuros, eu sempre me perguntava de que cor eles eram, talvez fosse cor de ébano, ou um marrom chocolate ao leite? Não sei ao certo, só sei que eles brilham como uma estrela e são uma coisa incrível de se contemplar.

E então eu percebi, em meio a toda aquela divagação, que simplesmente, existem alguns momentos na vida em que palavras se tornam desnecessárias, e eu soube bem ali que não importa o que dissesse, não ia mudar o fato de que nossos corpos pareciam se atrair como dois ímãs, ela deu um passo á frente, ficou na ponta dos pés e me beijou, não foi um beijo comum, parecia umas 600X mais intenso, fomos nos empurrando para dentro do apartamento, ela fechou a porta com o pé, fui andando para trás, sentindo seus lábios nos meus, aquela sensação maravilhosa, tentava levá-la até meu quarto, batemos em um quadro que tenho no corredor e ele escorregou do prego e quebrou, mas nem me importei, porque nesse momento, a latina removeu a blusa escura que usava e eu arfei.

Seus dedos se prenderam na minha blusa e eu ergui os braços, ajudando-a a tirá-la, livres das peças, Santana me olhou, meio sem fôlego e acariciou minha bochecha, nossos olhos se conectando, nenhuma de nós queria dizer nada, parecia que qualquer coisa que pudesse vir á tona quebraria a magia daquele momento, a empurrei na outra parede e suguei a pele fina do seu pescoço com uma força considerável, ela gemeu e puxou meus cabelos levemente, apertei sua bunda e mais um gemido, então a puxei para cima e ela jogou as pernas em volta da minha cintura, andei até meu quarto, quebrando um vaso e derrubando uma mesa no caminho e a joguei na cama, parei por alguns segundos, admirando sua pele em contraste aos lençóis brancos e os cabelos escuros espalhados, ela me olhava de uma forma divertida, só de sutiã e short, subi em cima dela e beijei seus lábios, soltando o sutiã e jogando-o em algum canto do quarto, suguei seus seios com força e ela gemeu, arqueando a coluna, então jogou suas pernas por cima de mim e inverteu nossas posições, desabotoou meu short e o tirou junto com minha calcinha, se livrando dos dela também, voltou a se deitar em cima de mim, gemi quando senti seu sexo quente tocar o meu, ela sorriu levemente e desceu pela cama, abriu minhas pernas e encaixou a cabeça entre elas, gritei alto quando senti sua língua tocar meu sexo encharcado.

Ela me penetrou com a língua e gemi mais alto ainda, meu corpo tremia, apertei seus cabelos para mantê-la ali, já sentindo o orgasmo me tomar, a sensação de levitação me tomou enquanto eu me derramava em seus lábios, ainda estava me recuperando quando ela me penetrou com dois dedos.

- Aaaah! – gritei, agarrando os lençóis da cama, ela me penetrava com força e seu polegar massageava meu clitóris, ergui o tronco sobre os cotovelos e mordi o lábio, ela me olhou, provocadora, enquanto aumentava o ritmo, avançou sobre mim sem parar os movimentos e mordeu meu lábio com força, uma mistura de dor e prazer que me agradava como nunca antes, meu segundo orgasmo chegou e a apertei contra mim para controlar os tremores.

Quando reabro os olhos, ela sorri para mim, os olhos escuros brilhando, devolvi o sorriso, ainda ofegante, acariciando sua bochecha macia, lhe dei um beijo, o mais calmo da noite, nossos lábios estalaram quando se encontraram.

- Isso foi... intenso...  – ela disse por fim, e eu dei uma gargalhada, puxando o travesseiro.

- Intenso? A gente quase derrubou o apartamento! – ri, acariciando suas costas nuas com carinho, ela deitou a cabeça em meu peito e respirou fundo, a abracei e beijei seu rosto, fechando os olhos, quando acordei de novo, ela ainda dormia, encarei seu rosto com carinho, ela era linda, e carinhosa, tinha o sorriso mais lindo do mundo.

Como nunca tinha percebido isso antes? Será que eu sou lésbica? Quer dizer, não seria meio tarde para descobrir isso? No fundo, eu sabia que não, não era tarde para nada, quer dizer, minhas experiências com homens eram muito poucas... Com mulheres, menos ainda, tudo prova que eu estava começando minha vida agora, mas eu nunca me sentia realmente bem beijando meninos, sempre parecia que faltava alguma coisa, e os dois únicos com os quais fiz sexo, só me lembro de ter doído muito, em um ponto que era quase insuportável, acho que nunca tinha tido um orgasmo antes de Santana, o que isso significava? Eu era bi? Não... Bi é meio impreciso... PRECISO SABER... isso está me ENLOUQUECENDO!!!

Olhei mais uma vez aquele rosto calmo, ela ressonava tranquilamente, eu sabia que conseguiria lidar com uma dúvida para estar com aquela morena, nem que isso custasse minha sanidade, dizem que teve uma menina no Reino Unido cuja vó disse pra ela em seu leito de morte que fora lésbica a vida toda e que na verdade era apaixonada pela cunhada, eu não tinha todo esse tempo... não podia perdê-la...

- Quinn? Você está bem? – a morena perguntou, sonolenta, nem percebi que tinha acordado.

- Eu sou gay, Santana? – perguntei, os olhos marejados.

- E eu que sei, Q? Sério que eu pego um trem de NY pra cá pra ter que esclarecer sua sexualidade? Só você pode saber. – disse, acariciando meu rosto com o dedo indicador. – Agora vem, vamos pedir pizza. – falou ela, me puxando pela mão para a sala entre os cacos de vidro de tudo que quebramos, esqueci tudo bem rapidinho, estava com ela e era só isso que importava, poderia pensar nas nuances da minha sexualidade mais tarde, agora, por enquanto, éramos só eu e aquela morena linda em um apartamento suburbano do lado sul de New Haven, sentadas em um sofá entre risos e selinhos, com o pôr do sol alaranjado no fundo. 


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