Invertido escrita por asthenia


Capítulo 4
Desejo


Notas iniciais do capítulo

Olá gente bonita! Cá estou eu depois de tanto tempo.
Devo dizer que as reviews de vocês foram FANTÁSTICAS, sério, lindas de morrer. Vocês me inspiram muito. :)
Queria explicar a minha demora também. Pra falar a verdade, eu fiquei muito tempo sem inspiração pra esse capítulo, sem ideias e sem nada. Queria algo bom pra vocês, e espero que tenha saído isso.
Prometi a mim mesma que nessa fic não colocaria nenhuma música (e não coloquei) mas esse capítulo foi inteirinho inspirado na música A Letter To Elise do The Cure, que pra quem não sabe sou uma fã fanáticas deles, rs. Se puderem ouçam a música, ela é a cara da Hinata! (http://www.youtube.com/watch?v=cU6bZ6NtJCs) ou então simplesmente tentem dar uma olhada na letra dela. É linda. ♥
Okay, agora chega de graça e vamos ao capítulo!
Espero que gostem! ;)



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Desejo

(ê) sm (baixo-lat desidiu) 1 Ação de desejar. 2 O que se deseja. 3 Anseio, aspiração veemente. 4 Cobiça.

.

Um sorriso de escárnio surgiu nos seus lábios com a cena nada agradável.

Os olhos estavam focados nos cabelos róseos de sua colega, que se movimentava rápido. Ele apreciava o modo como ela fazia tudo, ajudando não apenas nos atendimentos médicos, mas também aos novos recortes e detalhes que irão pertencer aos objetos de enfeites do festival de primavera de Konoha que se aproximava. E a cena não poderia ser mais desanimadora. Rock Lee se animava com lápis e penas nas mãos, desenhando sobre algumas folhas de sedas folhas de árvores curvadas de linhas grossas, enquanto Sakura as recortava. O sorriso dele com a presença dela, e o sorriso dela, não só pelo modo engraçado que o aprendiz de Gai Sensei se esforçava pelo seu serviço, mas também a reação da notícia que chegara ao loiro, que apreciava a cena, e a Haruno. Sasuke pagaria pelo o que havia feito e seria libertado da prisão de Konoha, da qual se encontrava até aquele devido momento.

Era real. O time sete estava de volta, com os integrantes fundadores e com todo o entusiasmo de Naruto, Sasuke e Sakura. E também com toda a carga emocional inicial, o amor eterno de Sakura, o descontentamento de Naruto por não poder tê-la, e a indiferença de Sasuke. E era por essa razão que o sorriso triste do loiro enfeitava seu rosto, que se animava com os velhos tempos que estavam de volta, mas também com a triste realidade que o esperava. Levantou-se e foi até os dois que estavam com aquele serviço cômico. Foi até Sakura, que parecia concentrada no que estava fazendo, com os recortes, e pensou por um breve momento que talvez ela precisasse de ajuda. E com o pensamento de que “Seria uma ótima desculpa para eu me aproximar dela...”.

“Oi, Naruto!”

“Oi Sakura-chan. Vocês precisam de ajuda?”

Ela deu um sorriso mínimo nos lábios, negando com a cabeça. Rock Lee parecia atrapalhado demais desenhando uma folha, sem nem notar a presença do Uzumaki ali. Aproveitando que Lee estava concentrado demais em qualquer outra coisa, Naruto respirou fundo se preparando para o que estava prestes a dizer. Ensaiou qualquer discurso durante a manhã na frente do espelho, mas se esqueceu de tudo o que havia pensado em dizer. Mesmo se esquecendo, resolveu arriscar.

“É... Sakura-chan?”

Ela olhou o rosto do rapaz que parecia estar próximo demais. Seu rosto enrubesceu de leve, e ela segurou a respiração por alguns segundos. Respondendo um breve “sim”, deu continuidade para que Naruto falasse.

“Você quer ir comigo ao festival?”

A surpresa havia sido grande, e ela não pode fingir que não. Abriu a boca tentando falar alguma coisa, mas não disse nada. Olhando para frente, viu por cima dos ombros de Naruto alguém conhecido atrás dele. Era Kiba, ao longe, conversando com Hinata, os dois também estavam próximos, e como um estalo algo surgira na mente da Haruno.

“Você sabe com quem Kiba vai ao festival?”

Disse, voltando a atenção aos papéis que estava recortando, com um sorriso pretencioso nos lábios. Sem entender, Naruto olhou para sua colega de time com um ar de dúvida. Sabendo que naquele presente momento ela não iria responder a sua pergunta, continuou com o assunto que ela começara, mas deixar que o assunto inicial morresse.

“Não... Mas o quê isso tem-“

“Hinata. Ele chamou a Hinata pra ir com ele. Eles formam um casal bonito, não acha?”

Ele se silenciou. Olhou por alguns segundos no rosto de Sakura, que continuava entretida com os recortes que estava fazendo. Sua cabeça ficou vazia por um momento e algo ressoava de maneira repetitiva. Casal. Kiba e Hinata sendo um casal. Ele ponderou por um momento observando o nada e como se adivinhasse os pensamentos de Sakura, olhou para trás. Lá estava Kiba, Akamaru e Hinata enquanto conversavam animadamente sobre alguma coisa.

“Você acha?”, perguntou a Sakura, ainda observando cena dos dois.

“Eu sempre achei que Kiba gostasse dela.” Rock Lee disse, enquanto continuava tentando desenhar uma folha, que parecia mais um círculo, e de repente estava atento a conversa de Sakura e Naruto “Neji desconfiava também. Eu acho Kiba um cara legal...”

Antes que continuasse a sua teoria sobre “O fogo da juventude em Kiba”, Rock Lee foi interrompido quando Naruto de afastou dele e Sakura, e passou a caminhar com uma expressão fechada e carrancuda, do lado oposto dos dois integrantes do time oito. Sakura deixou escapar um riso baixo, com uma das mãos tapando os lábios.

“O que deu nele, Sakura-chan?”

“Já ouviu falar na expressão ‘cair a ficha?’”, disse Sakura, num tom animado.

—/-

Ele tentou se concentrar em qualquer coisa, mas não conseguiu. No final de tudo, havia desistido de tentar convencer Sakura, mais uma vez, de ir ao festival com ele. Sua cabeça trabalhava a mil, em qualquer outra coisa. Ou então em apenas uma: Casal. Kiba e Hinata um casal. Kiba e Hinata juntos no festival. Kiba e Hinata namorando. Kiba e Hinata fazendo... Colocou as mãos na cabeça tentando afastar aqueles pensamentos. Já era o dia do festival e estivesse ele preparado ou não, o casal do ano estaria lá.

Ele nunca havia pensado em Hinata e Kiba daquela forma. Os dois estavam sempre próximos, assim como ele e Sakura. Mas não que os dois pudessem ter alguma coisa. Igual ele e Sakura poderiam ter como ele desejava. Talvez, ele pensou, talvez Neji estivesse certo em achar que Kiba tinha algum interesse Hinata, mas ele não se esquecia que Neji havia dito a ele antes de morrer que a vida dele era de Hinata.

Ou seja, Neji entendia do que acontecia a sua volta mais do que ele imaginava.

Olhou-se de novo no espelho. Arrumou o casaco que usava sempre, passou os dedos nos cabelos o arrepiando ainda mais e decidiu não pensar mais a respeito de Hinata ou Kiba. Ou os dois juntos. Aquilo estava fervendo seus miolos e ele teria que se acalmar. Saiu de sua casa rumo ao festival.

As cores estavam lindas e chamativas, além dos detalhes em vermelho e rosa das barracas, na rua havia fios pendurados, e a decoração estava delicada. Naruto observou, maravilhado, a todos os detalhes, o modo como os enfeites deixavam aquela decoração tradicional japonesa ainda mais bonita. De longe, pode reconhecer Tenten conversando algo com Chouji, que engolia um espetinho de camarão. Aproximou-se dos dois após o cumprimento e notou que Tenten estava dentro de uma barraca, dobrando alguns papéis de seda de cor rosa bebê. Chouji parecia ocupado demais com o seu espetinho, enquanto Naruto observava o modo delicado com que Tenten dobrava os papéis.

“Não sabia que você fazia origami, Tenten.”

“Desde criança eu faço. Esse é um tsuru, uma ave sagrada.”

“Existe uma lenda desses tsurus, não existe?” Chouji olhou com um ar de dúvida, enquanto a morena continuava dobrando os papéis.

“É sim Chouji... É uma lenda muito bonita.”

Naruto prestava atenção em Tenten, mas não deixou de notar que ao longe estava Hinata, caminhando rumo a uma barraca, sozinha. Parecia observar alguns doces da barraca, e o que mais aliviou ao loiro foi o fato dela não estar acompanhada. Observou por alguns instantes, mas logo voltou a sua atenção a Tenten, que chamara seu nome.

“Você conhece?”

“Conhece o quê?”, disse o loiro, com cara de dúvida.

“A lenda dos mil tsurus.”

Naruto respondeu com uma expressão de dúvida e Tenten pode entender que assim como Chouji – mesmo que tivesse citado a lenda, não a conhecia – Naruto também não sabia do que se tratava.

“A lenda diz que os tsurus vivem mil anos, e que se você fizer mil tsurus pensando em um desejo, ele se realiza.”

“Qualquer desejo?”, respondeu Chouji.

“Sim, qualquer desejo. Mas só se você dobrar mil tsurus, igual a esse que eu estou dobrando.”

Nas mãos de Tenten acabava de ficar pronto mais um tsuru. O loiro observou aquilo e olhou mais uma vez ao longe Hinata, que caminhava distraidamente na direção oposta a a que ele estava. Sorriu de canto e pediu a Tenten um tsuru. A morena deu a ele, e o mesmo de despediu dos amigos e saiu dali. Ele já sabia o que fazer.

—/-

A noite estava linda e ela não podia negar. Os enfeites, colocados com carinho em cada canto de Konoha chamou a atenção de Hinata, que observava atenta. Decidiu não ir com Kiba e Shino para o festival, e preferiu ir sozinha, enquanto se distraía com a decoração. Sorriu ao ver longe, alguns de seus colegas rirem e conversarem animadamente. Pensou em se aproximar, mas preferiu não ir. Sabia que talvez ali estivesse o rapaz do qual ela vinha fugindo nas últimas semanas.

Naruto. Fugia dele para que o coração não pesasse mais, para não abrir mais feridas que carregava. Quando alguém lhe dizia que ele estava nas termas, ela não ia. Em algum campo de treinamento, ou então chegando no prédio da Hokage, no hospital, ela passava longe de todos esses locais. Não ia ao Ichiraku, ou nos lugares que sabia que ele frequentava há dias. E por esse motivo, não o via há algum tempo.

Não que isso tivesse diminuído o que ela sentia por ele, mas estranhamente aquilo havia amenizado a dor que sentia em questão a desistência. Olhou mais uma vez alguns enfeites e se sentou em um banco que dava a vista um jardim florido.

Ele observou a Hyuuga se sentar e esperou alguns segundos até se aproximar. Sabia que ultimamente não a tinha visto, e estava com a sensação de que ela parecia cada vez mais distante. Respirou fundo e caminhou lentamente até o banco. Hinata olhava distraída a lua, até que notou alguém se sentar do lado dela. Instantaneamente virou seu rosto e se surpreendeu ao ver Naruto sentado ali, olhando para ela com seu sorriso aberto. Sorriso do qual ela fugia nos últimos dias, mas que agora, tão próximo dela, era difícil desviar a atenção dele.

“Oi, Hinata!”

“O-oi N-Naruto-kun.”

“Como está? Faz tempo que não nos vemos, ‘ttebayo.”

Ela fechou as mãos em cima de suas pernas e tentou manter uma postura ereta, enquanto o loiro estava relaxado. Forçou um sorriso nos lábios, e o conhecia bem para saber que ele não a deixaria em paz tão cedo.

“E-eu estou bem. E você?”

“Ah, tô bem também. Hinata, você conhece a lenda dos mil tsurus?”

Ela forçou a memória, mas não conseguia se lembrar de nada. Olhou para ele que mantinha o sorriso alegre e despojado. Torcia, internamente, que ele fosse embora o quanto antes. Balançou a cabeça negativamente.

“É uma lenda bem legal”, disse, tirando o bolso o tsuru que Tenten havia feito e dado a ele. “Funciona assim: você deve dobrar mil tsurus, igual a esse que eu estou segurando, pensando em um desejo, algo que você queira muito. Quando você terminar de dobrar mil tsurus, seu desejo vai se realizar.”

Naruto pegou uma das mãos de Hinata, que corava violentamente enquanto o Uzumaki a tocava, e entregou o origami a ela. Ela ficou sem palavras por alguns minutos, e sabendo disso, ele resolveu prolongar o assunto.

“Se você tiver um desejo que ainda não se realizou, ou posso te ajudar...”

Ele sorriu e se aproximou um pouco mais dela, que continuava imóvel apenas observando o loiro cada vez mais perto. O rosto já estava vermelho, e o corpo tremia. Ele só deixava a situação ainda mais difícil para ela.

“Existem c-coisas..”, começou ela, tomando coragem para falar, e tentando manter seu corpo firme e estático, “C-coisas que não podem acontecer... Nem com mil tsurus ou então.. C-com t-todos os tsurus do mundo.”

Ele se manteve em silêncio enquanto observava o desespero de Hinata ao tentar falar. Assustou-se quando ela, assim que terminou de falar, pousou na palma da mão do loiro o tsuru que ele tinha acabado de dar a ela. Ela estava devolvendo o presente.

“No momento, o que eu preciso eu não quero. Não seria bonito usar tsurus pra conseguir algo que eu não desejo... E sim q-que eu necessito. E não é algo digno de uma lenda tão bonita...”

“Se você não quer não faça, Hinata.”

Ele olhou firme aos olhos da Hyuuga que se segurava ao máximo para não chorar, e ela sustentou o mesmo olhar. Vendo que não ia aguentar por muito tempo, levantou-se e olhou para o loiro, com um sorriso triste.

“Use esse tsuru para realizar um desejo seu... E-eu não preciso. C-com licença Naruto-kun.”

Saiu às pressas, mais uma vez, deixando um loiro com o olhar intrigado e sem reação alguma, que guardou o tsuru no bolso. Talvez, ele tivesse que descobrir outras coisas além de desejos e origamis, enquanto a via caminhar longe dele, e não tinha coragem de pedir para que Hinata voltasse.





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Notas finais do capítulo

Ah, essa lenda eu vi na série do Heroes e fui conferir e é verdade, ela existe mesmo. Quem sabe um dia eu faço mil tsurus... haha. Ah, e tsurus são aqueles pássaros de origami, o mais comum mesmo!
Well, até o próximo capítulo! Que provavelmente vai ser o último!
Beijos seus lindos! :)



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